Casais e Surforma vão construir paredes inteligentes de aquecimento
A solução foi concebida pela The Warming Surfaces Company e será desenvolvida em conjunto por esta empresa finlandesa e pelas portuguesas Casais e Surforma. “Halia” promete revolucionar o aquecimento, da mesma forma como o led revolucionou a iluminação. Os primeiros produtos serão comercializados já em Janeiro de 2024
Manuela Sousa Guerreiro
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The Warming Surfaces Company é uma empresa finlandesa pioneira em tecnologia de aquecimento digital que concebeu Hália, uma tecnologia de superfícies de aquecimento digital ultrafinas que pretende ser uma resposta às crescentes necessidades de soluções de aquecimento mais eficientes em termos de energia, com utilização de menos materiais intensivos. A pressão tem vindo acentuar-se ou não fosse o caso de 63% da energia consumida pelos lares na União Europeia ser usada para aquecer os espaços habitacionais. Estima-se que 35 milhões de edifícios na UE precisam ser reformados até 2030 para serem mais eficientes em termos energéticos.
“As metas governamentais de eficiência energética em todo o mundo estão a acelerar a transição do sector de construção para um futuro com emissões zero. Existem histórias de sucesso anteriores em economia de energia e material, como a proibição da UE de iluminação ineficiente, que nos primeiros dez anos trouxe economias de até 1.330 € para famílias europeias individuais. Estas decisões recentes abordam o consumo de energia onde as emissões e os custos são mais elevados, nomeadamente o aquecimento. Hoje, os lares europeus consomem mais de 40 vezes mais energia no aquecimento de espaços do que na sua iluminação”, refere Jani-Mikael Kuusisto, CEO e co-fundador da The Warming Surfaces Company. O que a empresa fez foi pegar “no ‘manual’ de iluminação LED para oferecer mais eficiência energética e facilidade de controlo do aquecimento”, compara o responsável. A solução de aquecimento digital concebida pela empresa finlandesa “torna possível aquecer superfícies e móveis internos de forma rápida e fácil, da mesma forma como hoje controlamos a iluminação”, explica.
Os elementos de aquecimento na tecnologia de superfície de aquecimento digital Halia têm menos de 0,1 milímetros de espessura, o que torna possível integrá-los dentro de materiais de construção, como pisos laminados, portas e paredes, e até mesmo em móveis e têxteis de interior. Estas superfícies de aquecimento passam, assim, a fornecer uma solução para reduzir o consumo de forma significativa, ao mesmo tempo que fornece uma melhor economia de espaço e abre novas possibilidades para o para design de interiores. “Halia abre inúmeras possibilidades para projectar elementos de aquecimento criativos para espaços de convivência e trabalho”, considera a empresa. Já que “o calor radiante é produzido com baixa voltagem e em tempo real quando e onde necessário, e na intensidade desejada de acordo com as necessidades individuais. Esta abordagem de “calor quando e onde necessário” para o aquecimento reduz o consumo de energia e melhora a saúde e o conforto dos habitantes do edifício”.
Da teoria à realidade com investimento português
A solução/conceito ganhou recentemente um prémio Inovação naquela que é uma das maiores feiras mundiais de produção de mobiliário e design de interiores, a Interzum, que decorreu em Colónia, Alemanha, e onde também foi apresenta a parceria com a construtora Casais e com a Surforma, do grupo Sonae, que vão desenvolver a utilização desta tecnologia.
A aplicação da tecnologia nos laminados produzidos pela Surforma, será depois usado na “construção” da parede pelo Grupo Casais, sendo que uma das suas principais características será a pré-fabricação, padronizada, de componentes individuais como painéis de tecto, painéis de fachada, pilares e estruturas. Módulos que, numa fase posterior, serão montados no local da obra. “Usámos o laminado decorativo com a tecnologia Hália e definimos uma composição de parede interior que consegue radiar calor com base em energias renováveis e com uma redução significativa do consumo de electricidade. Usando esta tecnologia em conjunto com o nosso know-how de sistemas construtivos industrializados queremos trabalhar no sentido de levar a todos aquecimento eficiente e de baixo consumo reduzindo a pobreza energética”, explica Cristina Maia, gestora de E-commerce da Casais.
A mesma responsável sublinha ainda que “a sustentabilidade e a digitalização estão no centro de todos os principais desenvolvimentos do grupo Casais. Edifícios e materiais de construção saudáveis significam pessoas saudáveis. Em linha com estes objectivos, vemos uma vasta gama de utilizações para as superfícies de aquecimento digital Halia. A sua forma, leve e fina, presta-se à utilização em edifícios modelares, elementos interiores não estacionários, bem como a locais de renovação complexos”.
O primeiro protótipo funcional já existe e o consórcio está a trabalhar em ensaios de industrialização e validação sendo que “o Go to market” é apontado para Janeiro de 2024. Por sua vez, para a produtora de laminados portuguesa do grupo Sonae “a combinação de aquecimento nos nossos produtos é um recurso de valor agregado. Estamos entusiasmados por ver as primeiras reacções dos clientes ao nosso melhor HPL equipado com a tecnologia de aquecimento digital Halia”, refere Miguel Nogueira, director geral da Surforma.