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    “Sector da fiscalização padece de total ausência de regulamentação”

    A estratégia internacional da Cinclus leva a empresa a estar activa em três continentes distintos, de forma permanente. Ao Construir, Miguel Braga da Cruz explica que, desta forma, a empresa […]

    Pedro Cristino
    Engenharia

    “Sector da fiscalização padece de total ausência de regulamentação”

    A estratégia internacional da Cinclus leva a empresa a estar activa em três continentes distintos, de forma permanente. Ao Construir, Miguel Braga da Cruz explica que, desta forma, a empresa […]

    Pedro Cristino
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    A estratégia internacional da Cinclus leva a empresa a estar activa em três continentes distintos, de forma permanente. Ao Construir, Miguel Braga da Cruz explica que, desta forma, a empresa portuguesa de engenharia evita expor-se a três ciclos económicos negativos simultaneamente e aproveitar oportunidades nas dinâmicas de contraciclo. Numa perspectiva semelhante, o CEO da Cinclus apela a uma maior cooperação entre economias lusófonas, como garante de mais e melhores oportunidades para todos os envolvidos.

    Que balanço faz da actividade da Cinclus relativamente ao ano transacto?

    Efectivamente, o balanço que fazemos é positivo, na medida em que 2015 foi um ano que correu melhor do que 2014. O nosso volume de negócios cresceu 18%, os nossos resultados melhoraram muito significativamente. Tivemos, em 2014, resultados que, apesar de pouco negativos, não deixaram de ser negativos e, este ano, fechámos 2015 com resultados francamente positivos. Conseguimos consolidar a nossa actividade tanto a nível nacional como internacional. Crescemos no mercado interno e conseguimos manter, no mercado externo, apesar de toda a crise que se está a instalar a nível global. O mercado onde estamos a apostar mais significativamente é o brasileiro, que cresceu. Nessa perspectiva, foi um ano positivo. No que concerne à actividade comercial no mercado, 2015 não foi um ano assim tão positivo, apesar de ter sido um ano em que se verificaram sinais de retoma, quer na área do turismo, quer na área do imobiliário, que conheceu um dinamismo muito significativo. 2015 foi melhor que o ano anterior em termos do mercado imobiliário e da reabilitação urbana e 2014 já tinha sido o melhor ano desde o início da crise, em 2007. Apesar destes dois aspectos positivos, o ano passado foi o ano em que a actividade comercial foi mais baixa desde que há memória no sector da construção, sendo necessário recuar ao início da década de 2000 para encontrar paralelo em termos de actividade. Isto prende-se fundamentalmente com a redução do investimento público. No ano transacto, as adjudicações de obras públicas reduziram em cerca de 35%, relativamente a 2014 e, tendo presente que isto acontece sucessivamente desde 2011, significa que o nível de contratação pública desceu 57% desde então. Se medíssemos desde o ano em que não tivemos cá a “troika”, esse valor seria significativamente superior. Diria que andaria acima dos 60%. Isto são dados do Barómetro da AICCOPN, referentes a Fevereiro de 2016, portanto estamos a falar de uma contracção de mercado muito significativa. Assim, relativamente ao ano transacto, apesar dos contributos positivos das áreas do turismo, do imobiliário e da reabilitação urbana, os contributos negativos que advieram de outros sectores, nomeadamente a ausência de investimento público, ultrapassam-nos largamente.

    Essa queda de investimento público tem sido muito referida pelas principais associações do sector. Merece-lhe preocupação?

    Muita preocupação. Por exemplo, 2009 foi um ano em que houve um investimento muito significativo, devido a instruções de Bruxelas, para fazer face a um receio que havia de quebra e de queda dos mercados. O que acontece é que, se não era normal termos os índices de investimento que tivemos no passado, também não é normal termos os índices de investimento que temos actualmente. Tenho assistido a descrições de colegas e de amigos, ligados ao sector da manutenção em vários outros sectores, mas muito em particular no sector dos transportes, e o que está a acontecer é que estão a ser feitas coisas que são arrepiantes.

    A que se refere?

    Quando se começa a cortar nos investimentos de operação e manutenção, mais cedo ou mais tarde, algo cederá e, portanto, não me espantaria que um dia destes acontecesse um acidente semelhante ao da queda da ponte de Entre os Rios. Basta uma pessoa meter-se no comboio e fazer uma viagem do Porto a Lisboa, que sente a diferença da rodagem das carruagens em cima da linha.

    Por outro lado, o Governo anunciou há relativamente pouco tempo investimentos de milhares de milhões no desenvolvimento de infra-estruturas ferroviárias. Como vê essa medida?

    De uma forma extremamente positiva e também queria fazer esse contraste. Não obstante estar a sentir-se na economia alguns sinais de melhoria, estes sinais não são suficientes para que a economia retome. É preciso que haja uma inversão na ausência de investimento público e, naturalmente, esse investimento tem de ser decidido e aplicado em circunstâncias que sejam produtivas. Portanto, o investimento que está a ser anunciado pelo Governo – e por Bruxelas, com o Plano Juncker – assenta muito no transporte ferroviário e na articulação das plataformas com vários modos de transporte que, neste momento, ainda estão em falta. Assim, vejo esse anúncio de investimento como extremamente positivo porque, mais cedo ou mais tarde – e, na minha opinião, já começa a ser tarde – o Plano Juncker e a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) têm de chegar ao terreno e nós, europeus, estamos a demorar demasiado tempo a resolver os nossos problemas. Estamos muito preocupados com outros problemas e facilmente deixamos de dar atenção a outros aspectos que acabam por ser adiados e, depois, não chegam a ser concretizados. A crise financeira iniciou-se nos Estados Unidos em 2008 mas o país já ultrapassou a crise e já está a crescer novamente, enquanto nós ainda estamos a braços com a crise que aí originou. Entretanto, já houve outras crises – a dos refugiados, a do terrorismo – a somar às que nós ainda vivemos. Portanto, é preciso ser mais pragmático e mais incisivo no tratamento das soluções e, efectivamente, é preciso implementar esses planos, em termos de investimento público que seja reprodutivo. A iniciativa é boa, mas é necessário que chegue ao terreno. Esses planos foram anunciados há mais de seis meses mas ainda pouco ou nada se sente. O programa Portugal 2020 é outro programa que considero muito positivo, mas foi anunciado pelo Governo em Novembro de 2014 e só agora se sentem os efeitos, mais de um ano depois. Assim, tanto no que se refere ao Portugal 2020, como ao Plano Juncker, e ainda o programa que o BCE vai lançar, e que está a começar a ser anunciado por Mario Draghi, no sentido de injectar dinheiro na economia, para evitar que a economia europeia entre em deflação. Não podemos esquecer-nos do exemplo do Japão, que entrou em deflação e levou mais de 20 anos para sair dessa situação.

