CB Richard Ellis destaca recuperação gradual no mercado imobiliário europeu
No segundo trimestre de 2011, as rendas prime mantiveram-se quase inalteráveis na Europa
Ana Rita Sevilha
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Segundo os mais recentes dados divulgados pela CB Richard Ellis (CBRE), o segundo trimestre de 2011 ficou marcado por um período de estabilidade nos valores do mercado imobiliário comercial europeu, com as rendas prime e as yields a demonstrar poucas oscilações. Contudo, a consultora deixa claro que, “apesar de ainda ser possível obter lucros, a recuperação continua lenta”.
No segundo trimestre de 2011, as rendas prime mantiveram-se quase inalteráveis na Europa, em geral, revela a mesma fonte. “As rendas do mercado de retail aumentaram em média 1,7%, muito à custa das subidas na Alemanha e França. As rendas de escritórios estiveram estáveis, embora alguns mercados determinantes como Estocolmo e Amesterdão mostrassem tendência para subir. As rendas industriais aliviaram de forma marginal, mas o sector assistiu também à maior queda de yields (22 pontos base) de um trimestre para o outro, reflectindo uma melhoria nos principais mercados alemães. As yields do mercado de escritórios e de retail assistiram cada uma delas a um decréscimo de cinco pontos base ou inferior”.
Richard Holberton, Director do Departamento de Research da região EMEA da CB Richard Ellis, afirmou: “Em termos gerais, o segundo trimestre de 2011 representou mais um passo no processo de recuperação de valor do mercado imobiliário comercial na Europa. A ausência de um movimento forte quer nas rendas quer nas yields no trimestre anterior reflecte a incerteza económica que se vive por estes dias, essencialmente provocada pela instabilidade do Sul da Europa”.
“Com a permanente ameaça de taxas de juros e yields das obrigações mais elevadas, os investidores estudam os preços com muita cautela, e o retorno do capital investido é moderado. Da mesma forma, parece emergir um claro sinal de mudança, vindo de economias mais fortes como a dos mercados nórdicos, Alemanha e Europa Central e de Leste, com o aumento das rendas e reduções das yields, ao passo que as alterações adversas se concentram essencialmente nos países do sul da Europa.”
Para Cristina Arouca, Directora do Departamento de Research e Consultoria da CB Richard Ellis Portugal, “Em Portugal verificou-se um novo aumento das yields prime, devido essencialmente ao panorama económico nacional, que continua a afastar os grandes investidores internacionais do país e a afectar grandemente a liquidez e acesso ao financiamento dos investidores portugueses. Contudo apesar da fraca confiança dos mercados de capitais e das elevadas taxas de juro da dívida soberana, não é expectável mais aumentos nas yields prime, embora possam surgir algumas situações específicas.”
“Já as rendas prime evidenciaram uma tendência semelhante ao resto da Europa, mantendo-se estáveis em quase todos os sectores de mercado. Este cenário de estabilidade das rendas prime deverá prevalecer no próximo trimestre, apesar de se continuar a esperar uma pressão em baixa dos valores de produto secundário.”
No que diz respeito às yields, as do mercado de escritórios caíram ligeiramente um pouco por toda a Europa no segundo trimestre de 2011. “O índice de yields do mercado de escritórios da CB Richard Ellis (CBRE) para a zona UE-15 caiu cerca de cinco pontos base no trimestre e 25 pontos base comparativamente ao período homólogo do ano passado. Treze dos 55 mercados inquiridos assistiram a movimentos descendentes das yields no trimestre, 36 permaneceram inalterados, e seis registaram uma subida. A maior queda foi registada em Moscovo (desceu 150 pontos base para 9%), seguida de Oslo, com um decréscimo das yields de 30 pontos base. A maior subida deu-se em Lisboa (subiu 50 pontos base para 7,5%), Porto (subiu 25 pontos base para 9%) e Dublin (subiu 25 pontos base para 7,5%)”.
