“Os Verdes” vão questionar Governo sobre “atrasos” nas obras do Alviela
O deputado do PEV referiu que das seis obras previstas para recuperar este sistema, “poucas estão a avançar e verificam-se atrasos inexplicáveis”
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O partido ecologista “Os Verdes” (PEV) anunciou terça-feira que vai questionar o Governo sobre “atrasos” nas obras de reabilitação do sistema de tratamento de águas residuais de Alcanena, adiantou o deputado José Luís Ferreira.
No final de uma visita ao concelho de Santarém, o deputado do PEV referiu que das seis obras previstas para recuperar este sistema, anunciadas há mais de um ano pelo ministério do Ambiente, “poucas estão a avançar e verificam-se atrasos inexplicáveis”. Por isto, José Luís Ferreira garantiu que o partido vai escrever ao Governo para saber quais as razões desses eventuais atrasos e que medidas estão a ser tomadas para solucionar a situação.
Recorde-se que em Junho de 2009, foi assinado em Alcanena um protocolo entre o ministério do Ambiente, a autarquia local e os industriais dos curtumes, para a reabilitação do sistema de tratamento das águas residuais, que envolvia a reabilitação da ETAR de Alcanena, a construção de protecção contra cheias, a recuperação da rede de colectores, a recuperação da célula de lamas no aterro, a construção de uma unidade de tratamento de raspas verdes e a recuperação do Mouchão Parque em Pernes (Santarém).
Nesta visita, o deputado do PEV esteve também reunido com habitantes do bairro de Santa Margarida, uma zona situada junto às barreiras de Santarém que desabaram em março deste ano, e disse à Lusa que ouviu queixas dos moradores, nomeadamente, por causa da notificação enviada pela câmara municipal a pedir-lhes que abandonassem as suas habitações neste local.
“As pessoas foram intimidadas, quase obrigadas a saírem de suas casas, sem que a câmara de Santarém lhes tenha dado qualquer alternativa”, criticou José Luís Ferreira, que pede à autarquia para não “responsabilizar os moradores pelo problema” e para “lhes dar soluções viáveis” para abandonarem o local.
O deputado diz que já falou com o presidente da autarquia, Francisco Moita Flores (PSD), e afirma que lhe foi garantido que a situação destes moradores vai ser analisada caso a caso. “Senti um recuo por parte da câmara municipal e o presidente explicou-nos que a notificação foi mais um aviso do que uma ordem imperativa”, afirmou.
José Luís Ferreira criticou ainda a gestão urbanística desta zona da cidade, referindo que estão a ser construídos edifícios que são “pouco favoráveis” à resolução do problema da erosão das barreiras de Santarém. “Já sugerimos também há muito tempo a plantação de espécies de árvores e plantas que possam ajudar a evitar a erosão dos solos nesta zona”, disse ainda o deputado do PEV.