    O Governo tem mostrado que está a tentar impulsionar o sector da reabilitação urbana. É um sector que, dinamizado, poderá ter interesse para a Cinclus?

    Tem muito interesse, porque a Cinclus actua no sector imobiliário e, em especial, no sector da reabilitação, onde temos, de momento, muito trabalho. Temos vários contratos de reabilitação em Lisboa e também alguns contratos, em menor número e de menor dimensão, no Porto. O sector da reabilitação necessita de ser impulsionado em Portugal pois precisamos desesperadamente dele. Neste momento, verificamos que é um sector muito vibrante em Lisboa. Em Lisboa, o mercado imobiliário, em particular o da reabilitação, está a apresentar um grande dinamismo mas não tem paralelo no resto do país. Verifica-se algum dinamismo no Porto, com projectos em número e dimensão muito menores do que os projectos que existem em Lisboa mas pouco se vê no resto do país. Quem olha para o Centro Histórico de Coimbra, que é espantoso, vê que está completamente deserto. Portanto, é preciso manter, acarinhar e, inclusivamente, impulsionar as políticas que sustentem a reabilitação urbana, nomeadamente políticas de beneficiação fiscal a quem investe nesses sectores, e políticas de atracção do capital estrangeiro. Se, por um lado, 2015 foi o melhor ano desde o início da crise para o sector imobiliário, 80% do investimento e das transacções que se fizeram nesse sector no país, teve origem estrangeira. É exactamente disso que a nossa economia precisa. Temos de recapitalizar o país e as empresas e isso não pode ser feito sem a captação de investimento estrangeiro. Nessa medida, todas as políticas que possam ser tomadas, são bem vindas – a política dos “Vistos Gold”, a política do residente não habitual, as políticas de benefícios fiscais atribuídos a quem faz investimentos dentro das zonas de intervenção prioritária. É fundamental também que sejam complementadas, nomeadamente com políticas de relançamento do arrendamento urbano, e com políticas de incentivo ao estabelecimento de rendas controladas, de habitação com custos controlados, para que consigamos ter cidades equilibradas, com os vários níveis de estratificação social equilibrados, porque não podemos permitir que, de repente, um centro histórico que estava vazio e abandonado se transforme num centro histórico elitista onde só as camadas mais altas conseguem habitar, viver e usufruir. Temos de ter políticas públicas que permitam, de alguma forma, equilibrar os desequilíbrios que a lei do mercado introduz, sendo que eu, com isto, não estou a defender que se limite o funcionamento do mercado. O que estou a defender é que o Estado e as autarquias devem exercer a sua acção de reequilíbrio quando verificam fenómenos de desequilíbrio. Assisti à entrevista do dr. Fernando Medina, na SIC, e concordo inteiramente com ele, quando defende a introdução de políticas de solos e de políticas de arrendamento de custos controlados.

    Como se pode caracterizar, actualmente, o sector da fiscalização em Portugal?

    O sector padece de um mal que é a total ausência da regulamentação. Qualquer empresas pode exercer actividade neste sector, porque ele está completamente desregulamentado e isso introduz uma ausência de barreiras ao exercício da actividade que coloca uma pressão grande em todos os intervenientes neste mercado. Portanto, o que acontece é que, com a ausência de regulamentação e com um mercado em contracção – com reduzido número de oportunidades -, começamos a assistir a um fenómeno de “dumping” de preços e de canibalização do mercado que, necessariamente, conduzem a desfechos muito negativos, na medida em que as empresas começam a concorrer fundamentalmente pelo preço e isso leva à redução de salários dos profissionais do sector e de índices de desempenho e do nível de satisfação do serviço muito baixos, que acabam por ser reverter contra quem actua no sector. Os clientes, tendo uma má prestação por parte de quem contratam, concluem que não vale a pena contratar uma empresa de fiscalização porque conseguem fazer o mesmo trabalho sem contratar nenhuma empresa. Isto assiste-se fundamentalmente no sector público. No sector privado, quando um cliente contrata um gestor de empreendimentos, uma fiscalização de obra, define bem aquilo que quer e exige de quem contrata. Assistimos a uma maior preocupação no sector privado relativamente às práticas de “dumping” de preços e de preços anormalmente baixos. O mesmo não acontece no sector público, onde assistimos a um agravamento dessas políticas de “dumping” de preços e verificamos que, nos concuros públicos, o único critério de adjudicação é o preço, com uma agravante – cada vez mais são as empresas que praticam os preços anormalmente baixos e são cada vez mais os casos de clientes que aceitam as justificações para a utilização destes preços. Isto está a causar problemas graves no funcionamento do mercado. Felizmente, temos alguns clientes públicos que reconhecem isso e começam a não dar contributos nesse sentido, estabelecendo critérios de avaliação de propostas que não assentem exclusivamente no preço e valores-base para os concursos que sejam justos. O que se verifica, em muitos casos, é que o preço-base estabelecido é, já por si, demasiado baixo e, depois, há tradicionalmente algumas empresas que, independentemente do trabalho, do concurso e do cliente, apresentam um cêntimo acima do preço anormalmente baixo, apenas para não terem de justificar. Quando os clientes apresentam preços baixos estão a dar incentivos para que se pratique uma política de “dumping” de preços. Isso tem de se reflectir nas empresas porque, das duas uma, ou as empresas reduzem os salários que pagam aos profissionais, ou não cumprem com o cliente ou com os profissionais. Ou então assumem prejuízos, uma situação que é insustentável quando mantida com alguma duração. Efectivamente, sou algo crítico deste novo Código de Contratação Pública (CCP)- não que ele seja limitativo, pois é bastante flexível na sua aplicabilidade e, portanto, dá bastante margem de manobra ao cliente para que este organize os concursos como entender – uma vez que não permite uma série de circunstâncias que deviam ser consideradas. Não permite que seja avaliada a experiência curricular dos profissionais ou das empresas, não permite que os clientes levem em consideração o mau desempenho que tenham tido no passado com determinada empresa ou profissional e, portanto, o CCP acaba por ser bastante nocivo. No sector dos serviços de engenharia, já foram experimentados vários modelos e chegou-se à conclusão, já há bastante tempo, de que o modelo que melhor funciona para o mercado é o modelo em que o preço-base determina o valor mínimo e não o máximo, que é o que temos actualmente.

