Tóquio resiste à crise económica que afecta o Japão
“Tóquio nunca deixou de construir a reputação do Japão como um viveiro de design e cultura contemporânea continuou a crescer”

Lusa
APLOG realiza terceira edição do ‘Imobiliário Logístico’
Presidentes de Câmara europeus apelam à União Europeia para soluções urgentes na habitação
Fundo Valor Prime compra edifício de escritórios em Matosinhos por 13M€
Cantanhede investe 3,3M€ em 24 habitações a custos acessíveis
Abrantes lança concurso de 6,5M€ para construção de nova escola superior
Setúbal: Alterações ao Regulamento de Edificação e Urbanização vão a discussão pública
Assimagra lança 2ª edição do prémio internacional “Stone by Portugal”UGAL”
O ‘Portugal 2030’ na Construção, a expansão do Metro Sul do Tejo, o Masterplan Arcaya e a estratégia da Corum na edição 525 do CONSTRUIR
Urbanitae lança nova oportunidade de investimento premium em Lisboa
Ateliermob apresenta Coopmmunity, a nova plataforma para projectos colaborativos
Em cada quatro edifícios do centro de Tóquio, um foi construído nos últimos vinte anos, mostrando que, na arquitectura e no design, a capital japonesa resistiu à prolongada crise económica que afecta o país.
Alguns ícones de Tóquio – projectados pelos ateliers de Tadao Ando, Renzo Piano, Herzog & De Meuron e outros galardoados com o Nobel da Arquitetura (o Prémio Pritzker) – são mesmo posteriores a 2000, quando o Japão entrou na segunda década consecutiva de estagnação.
“Tóquio nunca deixou de construir a reputação do Japão como um viveiro de design e cultura contemporânea continuou a crescer”, afirmam Julian Worrall e Erez Golani Solomon num estudo publicado este mês na capital japonesa.
“Quase dois milhões de edifícios ocupam as 23 freguesias que constituem o centro de Tóquio. Cerca de um quarto foram construídos depois de 1990”, salientam aqueles dois arquitectos ocidentais.
A maioria dos 83 projetos analisados no estudo foi construída já no século XXI e 19 deles nos últimos quatro anos.
Segundo a visão de Worrall e Solomon, o que a nova arquitectura de Tóquio evidencia “não é um modelo de futuro possível mas de um presente alternativo”.
A imagem da cidade como paisagem urbana futurística – e modelo da Los Angeles de 2019 que serviu de cenário do filme “Blade Runner”, de Ridley Scott – data do início da década de 1980.
Nessa altura, Xangai, Berlim, Pequim e outras grandes metrópoles emergentes estavam adormecidas e o Japão era considerado a “próxima super-potência”.
Trinta anos depois, a teia de arranha-céus envidraçados, vias rápidas elevadas, fachadas cobertas por enormes ecrãs e ruas inteiras banhadas de néon que fascinou o Ocidente continua vibrante.
Não há dois edifícios iguais, estreitas ruas com vivendas desaguam em grandes avenidas e ao virar da esquina, pode deparar-se com uma alta torre de escritórios ou um pequeno jardim com corvos a grasnar.
Devido à constante manutenção e à qualidade dos materiais mais utilizados – sobretudo betão, vidro e aço – muitos edifícios parecem até acabados de fazer.
Em certas zonas, o novo e o antigo nem sequer se distinguem.
O Edificio Sony de Ginza, onde já se podem apreciar os futuros aparelhos de televisão 3D, foi construído há 44 anos, mas não destoa da loja ao lado, a Hermès, desenhada por Renzo Piano e concluída em 2006.
O pequeno e o grande também coabitam, permitindo, por exemplo, criar zonas de estacionamento de três ou quatro lugares – com os respetivos parquímetros e máquinas de bebidas – num espaço que noutras cidades só serviria, talvez, para arrumar contentores de lixo.
“Em Tóquio, sente-se que a pressão do futuro é muito menos urgente do que em cidades como Xangai ou Dubai, porque o futuro, em Tóquio, já chegou”, afirmam Worrall e Solomon.