CBRE destaca aumento de comércio online na Europa durante o Natal
“O nosso estudo sugere que os compradores tiram cada vez maior partido dos progressos da tecnologia móvel, facilidade de entrega e, claro, possibilidade de evitar as multidões próprias destas festividades”
Ana Rita Sevilha
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Segundo o mais recente estudo da consultora imobiliária global CBRE, “os consumidores europeus optaram por fazer mais compras online no ultimo Natal, enquanto as vendas globais no sector de retail se mantiveram inalteradas no mesmo período”.
A análise anual da CBRE sobre as vendas de retail na Europa durante o mês de Dezembro revela que “a actual crise da Zona euro, a quebra de confiança dos consumidores e a ameaça de uma dupla recessão significaram que o comércio durante a época natalícia na Europa estivesse mais uma vez estável, registando-se um crescimento de apenas 0,1% comparativamente ao período homólogo do ano anterior”.
De acordo com a CBRE, “o crescimento das transações de retail foi mais fraco na Zona euro, com um decréscimo de 1,6% em dezembro de 2011, em comparação com o ano anterior, exprimindo o nervosismo dos consumidores nos Estados-Membros. Em contrapartida, na Rússia, os retalhistas beneficiaram de um período natalício bem-sucedido, com um acréscimo de 9,5% nas transações realizadas em Dezembro e de 16,1% nas transações realizadas nas duas últimas semanas do mês, com uma classe média emergente e um aumento do acesso ao crédito a desempenharem um papel cada vez mais relevante. Os retalhistas na Polónia também registaram um período de transações natalícias muito positivo, com uma subida de 8,6% nas vendas globais, comparativamente ao período homólogo de 2010”.
Em Dezembro de 2011, continua a mesma fonte, “o volume de transações de retail no Reino Unido também ultrapassou as expectativas, registando um aumento de 2,6% comparativamente ao período homólogo do ano anterior. Este foi um desempenho sólido, mas possivelmente previsível, considerando que as transações de Natal de 2010 foram influenciadas pelo clima (as baixas temperaturas foram precedidas por um Outono ameno que adiou as compras de vestuário para Dezembro), bem como pelos saldos antecipados e reduções de preços. Contudo, estas condições foram semelhantes em muitos outros países, sem que os mesmos tivessem apresentado resultados tão sólidos”.
Após o período de comércio da época natalícia de 2010, a CBRE “verificou uma variação nos padrões de compra, com destaque para o acentuado crescimento das vendas online, por comparação ao crescimento sólido, mas lento, das transações totais de retail na Europa. Desde então, as transações globais de retail abrandaram e, subsequentemente, entraram em terreno negativo. Porém, o comércio online continua a crescer a uma taxa de cerca de 8% para os países da União Europeia (UE-27)”.
O estudo da CBRE identifica ainda “significativas diferenças por país em termos do número de consumidores que utilizam a Internet para comprar online. O comércio online cresceu mais depressa no Reino Unido, Suécia, Rússia e República Checa. É interessante destacar que o recente relatório da CBRE sobre o Consumidor Online da Europa identificou a Suécia e o Reino Unido como os mercados online mais maduros, ao nível do número de consumidores que usam a internet para fazer compras online. Por oposição, a Europa Central e de Leste e a Rússia, em particular, apresentaram-se como os mercados menos maduros. Logo, o crescimento mais sólido no sector online polariza-se entre os mercados online mais e menos maduros”.
Repercutindo a tendência nas transacções de retail totais, o crescimento do comércio online é consideravelmente mais débil na Zona euro, tendo crescido apenas 2,9% em Outubro de 2011 (numa média móvel de 3 meses) comparativamente a um crescimento de 8,3% nos países UE-27*.
Neville Moss, Director do Departamento de Retail Research da região EMEA da CBRE, comenta: “os consumidores deixam as compras de Natal para cada vez mais tarde na expectativa dos retalhistas baixarem os preços. Isto tornou-se numa profecia que se cumpre a si própria em alguns países da Europa, com retalhistas obrigados a baixar os preços nas semanas imediatamente antes do Natal. Muitos retalhistas referiram acentuadas subidas nas vendas durante este período, mas pode ter sido pouco e tarde e resta saber qual será o impacto nas margens durante o resto do ano na Europa”.
“O nosso estudo sugere que os compradores tiram cada vez maior partido dos progressos da tecnologia móvel, facilidade de entrega e, claro, possibilidade de evitar as multidões próprias destas festividades. Contudo, não é por acaso que os retalhistas cujos negócios tiveram um bom comportamento durante este período, como a John Lewis ou a Next, no Reino Unido, têm grandes redes de lojas físicas, bem como sofisticadas plataformas online há muito tempo. Apesar do comércio online continuar a ganhar influência, na nossa opinião, num futuro próximo, o retail tradicional manter-se-á parte integrante da experiência de compra no período natalício. O desafio que os retalhistas enfrentam é conseguir combinar o atendimento ao cliente oferecido nas lojas físicas com a conveniência de plataformas online, sociais e móveis, de forma a proporcionar aos consumidores uma experiência de compra completa e disponível através de múltiplos canais.”