    De que regulamentação precisa este mercado tão particular?

    A regulamentação associada ao acesso e ao exercício da actividade. Para qualquer pessoa conduzir, tem de tirar a carta de condução e, mesmo assim, não fica habilitada a conduzir qualquer veículo. Na gestão de empreendimentos e fiscalização de obra, qualquer um pode fazer qualquer coisa. Necessitamos de mecanismos que impeçam ou penalizem o exercício do “dumping” de preços.

    No contexto internacional também se verificam estes desafios?

    Com excepção da América do Norte e do Médio Oriente, verificamos um arrefecimento da actividade em praticamente todas as geografias. Começamos a assistir, no mercado externo, a um aumento das dificuldades na obtenção de trabalho, ao aumento da concorrência e, nesse sentido, sentimos que o desafio aumenta no mercado internacional. Não são as mesmas dificuldades que sentimos em Portugal, pois cada geografia tem os seus próprios obstáculos, mas sentimos um arrefecimento muito grande nas geografias que, tradicionalmente, têm maiores afinidades com Portugal, nomeadamente os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), e isso está a afectar as empresas portuguesas. Não estamos a ser significativamente afectados por esse abrandamento, fundamentalmente porque temos pouca exposição a Angola e a África, no geral, e a expressão que temos no Brasil ainda é relativamente reduzida. Assim, estando a operar num nicho de mercado, e sendo esse mercado muito grande, acabamos por conseguir obter algumas oportunidades que nos permitem ir fazendo o nosso caminho, independentemente da recessão. Em Angola, não estamos a ser muito afectados pela crise que, infelizmente, se instalou, porque concluímos no país um grande projecto e só depois se abateu a crise – num momento de interregno. Isso fez com que nós, praticamente, não sofrêssemos nada com esta situação. Continuamos a estar presentes neste mercado, em que acreditamos muito – Angola é a segunda maior economia de África Subsaariana e, portanto, tem muitas riquezas e uma grande necessidade de estruturas e, a meu ver, tem um enormíssimo potencial. Há vários problemas internos a resolver, mas também vejo como muito positiva a ajuda que o país pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que, fundamentalmente, para além do apoio financeiro que pode dar, vai introduzir algumas regras de funcionamento de mercado e alguma transparência adicional que, seguramente, irão ajudar.

    Por outro lado, uma imposição por parte do FMI relativamente à diversificação da economia angolana poderá também significar novas oportunidades…

    Defendo que os povos lusófonos deveriam trabalhar melhor em conjunto e deveríamos dar as mãos também a quem fala espanhol porque, quem fala português e espanhol, cobre uma área muito significativa do globo. Se trabalhássemos melhor em conjunto, beneficiaríamos todos muito, uma vez que tiraríamos partido dos diferentes ciclos que afectam todas estas economias diversas. As crises representam oportunidades e esta representa uma grande oportunidade a esse nível. Estamos a abrir-nos ao investimento angolano, Angola deve abrir-se também ao mercado – e essa será, provavelmente, uma das imposições do FMI. As regras de mercado têm de funcionar e, se Angola estiver mais receptiva ao investimento estrangeiro, se tiver menos receio do controlo que o capital estrangeiro pode trazer, pode beneficiar enormissimamente. O investimento estrangeiro ajuda a diversificar a economia e Angola não tem de ter a dependência que tem do petróleo, pois tem um potencial agrícola, mineiro, agro-industrial e turístico enormes, que não estão a ser minimamente explorados porque não estão criadas condições suficientes de abertura, de segurança, de movimento de capitais que potenciem essa circunstância. Há aí um potencial muito grande por atender. Mesmo com o Brasil, a crise devia ser explorada também nesse sentido. Devíamos estreitar os laços com o Brasil, os brasileiros não devem ver-nos como uma ameaça, uma vez que não temos dimensão para ameaçar ninguém, mas podemos beneficiá-los enormemente por toda a experiência que temos em Portugal. Também aí, podemos ajudar a criar algum contraciclo entre geografias. Podíamos ter uma relação como a que o Reino Unido tem com os Estados Unidos.

    Uma espécie de “commonwealth” lusófona?

    Sim. Uma espécie de “commonwealth” em que todos beneficiem. Naturalmente que, para isto, é necessário existir tradição, transparência e uma série de regras que levam tempo a maturar e, esse, é um dos grandes legados que os britânicos deixaram às suas ex-colónias: um padrão de organização e de funcionamento que acabou por ser adoptado e seguido. Infelizmente, nós não conseguimos concretizar algo semelhante, mas ainda vamos a tempo. Há muito trabalho que tem sido feito nesse domínio, até pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

    A presença da Cinclus em Angola permitiu à empresa operar noutras geografias da região?

    Não chegámos a fazer isso. Estamos a trabalhar em Angola, para Angola. Neste momento, temos presença em Angola, no Brasil e no Perú. Estamos a olhar para outros mercados, nomeadamente Moçambique, Colômbia e Cabo Verde e não enjeitamos executar projectos noutras geografias, desde que a dimensão o justifique, que é o que está actualmente a acontecer connosco na Roménia. Apesar de a Cinclus já ter 33 anos, é uma PME relativamente à dimensão do mercado global. Iniciámos o nosso processo de internacionalização relativamente tarde, em 2009, o que significa que ainda não nos vemos na situação de utilizar uma geografia para alcançar outras geografias. Pode ser que não estejamos longe dessa situação, na medida em que estamos a redefinir a nossa estratégia para Angola e, portanto, este mercado pode passar a ser uma plataforma para chegar a outros mercados, mas ainda não estamos nesse ponto.

    Relativamente ao Brasil, a instabilidade política e as previsões de cenários de crise, preocupam-no?

