“4 em cada 10 clientes não consegue encontrar empresas disponíveis”
A plataforma Fixando realizou um estudo junto dos profissionais do sector que estão inscritos na plataforma sobre a procura crescente por “serviços casa”, pequenas obras de remodelação e pintura. A falta de profissionais deixa 4 em 10 clientes sem resposta

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Os meses de Verão são a altura recomendada para a realização de obras e remodelações devido às condições climáticas que propiciam uma melhor aplicação e secagem dos materiais. Todos os anos, muitos portugueses recorrem à Fixando, particularmente entre Junho e Agosto, para encontrar empresas especializadas, no entanto, 4 em cada 10 clientes fica sem resposta devido à indisponibilidade das empresas, revela uma análise feita pela plataforma online de contratação de serviços.
A plataforma foi criada em 2017 e conta com mais de 60.000 especialistas, a sua maioria pequenas empresas e freelancers, nos mais variados sectores de actividade. Em Julho a procura por “serviços para a casa” registou um aumento de 19%, face a igual período do ano passado e a previsão é de que o terceiro trimestre do ano cresça 15% face ao registado entre Abril, Maio e Junho. Entre as empresas inscritas no site apenas 16% estão a aceitar novas solicitações de orçamento. O período de férias, habitual neste sector em Agosto, é um dos motivos apontados para a falta de disponibilidade, mas a “falta de mão de obra” tem um peso crescente.
Num inquérito realizado pela Fixando junto de 6.752 especialistas do sector, 62% afirma que o principal motivo para este abrandamento da oferta é a falta de mão de obra que se acentua nos meses de Verão, 37% o encerramento de empresas para férias, 19% o encerramento dos fornecedores durante o mês de Agosto e 7% a imigração sazonal (como França e Suíça).
Quando questionados sobre o que ajudaria a colmatar esta falta de mão de obra, 65% aponta para apoios à formação de mão de obra qualificada e 40% afirma acreditar que que apoios governamentais à contratação também ajudariam o sector.
Há um subaproveitamento do talento jovem
É preciso atrair mão de obra ao sector e, em especial, mão de obra jovem. A formação em ofícios como pintura, carpintaria e alvenaria, é uma das vias para o conseguir, ao mesmo tempo que se incentivam a promoção de estágios profissionais e contratação efectiva, por parte de empresas, por forma a tornar estas carreiras mais atraentes. Mas num cenário marcado por uma forte procura existe, para além da mão de obra, outros problemas como a desvalorização, por parte do cliente, do serviço prestado e dos preços apresentados que tendem a acelerar não só pela falta de quem preste esse serviço, mas também pelo aumento dos custos dos materiais de construção, pela sobrecarga fiscal e seguros de actividade. “Existem demasiados profissionais pouco qualificados, praticando preços muito baixos, em troca de serviço sem qualidade. Há um imenso mercado para explorar, mas será necessária uma melhor qualificação dos profissionais, através de formação e de atribuição de carteiras profissionais. Do lado do cliente será expectável que entenda que terá de escolher entre o bom ou o barato. Não pode esperar serviço de qualidade pagando muito pouco. Como é evidente a carga fiscal não ajuda em nada, proporcionando uma constante evasão fiscal”, sintetiza um dos empresários “ouvidos” no inquérito.
De salientar que a grande maioria das empresas do sector da construção são microempresas, que representam mais de 96% do total, segundo dados do INE. Sendo que o conjunto de micro, pequenas e médias empresas representam 99,90% das empresas portuguesas do sector.