Comércio de Rua ganha terreno nos últimos dois anos
“Este mercado tem vindo a conquistar um protagonismo destacado nos últimos dois anos, competindo, atualmente, com o formato de centros comerciais na captação de lojistas internacionais”
Ana Rita Sevilha
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A Jones Lang LaSalle Portugal divulgou as principais conclusões do seu mais recente estudo dedicado ao segmento de comércio de rua, que refere que “este mercado tem vindo a conquistar um protagonismo destacado nos últimos dois anos, competindo, atualmente, com o formato de centros comerciais na captação de lojistas internacionais e sendo encarado, por grande parte dos operadores de retalho, como uma alternativa de topo de lista e uma oportunidade para a expansão das suas marcas em Portugal”.
Denominado “De Volta à Rua”, o documento analisa de forma exaustiva o mercado de retalho neste segmento, com enfoque em Lisboa e Porto, apresentando as principais ruas comerciais de ambas as cidades, as suas lojas mais emblemáticas e tradicionais, lojistas mais recentes, além de esquematizar, de forma até aqui inédita, a oferta comercial presente nas principais artérias da capital, bem como os valores de renda praticados nas mesmas. As principais tendências esperadas para este mercado e os pontos a melhorar integram também o documento produzido pela Jones Lang LaSalle.
Pedro Lancastre, Diretor Geral da Jones Lang LaSalle Portugal, considera: O comércio de rua está de volta e está na moda. Apesar da assumida dificuldade em se afirmar face aos centros comerciais, novas tendências de consumo estão a surgir, uma nova consciência e geração de consumidores procuram agora no comércio de rua uma lufada de ar fresco.”
Patrícia Araújo, Diretora do Departamento de Retail Leasing da Jones Lang LaSalle, acrescenta: “A oferta massificada dos centros comerciais está a encontrar um concorrente mais forte no comércio de rua, com as marcas internacionais a olharem para Portugal como um destino de expansão para as suas lojas neste formato. Também os lojistas nacionais e os internacionais já com presença em Portugal, encaram este tipo de comércio como uma oportunidade de alargar a sua rede comercial, pelo que, nos últimos dois anos, este formato tem demonstrado um dinamismo crescente, revelando um enorme potencial de crescimento, tendo em conta a sua capacidade de se moldar às necessidades actuais dos consumidores com uma oferta especializada e apelativa”.
Segundo a consultora, à semelhanºa da reanimação que se tem vindo a notar neste tipo de retalho pela Europa, “o comércio de rua em Portugal tem vindo a beneficiar do grau de maturidade atingido no formato de centros comerciais, apostando numa oferta diversificada, com conceitos de elevada qualidade, que têm tido a capacidade de atrair quer os lojistas quer os consumidores que procuram conceitos de compra distintos da oferta mais massificada oferecida nos empreendimentos comerciais integrados”.
“A exclusividade e originalidade de algumas marcas presentes em lojas de comércio de rua, onde se incluem lojas de luxo, grandes cadeias internacionais, lojas vintage, lojas gourmet, lojas especializadas, lojas multifuncionais, galerias de arte ou design, distinguem este tipo de comércio, que aposta em espaços com um estilo próprio e que têm vindo a atrair com sucesso um consumidor habituado ao conforto de encontrar tudo num espaço único”, acrescenta ainda a mesma fonte..
De acordo com a Jones Lang LaSalle, a zona do Chiado tem sido uma das mais dinâmicas na revitalização do comércio de rua. A Avenida da Liberdade, com valores de renda prime na ordem dos 840€/m2/ano, é outro dos eixos mais prestigiados do comércio de rua lisboeta. Localizações como a Rua Castilho e a Avenida Guerra Junqueiro, bem como outras artérias da Baixa Pombalina, são igualmente importantes zonas de comércio de rua em Lisboa, uma cidade que, de acordo com a Jones Lang LaSalle, tem vindo a reforçar a diversidade comercial para os seus consumidores.
“No Porto, tem sido notória uma personalidade comercial em constante mudança. No tecido comercial de rua, emergem diversos conceitos inovadores, quer na área da moda quer nas áreas de mobiliário, design e restauração, com uma aposta em espaços originais e multifuncionais, atraindo uma massa crítica de consumidores significativa. Não obstante, o Porto é ainda marcadamente dominado pelo presença de lojistas independentes e tradicionais, com uma oferta menos qualificada face aos operadores internacionais”, explica a consultora.
Na Invicta, os principais eixos de comércio são a Baixa, com as ruas de Santa Catarina e Sá da Bandeira a destacarem-se; e a Avenida da Boavista, que tem um prestígio associado à sua localização e a algumas marcas aí presentes.
Patrícia Araújo conclui: “O tempo é de oportunidade para um segmento que continua a lutar arduamente pela sua afirmação. Aproveitar a onda de procura que se tem verificado e criar condições de mercado para que a oferta possa responder eficazmente ao nível de procura é fundamental e urgente. O comércio de rua é um elemento dinamizador da vida de uma cidade. Pelo desejo natural de experienciarem momentos de lazer, os consumidores estão cada vez mais disponíveis para efetuarem as suas compras em lojas de comércio de rua. Por isso, a adopção de novas ideias dinamizadoras e a intervenção das entidades públicas, quer na questão da reabilitação urbana e do arrendamento, quer na questão da vivência e facilidades urbanas são determinantes”.