    Naturalmente, preocupam-me, mas não achamos que haja motivo para alarme, tendo presente o poscionamento que temos nesse mercado. No Brasil, iniciámos a actividade com a aposta no sector privado e, portanto, estamos a actuar principalmente ao nível do sector dos centros comerciais e do sector imobiliário, focando-nos fundamentalmente em São Paulo. Como estamos num mercado com uma grande dimensão e concorrência, temos uma quota de mercado muito pequena. Por isso, não consideramos que existam motivos de alarme. Também estamos a fazer o nosso trabalho com uma grande contenção de custos ao nível do investimento que estamos a fazer e, portanto, com uma grande competitividade em termos do nível da relação qualidade-preço dos serviços que apresentamos. Consideramos que não há motivo de alarme mas, naturalmente, estamos apreensivos, porque sente-se claramente a contracção no investimento e a quase total debandada de investimento estrangeiro. Mas o Brasil é uma grande economia, com a capacidade de relançamento que as grandes economias têm. Contrariamente àquilo que está a acontecer neste momento em Portugal, onde, depois de aplicadas as medidas de austeridade, a economia leva muito tempo a recuperar, a economia brasileira, face à sua grande dimensão, tem uma capacidade de reacção igualmente grande. O Brasil já atravessou muitas crises, já teve picos negativos e positivos muito pronunciados, e a sua economia reage muito rapidamente, quer para o bem, quer para o mal. Estou convencido e esperançado que o Brasil vai ultrapassar esta crise com relativa rapidez. Aliás, são muitas as notícias a circular na imprensa, dando nota que este é o momento de investir no Brasil, nomeadamente no imobiliário. A maior aposta que estamos a fazer é no Brasil, sem dúvida.

    Continuaremos a fazer a nossa aposta no Brasil e na América Latina, e permanecemos convictos de que África é uma boa alternativa. Temos que esperar por alguma estabilização, pois Angola está a conhecer algum momento de grande instabilidade, Moçambique também atravessa um momento de instabilidade, mas continuamos a acreditar que o continente africano detém grandes oportunidades. Todavia, o continente sul-americano, apesar de um maior nível de concorrência, continua a ter maior maturidade, representando oportunidades mais seguras. Isto não signfica que sejam mercados fáceis. A experiência que estamos a ter no Brasil e no Perú mostra-nos que são dois mercados bastante difíceis e muito diferentes. O balanço que faço do nosso investimento no Brasil é positivo.

    E o mercado peruano?

    Não lhe sei dizer se não é mais difícil que o brasileiro. É um mercado muito conservador, muito burocrata, com muito menor dimensão e menos oportunidades. Com outras dificuldades face ao Brasil, mas igualmente difícil.

    Na sua opinião, como é avaliada a engenharia portuguesa no mercado internacional?

    Somos muito conhecidos nos PALOP e em África, mas somos pouco conhecidos lá fora. Quem quiser fazer obras num país dos PALOP, recorre aos portugueses. O que acho é que, na grande maioria dos casos, quem não conhece a engenharia portuguesa, fica agradavelmente surpreendido quando trabalha com portugueses porque a qualidade da nossa engenharia é muito alta. Quando me cruzo com estrangeiros que trabalharam com empresas portuguesas, eles reconhecem a nossa competência e a nossa capacidade de adaptação. O balanço que fazem, normalmente, é bastante positivo. Infelizmente somos pouco conhecidos. Com a entrada da “troika”, a decisão que se tomou foi de deixar cair o sector da construção e a engenharia nacionais e pouco se fez para defender esse sector.

    Ao mesmo tempo, parte da opinião pública considera que é um dos sectores responsáveis pela intervenção da “troika” no país…

    Na minha opinião, essa é uma ideia infundada e indevida, porque quem criou o sobreendividamento no país não foi o sector da construção, mas sim a banca. Quem beneficiou, quem esteve à frente dos grandes projectos, da preparação e da armação dos grandes projectos de investimento público não foi o sector da construção. O sector da construção participou e incentivou, mas quem liderou os projectos foi o sector bancário que se financiou junto de outros bancos europeus e, portanto, o benefício nem sequer ficou em Portugal. Uma parte grande das construtoras esteve a trocar trabalho por dinheiro, não teve grandes lucros com isso. Quem efectivamente beneficiou foi o sector financeiro que conseguiu passar entre os pingos da chuva, não recaindo sobre ele o ónus de todos os desmandos que se fizeram. Esse ónus recaiu sobre o sector da construção, sem que tal se justifique.

    Que sectores podem apresentar impulsos importantes para o sector?

    Há outros sectores que estão a dar contributos também muito positivos: o do Turismo, com o aparecimento de inúmeros hotéis novos ou o da agricultura, onde as infra-estruturas de regadio são fundamentais, e deveriam ser intensificadas – veja-se os bons resultados obtidos com o Projecto do Alqueva. Hoje produzem-se bróculos no Alentejo! O sector da indústria, que necessida de ser muito incrementado e que, com o Portugal 2020 está a conhecer uma nova dinâmica, veja-se o “cluster” aeronáutico de Évora, o “cluster” automóvel e o “cluster” das bicicletas de Águeda, pouco conhecido mas com um percurso ímpar.

    A que atribui os Prémios PME Excelência que já distinguiram a Cinclus por duas vezes?

    Aquilo que nos distingue é, efectivamente, a nossa capacidade de organização e de garantir um nível de serviço com uma relação qualidade-preço que consideramos excelente. Esse é o maior desafio que temos pela frente. Independentemente da geografia onde desempenhamos o trabalho, independentemente da equipa que está a fazer o trabalho, independentemente do tipo de trabalho que esteja em causa – porque actuamos ao nível de qualquer tipo de edifício, de qualquer tipo de infra-estruturas de transporte e de meio ambiente – procuramos conseguir ter o mesmo nível de serviço e de desempenho. Isso só se consegue com procedimentos e rotinas de trabalho, com abordagens sistematizadas e com uma preparação e uma organização que levamos para os nossos projectos. É com grande satisfação que verificamos que, em Portugal, temos fidelizado praticamente todos os clientes com quem trabalhamos, fundamentalmente ao nível do sector privado, onde isso é difícil de fazer. O mesmo tem-se passado também no mercado externo. No final dos projectos, os clientes reconhecem que acrescentámos valor e que repetiriam a nossa contratação. Isso enche-nos de satisfação, especialmente se tivermos em conta que somos uma PME que está a fazer um enorme esforço no sentido de se adequar às novas condições de mercado em Portugal, ao mesmo tempo que investimos e fazemos o nosso percurso internacional.

    Qual será a estratégia da empresa para 2016?

