Palacio Sinel de Cordes © FG+SG
Trienal prepara rentrée cultural com eventos de Setembro a Dezembro
Curtas-metragens, música, tertúlias e exposições, das casas de Siza às representações espanholas e portuguesas na Bienal de Veneza, o último trimestre do ano conta com uma programação bastante ecléctica e que prepara o ano de 2025 para as iniciativas culturais do Palácio Sinel de Cordes
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Exposição que representou Espanha na Bienal de Veneza passa por Lisboa
Setembro dá o mote para o arranque de mais uma rentrée cultural na Trienal de Arquitectura de Lisboa. Até Dezembro há lugar a um novo ciclo de programação da Vídeo-arte à música, da arquitectura aos sistemas alimentares, com formatos diversos e entrada gratuita, dois festivais, quatro tertúlias com ateliers da arquitectura nacional emergentes e duas exposições, uma dedicada a quem habita obras de Álvaro Siza e uma representação oficial de Espanha na última Bienal de Arquitectura de Veneza.
Fuso
O polo cultural da Trienal, sediado no Palácio Sinel de Cordes, em Lisboa, volta a abrir portas a 30 de Agosto com uma sessão da 16ª edição do festival internacional de vídeo-arte FUSO, que pelo terceiro ano consecutivo transforma o pátio numa sala de cinema ao livre. Nesta noite de sexta-feira, a sessão A ‘Mera Possibilidade de um Futuro’ com curadoria de Laila Hida (Marrocos), apresenta cinco curtas-metragens e uma conversa entre a curadora e Vítor Belanciano.
Operafest
Na semana seguinte, a 5 e 6 de Setembro, é a vez de uma cantata-performance electrónica para um ensemble feminino de 12 vozes a interagir com as centenárias árvores do pátio do Pólo Cultural da Trienal no âmbito do Operafest. Intitulado Tormento, é um espectáculo concebido pelo artista Gustavo Sumpta e com música do compositor Nuno da Rocha para celebrar os 500 anos do nascimento do poeta Luís de Camões dando vida à mítica figura do Adamastor do Canto V d’Os Lusíadas.
Conversas et al.
O ciclo de tertúlias Conversas et al. arranca com a primeira de quatro conversas entre o público e uma nova geração de talentos portugueses que fundaram ateliers de arquitectura sediados em diferentes territórios: Porto, São Miguel, Coimbra e Lisboa. Os encontros têm lugar quinzenalmente às quintas-feira. A 19 de Setembro, recebemos o atelier Mero Oficina, seguido pelo Mezzo Atelier, a 3 de Outubro, o Branco del Rio, a 17 de Outubro e KWY, a 31 de Outubro. Cada atelier traz uma pessoa cúmplice e um objecto que ajuda a desconstruir os seus processos criativos.
“Espaços desenhados” de Álvaro Siza
‘Habitar Siza: a arquitectura por quem lá mora’ é uma exposição que analisa o modo como as pessoas que habitam espaços desenhados por Álvaro Siza experienciam e interagem com a disposição espacial dos seus apartamentos, as micro-tecnologias da casa, os espaços públicos dos edifícios e o estatuto de atracção turística dos prédios onde moram.
Preenchendo a lacuna de investigação existente sobre a obra de Siza, relativa à quase ausência de estudos sobre a recepção e apropriação da sua arquitectura por quem lá mora, o estudo debruça-se sobre três casos a partir de uma metodologia etnográfica: o Bairro da Bouça no Porto, a Malagueira em Évora e Terraços de Bragança em Lisboa, onde vivem populações bem distintas. A exposição inaugura a 10 de Setembro com um conjunto de apresentações.
Foodscapes
“Ao comer, digerimos territórios”: Foodscapes, a exposição que representou Espanha na Bienal de Arquitectura de Veneza, tem inauguração marcada a 14 de Setembro e estará patente no Pólo da Trienal até 14 de Dezembro. A partir de vários documentários vídeo foca o contexto agro-arquitectónico espanhol, o motor alimentar da Europa a partir de uma série de vídeos documentais, que mostram o que se esconde por trás dos nossos alimentos, em plena crise energética.
Com curadoria de Eduardo Castillo-Vinuesa e Manuel Ocaña, Foodscapes estuda a forma como a comida é produzida, distribuída e consumida e olha para o futuro para explorar outros modelos possíveis, capazes de alimentar o mundo sem devorar o planeta.
Inserida na Mostra de Espanha em Portugal, a exposição encerra a programação de artes visuais em 2024, que arrancou em Janeiro com Fertile Futures, a Representação Portuguesa na mesma Bienal de Arquitectura de Veneza.