O que atrai investidores para Portugal e as expectativas para o mercado de luxo
O Relatório do Mercado Europeu de Verão 2023 da Berkshire Hathaway HomeServices, BHHS, apresenta a posição de especialistas sobre os mercados imobiliários da Grécia, Portugal, Espanha e Reino Unido
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Portugal tornou-se um dos destinos preferidos dos investidores estrangeiros, muito graças às condições de vida favoráveis e aos incentivos governamentais. Apesar das mudanças anunciadas já este mês pelo Governo para o programa de Vistos Gold, ainda existem muitos motivos que atraem investidores do sector imobiliário para o país.
Tatiana Vale, directora de marketing da Berkshire Hathaway HomeServices Atlantic Portugal considera que “o mercado de luxo em Portugal tem crescido significativamente nos últimos anos. Várias condições estão a ter um impacto positivo no mercado imobiliário, incluindo o estatuto de Portugal como o 4º país mais pacífico do mundo, a sua excelente qualidade de vida, a hospitalidade, os cuidados de saúde avançados, o clima… tudo isto contribui para que os investidores vejam Portugal como uma excelente opção.” Tatiana Vale refere que há três tendências que prevalecem no mercado de luxo português. A 1ª é a procura de propriedades com certificações ambientais, materiais sustentáveis e design amigo do ambiente; a 2ª é a conveniência e proximidade de comodidades que permitem aos compradores “viver a vida local” e, a 3ª tendência, propriedades que possibilitam um estilo de vida mais descontraído.
De acordo com Tatiana Vale, o interesse dos americanos no mercado português está a crescer. “Eles emergiram como os principais compradores de propriedades de luxo na região de Lisboa”, explicou, acrescentando que, em 2022, 6% das compras de casas no país foram feitas por cidadãos estrangeiros. Os cidadãos americanos representam 15% desse número e 40% desses compradores americanos escolheram Lisboa. “Os preços competitivos e a valorização do dólar americano são alguns dos factores que aumentam o interesse dos americanos”, acrescenta.
Por sua vez, Michael Vincent, CEO da Berkshire Hathaway HomeServices Portugal Property, refere que “33% dos compradores de imóveis transaccionados pela empresa em 2022 eram dos EUA e que a maioria procurava usufruir do Programa de Vistos Gold”. Para além das compras motivadas por este programa, “Portugal foi reconhecido como o melhor lugar do Mundo para a reforma no Global Retirement Index”, acrescentou Vincent.
Relativamente ao preço a pagar por uma propriedade de luxo em Portugal, Michael Vincent afirma que “para a empresa, o nosso preço médio de venda é de cerca de 850.000 euros. Eu classifico o luxo como qualquer coisa acima de 500 000 euros, mas os preços vão até aos 40 milhões de euros para o crème de la crème. Em Vilamoura, por exemplo, 500 000 euros dão para comprar um belo apartamento. Nos Açores, consegue-se uma bela moradia de três quartos com vista para o mar e os Açores ficam a apenas 4,5 horas de Boston.” No que respeita a crescimento de vendas, Michael Vincent afirma que “no ano passado, registámos um aumento de 18% nos preços do imobiliário em Portugal. Espero um aumento de 10% para este ano”.
Globalmente, o mercado imobiliário sofreu mudanças gigantescas nos últimos anos – desde o boom da pandemia, alimentado pelo desejo de espaço e pelas baixas taxas de juro, seguido de uma correção do mercado. Em toda a Europa, a proximidade de eleições pode influenciar o custo e a facilidade do investimento estrangeiro, bem como as alterações nos programas Golden Visa em alguns países. Estes factores são os mais importantes para o Reino Unido, Portugal e Grécia. Na Grécia, o limiar monetário para obter um visto de residência de cinco anos aumentará em 1 de Agosto de 2023 de 250 000 euros para 500 000 euros.
Apesar de alguns investidores terem feito uma pausa, os preços das propriedades de primeira linha e dos alugueres para férias em toda a Europa estão a subir, com os americanos ainda muito activos em mercados como a Espanha, tendo-se registado um aumento de 25% de investidores americanos em Espanha entre 2019 a 2022.
O aumento do interesse deve-se a uma grande variedade de factores, incluindo o custo de vida relativamente baixo, taxa de câmbio favorável relativamente ao dólar americano, infraestrutura de transportes de classe mundial – a rede ferroviária de alta velocidade de Espanha só fica atrás da China em termos de dimensão – e um clima político e económico estável.
As cidades com mudanças mais rápidas na Europa são aquelas que beneficiam da instalação de empresas. Málaga é um excelente exemplo desta situação, tendo recebido empresas como a Google, a Bombardier, a Siemens e a Oracle.