Pavilhão de Macau sofreu alterações sem autorização do arquitecto
Carlos Marreiros, autor do projecto, admitiu existirem “problemas de comunicação”
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Ana Rita Sevilha
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O Pavilhão de Macau na Expo 2010 sofreu alterações sem a permissão do arquitecto, com base no contrato assinado com o Governo, que ficou detentor dos direitos de propriedade intelectual do projecto, defendeu a coordenadora Christiana Ieong.
O arquitecto Carlos Marreiros, a quem foi adjudicado o projecto do pavilhão de Macau por concurso público entre mais de 30 concorrentes, disse recentemente à Lusa que as “grandes alterações no pavilhão” anunciadas pela coordenadora da participação da Região no evento “só podem ser interpretadas como incompetência absoluta ou delírio”, já que não foram por si autorizadas.
Christiana Ieong disse à Lusa que o “aumento da largura, de três até 4,5 metros, de uma rampa no interior do pavilhão” e a “construção de uma estrutura metálica para aguentar o peso de 100 projetores” foram algumas alterações realizadas ao projecto inicial, autorizadas pelas autoridades de Xangai, através da assinatura de uma proposta pela equipa da Universidade de Tongji e de uma construtora de Xangai.
“Não precisamos de qualquer autorização do arquitecto, porque está definido de forma muito clara nos regulamentos do concurso de design do pavilhão – elaborados com base nos de outros países – que os direitos de propriedade intelectual dos três projetos vencedores pertencem ao Governo de Macau, que está autorizado a fazer qualquer alteração”, justificou.
A responsável disse ainda que o executivo do território contratou uma equipa de trabalho em Xangai, que “é a única qualificada para assinar a proposta de alteração de projecto que tem de ser submetida às autoridades de Xangai”.
Carlos Marreiros admitiu existirem “problemas de comunicação” com o Gabinete Preparatório para a Participação de Macau na Expo 2010 desde há sete meses e ameaça recorrer aos tribunais, porque, garante, a coordenadora Christiana Ieong impede a sua equipa de acompanhar a obra desde dezembro, salientando que esta situação o coíbe de cumprir o contrato com o Governo.
Christiana Ieong nega a situação descrita ao apontar que são as “autoridades de Xangai as responsáveis pela emissão dos passes para a entrada no estaleiro das obras”, apesar de admitir que a “segurança foi apertada nos dois últimos meses quando ficou completa a construção do pavilhão da China e se começaram a multiplicar as visitas oficiais de líderes de vários países”.
“Temos feito tudo de acordo com a lei”, garantiu a responsável ao salientar que a “construção do pavilhão teve de ser concluída em 11 meses por uma equipa empenhada de 600 pessoas e só foi feito o necessário para que tudo estivesse pronto a 1 de Maio, estando agora a ser apenas terminados os trabalhos de decoração interior”, observou.
Macau iniciou hoje a contagem decrescente para a Expo 2010 em Xangai quando faltam precisamente 63 dias para a abertura da maior “montra” do mundo, em que a Região pretende “mostrar” a sua cultura e desenvolvimento económico.