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    “A nossa estratégia é a longo prazo, a pensar na próxima década”

    Bobby O’Reilly, cofundador e sales & marketing director da Dynasty Homes, é o rosto da promotora em Portugal. Ao CONSTRUIR, falou sobre os próximos investimentos, as novas localizações onde estão […]

    Cidália Lopes
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    “A nossa estratégia é a longo prazo, a pensar na próxima década”

    Bobby O’Reilly, cofundador e sales & marketing director da Dynasty Homes, é o rosto da promotora em Portugal. Ao CONSTRUIR, falou sobre os próximos investimentos, as novas localizações onde estão […]

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    Bobby O’Reilly, cofundador e sales & marketing director da Dynasty Homes, é o rosto da promotora em Portugal. Ao CONSTRUIR, falou sobre os próximos investimentos, as novas localizações onde estão a apostar, mas também, sobre o difícil caminho que o nosso País atravessa em termos de estabilidade política e legislativa. Além dos custos de construção e impostos elevados, o responsável receia que as recentes políticas nacionais possam assustar os investidores e levá-los a direccionar os seus projectos para outros países.

    O empreendimento ‘Herdade do Meio’ é o primeiro investimento de maior dimensão em Portugal. Porque a aposta neste tipo de produto e porquê a escolha deste local?

    Até agora, é o nosso maior investimento. É um produto diferenciado, pelo número de soluções inovadoras que aplica, como a qualidade dos materiais ou o sistema KNX, neste caso, o protocolo mundial para todas as aplicações de controlo de residências e edifícios. Sem esquecer a implementação de conceitos de eficiência energética, algo que o mercado exige cada vez mais, e que visa a produção de electricidade através de painéis solares e a integração de baterias acumuladoras, com o objectivo de realmente aproveitar a energia produzida.

    Sentimos que a dimensão da Herdade do Meio responde àquilo que desejamos. Já estamos em Portugal há algum tempo e temos desenvolvido projectos mais pequenos. Mas aqui encontramo-nos em posição de fazer algo que vai mais ao encontro das nossas expectativas, por exemplo, através da criação de zonas de lazer ou áreas com dimensões superiores, nomeadamente, nas caves e garagens.

    Por outro lado, acreditamos que esta é a localização perfeita. Desde logo, pela sua centralidade, por estar próximo da estação de comboios e de Lisboa. Mas também por ser uma ligação que não se cinge à cidade, pois está a apenas 10 minutos da praia. É também uma zona tranquila, próxima de escolas, supermercados e espaços comerciais. E, refira-se, em Portugal não é fácil encontrar uma localização com este perfil, já com um plano municipal para o espaço que não exija estarmos à espera mais de três anos.

    Anunciaram outros dois novos projetos muito perto da ‘Herdade do Meio’. Trata-se também de empreendimentos pensados para o segmento alto?

    Os próximos dois projectos serão reconhecidos pelos seus acabamentos de alto nível, com elevados índices de eficiência energética. E falo de um produto que não existe na área.

    Acredito que quem queira viver nestas localizações, pelo seu valor de mercado e pelo perfil de construção, com um standard mais elevado, procure as nossas ofertas. O projecto na Aroeira divide-se em dois lotes. O primeiro, com um total de 7.800 m2 e um investimento de sete milhões de euros, integra 12 moradias geminadas e uma individual, as quais incluem cave piscina privada e jardim, sistema de casa inteligente. Pretendemos iniciar a construção e venda a partir de Outubro deste ano.

    Já o segundo lote, num terreno de 5.050 m2, exige um investimento de 5 milhões de euros, em 8 moradias, todas geminadas, com 160 m2, cada. Tal como no outro lote, inclui cave, piscina privada e jardim, para além do sistema casa inteligente, e iniciará a respetiva edificação em Outubro.

    Gostaríamos muito de apostar em habitações com preços a partir dos 350 mil euros. Mas o Governo também terá que dar sinais nesse sentido, através de incentivos ao sector. Ao aumentar os impostos, o IVA e os custos da construção, o Estado está a incrementar uma espiral inflaccionista no mercado

    Anunciaram um montante de 82 M€ de investimentos em Portugal. Sendo que a ‘Herdade do Meio’ e os outros dois anunciados totalizam cerca de 42 M€ há ainda um valor considerável previsto para outros projetos. Quais as principais apostas da Dynasty Homes para os próximos anos?

    O valor que aponta refere-se apenas ao que já temos em pipeline, entre lotes, apartamentos e prédios, seja em Lisboa, seja na Margem Sul. Além da Herdade do Meio e da Aroeira, por exemplo, em Lisboa, estamos a renovar um edifício na zona de S. Bento, que integra 11 apartamentos, num mix entre estúdios e apartamentos de um quarto. Já no Pátio do Tijolo encontramo-nos a trabalhar num edifício clássico, com oito apartamentos. Na Margem Sul destaco, ainda, uma casa que se encontra em fase de renovação, a Aroeira Beach & Golf Villa, com três pisos, um espaçoso piso térreo aberto no interior e jardim envolvente.

    A curto prazo, temos em mente apostar na zona do Seixal, numa localização, uma vez mais, com boas acessibilidades, constituída por 127 villas e cerca de 200 apartamentos. Também estamos à procura de espaços com características similares em Fernão Ferro.

    E além de Lisboa e margem sul que outras localizações poderão suscitar interesse?

    Estamos interessados em analisar todas as zonas que façam sentido. Adoramos Lisboa e a Margem Sul, mas estamos abertos a outras zonas.

    Porém, na verdade, ainda não pesquisámos a fundo a Margem Norte. Isto, pois os valores de construção são mais elevados, com repercussões nos preços das habitações. O que leva a que as localizações onde nos encontramos actualmente sejam mais interessantes para investidores como nós, que queremos construir habitações com determinadas características e valores que possam ir ao encontro de determinado perfil.

    Por exemplo, estamos agora especialmente atentos a alguns locais do concelho do Montijo, com o objectivo de respondermos a várias exigências do mercado nacional. Desde apartamentos a villas, a qualidade é fundamental para os projectos da Dynasty Homes, bem como a implementação de soluções de eficiência energética, numa óptica da maior rentabilidade possível para os compradores.

    Sentimos que a dimensão da Herdade do Meio responde àquilo que desejamos. Aqui encontramo-nos em posição de fazer algo que vai mais ao encontro das nossas expectativas, por exemplo, através da criação de zonas de lazer ou áreas com dimensões superiores, nomeadamente, nas caves e garagens

    Gostaria ou ponderam apostar, também, em projetos para outros segmentos, nomeadamente, para a chamada classe média, sendo um tipo de habitação com muita procura também?

    Gostaríamos muito de apostar em habitações com preços a partir dos 350 mil euros. Mas o Governo também terá que dar sinais nesse sentido, através de incentivos ao sector. Por aquilo que verificamos, ao aumentar os impostos, o IVA e os custos da construção, o Estado está a incrementar uma espiral inflacionista no mercado, com as consequências que daí advêm.

    Há que criar condições para que as pessoas adquiram casas. Claro que não é obrigar os bancos a dar empréstimos, antes a criar programas que facilitem todo o processo. Na Irlanda, por exemplo, estão a ser desenvolvidos incentivos que visam a diminuição dos impostos no decorrer da construção das casas, o que resulta em melhores oportunidades de aquisição junto dos compradores finais.

    Em Portugal, os custos de construção e os impostos são elevadíssimos, o que torna quase impossível dinamizar o mercado local. Nesse sentido, os municípios também podem ajudar. Quando falam com os construtores e investidores, podem colocar em cima da mesa as suas necessidades, podem identificar zonas estratégicas para integrar no mercado de habitação. Têm muitas propriedades municipais, para as quais necessitam de um plano. Então, pode-se lançar uma parceria, na qual, os concelhos têm o espaço, enquanto os promotores constroem nesse espaço, com a possibilidade de vender a um determinado preço.

    Não faltam ideias, e as pessoas, se se sentarem à mesa, poderão falar sobre isso. Actualmente, todos tentam atirar as culpar para outros, ao invés de encontrar soluções.

    Portugal está em competição com Espanha, Grécia, Chipre ou Malta, outros países vistos como espaços de crescimento dentro do cenário europeu. E, estejamos cientes disso, eles preocupam-se acima de tudo em saber onde é que o seu dinheiro estará mais seguro. E as últimas medidas políticas assustaram-nos. Estão a desincentivar os grandes investidores a apostar em Portugal, em detrimento de outros locais

    De que forma a instabilidade legislativa e as novas medidas anunciadas para a habitação poderão refletir-se ou levar a alterar a vossa estratégia em Portugal?

    A nossa estratégia é a longo prazo, a pensar na próxima década. Mas tememos que, nos próximos dois anos, as medidas políticas deste Governo assustem investidores, com o inevitável aumento dos valores de mercado em algumas áreas. E quem sofrerá serão as pessoas, não esses investidores, que irão para outro sítio.

    Portugal está em competição com Espanha, Grécia, Chipre ou Malta, outros países vistos como espaços de crescimento dentro do cenário europeu. E, estejamos cientes disso, eles preocupam-se acima de tudo em saber onde é que o seu dinheiro estará mais seguro.