As yields do mercado de retail “também caíram de forma marginal no segundo trimestre, com o índice de yields do mercado de retail da CB Richard Ellis (CBRE) para a zona UE-15 a cair cerca de três pontos base no trimestre e 21 pontos base comparativamente ao período homólogo do ano passado. Nove dos 49 mercados assistiram a movimentos descendentes das yields, 38 permaneceram inalterados, e apenas dois registaram subidas. Sem contar com Moscovo, que registou uma mudança de yields de 150 pontos base para 10,5%, os maiores decréscimos de yields foram de 25 pontos base numa série de mercados incluindo Londres, Estocolmo, Oslo e Barcelona. A maior subida registou-se em Dublin, onde as yields subiram 25 pontos base para 6,5%”.
Relativamente às yields do mercado industrial “registaram a maior queda do trimestre em todos os sectores do imobiliário comercial. O índice de yields do mercado industrial da CB Richard Ellis (CBRE) para a zona UE-15 caiu 22 pontos base no segundo trimestre e 40 pontos base comparativamente ao período homólogo do ano passado. Dez dos 46 mercados inquiridos assistiram a movimentos descendentes das yields, 34 permaneceram inalterados, e apenas dois registaram subidas. A maior redução das yields deu-se em Moscovo (caiu 200 pontos base para 11,5%) e Amesterdão (caiu 30 pontos base para 7,5%), ao passo que a maior subida foi de 50 pontos base para 9,5% e ocorreu em Dublin”.
Em Portugal a tendência já verificada durante o 1º trimestre do ano de subida das yields mantém-se neste trimestre, com aumentos em todos os sectores de mercadom, informa a comsultora.
“Os Escritórios de Lisboa foram os mais penalizados, com um acréscimo de 50 p.b., fixando-se nos 7,5%. No retalho, apenas os Retail Parks registaram alterações neste indicador, com um aumento de 25 p.b., para os 8%. Nos Armazéns e Logística, apesar de se manter a yield prime em relação ao trimestre anterior, registou-se um aumento de 25 p.b. face ao período homólogo”.
Quanto às rendas, as de escritórios prime na Europa permaneceram estáveis durante o segundo trimestre de 2011. O índice de rendas do mercado de escritórios da CB Richard Ellis (CBRE) para a zona UE-15 “não sofreu alterações no trimestre, mas comparativamente ao ano anterior apresentou uma subida de 2,1%. Onze dos 55 mercados inquiridos registaram subidas dos níveis de rendas prime, quatro caíram, e 40 permaneceram inalterados. As maiores subidas na Europa ocorreram em Moscovo, onde as rendas aumentaram 10,5% no trimestre para $1050 por m2/ano, e Oslo (subiu 9,4% para NOK 3500 por m2/ano). O maior decréscimo verificou-se em Dublin (caiu 6,4% para €323 por m2/ano).”
No sector de retail apresentaram a maior subida no trimestre. O índice de rendas do mercado de retail da CB Richard Ellis (CBRE) para a zona UE-15 “registou uma subida de 1,7% no trimestre e 2,6% no ano. Doze dos 49 mercados inquiridos registaram um aumento, 37 permaneceram inalterados, e nenhum caiu. As maiores subidas tiveram lugar em Hamburgo, Lyon e Helsínquia, tendo cada um destes mercados registado aumentos recorde na casa dos dois dígitos no segundo trimestre.”
As rendas no sector industrial do mercado europeu decresceram ligeiramente no trimestre. “O índice de rendas do mercado industrial da CB Richard Ellis (CBRE) para a zona UE-15 caiu 0,5% no segundo trimestre e 0,1% no ano. Trinta e sete dos 46 mercados inquiridos viram as rendas prime permanecer inalteradas, três caíram, e seis mostraram uma subida. Decréscimos acima dos 3% foram registados em Munique e Milão para €74,40 por m2/ano e €55,00 por m2/ano respectivamente. As maiores subidas na Europa registaram-se em Oslo (subiu 10% para NOK 1100 por m2/ano) e Moscovo (subiu 8,3% para $130 por m2/ano)”.
A CBRE refer ainda que em Portugal “as rendas prime mantiveram-se estáveis em todos os sectores de mercado, à excepção dos Retail Parks, cujo valor diminuiu 4,8%, fixando-se em 10 €/m2”.