“Future of Work Survey”: Escritórios voltam a assumir um papel central no trabalho
Novo estudo da JLL sobre o futuro do trabalho confirma clima de maior optimismo no mercado imobiliário corporativo (CRE), com dois terços dos líderes empresariais globais a prever o reforço do investimento neste sector. Tendência de regresso ao trabalho presencial será reforçada
CONSTRUIR
Berkshire Hathaway expande-se para Porto e Braga
Savoy Residence Insular distinguido nos prémios LOOP Design 2024
Prémios Palmarés distinguem arquitectura ibérica já em Novembro
“Future of Work Survey”: Escritórios voltam a assumir um papel central no trabalho
Family office português investe 6,5M€ no Trofa Business Park
Savills avalia a fidelidade das empresas às suas localizações originais
GO APPS da Casais aproximam proprietários e utilizadores dos seus activos imobiliários
Carteira de encomendas na Reabilitação Urbana regista recuperação em Setembro
O primeiro projecto turístico da Overseas vai nascer no Alentejo. Investimento acima dos 40M€
Construção no top 3 de utilizadores da Rauva
Apesar dos desafios que continuam a marcar o ambiente económico e o mercado imobiliário comercial, a esmagadora maioria dos líderes empresariais globais mostra-se optimista quanto ao futuro, com dois terços dos participantes do estudo “Future of Work Survey” a prever aumentar o orçamento disponível para investir em imobiliário corporativo (CRE) até 2030. Realizado a partir de inquéritos a 2.300 líderes empresariais globais, o estudo analisa a evolução do mercado laboral, desvendando as principais prioridades, desafios e estratégias no sector do imobiliário corporativo.
O crescimento das receitas através da expansão e de fusões e aquisições (57%), a atracção e a retenção de talento (53%) e majorar a eficiência organizacional (54%) encabeçam as prioridades dos líderes empresariais para os próximos cinco anos. Além disso, 64% dos líderes esperam aumentar e reequilibrar o número de colaboradores até 2030, numa tentativa de recrutar as competências certas para o futuro.
Contudo, para equilibrar o crescimento das receitas através da captação de talentos com o aumento da sua eficiência operacional, os líderes terão de reavaliar o papel dos seus escritórios enquanto espaços que permitam aos seus colaboradores alcançar o seu melhor desempenho.
A tendência de regresso ao trabalho presencial que se vem fortalecendo desde 2022 tem contribuído para reforçar as expectativas dos inquiridos em relação ao aumento da utilização dos espaços de escritório (62%), levando a que mais de metade dos líderes planeiem expandir a área total ocupada pelas suas organizações nos próximos cinco anos.
Ainda que aparentemente o modelo híbrido tenha vindo para ficar, nos últimos dois anos o escritório voltou a assumir um papel central no trabalho. Actualmente, 44% das organizações são consideradas “defensoras do escritório”, pretendendo que os colaboradores estejam no local de trabalho cinco dias por semana, um aumento em relação a 2022, quando apenas 34% dos funcionários trabalhavam a tempo inteiro no escritório. No presente, 85% das empresas adoptam uma política que exige pelo menos três dias de presença no escritório por semana, e 43% esperam que o número de dias no escritório aumente até 2030.
Globalmente, o trabalho híbrido é mais comum em grandes organizações na região EMEA, onde os modelos de trabalho híbridos são encarados como uma componente essencial da proposta de valor para os colaboradores, sobretudo em sectores de actividade como o e- commerce, energia e energias renováveis, tecnologia e ciências da vida. Em contrapartida, os mais adeptos do trabalho exclusivamente no escritório tendem a ser pequenas e médias empresas sedeadas nas regiões da APAC ou das Américas, e que actuam em áreas como a saúde, retalho e indústria transformadora. No entanto, para além destas grandes tendências, a realidade é frequentemente mais complexa, com vários estilos de trabalho a coexistirem dentro de muitas organizações.
Imobiliário corporativo como gerador de valor e agente da transformação empresarial
O estudo mostra ainda que os líderes empresariais reconhecem no imobiliário corporativo potencial para acrescentar valor às suas organizações, contribuindo para impulsionar o crescimento dos negócios (41%), promover a eficiência organizacional (38%) e reduzir custos operacionais (37%), com ênfase em factores ambientais, sociais e de governação (ESG), especialmente na EMEA.
As expectativas variam e exigem agilidade nas funções ligadas à gestão do imobiliário corporativo, sendo essencial demonstrar valor e reforçar a colaboração com a direcção. A tecnologia e a IA são vistas como fundamentais, prevendo-se que 70% das actividades ligadas ao imobiliário corporativo sejam apoiadas por ferramentas de Inteligência Artificial (IA) até 2030. A automatização permitirá foco em tarefas estratégicas, enquanto outsourcing será utilizado para projectos especializados.
“Os resultados do inquérito de 2024 revelam que o mercado de trabalho está a passar por uma transformação significativa a nível global, impactado pelo reforço da tendência da obrigatoriedade do trabalho presencial. A maioria (62%) das organizações prevê um aumento na utilização dos espaços de trabalho, acreditando que o regresso aos escritórios impacta o crescimento do negócio e a eficiência organizacional; enquanto 44% dos líderes inquiridos se assumem “defensores do escritório” e revelando que gostariam de ter os seus colaboradores cinco dias por semana nos escritórios. Este é um movimento complexo, que também verificamos em Portugal, e que não agrada a muitos colaboradores, no qual modelos híbridos cada vez menos flexíveis coexistem com modelos presenciais, variando conforme a região, a dimensão e o sector da organização”, salienta Caetano de Bragança, head of consulting JLL.