Governo adia obras prometidas para o Oeste, garantem autarcas
O único compromisso assumido pelo ministério foi que “os estudos e projectos vão continuar a ser feitos” para que “quando houver condições as obras possam avançar”
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As obras de infraestruturas rodoviárias e ferroviárias previstas no Plano de Ação do Oeste não vão avançar antes de 2013, informou o representante dos autarcas da região, após uma reunião no Ministério das Obras Públicas.
“Nenhuma das grandes obras rodoviárias ou ferroviárias vai avançar antes de 2013”, disse à Lusa Carlos Lourenço (PSD), presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oestecim) no final da reunião com o ministro das Obras Públicas, António Mendonça.
Da reunião saiu apenas “a confirmação do que já sabíamos, que não vai haver dinheiro, mas que parece que o senhor ministro só agora é que percebeu”, disse.
O único compromisso assumido pelo ministério foi que “os estudos e projectos vão continuar a ser feitos” para que “quando houver condições as obras possam avançar” acrescentou o autarca.
O Plano de Acção assinado em 2008 previa a realização de 120 projectos, até 2017, num investimento de 2,1 mil milhões de euros.
A requalificação da Linha do Oeste e a conclusão do IC11 (entre Torres Vedras e Peniche e entre Pêro Negro e Carregado) eram os dois principais investimentos na tutela do Ministério das Obras Públicas.
Em Janeiro o ministro, António Mendonça, encarregou a comissão de acompanhamento de fazer uma actualização de todos os projectos.
“Nove meses depois não temos nenhum projecto que se possa lançar a concurso, no que respeita a obras da Estradas de Portugal ou da Refer”, contesta por seu turno o presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel (PS).
O autarca, que também participou na reunião, lamenta que a OesteCim “não esteja sequer em condições de renegociar” a calendarização das obras prometidas em compensação pela não construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota.
“Não sabemos de que valores é que estamos a falar, de que prazos de execução, não sabemos de nada” afirma.
Dois anos depois de o plano de acção ter sido anunciado pelo primeiro ministro cresce entre os autarcas a descrença de que o plano venha a ser cumprido.
“Se não há dinheiro para o país também não haverá para o Oeste” sustenta Carlos Miguel.
A informação do Ministério só deverá ser oficialmente comunicada aos restantes municípios da OesteCim na próxima reunião, a 28 de Outubro, e Carlos Lourenço admite que venha a gerar contestação.
“Não creio que isto seja aceite pacificamente e, depois de conhecermos a nova calendarização, tomaremos uma posição”, concluiu.
Os concelhos abrangidos pelo programa de acção são: da OesteCim – Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras e da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo – Santarém, Cartaxo, Azambuja e Rio Maior.