Cushman & Wakefield anuncia quebra de 4% no mercado imobiliário nacional
“O sector de retalho protagonizou o pior resultado do ano, sendo o único com retorno global negativo, (-1,62%)”
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Ana Rita Sevilha
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“O mercado imobiliário em 2011 teve uma quebra estimada de 400 pontos base face a 2010, situando-se nos 0,46%, face aos 4,26% conseguidos em 2010”. Estes são dados do índice Investment Property Databank (IPD) – um índice que analisa o retorno do investimento institucional directo em activos imobiliários, assumindo-se como uma ferramenta de benchmarking ao nível dos principais mercados mundiais, “cujo portfólio se estima representar cerca de 65% do mercado de investimento imobiliário nacional”.
A Cushman & Wakefield (C&W) produz o Business Briefing – Análise IPD 2011, que por sua vez analisa os resultados deste índice em 2011 à luz da actual conjuntura económica e do enquadramento do mercado imobiliário, concluindo sobre o comportamento do sector em 2011 e traçando expectativas sobre a sua evolução futura.
De acordo com uma nota de imprensa enviada ao Construir pela consultora “o sector de retalho protagonizou o pior resultado do ano, sendo o único com retorno global negativo, (-1,62%), quando em 2010 teve uma rentabilidade próxima dos 4%”.
Quanto aos activos de escritórios no portfólio IPD, “foram os segundos mais afeCtados em termos de desempenho, registando um retorno total de 2,38%, face aos cerca de 3,5% conseguidos em 2010”.
Já o sector industrial “teve um desempenho semelhante ao verificado para o sector de escritórios, atingindo um retorno total de 2,31%, mas registou a segunda maior quebra do portfólio, comparando com uma rentabilidade em 2010 de 6,2%”.
A categoria de “outros activos”, que engloba os imóveis residenciais do portfólio, e de outros sectores como a hotelaria, parques de estacionamento ou equipamentos, “teve o desempenho mais favorável de todo o portfólio, com um retorno total de 3,71%, representando ainda assim uma quebra face a 2010, ano em que registou uma performance positiva de 5,48%”.
Segundo Marta Esteves Costa, associate e directora de research e consultoria, “O enquadramento actual não é favorável a uma análise totalmente objectiva do estado do mercado. O reduzido volume de transacções traduz-se numa ausência de comparáveis, dificultando uma estimativa dos valores ‘justos’ dos activos imobiliários. Tendo em conta esta ausência de informação, a análise de indicadores como o IPD atinge maior importância por permitir avaliar o efeito que o actual enquadramento económico está a ter no valor dos imóveis, bem como a estratégia que os investidores institucionais estão a assumir para os seus portfólios.”
Como explica a consultora, a principal causa de perda de valor dos activos imobiliários em Portugal, através do movimento de crescimento das yields, prende-se com a perceção de maior risco por parte dos investidores. Contudo, sublinha, “o desempenho dos activos evidenciou uma gestão mais profissionalizada por parte dos proprietários, que tentaram reduzir despesas operacionais e de investimento, bem como os níveis de desocupação dos activos”.
A C&W revela ainda que “a evolução futura do mercado de investimento imobiliário em Portugal nos próximos anos será marcada pela evolução das yields de mercado, que têm um impacto determinante na rentabilidade global do imobiliário”.
Sendo assim, concluiu, “a evolução da economia nacional e do seu processo de equilíbrio das contas públicas será crucial para aumentar a atractividade e confiança no mercado nacional, trazendo os fluxos de capital necessários a uma retoma do mercado de investimento imobiliário institucional, que se deverá traduzir num decréscimo das yields”.