Retalho de luxo continua em crescimento na região EMEA
A Cushman & Wakefield sublinha ainda que a tendência de maior interesse no mercado de rua em Portugal deve manter-se ao longo de 2014
Ana Rita Sevilha
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De acordo com a mais recente informação divulgada pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield, a procura de lojas de luxo no mercado europeu registou uma evolução muito positiva entre Janeiro e Junho de 2013, com as rendas prime a subirem 5,7%. Segundo a mesma fonte, este aumento das rendas nas principais localizações de luxo na Europa superou claramente a evolução registada nas zonas de retalho mass market, que se cifrou em apenas 1,3%.
Segundo Marta Esteves Costa, associate e directora de research & consultoria da Cushman & Wakefield em Portugal, “o mercado de retalho na Europa tem-se fortalecido devido à ligeira melhoria sentida nas principais economias. As localizações de luxo foram as principais impulsionadoras do crescimento das rendas comparando com as localizações de retalho mass market, que embora tenham igualmente crescido, não o fizeram de uma forma tão evidente como as primeiras. O turismo continua a ter um importante papel nesta evolução positiva do retalho de luxo, tendência que deve manter-se no futuro, particularmente nas principais cidades europeias”.
A Europa continua portanto a ser um mercado de extrema relevância para as marcas de luxo internacionais, contribuindo com 30 a 40% para o total das vendas a nível mundial. França, Reino Unido, Itália e Suíça são os mercados com maior peso nas vendas a nível europeu, sendo também nestas localizações que estão instaladas as fábricas das principais marcas.
A localização para retalho mais cara na Europa voltou a ser a avenida dos Champs-Élysées em Paris, ond, como revela a consultora, se assistiu a um aumento nas rendas na ordem dos 38,5%. No Reino Unido, onde a procura por parte de marcas de luxo internacionais continua a aumentar, as rendas na New Bond Street em Londres aumentaram 15,6%, sendo a segunda localização mais cara da Europa. A Via Montenapoleone em Milão que alberga marcas como Dior, Gucci, Louis Vuitton e Prada, ficou em terceiro lugar, registando um aumento nas rendas de 7,1%.
No que toca à procura por marcas de luxo, França continua a ser o país de eleição – mais de 100 lojas, entre novas aberturas, expansões e remodelações, abriram no país desde 2011. O aumento do fluxo de turistas bem como a limitação da oferta contribuíram para a subida dos preços das rendas, revela a mesma fonte, explicando ainda que o mercado de retalho em Paris tem-se expandido gradualmente das ruas mais emblemáticas para zonas mais residenciais. A zona de Boulevard Saint-Germain/ Rue de Sèvres está a tornar-se mais luxuosa com a abertura de lojas de marcas como a Hermès, Omega, Louis Vuitton, Shang Xia e Berluti. A Boulevard des Capucines, perto da zona da Opera, também está a acompanhar esta tendência com a abertura de lojas como a Bucherer (maior relojoaria de luxo no mundo), a Cartier, a Tag Heuer e a Omega.
No Reino Unido, segundo a Cushman & Wakefield a tendência para o crescimento das rendas foi especialmente visível na localização mais cara do país, a New Bond Street, onde os valores aumentaram mais de 15%. De acordo com a consultora, as localizações como New Bond Street e Sloane Street continuam a atrair e captar muito interesse por parte de retalhistas. Em média existem 10 marcas internacionais a competir por cada loja disponível. Diversos inquilinos procuram agora expandir os espaços que ocupam, com projectos que envolvem a transformação das lojas flagship em espaços com mais do que 1 piso (como a Jimmy Choo ou a Christian Dior), ou expansões resultantes da fusão de espaços localizados em ruas adjacentes (Boodles).
Em Milão, Itália, a Via Montenapoleone é a rua mais cara, registando um aumento nas rendas superior a 7%. Esta localização continua a atrair e despertar um grande interesse por parte dos retalhistas embora já existam alternativas como é o caso da Via Sant’Andrea ou da Via della Spiga. Marcas emblemáticas como a Hermès, a Jaeger LeCoultre, a Moncler e a Pinko instalaram-se recentemente nessa rua italiana, sendo que a Via Sant’Andrea assistiu igualmente a importantes aberturas no ano transato, com a Stuart Weitzman, a Borsalino e a Bottega Veneta a abrirem novos espaços nesta importante artéria da cidade de Milão.
Em Portugal a consultora sublinha que é também visível um maior interesse por parte dos retalhistas de luxo no comércio de rua, em particular na Avenida da Liberdade em Lisboa, o principal destino de luxo do país. A Cushman & Wakefield lembra que nos últimos 12 meses instalaram-se nesta zona importantes nomes do mercado de luxo internacional, como são a Cartier, Max Mara, Marc Jacobs, Miu Miu ou Officine Panerai. No Porto as marcas Max Mara e Hugo Boss abriram também novas lojas sob as insígnias Max & Co e Hugo, ambas na zona dos Clérigos, no recém-inaugurado projecto Passeio dos Clérigos.
A Cushman & Wakefield sublinha ainda que a tendência de maior interesse no mercado de rua em Portugal deve manter-se ao longo de 2014, e mesmo intensificar-se, sendo várias as marcas de luxo que se encontram actualmente em processo de procura de lojas no nosso mercado.
“O impacto na evolução das rendas decorrente desta procura mais intensa foi já sentido em Lisboa ao longo de 2013, e poderá continuar ao longo do ano seguinte. A oferta de lojas de rua nas cidades portuguesas é muito menos elástica que a dos conjuntos comerciais, resultando a escassez de espaços não só num crescimento dos valores praticados, mas também numa extensão das localizações de comércio de rua. Casos destes são o Chiado, onde há muito a procura já não é só limitada à Rua Garret, ou mesmo na Avenida da Liberdade, cujos núcleos de comércio já não se limitam apenas ao coração da Avenida, estendendo-se já a Norte em direcção ao Marquês de Pombal, e a Sul, na direcção da Praça dos Restauradores”, afirma Marta Esteves Costa.
Segundo os últimos estudos da Cushman & Wakefield, a Europa vai continuar a conservar o seu estatuto de maior e mais prestigiado mercado de luxo a nível global no curto-médio prazo, independentemente do recente interesse das marcas por mercados emergentes como a Ásia ou América do Sul.
Também as localizações prime em França, Reino Unido e Itália vão continuar a ser as mais procuradas, e a falta de espaço disponível para arrendamento nestes locais será colmatada pelo aparecimento de novos pontos de interesse nas cidades – muitas vezes adjacentes às principais artérias.