    E as últimas medidas políticas assustaram-nos. Estão a desincentivar os grandes investidores a apostar em Portugal, em detrimento de outros locais. Aquilo que mais procuram é estabilidade política, bem como um pensamento estruturado quanto ao seu papel no país. Actualmente, o que se verifica é que ninguém sabe o que fazer, com resultados muito maus. Ainda esta semana uma empresa anunciou que vai deixar cair um projecto de 495 milhões de euros, com a perda de 550 empresas, em face dos recentes anúncios. E acho que esta é só a ponta do icebergue.

    Há uma tendência crescente na integração da construção modular ou de madeira em muitos projetos, em parte para ‘acelerar’ o tempo de obra e de forma a minimizar o impacto da mesma no local. Como encaram esta possibilidade nos vossos empreendimentos?

    Procuramos conjugar o tradicional betão com a construção modular. Em todos os nossos projectos apresentamos as melhores e mais sustentáveis soluções. Por isso, sim, estamos sempre abertos a investir em novas soluções.

    Mas tudo depende dos custos. Actualmente, a logística e o fornecimento passam por um período difícil em qualquer parte do mundo. Assim, temos de estar certos do que podemos realmente entregar, ao invés de tentarmos reformular conceitos, sem totais garantias. Ou seja, damos prioridade à preparação de um plano de construção que possamos cumprir, com o nosso estilo tradicional de cimento com módulos. No entanto, saliento não fechamos a porta a novas soluções.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

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    Bruno Amaro, responsável pelo Departamento de Rural da Savills

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    “Terrenos agrícolas destacam-se pela valorização sustentável e maior resiliência em períodos de crise económica”

    Em Portugal, os terrenos agrícolas e florestais têm sido cada vez mais procurados, com uma rentabilidade média anual que varia entre 3% e 8%, dependendo da localização, do tipo de cultura e da gestão implementada. Espanha, França, Reino Unido e Países Baixos são os principais investidores, mas tem-se registado um maior interesse de países do Golfe Pérsico e dos Estados Unidos

    Cidália Lopes

    Herdade Vale Mouro

    A Savills Portugal acaba de lançar o seu novo Departamento de Rural criado para responder à necessidade de acompanhar e assessorar a nível profissional o crescente número de investidores, nacionais e internacionais, com interesse em terrenos agrícolas e florestais em Portugal. Seja para fins agrícolas, florestais ou de desenvolvimento, os proprietários e investidores são acompanhados ao longo de todo o processo de compra e venda de propriedades rurais, desde a avaliação inicial até à transacção final.

    Liderada por Bruno Amaro, que conta com mais de 15 anos de experiência internacional em gestão e transacção de activos agrícolas, esta nova área de negócio integra o departamento de Investimento da Savills e oferece soluções de investimento personalizadas.

    A abertura do sistema de irrigação do Alqueva foi o catalisador para o aumento do interesse dos investidores estrangeiros em Portugal. Inicialmente, espanhóis, mas mais recentemente, de países como o Reino Unido, EUA, Suíça, Canadá e Chile.

    Os principais investidores vêm de países como Espanha, França, Reino Unido e Países Baixos, mas tem-se registado um crescente interesse de nações fora da Europa, incluindo os Estados Unidos e países do Golfo Pérsico

    Além do Alqueva, também outras regiões, como Castelo Branco, a bacia do Tejo e o nordeste do concelho de Évora, têm-se sido mais procuradas.

    A nível internacional, a Savills conta, também, com um grande histórico no que respeita à gestão e venda de terrenos agrícolas e florestais em várias geografias. Anualmente, a empresa avalia mais de 1,4 milhões de hectares e, nos últimos cinco anos, intermediou a venda de mais de 3,5 mil milhões de euros em terrenos em nove países. Este conhecimento e experiência internacional são agora aplicados ao mercado português.

    Embora activos tradicionais como escritórios ou espaços comerciais possam oferecer retornos semelhantes, os terrenos agrícolas destacam-se pela valorização sustentável a longo prazo e pela sua maior resiliência em períodos de crise económica

    Ao CONSTRUIR, Bruno Amaro, explica como funciona este departamento, quais os desafios e tendências e de que forma este investimento é encarado, cada vez mais, como uma diversificação de portefólio. Cada vez mais profissionalizado, os terrenos agrícolas destacam-se, também, pela valorização sustentável a longo prazo e pela sua maior resiliência em períodos de crise económica.

    Soria (Espanha)

    O que leva ao crescente interesse por este segmento em Portugal e quem são os principais investidores?

    Portugal oferece condições climáticas únicas, com um elevado número de horas de sol e um clima mediterrânico ameno ao longo de todo o ano, características que representam vantagens competitivas face a outras regiões. Estas condições agrícolas excepcionais fazem de Portugal um destino de excelência para investimentos em terrenos agrícolas. O país é amplamente reconhecido pela produção de amêndoas, azeite, tomate e mirtilos, ocupando lugares de destaque nos rankings globais de exportação. Actualmente, Portugal é o terceiro maior exportador mundial de azeite, o sexto de tomate processado e o sétimo de mirtilos.

    Além disso, o País destaca-se pelo uso de técnicas agrícolas avançadas, particularmente na gestão eficiente da água, consolidando a sua posição como líder na produção agrícola de alta qualidade. Culturas como o olival e o amendoal têm registado um crescimento exponencial, com um aumento de 20% no último ano, tendência que deverá continuar graças às novas plantações ainda em fase de maturação.

    A implementação de perímetros de rega em regiões como Mira, Castelo Branco e, sobretudo, o Alqueva, também tem atraído grande interesse, pois a irrigação é essencial para culturas perenes e frutos silvestres. No Algarve, as condições são ideais para o cultivo de frutas exóticas, como manga e abacate, além dos tradicionais citrinos. Outro factor atractivo é o preço da terra, que se mantém mais baixo em comparação com Espanha.

    Os principais investidores vêm de países como Espanha, França, Reino Unido e Países Baixos, mas tem-se registado um crescente interesse de nações fora da Europa, incluindo os Estados Unidos e países do Golfo Pérsico.

    Qual é o retorno esperado? São contratos de aquisição ou exploração?

    Em Portugal, a rentabilidade média anual dos terrenos agrícolas e florestais varia entre 3% e 8%, dependendo da localização, do tipo de cultura e da gestão implementada. O investidor pode optar pelo modelo de retorno que melhor se adequa aos seus objectivos e ao nível de risco que está disposto a assumir. A aquisição e posterior arrendamento da terra a terceiros que a exploram é uma opção que oferece um rendimento mais estável e com menor risco, graças à disponibilidade de mecanismos para garantir a renda.

    Outra alternativa consiste na aquisição de uma propriedade com partilha de risco com um operador, o que permite aumentar o retorno, embora implique maior exposição ao risco associado à exploração. Por fim, o investidor pode optar por adquirir e operar directamente a propriedade, o que pode proporcionar o maior retorno, mas também implica uma maior vulnerabilidade às flutuações do mercado e às condições climatéricas.

    Além dos rendimentos provenientes da exploração agrícola, há ainda o benefício da valorização do imóvel, que tem sido expressiva em Portugal nos últimos anos. Embora activos tradicionais como escritórios ou espaços comerciais possam oferecer retornos semelhantes, os terrenos agrícolas destacam-se pela valorização sustentável a longo prazo e pela sua maior resiliência em períodos de crise económica.

    Colocaram recentemente à venda o Portfólio Lynx. Estamos aqui a falar de um conjunto com uma maior dimensão. O que diferencia este de outros activos?

    O projecto Lynx, sendo composto por um portfólio diversificado de culturas, permite interagir com mercados distintos no sector florestal, ajudando a mitigar riscos. Além disso, o oferece a possibilidade de ajustar o retorno financeiro com base no grau de envolvimento na operação, permitindo aumentar ou reduzir a exposição ao risco.

    Outro factor inovador é o crescente desenvolvimento do mercado de créditos de carbono, que proporciona novas oportunidades para a gestão eficiente das propriedades e dos seus recursos, acrescentando uma dimensão sustentável e lucrativa ao investimento.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

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    “Resposta às exigências ambientais dá competitividade às empresas nacionais”

    A presidente da Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção, Rita Moura, explica o que motiva o lançamento do projecto “C2Ø – Construction to Zero”, a necessidade de definir um Roteiro da Descarbonização e o seu impacto na competitividade das PME do sector

    2030 e 2050 estão à porta e os desafios que acarretam trazem urgência e desafios acrescidos à adaptação do sector da construção às novas exigências regulamentares ambientais. Mas essa resposta, global e conjunta, “pode posicionar o sector como competitivo no mercado global”, defende Rita Moura, presidente da Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção. Um contexto que justifica o lançamento, que talvez só peque por tardio, do projecto C2Ø – Construction to Zero que junta a PTPC e a Associação Técnica da Indústria do Cimento (ATIC)

    Quais são os objectivos desta iniciativa?
    O objectivo principal do projecto C2Ø – Construction to Zero (uma iniciativa conjunta com a ATIC) é desenvolver um Roteiro de Descarbonização para a fileira da construção e actividades industriais associadas. O C2Ø tem como ambição ser um projecto estratégico para Portugal atingir as metas traçadas para 2050, recorrendo a sinergias dentro do sector da construção entre indústrias específicas, integrando a inovação tecnológica dos processos e contribuindo para a redução das emissões de GEE.
    Este projecto abrange o sector a construção e o ambiente construído como um todo, mas visa especificamente cinco CAE da indústria da construção – CAE 23610 Fabricação de produtos de betão para a construção; CAE 23630 Fabricação de betão pronto; CAE 23991 Fabricação de misturas betuminosas; CAE 23640 Fabricação de argamassas; CAE 16230 Fabricação de outras obras de carpintaria para a construção – e pretende apoiar a implementação de estratégias de descarbonização e a avaliação do seu potencial de redução de impacte e custos.

