Opinião: “Minimalismo: Contemporaneidade nos Jardins”
A filosofia do minimalismo é introduzida nos jardins com referências à arquitectura, ao estilo de vida contemporâneo e às suas necessidades
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O Minimalismo representa a atualidade, tratando-se de um estilo contemporâneo, no entanto, muito enraizado nas tradições do passado. Inspira-se em parte nas religiões contemplativas da cultura oriental e nas proporções geométricas utilizadas no Renascimento Italiano
Esta é uma corrente iniciada nos anos 60, desenvolvida primeiramente nos Estados Unidos e cujo desenvolvimento máximo ocorreu nos anos 70. Influenciado pelas outras artes criativas, só nas últimas décadas se fez sentir a influência do minimalismo na criação de jardins.
Nos jardins minimalistas, as linhas nítidas, a forma pura e uma noção profunda de espaço são cada vez mais importantes, em especial para todos aqueles que anseiam poder aliviar as tensões do dia-a-dia num recanto tranquilo. O prazer de conceber jardins minimalistas reside no facto de os mesmos se adaptarem a espaços pequenos e requererem cuidados de manutenção de baixo custo. A criação de um jardim minimalista reside na preocupação em atuar de modo preciso no local exato, e prestar muita atenção à conjugação dos diferentes elementos que o compõem, uma vez que se pretende alcançar uma unidade. Qualquer elemento que se destaque negativamente poderá anular todos os outros e perder-se o efeito e a função final pretendidos.
A filosofia do minimalismo é introduzida nos jardins com referências à arquitectura, ao estilo de vida contemporâneo e às suas necessidades. Cada vez mais este modo de intervir em jardins condiciona o estilo de plantação consciente sobre o ponto de vista ecológico e o desenvolvimento sustentável, respeitando as características locais onde se inserem. Resulta da procura de uma nova expressão relaxante e ao mesmo tempo estimulante. Podemos também encarar a aplicação deste tipo de desenho na criação de jardins e em geral dos espaços arquitetónicos atuais como uma necessidade de se encontrar um contrapeso no modo de vida atual.
Um jardim minimalista não tem necessariamente que ser composto por um número limitado de elementos. A variedade de elementos a aplicar pode ser tanto mais complexa quanto mais simples e puras forem as formas utilizadas no desenho e aí encontrar um equilíbrio. È necessário que todos os elementos contribuam para uma unidade. No entanto, nos jardins minimalistas as plantações são utilizadas para criar um efeito dramático e tendo em conta que este tipo de jardim se reduz ao essencial, é necessário que o número de plantas seja também o indispensável.
No que diz respeito à variedade cromática ou à forma das plantas a escolher, existem três métodos diferentes, um consiste em escolher uma planta ou uma gama limitada que se destaque pela sua forma escultural, podendo tratar-se por exemplo de uma árvore com forma interessante que seja colocada estrategicamente no centro de um pátio, funcionando como uma escultura. Outro, consiste em conjugar plantas com diferentes formas geométricas e diferentes tonalidades de cor, procurando encontrar um padrão que inclua o contraste volumétrico e cromático.
A outra possibilidade, baseia-se em selecionar as plantas, sobretudo herbáceas, de modo a criar uma aparência menos formal e forçada, semelhante a um cenário natural. Este método baseia-se na criação de uma matriz onde as plantas selecionadas contribuem para uma composição global.
Existe toda uma série de materiais que podemos utilizar para além das plantas, como os vários tipos de pedra, a madeira, entre outros, donde se destacam os materiais não tradicionais na construção de jardins, como é o caso do vidro e do aço, cujas propriedades especificas nos oferecem novas possibilidades de desenho.
É necessário que na escolha do material prevaleça a boa relação entre a qualidade do mesmo e a sua utilização, sendo essencial compreender as suas propriedades, assim como o resultado da conjugação entre os diferentes materiais.