Apesar do aumento do turismo na cidade de Lisboa, cujo número de visitantes aumentou em 15,1 % no último ano, a promoção do retalho “não foi suficiente para conseguir a ocupação total na Avenida da Liberdade, a principal artéria comercial da cidade”. Especificamente, esta rua conta com 13 espaços livres dos 131 disponíveis, representando uma taxa de ocupação de 90 %.
Os dados são revelados pela aRetail, empresa de consultoria imobiliária especializada na venda e arrendamento de espaços comerciais, que, em conjunto com a consultora Gesvalt, publicaram o relatório de retalho de 2023 referente à cidade de Lisboa.
O documento destaca os espaços destinados à moda entre as lojas instaladas na Avenida da Liberdade, representando 61,98 % do espaço total, seguidos dos estabelecimentos dedicados aos serviços, com 22,31 %, a que se seguem a restauração, com 7,44 %, e da cosmética, com 1,65 %. Os restantes 6,61% são espaços de diversas outras tipologias.
No que diz respeito às rendas, variam consoante a área total dos espaços comerciais. Neste caso, os espaços com mais de 1000 metros quadrados têm um custo de 70 €/m², enquanto aqueles entre 501 e 1000 metros quadrados têm rendas entre 80 €/m² e 90 €/m². Nos espaços com menores áreas, entre 301 e 500 metros quadrados, a renda situa-se entre 95 €/m² e 120 €/m²; naqueles com uma área entre 101 e 300 metros quadrados, a renda situa-se entre 130 €/m² e 160 €/m²; e, por último, os espaços com menos de 100 metros quadrados têm um custo entre 180 €/m² e 200 €/m².
Enquanto destino turistico, a capital portuguesa passou também a ser considerada pelas marcas como um destino prioritário para a instalação de novas lojas, colocando-a ao mesmo nível das outras grandes capitais europeias. Neste sentido, várias marcas de luxo instalaram-se na cidade, como a loja principal da Dior na Avenida da Liberdade com três andares, confirmando a tendência de mudança dos franchisados de luxo para lojas próprias, sustentando este posicionamento turístico internacional. No entanto, as marcas de grande consumo estão também a apostar na cidade, como demonstra a próxima abertura da nova loja principal da Zara no Rossio, com mais de quatro mil m2, tornando-a a maior loja em Portugal.
Por outro lado, o Banco de Portugal previu um crescimento da economia portuguesa de 1,2 % do PIB em 2024, embora seja nove décimos de ponto percentual mais lento do que em 2023. De igual forma, a inflação permanecerá num nível elevado de 2,9 %, não atingindo a meta de 2 % até 2025 e 2026. Esta situação poderá desacelerar o crescimento do retalho, mantendo os espaços comerciais desocupados mesmo em zonas nobres como a Avenida da Liberdade.