    Que acções concretas serão lançadas?
    A concretização do C2Ø contempla quatro fases sequenciais, sendo a primeira a elaboração de narrativas macroeconómicas e cenários de modelação sectorial, seguida pela modelação de emissões e a identificação e avaliação das principais tecnologias e vectores de descarbonização para o sector, adicionalmente a integração medidas de economia circular, melhoria da qualidade do ar e a utilização sustentável e protecção dos recursos hídricos. Por fim, o envolvimento da sociedade, de uma forma transversal, durante todas as fases integrando no processo de decisão os principais stakeholders da cadeia de valor da fileira da construção e actividades industriais associadas.
    Neste último ponto, destaca-se a realização de 12 acções de capacitação, integradas no Acelerador C2Ø, que tem como objectivo preparar as empresas para a adopção das estratégias de descarbonização preconizadas no Roteiro. Essas acções vão abordar os temas: Concepção Ecológica, Buildings post end-of-life, Métricas de Avaliação de Ciclo de vida, e Fábricas Digitais. No âmbito deste Acelerador será ainda dinamizado um Selo de Excelência para premiar as empresas pela implementação de medidas de descarbonização. No final serão ainda publicados 5 manuais sectoriais e o documento final do Roteiro C2Ø – Construction to Zero.

    De que forma este projecto faz a ligação com as estratégias em curso em matéria de transição climática, designadamente PNEC2030 e RNC2050 e outros roteiros já lançados pela indústria?
    Alinhado com estratégias nacionais, como o PNEC2030 e o RNC2050, e articulando-se com outros roteiros sectoriais e iniciativas nacionais e europeias, o C2Ø – Construction to Zero procura identificar soluções em cinco grandes eixos: Energias Renováveis e Combustíveis alternativos; Eficiência Energética; Recurso/incorporação de materiais alternativos; Indústria 4.0 / Digitalização; e Novos métodos construtivos.

    Do que a PTPC tem observado a indústria portuguesa não parte do zero, neste momento, mas quão longe ou perto está da meta?
    Algumas iniciativas internacionais, como o European Green Deal, ou nacionais, como o Plano de Acção para a Circularidade da Construção em Portugal (PACCO), identificam obstáculos à integração da economia circular no sector AEC e apontam algumas das medidas que podem apoiar esta transição. O sector da construção tem já percorrido algum caminho rumo à sustentabilidade, principalmente nas maiores empresas portuguesas que repercutem essas preocupações em toda a sua cadeia de valor.

    No seu entender por onde passa a estratégia da descarbonização e que responsabilidades terão as entidades públicas e os agentes privados, nomeadamente as empresas?
    Os principais desafios que terão de ser ultrapassados pelas entidades públicas e os agentes privados incluem o cumprimento da legislação (ex.: edifícios nZEB até 2030), a capacidade de adaptar processos produtivos para reduzir impactos, e atender ao reporte de sustentabilidade exigido pela CSRD, com efeitos em cascata sobre as PME.

    A PTPC tem estado envolvida com uma série de actividades associadas à descarbonização, como a circularidade na construção ou a qualificação do sector para o desenvolvimento de “eco-inovações”. Aproveitando que estamos na recta final do ano, que balanço faz do trabalho desenvolvido e o que podemos antecipar para 2025?
    A sustentabilidade requer equilibrar as dimensões ambiental, económica e social, assegurando a viabilidade das empresas e o bem-estar da população. O calendário da nova EPBD, com metas ambiciosas para edifícios de emissões nulas (nZEB) a partir de 2028 para edifícios públicos e 2030 para privados e renovados, traz urgência à adaptação do sector da construção. Este prazo reduzido, agravado pelo atraso na transposição da directiva, desafia especialmente as PME, predominantes no sector. Apesar das dificuldades, estas exigências reflectem uma necessidade ambiental inadiável e podem posicionar o sector como competitivo no mercado global. A PTPC tem-se posicionado como um parceiro estratégico, apoiando empresas e governo na transição com a realização de projectos, definição de planos e estratégias de capacitação.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Expectativas entre a dúvida e a incerteza

    No ano em que (finalmente) arrancam os projectos de alta-velocidade, do novo hospital de referência em Lisboa e que parece ter sido dado um passo gigante no Novo Aeroporto, a crise na mão-de-obra e uma política fiscal desajustada são sombras no expectável entusiasmo sobre o que poderá ser o próximo ano

    Ricardo Batista

    A expectativa era grande. À entrada do ano de 2024, que agora está em vias de ficar concluído, as associações empresariais estimavam um “crescimento sustentável” este ano, nomeadamente a AICCOPN a antecipar uma variação real do valor bruto de produção entre 2% e 4%, para mais de 20.000 milhões de euros. Os números estão longe de estar fechados, mas é notório que há entusiasmo em torno dos principais indicadores de actividade, pese a persistência num conjunto de medidas entendidas como entraves às reais necessidades da própria economia.

    Nas páginas do CONSTRUIR, convidámos um conjunto de personalidades, de cariz institucional, a olhar para o que foi o ano e, de algum modo, que olhassem para o que temos pela frente no 2025 que entrará dentro de poucos dias. Há, desde logo, a evidência de um fio condutor nas análises feitas. As empresas de construção previam um acesso mais restrito ao crédito em 2024, devido aos elevados juros e a uma menor necessidade de financiamento, o que poderia impactar a capacidade de investimento e expansão no sector. Os empresários portugueses, incluindo os do sector da construção, mostravam-se moderadamente optimistas quanto ao crescimento económico e às oportunidades de negócio, embora conscientes dos desafios financeiros e económicos que poderiam influenciar o desempenho ao longo do ano. De acordo com os dados mais recentes revelados pelo Eurostat, e que datam de Novembro, a produção na construção recuou 1,6% na zona euro e 2,0% União Europeia (UE) em Setembro, face ao mês homólogo, com Portugal, em contraciclo, a registar a terceira maior subida, de 3,3%. Para a organização, na comparação com Agosto, segundo os dados divulgados pelo serviço estatístico europeu, a produção na construção recuou 0,1% tanto na área do euro como no conjunto dos 27 Estados-membros. Na comparação com Setembro de 2023, os maiores recuos no indicador foram observados na Eslováquia (-19,1%), na Eslovénia (-17,6%) e na Polónia (-9,0%), e os avanços na Bulgária (5,2%), em Itália (3,9%) e Portugal (3,3%).

    Sombras que pairam
    Mas pese o entusiasmo perante a evidência destes dados, persistem alguns indicadores que vão continuar a ser, em 2025, uma sombra para o expectável desenvolvimento, nomeadamente ao nível da mão-de-obra. As alterações à lei de estrangeiros, ao imporem restrições à imigração e à concessão de vistos, tem dificultado de sobremaneira a entrada de novos trabalhadores no mercado e acrescenta complexidade a um problema que necessita de respostas urgentes. Mais: o aumento das dificuldades de contratação de trabalhadores qualificados poderá colocar em causa a capacidade do sector de dar resposta aos projectos de grande escala que estão em curso ou já planeados, como as obras constantes no Plano Nacional de Investimentos 2030.

    Medidas fiscais defraudadas
    A juntar a isso, e numa altura em que se esperaria que as respostas à crise da habitação pudessem entrar em velocidade cruzeiro, a votação final do Orçamento de Estado para o próximo ano representou uma forte machadada nas aspirações da fileira, que viram defraudada a expectativa de ver reduzida a taxa de IVA na Construção. A proposta de redução do IVA na construção para a habitação, de 23% para 6%, foi chumbada no Parlamento com os votos contra do PS, PCP, BE e Livre e abstenção do Chega e PAN. Em concreto o pedido visava autorizar o Governo a legislar sobre a lista dos produtos e serviços sujeitos a taxa reduzida do IVA relativamente às empreitadas de construção ou reabilitação de imóveis de habitação. A autorização previa ainda que fossem excluídos da aplicação da taxa reduzida do IVA as obras de construção ou reabilitação, total ou parcialmente, de imóveis de habitação cujo valor exceda o “limite compatível com a prossecução das políticas sociais de habitação do Governo”. A decisão é vista como fortemente penalizadora na ambição de colocar no mercado mais casas, sobretudo para a classe média. Pelo meio, o novo Aeroporto de Lisboa e o projecto de Alta-Velocidade parecem (será?) ter efectivamente saído do papel.

