Estação fluvial Sul e Sueste vai dar lugar ao novo Terminal de Actividade Marítimo-Turística de Lisboa
Obra envolve um investimento estimado em 7 milhões de euros
Pedro Cristino
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
A antiga estação fluvial Sul e Sueste, situada junto ao Cais das Colunas, em Lisboa, vai ser reabilitada para dar lugar ao novo Terminal de Actividade Marítimo-Turística de Lisboa, uma obra que envolve um investimento estimado em 7 milhões de euros e que se prevê concluída no final de 2017.
A cedência do edifício pelo Estado à Câmara Municipal de Lisboa foi agora ratificada em protocolo, através das assinaturas do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, e por Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas.
Ao Construir, o director-geral da Associação de Turismo de Lisboa (ATL), Vítor Costa, referiu que o investimento será efectuado por esta associação, e que está por lançar ainda o concurso público para a obra de reabilitação deste edifício, projectado pelo arquitecto Cottinelli Telmo, construído entre 1929 e 1931. Curiosamente, o projecto de arquitectura da reabilitação coube à arquitecta Ana Costa, neta de Cottinelli Telmo.
Esta obra tem como objectivo completar reabilitação da zona ribeirinha central e criar um pólo de animação “que funcione como centro de actividade marítimo-turística”, de acordo com o comunicado de imprensa da Câmara Municipal de Lisboa (CML). O espaço exterior envolvente do edifício será também reabilitado – com um projecto do arquitecto Bruno Soares – “completando assim as obras já realizadas no Terreiro do Paço e Ribeira das Naus e as que se encontram em curso no Terminal de Cruzeiros, Campo das Cebolas e Cais do Sodré.
“Os objectivos do projecto será criar um terminal para actividade marítimo-turístico, restaurar o edifício antigo da estação, completar a reabilitação do Cais das Colunas e requalificar o espaço público envolvente”, explicou Vítor Costa aos jornalistas, referindo que a ATL pretende criar “boas condições operacionais e financeiras para o desenvolvimento das actividades marítimo-turísticas que aproveitem o rio [Tejo] para passeios, circuitos e outros programas, dando-nos visibilidade numa zona central de concentração turística, e desenvolvendo sinergias entre os operadores”.
Para este efeito, serão recuperados dois pontões, destinados às embarcações “de maior porte como, por exemplo, cacilheiros”, e construído um pontão mais pequeno, para as embarcações de menor dimensão, como barcos à vela.”
“Faltam os painéis de azulejos, que estão guardados, falta a consolidação estrutural, serão removidos dos os acrescentos que foram feitos em épocas posteriores e que vieram descaracterizar [o edifício], e serão repostos todos os elementos que existiam no projecto inicial”, revelou Vítor Costa, acrescentando que está a ser considerada a criação de dois novos restaurantes na área de intervenção. Relativamente ao espaço exterior do edifício, as duas ideias são completar a reabilitação dos Cais da Coluna e requalificar o espaço público adjacente.
“Há 10 anos que este espaço estava subtraído à cidade e há muitos anos que a Câmara de Lisboa ambicionava que este espaço fosse devolvido à cidade”, declarou Fernando Medina. O presidente da CML destacou “a importância estratégica deste acto [a assinatura do protocolo] e deste investimento”, explicando que será “recuperada a ideia original” deste espaço, e “que nascerá daqui uma nova polaridade para o Rio Tejo”.
“Este projecto é a última peça do anteprojecto de requalificação da frente ribeirinha de Lisboa do Cais do Sodré até Santa Apolónia”, continuou Medina, lembrando que o mesmo teve início com a recuperação do Terreiro do Paço, hoje, “um espaço de fruição da cidade, que devolveu à cidade uma das mais belas praças da Europa e do mundo”.
O autarca sublinhou também o protocolo já firmado com o Ministério da Defesa e a Marinha Portuguesa “para a devolução à cidade da doca da Marinha que, neste momento, está vedada para utilização exclusiva de cariz militar”.
“Dentro desta área central da frente ribeirinha de Lisboa havia uma mancha, uma nódoa, que era precisamente a estação Sul e Sueste. Este é o início do fim do processo de renovação integral de vários quilómetros de frente ribeirinha na cidade de Lisboa, que uma vez concluído, transformará em definitivo, para melhor, a fruição de toda a zona ribeirinha de Lisboa”, concluiu.
Por sua vez, Mário Centeno considerou que se impunha a reabilitação desta estação e a sua devolução “à fruição pelas pessoas que estreitam ligação com o Tejo e com a cidade”. “O projecto proposto pelo município é mais uma etapa desta requalificação”, acrescentou o ministro das Finanças, ressalvando que “é visível o que tem vindo a ser feito na frente ribeirinha, na Ribeira das Naus, no Terreiro do Paço e em toda esta zona tão simbólica para a cidade de Lisboa”.
“É sobretudo tendo em vista essa requalificação que temos vindo a ceder um conjunto de imóveis à cidade, possibilitando que os mesmos sejam colocados à disposição dos cidadãos”, continuou Centeno, referindo que “a boa administração do património do Estado é um desígnio deste Governo”.
“De nada vale ter imóveis por todo o território nacional, se os mesmos não se encontrarem valorizados e em pleno uso”, declarou o responsável da pasta das Finanças, destacando que, “com esta estratégia, dinamiza-se a economia portuguesa através do turismo e preserva-se o património cultural, particularmente o património edificado, que pertence, de facto, a todos e a cada um de nós”.
Para Mário Centeno, o património do Estado “deve ter uma gestão coerente e participada, envolvendo o Governo, a administração central e as autarquias locais”. “Hoje damos mais um importante passo para esse objectivo e nesse sentido”, concluiu.