    Este ano, prevemos que o nosso volume de negócios cresça, no mínimo, 10%, com um incremento de 20% na actividade internacional. Isto significa que cresceremos, lá fora, mais do que em Portugal, onde cresceremos menos de 10%. Mas é muito difícil fazer previsões nos dias que correm, porque as regras mudam com extrema rapidez, basta que ocorra um episódio anómalo. Isso dificulta as previsões, mas a estratégia que seguimos vai manter-se porque, em 2011, quando se abateu sobre o nosso país, e sobre o nosso sector da construção, esta crise, tomámos uma decisão que seguiremos rigorosamente e que se refere a estarmos permanentemente em três continentes diferentes, como forma de mitigar os ciclos e contraciclos que as várias economias têm, evitando estar em três ciclos negativos simultaneamente. Queremos continuar a ser um “player” de extrema relevânica em Portugal, e estamos a fazer o nosso percurso. Este ano já crescemos superámos o volume de negócios relativamente ao ano passado. Queremos estar na América Latina e estamos no Brasil e no Perú, onde o nosso volume de negócios está a crescer. Queremos estar em África e, neste momento, estamos a redefinir a estratégia e a fazer um compasso de espera para a poeira assentar, na medida em que as geografias onde estávamos, passam por alguns momentos conturbados. Estamos em Angola e temos tudo preparado para entrar em Moçambique, mas entendemos que ainda não é o momento. Estamos a preparar esse mercado à distância, mas estamos presentes através de um parceiro, e estamos preparados para abordar projectos de grande dimensão em qualquer geografia, desde que faça sentido. Mantemos a estratégia traçada, de apostar em África e na América Latina, continuamos a seguir a estratégia nos países onde já estamos presentes e, acima de tudo, mantemos a estratégia de rápida ajuda e adaptação às necessidades de mercado, no sentido de rapidamente virar a agulha se assim for necessário.

    Que perspectiva para o futuro?

    As perspectivas para o futuro são cada vez mais incertas. Essa é a tendência que se vem intensificando ao longo do tempo. O grau de previsibilidade tem-se reduzido, o que agudiza a necessidade de maior e mais rápida adaptabilidade. Mas, por outro lado, esse problema afecta todos e as medidas que estão a ser implementadas através do Portugal 2020, do Plano Juncker e de outros programas em preparação, com vista ao relançamento da economia global, permitirão abrir novas perspectivas.

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    Porto (imagem cedida pela Remax Portugal)

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    AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros

    Mercado de compra e arrendamento liderado por brasileiros, responsáveis por 44% das transacções, seguindo-se norte-americanos (9%) e angolanos (5%)

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    A Área Metropolitana do Porto (AMP) tem-se afirmado como um polo de atracção de investimento estrangeiro, por se tratar de uma região com características “marcadamente turísticas” e que apresenta “oportunidades” no mercado imobiliário. Segundo dados apurados pela Remax, de Janeiro a Novembro de 2024, a rede registou transacções por parte de clientes estrangeiros em todos os 17 concelhos da AMP, de forma mais acentuada em cinco deles. Em evidência, esteve o concelho do Porto que representou um terço da procura, seguido de Vila Nova de Gaia com um quarto dessa procura. Neste período, estes cidadãos além-fronteiras privilegiaram mais a aquisição de imóveis (51,3%), face ao arrendamento, contudo o equilíbrio foi notório.

    Segundo Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal, “a AMP é uma zona  em expansão que se tem posicionado não só como um destino turístico, mas também na fixação de investimento e residentes não habituais. O segmento habitacional sobressai na procura global de investimento internacional nesta região, pelo que poderá haver um reforço da participação destes clientes durante o ano de 2025, até porque Portugal continua no radar de muitas famílias estrangeiras e investidores”.

    Os dados agora apresentados e relativos aos meses em referência mostram que, por concelho, Porto lidera o ranking da procura estrangeira por imóveis, registando 33,7% do total na região. Seguem-se Vila Nova de Gaia (26,4%), o concelho que mais cresceu nas preferências dos cidadãos além-fronteiras; Matosinhos (11,9%); Maia (7,7%) e Gondomar (6,2%), sendo que este último perdeu a 4ª posição por troca com o concelho da Maia, responsável por uma em cada 13 transacções concretizadas.

     

    Entre os mercados que elegeram a AMP, foram 59 nacionalidades estrangeiras que privilegiaram a aquisição ou arrendamento de imóveis na região. Em destaque os clientes brasileiros, responsáveis por 44% das transacções, um aumento de quase dois pontos percentuais (p.p.) face a igual período 2023. Já os clientes norte-americanos representaram 9% das transacções e os angolanos 5%. Israelitas e ucranianos com cerca de 4% das transacções cada, ocuparam a 4ª e 5ª posição, respectivamente.

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    Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025

    Painel do 72º Barómetro do IPDT prevê até 33 milhões de hóspedes e 6,5 MM€ em proveitos. Segundo Jorge Costa, presidente do IPDT, “Portugal continua a beneficiar da percepção de ser um destino seguro e acolhedor, o que se traduz num activo estratégico para atrair turistas internacionais”

    CONSTRUIR
    tagsIPDT

    Os resultados da 72ª edição do Barómetro do Turismo do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) revelam uma expectativa “optimista” para o desempenho do turismo nacional em 2025. Os profissionais do sector apontam para um crescimento sustentado nos principais indicadores, mas destacam adicionalmente desafios que exigem respostas estratégicas.

    Esta nova edição do IPDT decorreu entre 4 e 18 de Outubro de 2024, reunindo 45 respostas válidas, de um painel de 175 profissionais em funções de direcção e administração em várias áreas que integram o sector do turismo.

    No que diz respeito ao número de hóspedes, 56% dos membros do painel antecipam para 2025 um crescimento para valores entre 30,1 e 33 milhões, superando os 30 milhões registados em 2023. As dormidas apresentam igualmente um cenário promissor, com 78% dos inquiridos a projectarem indicadores entre 75,1 e 81 milhões. Este contexto sugere não apenas uma maior procura, mas também uma possível extensão na duração média das estadias. Quanto aos proveitos globais, 80% dos especialistas do IPDT esperam para este ano números entre os 5,6 e 6,5 mil milhões de euros.

    Relativamente aos factores que terão um impacto mais positivo no desenvolvimento do turismo nacional em 2025, a melhoria contínua da oferta e dos serviços foi considerado o mais relevante, com 44% das respostas. Seguem-se a segurança e a estabilidade política e social, referidas por 42% dos inquiridos do IPDT. As infraestruturas, acessibilidades e a mobilidade aérea foram valorizadas por 36% dos inquiridos, sublinhando a necessidade de modernizar e melhorar as redes de transporte e promover uma mobilidade eficiente e sustentável. Por fim, as condições económicas e financeiras favoráveis, também mencionadas por 36% dos especialistas, reflectem a importância de um contexto macroeconómico estável para a atractividade do sector turístico.