     

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

    Director Editorial
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    Grupo Arliz: Imobiliário, construção e hotelaria geram crescimento em 2024

    O último projecto imobiliário do grupo, um investimento de 60 milhões de euros em Espinho, é fruto de uma parceria, mas o grupo continua apostado no lançamento de projectos próprios, e não só no imobiliário. O crescimento do volume de negócios em 2024, mais 65% face a 2023, revela o dinamismo das várias área de interesse do grupo gerido por Domingos Correia

    O investimento de 60 milhões de euros na reconversão do antigo campo de futebol do Sporting Clube de Espinho num complexo habitacional, o “Espinho Beach Residences”, é a mais recente aposta do Grupo Arliz. O grupo de braga não está sozinho no projecto já que o investimento será realizado pela DTCN Business, veículo que nasce de uma parceria, 50/50, com a Mojidad, do empresário António Nathooram, que assume a administração da empresa.
    O empreendimento vai lançar no mercado 240 novos apartamentos, divididos por cinco blocos residenciais. A primeira fase do projecto irá resultar de um investimento de de 16,8 milhões de euros e abrange a construção dos dois primeiros edifícios (lote 4 e 5), entretanto já em curso pela Arlo, a empresa de construção do universo Arliz.
    Esta não é a primeira parceria entre o grupo dirigido por Domingos Correia e o empresário António Nathrooram, que em Agosto anunciou o lançamento do condomínio São Francisco em Setúbal, um investimento de 45 milhões de euros, que totalizará 135 fracções habitacionais.

    “O São Francisco Condominium e o Espinho Beach Residences estão a atrair um perfil de comprador semelhante: locais, portugueses oriundos de outras cidades, cidadãos estrangeiros e investidores nacionais e internacionais. Na verdade, as cidades de Setúbal e Espinho e a localização dos dois empreendimentos acabam por ter alguns pontos comuns entre si, como a localização a dois passos do mar e os serviços oferecidos pelos respectivos municípios”, sublinha Domingos Correia, CEO do grupo português.

    “O Grande Porto, a Grande Lisboa e Ponta Delgada são mercados onde o Grupo Arliz investe continuamente há vários anos. No entanto, estamos sempre disponíveis para analisar propostas e estudar a potencialidade de projectos em novos mercados, como aconteceu, aliás, com o São Francisco Condominium e o Espinho Beach Residences”, avança ao CONSTRUIR o responsável.

    Domingos Correia reitera que, não obstante as parcerias pontuais, “o Grupo Arliz sempre teve os seus próprios projectos, com 100% de capital. Pontualmente, estabelecemos algumas parcerias estratégicas em projectos onde optamos por dividir o risco”, justifica.

    Entre o universo de projectos imobiliários do grupo actualmente em curso constam o Platinum Terrace Apartments, em Leça do Balio, e o Conde Redondo Residences, em Lisboa, ambos em fase de conclusão. Acresce à lista o condomínio Casal de Passos, na Foz do Douro, actualmente em fase de acabamentos, o Oporto Luxury Residences, no Porto, e o empreendimento VerdoMar, em Ponta Delgada, que está já em fase de especialidades. Em Outubro o grupo anunciou ainda o lançamento do projecto residencial Golden Hill, em Santo António dos Cavaleiros, Loures.

    Crescimento com forte ritmo
    A promoção imobiliária é uma das três áreas chave de Grupo Arliz, sendo a hotelaria e a construção os dois outros alicerces da actividade. O grupo vai fechar 2024 com um forte crescimento em todas as suas áreas de actuação. Um crescimento influenciado por diferentes factores. “O crescimento das áreas de hotelaria e construção está directamente ligado às conjunturas do mercado vs. aposta de investimento do Grupo. Já a promoção imobiliária é influenciada pelo tempo de produção dos imóveis e a sua venda”, considera Domingos Correia. “Na área imobiliária, os picos de produção de venda estão desencontrados em termos de anos civis, o que se reflecte em crescimento de rendimentos e decréscimo dos mesmo de acordo com os ciclos de produção”. Assim, “neste ano, em comparabilidade com o ano de 2023, tivemos um aumento superior a 30 milhões de euros em investimentos produtivo. No que concerne a venda relacionada com ciclos produtivos de anos anteriores, verifica-se um aumento de aproximadamente 70%, com rentabilidades líquidas na ordem dos 30%”, avança o CEO do grupo.

    No caso da indústria da construção, entre 2023 e 2024 o grupo registou um crescimento de rendimentos na ordem dos 60%, o que, em termos absolutos, se reflecte num aumento de 28 milhões de euros. “No que toca a resultados líquidos do negócio, o crescimento foi superior a 35%, uma subida influenciada pelo aumento dos rendimentos, mas, acima de tudo, pelo aumento da margem bruta de lucro, por sua vez directamente relacionada com o crescimento da estrutura produtiva, que se traduz numa eficiência de escala, aliado a um processo de gestão Toyotita, também chamado de sistema de produção flexível”, explica o CEO do grupo.

    Hotelaria é para reforçar em 2025
    2024 foi também um ano de crescimento na área da hotelaria. São marcos da actividade a aquisição do Ecork Hotel, em Évora, e a abertura do The Lince Santa Clara, em Vila do Conde. “No caso da indústria hoteleira, o crescimento é superior a 58% em termos de rendimentos, o que, em termos absolutos se reflecte num aumento de 4,3 milhões de euros. Este valor está relacionado com duas razões: primeiro, o crescimento do turismo em Portugal continental e ilhas e o aumento do preço médio por pessoa; segundo, um grande investimento do Grupo Arliz com a abertura de duas novas unidades hoteleiras”, confirma Domingos Correia.

    Para 2025 está prevista a cadência de aberturas deverá manter-se, com o The Lince Braga, Falperra, a fazer as honras já nos primeiros meses do próximo ano. “O The Lince Santa Clara tem-se revelado um sucesso, sobretudo ao nível da restauração. O Oculto, um restaurante inserido num piso descoberto durante as obras de reabilitação do Mosteiro de Santa Clara, acabou de se destacar entre os 10 melhores restaurantes, na 19 edição dos TheFork Awards, apenas 6 meses após a sua abertura. Estamos convictos de que o The Lince Braga será outra aposta de sucesso, que vai rejuvenescer a zona da Falperra e acrescentar valor à oferta hoteleira da cidade”, considera.

    Os votos para 2025 assentam na “consolidação da nossa presença em cada uma das áreas em que estamos presentes, mas, também, expandir-nos para novas áreas de negócio, para que possamos ter mais controlo sobre as diferentes fases de construção dos nossos projectos e, assim, oferecer uma melhor qualidade”. “A título de exemplo”, continua Domingos Correia, “além de determos, há sensivelmente quatro anos, uma empresa de metalomecânica, a Beetsteel, acabamos de adquirir participação numa empresa de climatização e hidráulica, a NDR”.

    Ao nível do Grupo este irá fechar 2024 com um volume de negócios de 70 milhões de euros, que compara com os 42 milhões de euros, registados em 2023, um crescimento superior a 65%.

     

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Ndarja é o mais recente projecto da OODA na capital albanesa

    Arquitectura

    OODA: A “ofensiva” de Tirana [c/galeria de imagens]

    Ndarja, Dritan Hoxha, Hora Vertikale, e a Klan TV são quatro os projectos que o gabinete português OODA assina em Tirana. Quatro distintas propostas, uma já em construção, que concorrem para a transformação da capital albanesa através da arquitectura. Quatro edifícios distintos, marcantes e impactantes. Diferentes leituras de uma mesma cidade, mais cosmopolita e sustentável

    Recentemente Edi Rama, primeiro-ministro albanês, afirmou haver três razões pelas quais gostava de Portugal: José Mourinho, António Costa e… a arquitectura portuguesa, incluindo aqui não só os nomes sonantes, mas, sobretudo, os jovens arquitectos, a nova geração de arquitectos portugueses. A alimentar a paixão do responsável albanês estarão quatro novos projectos assinados pelo atelier OODA, os quais terão um forte impacto na paisagem e no meio urbano da sua vibrante capital: Tirana.

    Há pelo menos duas décadas que a cidade tem conhecido um processo de transformação e revitalização urbana e social. Um processo que começou precisamente com o actual primeiro-ministro, então responsável pela edilidade, e que introduziu mudanças significativas contribuindo para a modernização das suas infraestruturas, requalificação de espaços urbanos, criação de espaços verdes, mobilidade e aposta em projectos habitacionais e revitalização de bairros, ou não fosse Tirana a maior cidade da Albânia. Mais tarde, já sob o “comando” de Erion Veliaj, actual perfeito da cidade, o processo de transformação acentuou-se com foco em áreas como a sustentabilidade ambiental e na aposta em projectos arquitectónicos inovadores, que ajudaram a redefinir o skyline da cidade e a atenuar a sua herança soviética. Mas, apesar desta ser já considerada um exemplo de como a criatividade e o planeamento estratégico podem revitalizar uma cidade, a transformação de Tirana, qual elemento vivo, ainda está em curso. E é neste quadro que as propostas arrojadas da OODA ganham sentido, contribuindo e acentuando a mudança em curso.

