Escritórios em Lisboa e Porto aceleram face a 2023
O report Office Flashpoint, da JLL, aponta um take-up de 73.700 m2 em Lisboa e de 18.000 m2 no Porto no 1º trimestre de 2024. Estes níveis de actividade disparam na comparação com o período homólogo
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No 1º trimestre de 2024 foram ocupados 73.700 m2 de área de escritórios em Lisboa, volume que supera em quase quatro vezes os 19.300 m2 negociados no mesmo período de 2023. No Porto, a ocupação nos primeiros três meses deste ano ascendeu a 18.000 m2, mais que duplicando os cerca de 7.700 m2 tomados no trimestre homólogo. Em termos trimestrais, a ocupação cresceu 82% em Lisboa e 91% no Porto.
Os dados são divulgados pela JLL no âmbito do seu relatório mensal de análise a este sector, o Office Flashpoint. A consultora contribuiu para a elevada dinâmica destes mercados, tendo actuado em operações que correspondem a 42% em termos de número de negócios no trimestre em Lisboa e a 50% no Porto em termos de área ocupada.
A actividade de Lisboa no trimestre foi marcada pela realização de duas operações de grande dimensão, as quais, em conjunto, correspondem a 59% da área ocupada. Designadamente a aquisição de 26.700 m2 pela Caixa Geral de Depósitos no edifício Well Be, no Parque das Nações, e de 17.000 m2 por uma entidade não divulgada no edifício Álvaro Pais 2, na Novas Áreas de Escritórios. Sem prejuízo, retirado o efeito destas operações, o mercado teria crescido 55% face ao ano passado, assinalando-se o regresso das transacções de grande dimensão. De facto, no trimestre em análise, concretizaram-se 41 operações de ocupação de escritórios em Lisboa, das quais 9 envolveram áreas superiores a 1.000 m2, incluindo a tomada de 1.860 m2 na Torre Oriente do Colombo, pela Advance Care, numa operação concretizada em março e assessorada pela JLL. No 1º trimestre, o Parque das Nações, com 39% do take-up, foi a zona mais dinâmica, seguida pela Novas Áreas de Escritórios, com 35% do total. Em termos de procura, há uma clara evidência das empresas de Serviços Financeiros, em reflexo de algumas das maiores operações do trimestre, ao gerarem 65% de toda a actividade.
No Porto, assinala-se também a reactivação das operações de grande dimensão este ano, com 6 das 22 transacções do trimestre a envolverem áreas superiores a 1.000 m2. Mais recentemente, em Março, evidenciam-se as transacções de 4.000 m2 ocupados por uma empresa no Matosinhos Office Center, bem como de outros 3.000 m2 pela Alten no Sousa Aroso 959, este último um negócio também mediado pela JLL. No trimestre em questão, foi a zona de Matosinhos que mais se evidenciou, com uma quota de 43% da ocupação registada no Porto. Do lado da procura, foram as empresas de TMT’s & Utilities a grande alavanca do mercado de escritórios no Porto, com 59% do take-up acumulado.
“Os resultados do 1º trimestre deixam-nos bastante animados para as projecções do ano. O Porto, mantendo níveis de actividade inferiores a Lisboa, tem uma dinâmica saudável e bons índices de procura. Em Lisboa, mesmo se anularmos o efeito das duas grandes transacções, que naturalmente não constituem um padrão habitual do mercado, teríamos uma ocupação do trimestre à volta dos 30.000 m2. Isso traduz um crescimento homólogo superior a 50%, o que é um excelente indicador da actividade da procura. Se mantivermos este ritmo, vamos repor a actividade para os níveis médios de transacção habituais do mercado, invertendo a quebra do ano passado”, refere Sofia Tavares, head of office Leasing, da JLL.