    Para Jorge Costa, presidente do IPDT, “a previsão do aumento do número de hóspedes, dormidas e proveitos globais para 2025 reflecte o potencial de crescimento sustentado do turismo nacional. Para concretizar este potencial, será fundamental continuar a investir na qualidade das experiências turísticas, adaptando-as às actuais exigências dos viajantes”. E acrescenta: “Num contexto global marcado por incertezas económicas e geopolíticas, Portugal continua a beneficiar da percepção de ser um destino seguro e acolhedor, o que se traduz num activo estratégico para atrair turistas internacionais”.

    Apesar do cenário encorajador e positivo, o sector enfrenta desafios que podem condicionar o seu desenvolvimento em 2025. A escassez de recursos humanos qualificados destaca-se como o principal desafio, referido por 51% dos inquiridos. Segundo o Barómetro, o aumento dos preços e a inflação, apontados por 40% dos especialistas, representam outro obstáculo relevante. A recessão económica e a conjuntura internacional, identificadas por 33% do painel, e os conflitos internacionais e a instabilidade geopolítica, mencionados por 29% dos respondentes, evidenciam o impacto de fatores externos no desempenho do sector, nomeadamente no que respeita à dependência da mobilidade e das relações globais.

    Os especialistas alertam ainda para desmistificação da percepção de “overtourism”, que começa a ganhar visibilidade em alguns destinos nacionais. Os resultados do IPDT evidenciam que 80% dos inquiridos classificam esta questão como “importante” ou “muito importante”, sublinhando a necessidade de respostas coordenadas e eficazes a curto prazo. Neste ponto, o combate à desinformação, defendido por 58%, surge como a principal prioridade, implementando-se estratégias de comunicação mais transparentes e acessíveis que promovam um entendimento mais realista e contextualizado dos impactos do sector.

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    Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate

    A MAP Real Estate anunciou a nomeação de Matilde Mendes como directora de Desenvolvimento. A empresa é uma das seis entidades que compõem o MAP Group, grupo que assumiu uma nova estrutura empresarial no final de 2024 

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    Com uma sólida experiência em análise e gestão de projectos no sector imobiliário, Matilde Mendes já colaborou com empresas como Norfin, Hipoges, Casavo, CBRE Portugal e Dils. Formada com Mestrado Integrado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, com especialização no perfil de Construção, Matilde complementou a sua formação com cursos em prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo na actividade imobiliária, bem como em modelação financeira pela Nova School of Business and Economics, Executive Education.

    A sua experiência, que vai desde a gestão de projectos de construção até à direcção de obra, juntamente com a sua visão estratégica, foram factores determinantes para esta escolha. O MAP Group acredita que a Matilde será uma peça-chave para fortalecer a presença da MAP Real Estate no mercado.

    “A minha missão na MAP Real Estate será a de criar valor e inovação, não apenas nos projectos que lideramos, mas também na forma como impactamos o mercado imobiliário. Estou muito motivada para trazer uma abordagem estratégica e focada em resultados, que permita consolidar a posição da MAP Real Estate como referência no sector”, afirma Matilde Mendes.

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    Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones

    O índice baseia-se na Avaliação de Sustentabilidade Empresarial Global da S&P, que avaliou o desempenho global de sustentabilidade da Signify e atribuiu à empresa a pontuação de 79 em 100

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    A Signify foi incluída no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones pelo oitavo ano consecutivo. O índice baseia-se na Avaliação de Sustentabilidade Empresarial Global da S&P, que avaliou o desempenho global de sustentabilidade da Signify e atribuiu à empresa a pontuação de 79 em 100.

    “Sentimo-nos honrados por sermos incluídos no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones, o que acontece desde o ano em que nos tornámos Signify. Este é o reconhecimento do nosso inabalável compromisso em ter um impacto positivo na sociedade e no ambiente. No início deste ano, apresentámos o nosso Plano de Transição Climática 2040 net-zero, que reafirma o nosso foco em explorar o extraordinário potencial da luz para melhorar vidas e promover a sustentabilidade junto dos nossos clientes e da indústria em geral”, afirma Eric Rondolat, CEO da Signify.

    A Signify obteve pontuação total (100/100 a 2 de Setembro de 2024) em 47 categorias, incluindo os Objectivos de Redução de Emissões, Produtos de Baixo Carbono, Eficiência de Recursos, Avaliação do Ciclo de Vida, Consumo de Energia, Gestão de Riscos e Mitigação e Remediação de Direitos Humanos. No quarto ano do programa de sustentabilidade de cinco anos, Brighter Lives, Better World 2025 da Signify, a empresa mantém o objectivo de aumentar para o dobro o ritmo do cenário de 1,5°C do Acordo de Paris, bem como duplicar as suas receitas de Circular e Brighter lives.

    A Signify tem estado na linha da frente da transformação e a rápida descarbonização da indústria de iluminação através de soluções LED energeticamente eficientes, circulares e inovações em iluminação conectada. Em Julho, a empresa anunciou o seu Plano de Transição Climática para 2040, estabelecendo um plano detalhado para atingir o seu objectivo de emissões líquidas nulas, validado pelo SBT. Desde 2019 a Signify já reduziu as emissões de gases com efeito de estufa em toda a cadeia de valor em 50% e continua a defender a eficiência energética e a aceleração da transição energética.

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    Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal

    Com esta aquisição, a Porta da Frente Christie’s fortalece a sua presença nas regiões de Lisboa e Cascais, onde as lojas e a marca Piquet serão integradas na estrutura e identidade da empresa portuguesa

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    A Porta da Frente Christie’s, mediadora com quase três décadas de experiência no mercado imobiliário de luxo em Portugal, anuncia a aquisição de 50% da operação em Portugal da Piquet Realty, mediadora com origem norte-americana e sede em Miami, e com forte presença em mercados de gama alta no Brasil.

    Com esta aquisição, a Porta da Frente Christie’s fortalece a sua presença nas regiões de Lisboa e Cascais, onde as lojas e a marca Piquet serão integradas na estrutura e identidade da empresa portuguesa.

    “Este é um passo estratégico essencial para fortalecer a nossa presença em mercados-chave. A sinergia com uma marca de DNA norte-americano e com forte proximidade ao mercado brasileiro é, sem dúvida, a melhor forma de fortalecer a nossa liderança nestes dois mercados. Este investimento da Porta da Frente é um claro sinal da aposta que estamos a fazer no crescimento e reforço da liderança da Porta da Frente no segmento premium em Portugal “, sublinha João Cília, CEO da Porta da Frente Christie’s.

    Marlos Gonçalves, CEO da Piquet Realty Portugal, reforça que “esta colaboração é o encontro entre duas marcas com visão e ambição partilhadas. Estamos entusiasmados em juntar forças e proporcionar um serviço ainda mais distinto e personalizado aos nossos clientes em Portugal, com o reforço da estrutura e know-how da Porta da Frente”.