    O percurso do gabinete português, fundado em 2010 por Diogo Brito, Rodrigo Vilas-Boas, Francisco Lencastre, João Jesus e Julião Pinto Leite, na Albânia começou em 2023, com a sede da Klan TV, “um canal de televisão em Tirana, na Albânia, que pretende ser um “edifício icónico” e “o farol” da nova fase crescimento da cidade”, assim o descreveu a imprensa. A proposta que venceu o concurso público teve por inspiração bobines de filme, adicionando-lhes “pitadas” da arte e arquitectura locais.

    Seguiram-se três projectos de uso misto, cada qual oferecendo um elemento único e diferenciador, potenciado a “nova”, “moderna” e “sustentável” Tirana: “Hora Vertikale”, uma torre empilhada, com uma área acima do solo de 55.000 metros quadrados e uma imponente altura de 140 metros, que recria uma aldeia, agora, vertical; “Dritan Hoxha”, localizada numa avenida com o mesmo nome, a torre dupla, com os seus 50 andares; e, mais recentemente, “Ndarja”, que em albanês significa “divisão” ou “separação”, um nome que transmite bem a essência da proposta que parte de um vulgar edifício rectangular e o divide, literalmente, em duas torres. Localizada no centro de Tirana, Ndarja será uma obra-prima de 41.000 m², com um design único e a sustentabilidade em mente. Nas páginas seguintes mergulhamos nas diferentes propostas começando pela mais recente, que era, confessamos, o foco do trabalho proposto, mas que não ficaria completo sem esta abordagem global à visão que a OODA nos traz da capital albanesa.

     

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Escola Secundária do Restelo

    Arquitectura

    Secundária do Restelo procura proposta para ‘futura’ escola

    A proposta passa por requalificar a Escola Secundária do Restelo e dotá-la dos padrões actualmente exigidos. Seja através de reabilitação, ampliação ou construção nova, as opções apresentadas deverão ter uma articulação funcional, com soluções eficientes e que privilegiem elementos construtivos reciclados e com o menor impacto no ambiente

    Cidália Lopes

    Fotos: Cedidas pela OASRS

    A aposta do município de Lisboa na melhoria dos equipamentos escolares insere-se no Programa Municipal Escola de Futuro, um programa que tem como objectivo o aumento e a requalificação da rede escolar do 1º ciclo e educação pré-escolar, e inclusão das escolas básicas 2/3 e secundárias, transferidas para a Câmara Municipal no âmbito da descentralização de competências da educação do Estado para os municípios.

    Neste sentido, encontra-se a decorrer o concurso público de concepção para a elaboração do projecto de requalificação e ampliação da Escola Secundária do Restelo, em Lisboa. Promovido pela SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana) Lisboa Ocidental, e com a assessoria técnica da OA-SRLVT, o futuro projecto tem como guidelines a nova Bauhaus europeia. As propostas podem ser enviadas até 11 de Janeiro de 2025.

    O objectivo deste concurso tem como ponto de partida a possibilidade de requalificação, com a inerente adaptação do espaço construído existente, e ampliação, ou a sua total construção de raiz, com a intenção de “corrigir” as necessidades detectadas, quer do ponto de vista de articulação funcional, quer do ponto de vista das condições físicas e ambientais do imóvel, dos seus espaços internos e externos, de modo a aproximá-los tanto quanto possível, dos padrões actualmente exigíveis para um ensino de qualidade.

    Essa possibilidade deverá ser equacionada, numa perspectiva de eficaz resposta ao programa preliminar, de economia de custos, de critérios de sustentabilidade e de melhor adequação aos objectivos pretendidos, com o intuito de criar as condições de conforto e funcionalidade necessárias as actividades lectivas e em sintonia com o Projecto Educativo da Escola Secundária do Restelo.

    “A proposta deve apresentar soluções construtivas e técnicas eficientes, utilizando preferencialmente estratégias passivas de conforto ambiental, nomeadamente através da optimização da utilização da luz e ventilação naturais, permitindo reduzir gastos energéticos e garantir uma elevada certificação energética do edifício”

    Clareza, consistência e materiais reciclados

    A proposta deve articular as características do lugar com uma visão contemporânea. Valoriza-se a clareza e consistência da proposta, que deve conjugar a sustentabilidade da solução ao nível da adequação ao programa funcional, da adequação às áreas definidas em quadro de áreas, da utilização de materiais reciclados provenientes ou não da demolição, da eficiência energética da solução proposta, da superfície impermeabilizada e da adequação aos custos da intervenção, contribuindo para a valorização arquitectónica e urbanísticas do conjunto.

    As soluções técnicas devem ser adequadas ao uso do edifício, garantindo a qualidade, durabilidade e fácil manutenção dos sistemas construtivos e materiais utilizados, enquadradas na estimativa orçamental da obra.

    São incentivadas soluções que preconizem o baixo custo construtivo total no ciclo de vida do imóvel, incluindo os custos de manutenção e conservação e a utilização de sistemas construtivos eficientes em termos de tempo, custo e ambiente.

    Deve ser tido em consideração a utilização de materiais reciclados e o impacto dos resíduos de construção e demolição, devendo existir uma relação vantajosa entre o custo da intervenção e as soluções de sustentabilidade energética.

    A proposta deve apresentar soluções construtivas e técnicas eficientes, utilizando preferencialmente estratégias passivas de conforto ambiental, nomeadamente através da optimização da utilização da luz e ventilação naturais, permitindo reduzir gastos energéticos e garantir uma elevada certificação energética do edifício.

    Devem ser privilegiados sistemas construtivos compostos por materiais de reduzida pegada ambiental e um ciclo de vida que garanta a sua durabilidade e baixa manutenção. A escolha dos materiais deve conjugar estética, durabilidade, fácil manutenção e fácil substituição e ser compatível com a racionalização de custos intrínseca ao projeto. As soluções preconizadas devem garantir os meios que permitam a obtenção de um certificado de avaliação em sustentabilidade ambiental, a emitir por um sistema de certificação.

    “A escola encontra-se integrada no perímetro do Parque de Monsanto, pelo que a intervenção no espaço exterior do recinto escolar deverá assegurar e reforçar a continuidade deste corredor verde e a articulação dos sistemas naturais presentes na zona”

    Espaços exteriores como “potenciador” do ensino

    A concepção dos espaços exteriores privados e de recreio deve garantir a diferença e diversidade de cada aluno criando zonas de uso colectivo, zonas calmas e tranquilas para pequenos grupos, zonas de recantos e refúgio e áreas de aprendizagem ao ar livre, potenciando o devido desenvolvimento das capacidades motoras e sensoriais, em articulação com o ambiente envolvente.

    Este espaço deverá ser potenciador” para a expansão da área da educação encarado como “, formação e desenvolvimento pessoal dos alunos, além da sala de aula tradicional. Deverá ser pensado, também, o equilíbrio entre zonas verdes permeáveis e zonas pavimentadas, e apresentar soluções de ensombramento que permitam um equilíbrio entre estruturas construídas e soluções mais naturalizadas.

    Deve assegurar e promover a acessibilidade e permanência no espaço envolvente, para todos os que utilizam o equipamento escolar. A escola encontra-se integrada no perímetro do Parque de Monsanto, pelo que a intervenção no espaço exterior do recinto escolar deverá assegurar e reforçar a continuidade deste corredor verde e a articulação dos sistemas naturais presentes na zona.

    Os revestimentos arbustivos e as árvores a plantar devem ter em consideração os diferentes espaços a criar e serem espécies autóctones, tendo em consideração o racional aproveitamento da água. Além disso, deverá ser preservado e mantido o arvoredo existente.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

    Jornalista
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    Showroom Lisboa

    Empresas

    Novo showroom: JUNG abre espaço em Lisboa “para mostrar como funciona a tecnologia”

    No entender do responsável da marca alemã em Portugal, “quando se fala de tecnologia, as pessoas querem ver como funciona. Se é mais ou menos friendly, versátil, intuitiva. Uma coisa é nós dizermos que funciona e outra coisa é as pessoas tocarem, sentirem os interruptores, verem que a tecnologia funciona”, justifica António Andrade à margem da inauguração do showroom da JUNG

    Ricardo Batista
    tagsJung

    A JUNG, reconhecida pela inovação em tecnologia de edifícios modernos nas áreas de iluminação, sombreamento, climatização, energia, segurança, multimédia e intercomunicação, inaugurou o primeiro showroom em Portugal, na Alta de Lisboa. O espaço é inspirado num loft americano e combina a essência industrial das paredes de tijolo com um ambiente elegante e acolhedor, de acabamentos e detalhes sofisticados, que reflectem a essência da marca.

    Ao CONSTRUIR, António Andrade, CEO da JUNG Portugal, revelou que este showroom era um projecto há muito desejado: “Precisávamos de um espaço onde pudéssemos demonstrar as nossas soluções de domótica e, este, inspirou-nos desde o início.”

    Segundo António Andrade, o conceito do showroom foi pensado para recriar cenários reais, como um quarto de hotel, uma cozinha ou uma sala de estar – um “loft americano” que se transforma numa verdadeira casa tecnológica: “Aqui, os visitantes podem experienciar as soluções de iluminação, climatização e domótica num ambiente que parece uma casa real. Explicou ainda que “O objectivo é criar uma experiência imersiva e responder às expectativas dos nossos clientes, especialmente promotores imobiliários e arquitectos, que têm interesse em ver, na prática, o funcionamento da domótica e multimédia.”

