MUDE acolhe exposição “Mais do que Casas: Como vamos habitar em Abril 2074?”
Com inauguração a 27 de Setembro de 2024, a exposição vai estar patente até 19 de Janeiro de 2025. A exposição organizada pela FAUP, em parceria com o MUDE, resulta de um encontro iniciado em Abril de 2023, no âmbito do programa para celebrar os 50 Anos do 25 de Abril de 1974
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“Mais do que Casas: Como vamos habitar em Abril 2074?”, com curadoria dos arquitectos Teresa Novais e Luís Tavares Pereira, é uma exposição que decorre de um programa mais vasto que a FAUP promoveu para celebrar os 50 anos da Revolução de abril de 1974, criando um espaço de união e debate entre estudantes e docentes das instituições de ensino superior de Arquitectura, Arquitectura Paisagista e Belas Artes de Portugal.
Com inauguração a 27 de Setembro de 2024, a exposição vai estar no piso 2 do Museu do Design (MUDE) em Lisboa, prolongando-se até 19 de Janeiro de 2025.
O MUDE acolhe esta iniciativa, nas palavras de Bárbara Coutinho, directora do Museu, pela “relevância do tema, as questões lançadas e, principalmente, a metodologia colaborativa entre as várias faculdades”, mas também porque (continuando a citar) “É fundamental que a perspectiva do design como disciplina projectual, em estreita relação com as outras disciplinas de projecto e saberes, em especial a arquitectura, deva fazer parte do debate e das questões estruturantes sobre os problemas centrais da actualidade, contribuindo, assim, para o seu conhecimento, disseminação e partilha com o público, gerando intercâmbios intergeracionais e multiculturais que permitam um desenvolvimento sustentável”.
Tomando como ponto de partida a inquietação sobre o problema da habitação que hoje se vive, “Mais do que Casas” propõe uma reflexão crítica sobre três princípios fundamentais: a diversidade do tecido social como norma e a inevitabilidade da transformação urbana para garantir o “direito à cidade”, a consciência de que as melhores e novas ideias em arquitectura devem e podem operar esta transformação e a lembrança da energia irradiante e transformadora do 25 de Abril de 1974 para nortear as acções de hoje e do futuro.
A exposição organiza-se em torno de oito núcleos, correspondentes a oito questões: Como pensar a cidade inclusiva? Como habitar territórios de baixa densidade? Como desbloquear inovação de modelos de habitação? Como dar resposta à crise da habitação? Como promover habitação sustentável? Como aplicar a participação dos cidadãos? Como adaptar a cidade às alterações climáticas? Como operacionalizar os avanços tecnológicos?
Para os curadores, “nem sempre as respostas a estas questões se fazem olhando apenas para a frente”, sublinhando que é “importante retirar ensinamentos de processos anteriores”. É nesse contexto que a exposição destaca também três obras públicas do período pós-revolução como exemplos de superação do problema da habitação: Casal das Figueiras, de Gonçalo Byrne, em Setúbal (312 habitações construídas, 1975-79), Quinta da Malagueira, de Álvaro Siza, em Évora (1100 habitações, 1977-98), e Edifício das Lameiras de Noé Diniz, em Famalicão (290 habitações, 1978-83). As três obras correspondem a modelos de futuro que importa recuperar como objecto de reflexão para as actuais e futuras políticas de habitação.
O desenho expositivo foi concebido por Diogo Aguiar Studio, que criou, no segundo piso do renovado MUDE, uma grande linha com cerca de 50 metros de comprimento e vários núcleos que agregam o conjunto das cerca de 60 propostas de trabalho, formados a partir de tijolo, um material que será reutilizado posteriormente e que, segundo o arquitecto, “expressa a ideia de unidade e conjunto, de (re)começo, de jogo, de possibilidade, de laboratório e de abrigo, e, por isso mesmo, do direito à casa e à liberdade”.
A exposição conta, ainda, com um programa paralelo que irá desenvolver-se ao longo da sua abertura ao público, incluindo visitas orientadas pelos curadores e convidados, apresentações e debates que irão decorrer no auditório do Museu ou num espaço contíguo à própria mostra.