Próxima Steel Talk debate arquitectura e cidades do futuro
“O objectivo da conferência é alertar os arquitectos para a importância da construção metálica e da liberdade criativa que esta lhes pode conferir”
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As potencialidades da construção metálica para a arquitectura moderna e como serão as cidades do futuro, são dois dos temas em cima da mesa na próxima Steel Talk. A conferência, organizada pela CMM – Associação Portuguesa da Construção Metálica e Mista, no âmbito do projecto Portugal Steel, realiza-se no próximo dia 18 de Maio na Faculdade de Arquitectura do Porto e contará com a presença de Manuel Aires Mateus.
O tema não é novo, os dados também não, mas debater nunca é demais. As chamadas cidades do futuro, para além de sustentáveis, eficientes e ecológicas vão ter de encarar o aumento da populacão urbana, que se prevê que, até 2050 aumente 70%. À luz destes dados, alerta a Portugal Steel que, “as cidades do futuro vão exigir soluções inteligentes e integradas onde a redução do desperdício será palavra de ordem. A construção do futuro vai exigir menos ruído, mais rapidez, menos impacto ambiental, menos poeiras e detritos e o aço responde a essas necessidades”.
Para o Professor Luís Simões da Silva, Presidente da CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista, “só vamos conseguir ter projectos urbanos integrados sustentáveis se a construção passar a incorporar mais construção metálica nos seus projectos, uma vez que este tipo de construção apresenta um vasto número de vantagens, quer em termos económicos quer em termos ambientais, quando comparada com a construção tradicional. Ao juntarmos sustentabilidade, impactos socio ambientais e pegada ecológica com a arquitectura e construção, percebemos que é obrigatório repensar os projectos e a forma como as cidades devem passar a ser construídas”.
“O objectivo da conferência é alertar os arquitectos para a importância da construção metálica e da liberdade criativa que esta lhes pode conferir e o sector da construção para a necessidade de se adaptar às novas tendências. Há países europeus, como é o caso de França, nos quais a arquitectura incorpora cada vez mais revestimentos e elementos decorativos em metal. E, embora se trate de um mercado muito exigente, as empresas portuguesas têm estado à altura das maiores inovações a nível mundial”, reforça o responsável.
Em comunicado de imprensa enviado ao Construir, a Portugal Steel relembra a evolução tecnológica da indústria do aço nos últimos anos, nomeadamente, o facto “dos metais serem 100% recicláveis, aliado ao facto do aço resolver os problemas da construção tradicional, no que respeita à durabilidade, sustentabilidade e capacidade de ser exportada, o que confere à construção metálica uma importância que deve ser considerada pela Indústria”.
Para além disso, reforça, “é um sector que garante actualmente mais de 26 mil postos de trabalho directos e representou um volume de negócios superior a 3.500 milhões de euros em 2014”.
Mas as vantagens não ficam por aqui, entre elas está também o princípio da reversão, apontada pelos especialistas do sector, que defendem que será muito mais fácil de manter e reabilitar daqui a um século se a sua estrutura for em metal. Mas, mais do que a reutilização e a reentrada do aço no canal comercial, a redução da necessidade de extração de mais minério é um contributo muito positivo em termos ambientais. Fazer a extracção de forma sustentável é fundamental se tivermos em conta o tempo de renovação dos recursos ou mesmo o seu possível esgotamento.
De acordo com a CMM, “nestes projectos urbanos integrados tem de ser contemplada a reabilitação urbana, ou seja, recuperar e reutilizar recursos e equipamentos já construídos. Sabemos hoje que um terço dos edifícios portugueses está degradado e precisa de intervenção. Só a capital tem mais de 5 mil edifícios devolutos. A construção metálica, adapta-se facilmente às exigências das zonas urbanas com acessos e espaços reduzidos, uma vez que é estruturalmente mais leve, permite uma maior flexibilidade e um menor prazo de execução”.
Em jeito de conclusão, a Portugal Steel nota ainda que, “para as empresas nacionais do sector da construção metálica, esta área de acção permite aumentar o seu negócio no mercado interno da construção tradicional, num período em que a construção e obras públicas de raiz ainda se mantêm com número aquém do espectável”.