    O showroom de Lisboa surge da necessidade de promotores imobiliários ou arquitectos conhecerem o funcionamento da tecnologia: “Queremos abrir as portas a arquitectos, estudantes universitários e outros profissionais, para que percebam como a tecnologia pode ser intuitiva e integrada no dia a dia”, afirmou aquele responsável, que acrescentou ainda que “a JUNG é a única marca cujo core business é a venda de interruptores e domótica e por este motivo temos de ser os melhores”.

    António Andrade explica que com este novo espaço, localizado na Alta de Lisboa, a JUNG está melhor preparada para reunir arquitectos, promotores, decisores, universidades, para iniciativas preparadas para a discussão, partilha de informação, onde os profissionais possam ver, na pratica, “como é cada vez mais simples a tecnologia

    Showroom no Porto

    Questionado sobre a escolha de Lisboa para o primeiro showroom, António Andrade considera ser uma decisão estratégica: “Lisboa concentra uma grande parte do nosso negócio e dos principais players do mercado imobiliário, pelo que fazia sentido iniciar aqui. No entanto, temos planos para replicar o conceito no Porto, onde já dispomos de um espaço mais amplo. Lá, integraremos uma área de showroom, escritório com um armazém de apoio.” Com o showroom do Porto, a JUNG espera oferecer uma experiência ainda mais completa, criando um local onde os visitantes possam interagir directamente com a tecnologia: “Hoje em dia, há poucas oportunidades para os clientes experimentarem este tipo de soluções. Queremos que o showroom seja um ponto de encontro para profissionais e curiosos que desejam compreender o impacto da domótica no quotidiano”, afirma.

    Parcerias

    O novo showroom em Lisboa conta também com a colaboração de marcas parceiras como a SMEG e a Cosentino, que enriquecem o espaço com cenários de cozinha, sala e ambientes que simulam a utilização real dos produtos e serviços: “Disponibilizamos uma área social onde podemos demonstrar tudo: desde o controlo de iluminação e climatização, até à integração de multimédia. Os clientes podem experimentar cada detalhe, sentir e ver como a tecnologia transforma os espaços”, explica. Para uma experiência completa, os visitantes são convidados a escolher acabamentos e materiais em parceria com a Cosentino, como Dekton e Silestone, integrando o design de interruptores com superfícies elegantes e resistentes. “O showroom é mais do que uma exposição; é um espaço de descoberta e personalização, onde cada detalhe conta para proporcionar uma experiência tecnológica esteticamente rica.” O showroom da JUNG em Lisboa representa um marco na forma de apresentar soluções de domótica e tecnologia para edifícios, oferecendo um espaço onde a inovação se funde com o design num ambiente que convida a explorar e experimentar o futuro da domótica.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

    Director Editorial
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    Norte americana Dextall entra no mercado ibérico

    Portugal e Espanha são os pontos de entrada da norte americana Dextall Inc na Europa. Em Portugal, enquanto prepara a homologação do seu produto às regras europeias, a empresa que se dedica ao desenvolvimento, concepção e produção de fachadas industrializadas, irá começar a produzir já a partir de Janeiro para as obras que tem contratadas no mercado norte americano

    Portugal é mercado chave para a empresa especializada em soluções de fachadas industrializadas Dextall Inc. A empresa nasceu há cinco anos e actua, em especial, no estado de Nova Iorque. Com uma facturação na ordem dos 150 milhões de euros, perspectiva alcançar a meta dos mil milhões de euros até 2030. Uma projecção que tem em conta, sobretudo, o crescimento do mercado norte americano, em especial na vertente reabilitação.

    Portugal surgiu no radar da empresa, que já tem na Lituânia a sua equipa de desenvolvimento, primeiramente enquanto local potencial de produção. A Dextall Inc concebe, desenvolve e produz soluções de fachadas industrializadas. Para a fase de produção a empresa recorre a “production partners”, seleccionados e certificados pela empresa. Ricardo Viera, ex-director geral da Reyners Aluminium em Portugal, ficou encarregue do desafio de procurar “production partners” no país, os primeiros fora dos Estados Unidos da América. As oportunidades dos dois países ibéricos e o potencial de expansão e crescimento para outros mercados europeus ditaram um novo rumo à estratégia e levaram à criação da Dextall Ibérica que tem como representantes os empresários Ricardo Vieira (Portugal) e Carles Moliner (Espanha).

    “A Dextall Inc é uma empresa relativamente recente no mercado, cinco anos, e tem por base o desenvolvimento de uma solução inovadora de fachadas modulares. Desenvolveram um produto único, uma solução em light stell frame aplicada a fachadas modulares, cujas principais características têm a ver com uma alta-eficiência em termos de instalação. Estamos a falar de um rácio que pode ir até 20 vezes menos em termos de tempo de obra, face à construção convencional, sendo 20% mais barato”, refere Ricardo Vieira. “É um sistema patenteado, que tem como suporte um software próprio. Esse software, do meu ponto de vista, é o segredo, é a melhor característica deste sistema, porque permite ao arquitecto desenhar o sistema e ao desenhar o sistema está a definir todos os detalhes até à sua instalação. Ou seja, o software permite com o design fazer esquemas de produção, fichas de produtos, shop drawings, instruções de instalação, tudo. Ou seja, todo aquele ciclo que vai desde o projecto até à instalação em termos de coordenação, é feito com esse software. No limite, a Dextall consegue começar a produzir fachadas 15 dias após o projectista definir a solução. Uma coisa impensável no panorama de construção que temos hoje em Portugal”, avança o representante para o mercado português da Dextall Ibéria.

    Ricardo Viera ficou encarregue do desafio de procurar “production partners” no país, os primeiros fora dos Estados Unidos da América. As oportunidades dos dois países ibéricos e o potencial de expansão e crescimento para outros mercados europeus ditaram um novo rumo à estratégia e levaram à criação da Dextall Ibérica

    Serralharia Cunha primeiro “production partner” fora dos EUA

    Foram estas as características que convenceram, rapidamente, o empresário a trazer a Dextall Inc para Portugal. A Serralharia Cunha foi o “production partner” seleccionado para produzir as fachadas da Dextall e irá fazê-lo já a partir de Janeiro. A empresa sedeada em Braga, associou-se ao projecto tendo concluído recentemente o investimento de 10 milhões de euros na construção de uma nova unidade produtiva. Isto depois de um longo processo de certificação por parte da marca norte americana e que durou mais de um ano. A nova fábrica irá criar 60 postos de trabalho e arrancará com duas equipas para uma linha de montagem que, de acordo com o plano traçado, irá progressivamente crescer terminando o ano de 2025 com quatro linhas de montagens. Daqui sairão, para já, as fachadas para os projectos que a empresa está a desenvolver para as obras em curso nos Estados Unidos. Esta é a primeira experiência da Dextall Inc. com um “production partner” fora do mercado norte-americano.

    Produção para o mercado nacional poderá acelerar

    Segundo Ricardo Vieira, neste momento está já a decorrer o processo de certificação do produto para o mercado europeu, com o apoio do ITCONS, enquanto começam a abordar os players (arquitectos, construtoras, promotores) do mercado sobre as vantagens e características do produto.

    “As regras para os Estados Unidos são ligeiramente diferentes das regras para a União Europeia. Em termos de resistência ao vento, por exemplo, nos EUA as fachadas têm que ir preparadas para resistência a furacões, as exigências térmicas também são diferentes. Portanto, aqui há alguns ajustes a fazer. Temos uma expectativa conservadora em que consideramos o prazo de um e meio a dois anos para iniciar a produção para o mercado português, mas a realidade é que já estamos envolvidos em dois projectos e se algum deles avançar então iniciaremos a produção ainda em 2025”, refere o responsável. A partir do arranque o potencial de crescimento será “exponencial. Acreditamos que será bastante significativo”.

    O mesmo para o mercado espanhol, sob coordenação de Carles Moliner. “O plano para o mercado espanhol é semelhante, tem uma diferença de seis meses, com lançamento primeiro em Portugal, ditado pela proximidade ao centro de produção e ao próprio ITCONS com quem estamos a trabalhar para adaptar o produto às regras e exigências do mercado europeu”, sublinha Ricardo Veira.

    Ricardo Vieira e Carles Moliner poderão não ficar pela Península Ibérica, já que uma vez lançada a Dextall Ibéria, os dois empresários não escondem o interesse em abordar outros países europeus.

    Simultaneamente com o processo de entrada na Europa, decorre a constituição da Dextall na Austrália, um processo facilitado pelo facto deste mercado ser muito semelhante ao norte americano, no que a regras de construção diz respeito.

