Oposição preocupada com novidades da proposta de Plano Director Municipal
Ruben de Carvalho criticou ainda a política de atribuição de créditos de edificabilidade prevista na proposta de revisão do PDM

Lusa
CICCOPN recebe Acreditação Erasmus+
Radisson Hotel Group expande presença na Península Ibérica
Grupo Casais inaugura primeiro hotel híbrido em Espanha
IP lança concurso de 150M€ para alargar ferrovia Contumil-Ermesinde
CCB quer alcançar a neutralidade de carbono até 2030
Trienal: ‘Conversas et Al’ junta fundador da Noarq e ilustrador Gémeo Luís
Edifício C do projecto em Lordelo do Ouro já está em construção
Edifício Boavista 2949 encontra-se em comercialização
Sandra Daza é a nova CEO do Grupo Gesvalt
“Mais Campera Outlet Shopping” quer modernizar o factory outlet
A oposição na câmara de Lisboa manifestou preocupação com as consequências de algumas das novidades da proposta de revisão do Plano Director Municipal (PDM), designadamente os créditos de edificabilidade e a possibilidade de ocupação de logradouros.
“Esta proposta mostra uma rendição completa da Câmara de Lisboa na protecção dos logradouros”, afirmou o vereador do CDS-PP, António Carlos Monteiro, referindo-se à possibilidade de ocupação integral de logradouros nalgumas zonas, desde para comércio, serviços ou equipamento.
O vereador falava durante a reunião pública extraordinária que teve a proposta de novo PDM como único ponto da ordem de trabalhos.
Também o vereador do PCP Ruben de Carvalho manifestou algumas dúvidas quanto à aplicação das regras relativas aos logradouros, sobretudo nas áreas históricas, realçando que a compactação da cidade prevista “tem de ser mais regulamentada e bem pensada”.
“Senão pode ter efeitos dramáticos” alertou.
Ruben de Carvalho criticou ainda a política de atribuição de créditos de edificabilidade prevista na proposta de revisão do PDM, sublinhando que tal medida “apenas tem no horizonte o grande construtor”.
De acordo com a proposta de PDM, estes créditos de edificabilidade podem ser conseguidos por quem reabilitar um edifício, quem garanta quotas para habitação a preços acessíveis e suplementos de estacionamento para residentes, liberte interiores de quarteirões, conserve/restaure património ou pela eficiência energética dos edifícios.
Na apresentação que fez da proposta de PDM, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, sublinhou que estes créditos são uma forma de incentivo para se conseguir atingir os objectivos do Plano e que poderiam ser transferidos por quem os ganha para outras operações urbanísticas na cidade ou até vendidos.
Contudo, sublinhou, “os créditos não podem valer todos o mesmo e isso ficará definido em regulamento próprio. O crédito para quem reabilita um bairro do BIP/ZIP [Bairros de Intervenção Prioritária] não valerá o mesmo dos conseguidos pelo estacionamento”.
Insistindo na ideia de que o sistema de créditos de edificabilidade está direccionado para os grandes construtores, Ruben de Carvalho avisou: “estamos a criar uma coisa que não se sabe bem no que vai dar”.
Ruben de Carvalho levantou ainda algumas dúvidas na área da classificação do solo e quanto à criação de ‘unidades de execução’ para facilitar licenciamentos, afirmando que “na prática elas substituem a obrigatoriedade de elaboração de planos de pormenor e de planos de urbanização, que habitualmente exigem apreciação pela Assembleia Municipal”.
“Sabendo da apetência de alguns para executivos monocolores, vejo esta alteração com alguma apreensão. É uma manifesta diminuição das funções da Assembleia Municipal”, afirmou.
A mesma preocupação foi manifestada pela vereadora eleita pelo PSD Lívia Tirone, que considerou que o PDM deveria ter “metas mais corajosas” nas áreas ambiental e da eficiência energética.