Créditos Imagens: André Rocha/DAM Team
A escola do Fundo da Vila é a mais bela de Portugal
O projecto de design de interiores da Escola de Ensino Básico e Jardim de Infância de Fundo da Vila, assinado pelos designers Hugo Silva e Joana Santos, ganhou uma Menção Honrosa na última edição Architizer A+Awards. São várias as lições que podemos tirar deste projecto que pega num recinto descaracterizado e transforma cada espaço, num espaço de exploração e de aprendizagem
Manuela Sousa Guerreiro
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Créditos Imagens: André Rocha/DAM Team
Talvez não possamos ir tão longe na afirmação que faz de título a este artigo, mas podemos com segurança afirmar que a Escola de Ensino Básico e Jardim de Infância de Fundo da Vila, em São João da Madeira, é um exemplo de como a criação de espaços pensados, funcionais e criativos podem influenciar o modelo de ensino, promover o bem-estar e criar, felizes, memórias futuras.
O projecto de interiores pensados pelos designers Hugo Silva e Joana Santos ganhou uma Menção Honrosa no recente Architizer A+Awards, mas, mais do que isso, o projecto tornou-se um exemplo de investimento público no design de interiores em espaços educativos. O desafio foi lançado ainda em 2019 pela autarquia aos dois designers, numa altura em que o estabelecimento de ensino estava em processo de requalificação.
Hugo Silva e Joana Santos são co-fundadores da marca DAM que, em 2014, se instalou na incubadora de indústrias criativas de São João da Madeira. A marca de mobiliário e assessórios, tem na cultura portuguesa e na natureza, a principal fonte de inspiração. Uma tendência que foi seguida também no projecto de interiores pensado para a Escola de Vila do Fundo.
A proximidade geográfica da Escola à Linha ferroviária do Vouga foi o ponto de partida da estratégia e identidade do projecto. “A Linha do Vouga tem importância histórica na cidade, pois outrora contribuiu para o desenvolvimento económico e social do concelho, com a instalação de indústrias e a explosão demográfica. Hoje o comboio Vouguinha é para os adolescentes um meio de deslocação para a praia de Espinho durante as férias escolares, significando liberdade e lazer”, explica Hugo Silva.
Uma proposta de “viagem”
A proposta de “viagem” assume, então, o protagonismo. Uma ideia que desponta com a representação da via-férrea no chão à entrada do edifício e que depois percorre o edifício. Nesta “viagem”, onde as figuras humanas imaginárias e invulgares orientam o percurso surpreendemo-nos com “árvores”, “chaminés”, “cegonhas”, “lápis gigantes” elementos mais ou menos imaginários que tornam cada espaço um espaço de imaginação e exploração, mas também de aprendizagem. A flexibilidade é outro dos conceitos seguidos. Um corredor que se transforma num espaço de exposição ou num espaço de descoberta, uma sala que se desconstrói e se reconfigura à medida das necessidades. “Depois cada sala é como uma casa que, em conjunto, constituem uma pequena vila, representada no mapa da entrada”. “Os vários elementos gráficos foram seleccionados com base na história e cultura locais de São João da Madeira. O cromatismo seleccionado reflecte leveza e serenidade e cada tipologia de espaço é caracterizada por uma cor dominante”, descreve Joana Santos.
Um projecto desenvolvido e cuja materialização vai muito além da identidade visual gráfica da escola, abrangendo também “o apoio na selecção de materiais e acabamentos, o desenvolvimento da sinalética, a selecção de equipamentos de mobiliário e a concepção de soluções de mobiliário à medida, tendo em conta diferentes necessidades e permitindo às crianças a utilização dos espaços na sua totalidade, tando das salas dos corredores”.