    Com a integração das equipas, prevê o aumento do número de consultores especializados. Paralelamente, a parceria reforça o compromisso com a excelência no mercado imobiliário de luxo e a consolidação da posição de ambas as marcas como líderes no segmento premium em Portugal.

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    Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira

    “É uma operação de elevada importância estratégica, muito importante para a Cidade e para o Município de Aveiro. Este é um terreno que a CMA vendeu em 2023, por 2,5 milhões de euros, com o objetivo principal de possibilitar a construção de uma Residência Universitária de Estudantes”

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    A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) informa que vai ter início, no próximo dia 13 de janeiro (segunda-feira), a obra de construção de uma nova Residência Universitária, no terreno junto ao Seminário, à antiga Reitoria da Universidade de Aveiro e ao Hospital Infante D. Pedro, que vai permitir a criação de 219 quartos para Estudantes desta Universidade e que vai incluir uma bolsa de estacionamento público, com 68 lugares à superfície e 124 lugares em cave. Esta operação, liderada pela empresa Coordenada Decisiva, vai contar ainda com uma área comercial com 840 m2, onde está prevista a instalação de um equipamento de restauração e bebidas, com esplanada e uma zona de espaços verdes com 1.306 m2.

    “É uma operação de elevada importância estratégica, muito importante para a Cidade e para o Município de Aveiro. Este é um terreno que a CMA vendeu em 2023, por 2,5 milhões de euros, com o objetivo principal de possibilitar a construção de uma Residência Universitária de Estudantes, dando um contributo para aumentar a oferta do mercado para habitação estudantil, numa zona de localização privilegiada. Trata-se de uma ação que faz parte do Plano de Desenvolvimento Habitacional do Município de Aveiro, que tem como objetivo ajudar à boa regulação do mercado de habitação no Município, concretizando-se por um relevante investimento privado total de cerca de 12 milhões de euros”, afirmou o Presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves.

    Durante o período da obra, que tem um prazo previsto de 14 meses, o estacionamento existente, junto ao Seminário, à antiga Reitoria da Universidade e ao Hospital de Aveiro, é desativado, sendo que o novo estacionamento será aberto ao público logo que possível, perspectivando-se que a ativação e o funcionamento das três valências do edifício – Residência Universitária, Parque de Estacionamento e Unidade Comercial – ocorra em meados de 2026.

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    Worx: Optimismo para 2025

    Com o fecho do ano de 2024, a Worx Real Estate Consultants apresenta as conclusões finais da actividade do mercado imobiliário em 2024 e dá a conhecer as suas perspectivas para o desenrolar do ano de 2025

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    A primeira nota vai para o balanço positivo de 2024, transversal a todos os sectores, com a consultora a destacar o mercado de arrendamento de escritórios de Lisboa, com mais de 204.000 m2 colocados, valor que representa igualmente um aumento notável de 77% na procura face a 2023, e os 2.300 milhões de euros de investimento no imobiliário comercial.

    Pedro Rutkowski, CEO da Worx, fala de como o imobiliário soube, mais uma vez, superar-se em 2024, e demonstrar a sua resiliência face ao enquadramento económico-financeiro, depois de um ano de actividade mais fraca como foi 2023. Antevê que “2025 comece em nota positiva, com o contexto financeiro cada vez mais favorável e uma mão cheia de oportunidades de investimento em Portugal, seja em que sector for”, sublinha o CEO da Worx.

    O quarto trimestre do ano assinalou a maior transacção do ano, com a aquisição do Projecto Athos composto por diversos supermercados e stand alones do grupo Os Mosqueteiros, cujo comprador Leadcrest Capital Partners já adquiriu uma participação de 49% num valor que ronda os 250 milhões de euros. Não é, por isso, difícil que o sector do retalho tenha agregado a maior fatia do volume de investimento, com 1.130 milhões de euros, tendo quase duplicado em relação a 2023 e destacando-se como o segundo melhor ano na última década.

    Os sectores hoteleiro e de escritórios acumularam de resto mais de um terço do total do investimento, com 20% e 15% respectivamente. A venda do Conrad Algarve também no final do ano de 2024, comprado pela Quinta do Lago por €150 milhões, foi a operação de maior relevo dentro do sector hoteleiro. O sector de escritórios perdeu protagonismo para outros sectores, mas ainda contou com a operação de relevo da venda da K-Tower à Real IS, totalizando perto de 345 milhões de euros.

    As recentes reduções das taxas de juro conduziram a alguma aceleração da actividade de investimento. No entanto, já é evidente uma redução das diferenças na negociação dos valores de compra e venda, à medida que as condições de financiamento se tornam mais favoráveis. Daí que também se preveja uma recuperação mais substancial em 2025.

    Em termos prospectivos, espera-se um crescimento significativo do investimento nos sectores residencial e logístico, juntamente com uma recuperação contínua da atractividade do sector dos escritórios. Dado que se avizinham novas reduções das taxas de juro, é provável que se verifique uma compressão das yields prime.

    Pedro Rutkowski conclui que “fechamos 2024 com resultados históricos no sector, e olhamos para 2025 de forma optimista, na expectativa de ver os novos projectos que estão a surgir no mercado. Portugal continua a marcar pontos como destino de excelência para investidores e multinacionais, e estamos certos de que vamos manter este nosso posicionamento.”

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    SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura

    “A inovação está no cerne das nossas operações desde que a Schneider Electric foi fundada em 1836. Temos sido pioneiros no sector da electricidade desde a década de 1880, com o nosso inovador fusível fechado sem arco a estabelecer um padrão para a segurança logo em 1905,” afirmou Rohan Kelkar, EVP Power Products da Schneider Electric

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    tagsSE

    As soluções de controlo de motores TeSys e os disjuntores miniatura da Schneider Electric celebram este ano o seu 100º aniversário e cuja inovação tem sido sinónimo de “segurança e fiabilidade eléctricas”.

    Desde a sua criação, as soluções TeSys têm estado na vanguarda do controlo eléctrico e da gestão de energia, estabelecendo o padrão da fiabilidade e do desempenho. As recentes inovações no que toca à sua segurança, sustentabilidade e desempenho tem garantido uma fiabilidade incomparável dos motores, integrando a digitalização e a electrificação para optimizar a gestão de cargas, a gestão de fontes e a manutenção baseada em condições. Os produtos TeSys controlam mais de 40 milhões de circuitos em todo o mundo.