    A nova fábrica irá criar 60 postos de trabalho e arrancará com duas equipas para uma linha de montagem que, de acordo com o plano traçado, irá progressivamente crescer terminando o ano de 2025 com quatro linhas de montagens. Daqui sairão, para já, as fachadas para os projectos que a empresa está a desenvolver para as obras em curso nos Estados Unidos. Esta é a primeira experiência da Dextall Inc. com um “production partner” fora do mercado norte-americano

    O sistema de fachadas industrializadas

    À medida que a construção urbana evolui é exigido aos edifícios modernos que adoptem materiais mais seguros, duráveis e sustentáveis, acresce a pressão sobre o preço e a rapidez de instalação. E aqui que, segundo Ricardo Vieira, o sistema de parede pré-fabricada da Dextall se destaca no mercado de soluções industrializadas. “Temos um conjunto de valências que permite termos um produto diferenciador e competitivo. São duas coisas difíceis muitas vezes de conjugar, mas neste caso acho que é possível”, sublinha o empresário. Entre estas destacam-se a “não combustibilidade, a Dextall usa materiais que se enquadram na classificação A1 e A2 EN 13501-1 que descreve a não combustibilidade dos materiais; durabilidade, materiais como alumínio, fibrocimento, cerâmicos ou pedra garantem um desempenho a longo prazo com manutenção mínima; eficiência de instalação; sustentabilidade, graças à utilização de materiais recicláveis e de necessidades de manutenção reduzidas; e eficiência energética, atingindo um desempenho térmico e a estanquidade ao ar compatível com os padrões da Passive House.

    O sistema patenteado de montagem por encaixe, tem a vantagem de poder ser usado quer em construção nova quer em reabilitações, embora no mercado português a ideia será avançar para projectos de construção nova.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Manuel Perestrelo e Miguel Freitas

    Imobiliário

    A aposta no segmento Premium

    Nasceram em 2023 com foco no segmento premium do dinâmico e competitivo eixo imobiliário Comporta, Cascais e Lisboa. Em 2024 cresceram e reforçaram o posicionamento, graças à conquista de projectos chave. Falamos da Match Real Estate, uma “agência boutique” fundada por Miguel Freitas e Manuel Perestrelo

    tagsMatch

    Com pouco mais de ano e meio de actividade a Match Real Estate é uma agência boutique que apostou no segmento residencial prime no eixo Cascais, Lisboa e Comporta. Nasceram com a vontade de “preencher lacunas e superar as fragilidades” num “mercado altamente competitivo”, assumem os seus fundadores Miguel Freitas e Manuel Perestrelo, ambos com um background em marketing e gestão e com os últimos anos dedicados ao Real Estate na parte da mediação e investimento. Hoje, empregam mais de duas mãos cheias de consultores imobiliários divididos pelas várias geografias onde operam.

    “A Match tem como principal foco a comercialização de imoveis no segmento premium e activos de rendimento, em zonas consolidadas e com forte procura por parte de classe média alta, nacional e internacional. Se é certo que estas três zonas do país fazem parte do top 5 das zonas mais premium do país e, por isso, são muito interessantes para uma agência como a Match que se posiciona neste segmento, ora é também certo que o mercado de real estate é, em grande parte, fruto de uma forte rede de contactos e que é aqui que a Match se diferencia, fazendo uso da forte e sólida rede de contactos que tem nestas regiões, algo que a diferencia no mercado”, sublinha Miguel Freitas.

    Ainda que posicionados no mesmo segmento, estas são localidades que atraem diferentes tipos de clientes e nacionalidades. Assim, enquanto “na zona de Cascais os compradores são maioritariamente estrangeiros e procuram essencialmente primeiras habitações, na Comporta a maioria dos clientes são internacionais, mas procuram segundas casas, casas de férias”, refere Manuel Perestrelo. Já no mercado de Oeiras e Lisboa “os portugueses representam a fatia maior de transacções sendo predominante a compra de imoveis para 1ª habitação. O valor médio das transacções, o tipo de imóvel e a nacionalidade dos nossos clientes estão directamente ligados ao mercado onde acontece a transacção”, acrescenta o mesmo responsável.

    Exemplo disso é uma das angariações mais recentes da Match: o ”One Lush”, promovido pela Noronha Sanches em Caxias, concelho de Oeiras. Este “é um projeto único, com uma arquitectura muito diferenciada numa zona, Caxias, que começa agora a ser uma referência e uma alternativa muito interessante para quem quer estar perto de Lisboa, mas junto ao mar. Tem sido um enorme sucesso de vendas, tendo no seu mês de lançamento 60% das unidades vendidas”, afirma Manuel Perestrelo.

    Outra característica sublinha pelo co-fundador da Match é que não obstante a dinâmica forte do mercado ainda se continuar a evidenciar, já se começa a sentir algum arrefecimento.  “No entanto, estimamos que os preços continuem a aumentar uma vez que a curva da procura continua bastante mais acentuada que a curva da oferta. Em suma, sentimos que existe uma enorme procura por imobiliário high end, que em Portugal continua com uma oferta muito reduzida”, analisa Manuel Perestrelo.

    “2024 é o ano de consolidação e afirmação da Match no mercado residencial português”, fruto da “angariação de empreendimentos imobiliários exclusivos, consolidação da equipa comercial e word of mouth”, factores que “estão a contribuir para um ano memorável da nossa jovem marca”

    Crescimento em 2024 supera 2023

    Naquele que foi o seu ano de arranque a Match fechou 2023 com um volume de
    negócios na ordem dos 19M€, que deverá ser superado no final deste ano. Mas 2024 não se vislumbrou um ano fácil

    “Depois de um primeiro ano, 2023, em que foram superadas todas as expectativas e em que os resultados foram excelentes, sentimos que o ano 2024 arrancou de forma mais lenta, fruto provavelmente de alguma desconfiança motivada por incertezas relacionadas com as eleições legislativas. Após as eleições, o mercado animou e as transacções voltaram ao ritmo de 2023. Estamos a poucos meses do final do ano e as perspectivas são bastante positivas com 2024 a superar já 2023”, avança Miguel Freitas. Para este responsável 2024 é o ano de consolidação e afirmação da Match no mercado residencial português”, fruto da “angariação de empreendimentos imobiliários exclusivos, consolidação da equipa comercial e word of mouth”, factores que “estão a contribuir para um ano memorável da nossa jovem marca. Actualmente começamos a ver o nome da Match ao lado dos players de referência do mercado de mediação imobiliária português, e isso é algo que nos enche de orgulho”, consubstancia Miguel Freitas.

    A alavancar a actividade da Match está a aposta no digital.” Um sofisticado sistema de geração e tratamento de leads permite-nos chegar a compradores e vendedores de forma mais rápida e eficiente e confere-nos enormes vantagens competitivas face à concorrência. E é isso que nos permite fazer o “match” perfeito”, explica Miguel Freitas.

    Já em 2025 essa aposta leva a imobiliária a prever “ter o nosso primeiro empreendimento com recurso a visitas virtuais e realidade aumentada, tecnologia que permite que os potenciais compradores façam visitas virtuais a imóveis, melhorando a experiência de compra e reduzindo a incerteza para quem está longe”, avança Manuel Perestrelo.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Paulo Jervell, founding partner Openbook Group, Tiago Falcão, managing partner Openbook Real Estate, Diana Noronha Feio, managing partner Openbook Studio e Pedro Pires, founding partner Openbook Group
    Sentados, da esquerda para a direita:
    Marianne Caupers, managing partner Openbook Design, Rodrigo Sampayo: founding partner Openbook Group e João Cortes, founding partner Openbook Group

    Arquitectura

    Openbook: A reestruturação da Firma

    Fruto de um processo de reestruturação e rebranding nasce o Grupo Openbook, o qual integra agora cinco entidades: Architecture; Real Estate; Design; Studio e Engineering. Uma transformação que evidencia, desde logo, crescimento do volume de negócios, dos projecto e das geografias onde actua. Paulo Jervell, um dos sócios fundadores do Grupo explica-nos o processo de transformação do escritório, o âmbito de actuação das novas entidades e o seu impacto na arquitectura que praticam e nos valores que defendem

     

    “Pretendemos reforçar o posicionamento do grupo como líder em inovação, com uma oferta integrada ao cliente. Este é o grande motor desta reestruturação”, afirma à Traço Paulo Jervell, um dos sócios fundadores da Openbook. A firma deu lugar a um grupo, que compreende cinco entidades, e que emprega mais 90 colaboradores. No centro de tudo está a arquitectura e a defesa das premissas e dos valores que nos acompanharam a actividade da Openbook ao longo dos anos: “rigor, qualidade, obsessão pelo detalhe e pela funcionalidade”

    Paulo Jervell, um dos sócios fundadores a Openbook

    Esta apresentação recente que fizeram ao mercado é o resultado de um trabalho que vem sendo feito há pelo menos uns dois anos. Correcto?
    São áreas que já trabalhávamos e que criaram universos diferentes. Mas 2024 foi um ano marcante para a Openbook, em que consolidámos o nosso reposicionamento como grupo multidisciplinar. Este movimento estratégico impulsionou o crescimento financeiro – no final de 2024 a Openbook vai ultrapassar os 10 milhões de euros em facturação – a expansão da equipa e a entrada em novos mercados. Com o rebranding lançado este ano pretendemos reforçar o posicionamento do grupo como líder em inovação, com uma oferta integrada ao cliente. Este é o grande motor desta reestruturação.