    “A inovação está no cerne das nossas operações desde que a Schneider Electric foi fundada em 1836. Temos sido pioneiros no sector da electricidade desde a década de 1880, com o nosso inovador fusível fechado sem arco a estabelecer um padrão para a segurança logo em 1905,” afirmou Rohan Kelkar, EVP Power Products da Schneider Electric. “É esta sede de inovação que também tem mantido a empresa na vanguarda da agenda da sustentabilidade. Com mais mudanças a acontecer no Mundo ao nosso redor, estou ansioso para ver como a equipa continua a encontrar soluções, mantendo a segurança, fiabilidade e sustentabilidade no coração dos nossos desenvolvimentos”.

    A Schneider Electric também celebra o 100º aniversário do disjuntor miniatura (MCB, na sua sigla em inglês) para casas. À medida que a electricidade se foi tornando cada vez mais central nas nossas vidas, as capacidades do MCB expandiram-se para garantir a protecção das famílias, casas e bens. Localizado no quadro eléctrico de cada casa, o papel do disjuntor residencial nunca foi tão crucial. As novas soluções de quadros eléctricos inteligentes, como o Schneider Pulse nos EUA, ou o Resi9 Energy Center na Europa, são inovações que acrescentam outra camada de segurança e inteligência às casas, que agora estão equipadas com dispositivos adaptados ao novo cenário energético e às energias renováveis.

    “Com mais de 100 anos de inovação em protecção e instalações eléctricas, na Schneider Electric estamos empenhados em capacitar os nossos clientes a todos os níveis. As nossas inovações recentes, centradas na electrificação e digitalização, permitem a todos enfrentar os desafios actuais das crises climática e energética,” indicou Michael Lotfy Gierges, EVP Home & Distribution da Schneider Electric.

    Por outro lado, a fonte de alimentação ininterrupta (UPS) da APC da Schneider Electric celebra também agora o seu 40º anversário. A UPS da APC, empresa adquirida pela Schneider Electric em 2007, tem registado avanços significativos e é crucial para as operações de TI, à medida que as pressões sobre a infraestrutura aumentam. Com o crescimento global dos Data Centers a duplicar de 212,53 mil milhões de dólares em 2023 para 437,33 mil milhões de dólares em 2030, a procura por infraestruturas de TI resilientes e de protecção energética através da tecnologia das UPS está a aumentar.

    Recentemente reconhecida como a empresa mais sustentável do mundo pela revista TIME, a Schneider Electric continuará a impulsionar a inovação em prol de um futuro sustentável.

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    União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos

    Aberto a arquitetos de todo o mundo, nascidos a partir de 1 de janeiro de 1989. Os trabalhos vencedores serão apresentados numa exposição na Bienal de Veneza de Arquitetura 2025

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    A União Internacional dos Arquitetos (UIA) lançou um concurso internacional de ideias destinado a inspirar e capacitar jovens arquitectos para assumirem um papel de liderança na concepção urbana participativa.

    Esta iniciativa está em consonância com o tema do Dia Mundial da Arquitectura 2024 da ONU-Habitat: Empowering the Next Generation in Participatory Urban Design”, sublinhando o papel fundamental dos jovens arquitectos na criação de ambientes sustentáveis e inclusivos para as gerações futuras.

    Segundo a UIA esta iniciativa pretende promover a “inovação e a colaboração” entre a próxima geração de arquitectos. “Através da sua participação, os jovens profissionais podem dar contributos significativos para o desenvolvimento qualitativo dos sítios da UNESCO e inspirar a criação de ambientes urbanos resilientes, inclusivos e sustentáveis, inspiração esta que se encontra plasmada na Declaração de Kuala Lumpur”.

    Aberto a arquitectos de todo o mundo, nascidos a partir de 1 de Janeiro de 1989, inclusive, o concurso incentiva a apresentação de soluções inovadoras para os desafios contemporâneos, em especial os que afectam os sítios do Património Mundial da UNESCO num contexto urbano. A participação de equipas multidisciplinares é bem-vinda, com a condição de que os responsáveis da equipa sejam arquitectos qualificados no seu País de residência ou de origem.

    Os vencedores serão anunciados numa cerimónia de entrega de prémios e participarão numa mesa-redonda realizada no Palazzo Zorzi – Gabinete Regional da UNESCO para a Ciência e Cultura na Europa, em Veneza. Os seus trabalhos serão, também, apresentados numa exposição no início do ano e apresentados numa exposição na Bienal de Veneza de Arquitetura 2025.

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    Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills

    Savills reforça departamento de Building and Project Consultancy & Architecture com duas novas contratações. Filipa Vozone junta-se como Project Management Associate e Luís Alves assume a liderança da área de Due Diligence e Technical Management

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    Filipa Vozone e Luís Alves acabam de integrar o departamento de Building and Project Consultancy & Architecture onde irão assumir posições estratégicas e contribuir para a expansão e inovação das áreas que lideram. Filipa Vozone junta-se como Project Management Associate, trazendo consigo a missão de consolidar a área de Project Management e lançar o segmento de hospitality no departamento. Por sua vez, Luís Alves assume a liderança da área de Due Diligence e Technical Management.

    Filipa Vozone conta com mais de duas décadas de experiência profissional como gestora de projectos imobiliários. Liderou projectos nos segmentos da hotelaria, escritórios e habitação, desde a fase inicial de concepção até à entrega final. A sua formação inclui uma licenciatura em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, uma pós-graduação em Gestão de Projectos pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, o Curso Geral de Gestão pela NOVA School of Business & Economics e ainda uma certificação como Project Management Professional (PMP) pelo Project Management Institute.

    Luís Alves apresenta mais de duas décadas de experiência, é licenciado em Engenharia Civil e membro sénior da Ordem dos Engenheiros. A sua trajectória destaca-se pela liderança de equipas multidisciplinares em projecto, fiscalização e direcção de obra, desenvolvimento de áreas de negócio e pela sua capacidade de estabelecer relações sólidas com clientes e parceiros.

    “A Filipa e o Luís trazem uma combinação única de experiência, competências e visão estratégica. Ao longo das suas carreiras, demonstraram ser líderes inspiradores, capazes de transformar desafios em oportunidades. Estou confiante de que a sua contribuição será determinante para fortalecer a nossa capacidade de entrega e elevar ainda mais o padrão de excelência dos nossos projectos. A Savills continua a investir em talento, reafirmando o compromisso com os clientes e a responder de forma ainda mais eficaz aos desafios do mercado”, justifica Joana Rodrigues, BPC & Architecture Director da Savills.

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