    O que vem mudar este rebranding?
    No que diz respeito à evolução das áreas de negócio, este rebranding ou esta reestruturação, aliás, são as duas coisas em simultâneo, surge para clarificar a nossa estratégia de crescimento. Vamos passar a adoptar uma nomenclatura de grupo, grupo esse que vai ter cinco empresas: Openbook Architecture, Openbook Real Estate, Openbook Studio, Openbook Engineering e Openbook Design. Algumas destas empresas são lideradas por parceiros que já colaboravam com a Openbook mas que agora assumem estas áreas de negócio de uma forma independente, mas sempre sob uma visão de grupo. O que queremos é que estas empresas possam desenvolver-se nos segmentos onde são especializadas, com estratégias e objectivos de negócios bem definidos, consolidando o nosso posicionamento enquanto grupo multidisciplinar.

    Como é que estas entidades vão operar?
    Sempre sob o chapéu do grupo Openbook, no universo de serviços que o grupo presta, mas para um conjunto de áreas de actuação muito mais diversifica daquele que o grupo actuava actualmente. Falando um pouco sobre cada uma destas entidades: A Openbook Architecture, que é, como vocês sabem, é uma empresa fundada em 2007, muito focada na concepção de espaços, muito alicerçada na criatividade e no padrão de qualidade que oferecemos aos clientes e que fomos, ao longo dos anos, expandindo em termos de actuação. Mantemos sempre as premissas e os valores que nos acompanharam ao longo destes anos – rigor, qualidade, obsessão pelo detalhe e pela funcionalidade – valores que, de alguma forma, pautam o crescimento da área da arquitectura. Dada a nossa estratégia de diversificação, o peso dos projectos corporativos foi-se equilibrando com o crescimento de projectos em áreas como saúde, residencial e de hotelaria, que acabaram por assumir, eu diria, uma fatia do bolo muito relevante e neste momento conseguimos inverter a balança. Estávamos muito alicerçados em projectos corporativos, agora temos uma balança muito mais equilibrada e mais diversificada.
    No que diz respeito ao Openbook Real Estate, o que é que pretendemos com a criação desta empresa? Oferecer uma experiência global que permite proporcionar aos clientes serviços de análise financeira e planeamento estratégico, orientar os clientes para novas oportunidades de investimento e criar soluções personalizadas que combinem uma visão independente com profundo conhecimento no sector, seja através de mercado de capitais, consultoria imobiliária, estruturação de operações de investimento e mesmo gestão de activos.

    O que vos leva a passar da arquitectura para a consultoria em real estate?
    Não estamos a passar da arquitectura para a real estate. Desde a criação da Openbook nunca nos revimos como um ateliê de arquitectura. eu costumo dizer que somos uma empresa, neste momento um grupo de empresas, mas éramos uma empresa com um ateliê de arquitectura. Esta sempre foi a nossa estratégia. A consultoria em real estate, como diz e bem, surge também pela mesma razão da criação de outras empresas, aproveitar oportunidades. Através da relação que todas as empresas que hoje em dia fazem parte do grupo, surge um conjunto de oportunidades que, tendo um acompanhamento integral com as várias expertises que existem, permite-nos oferecer um serviço de maior de abrangência, diversidade e qualidade. Isso é a grande, eu diria, atractividade do grupo em ter todas estas empresas. Consoante as necessidades do cliente, conseguimos dar-lhe uma resposta e uma solução final.

    O que nos leva então à Openbook Studio. Que serviços oferece esta empresa?
    Openbook Studio surge potenciada por um histórico que tínhamos com uma parceira nossa nesta área de interior design. Adquirimos a empresa, na qual temos uma participação maioritária, e assim nasceu a Studio, que está muito focada em hospitality, hotelaria e residencial. A Openbook Studio está já a fazer o novo Choupana Hills, um hotel de cinco estrelas na Madeira, um projecto que teve vários momentos, mas que agora está a todo o vapor. Tem também em curso um projecto de mais de dois mil apartamentos em Hanói, no Vietnam. São quatro torres residenciais e o interior design foi entregue à Openbook Studio.

    Temos ainda a Openbook Design…
    Openbook Design, à semelhança da Studio, também era uma área de negócio onde já actuávamos com parceiros e, mais uma vez, o que fizemos foi adquirir esta empresa com integração no grupo. A Openbook Design faz única e exclusivamente trabalho de design em termos de wayfinding, sinalética e branding. E é uma área de negócio que acompanha muito a Openbook Architecture e o Openbook Studio. Por exemplo, num projecto corporativo do Openbook Architecture, toda a componente de sinalética, de nomenclatura das salas, de wayfinding em termos de sinalética, naming do edifício, é realizada pela Openbook Design.

    Por fim, temos a Openbook Engineering.
    Que vem transformar esta visão em realidade na componente técnica, através da gestão do projecto para o cliente. Esta entidade trabalha única e exclusivamente para projectos do grupo. Esta sim, foi criada sem nenhuma aquisição orgânica, foi criada internamente do zero. Obviamente, para efeitos de expertise, fomos buscar ao mercado o responsável desta área, que vem do mundo da engenharia.

    Em termos de peso dentro do grupo qual a área que terá maior peso?
    Neste momento, a Openbook Architecture continua a ter um peso muito destacado e significativo no que diz respeito ao volume de negócios. No entanto, é expectável, e isso tem vindo já a concretizar-se que a Openbook Real Estate tenha no futuro um peso muito considerável no volume de facturação do grupo e depois todas as outras áreas, afinal, são empresas startup e que obviamente estão a fazer o seu percurso. Não obstante, é importante referir que todas elas, na data zero de criação, sendo todas elas startups, vão ter resultados positivos no final do ano.

    Mantêm-se os quatro partners, mas agora temos outros responsáveis. Como está organizado o grupo?
    Os quatro partners mantêm-se como os partners da holding do grupo, depois a Openbook Real Estate, a Openbook Studio e a Openbook Design, uma vez que foram adquiridas, são geridas por sócios, managing partners, que têm uma parte do capital de cada empresa. A Openbook Engineering é a única que ainda é detida a 100% pela Holding.

    Em que é que se traduz este crescimento em termos orgânicos?
    Hoje temos 90 colaboradores, reforçámos as áreas de suporte, da arquitectura, do design e real estate. E depois, como último, daria nota deste reconhecimento internacional, que obviamente é alicerçado no portfólio da empresa e no track record de grande relevância que temos vindo a conseguir e que despoletaram uma série de oportunidades internacionais em várias geografias.

    Maior projecção internacional e projectos com impacto

    Essa maior projecção internacional vai levar a Openbook para que mercados? A base permanece em Portugal?
    Em termos físicos, mantemo-nos com base em Portugal. Ainda estamos no mesmo escritório, mas tivemos que obviamente expandir, neste momento já temos mais um piso aqui no edifício onde estamos. Neste momento, produzimos de Portugal para todas as geografias onde estamos envolvidos. Mantemos o escritório do Brasil em São Paulo e estamos, neste momento, a arrancar, com o escritório no Dubai. Contamos a partir de Janeiro já ter uma presença no Dubai.

    Porquê Dubai?
    Estamos sempre atentos a novas oportunidades. Tivemos um conjunto de desafios por parte de alguns clientes, internacionais, para desenvolver alguns projectos no Dubai e depois resultado de uma análise estratégica de prospecção de mercado, entendemos que o Dubai é uma excelente base para todo o mercado do Médio Oriente, não só Dubai, mas Arábia Saudita e Qatar. Este é um mercado que está em forte crescimento, valoriza muito os parâmetros de qualidade e de inovação que o grupo detém e entendemos que era um momento para dar o salto

    Qual o peso dos diferentes mercados para o grupo?
    Diria que neste momento o mercado internacional já poderá representar cerca de 30% do volume de facturação do grupo, com tendência a crescer bastante.

    Que projectos destacaria? No panorama nacional este ano têm sido destacados a “nova cidade” para o Novo Banco e a Sede da Galp…
    Adicionaria a esses o campus do BNP Paribas, que compreende mais de 30 mil m2, que é um projecto que está em construção. Fora do mercado corporativo destacaria, por exemplo, o projecto do Lote 10 em Alcântara, que é um projeto de um edifício de uso misto, cuja construção irá arrancar no início de 2025, terá mais de 20 mil m2 e vai ser também um projecto muito, eu diria, inovador, quer através das suas técnicas construtivas quer através das soluções que introduzimos no edifício em termos de soluções bioclimáticas, de toda a componente de sustentabilidade. Vai ser adoptada uma solução construtiva metálica, portanto, muito descarbonizada, se assim lhe posso dizer, com uma componente de pré-fabricação, pré modelação para, obviamente, fazer face a grandes problemas que temos hoje em dia no mercado, que é a mão de obra. E essa falta de mão de obra exige quer dos promotores, dos construtores, dos arquitectos e dos engenheiros novas soluções construtivas que permitam de alguma forma colmatar estes aspectos. Estamos ainda a desenvolver os projectos para dois novos hospitais, o Hospital da Luz de Setúbal e o Hospital da Luz do Porto.

    E em termos internacionais?
    No Luxemburgo estamos a desenvolver um projecto de um novo edifício de escritórios para uma empresa luxemburguesa. Estamos a desenvolver vários projectos em Luanda, que vão ser projectos com uma referência muito forte, e já temos oportunidades concretas em várias geografias, nomeadamente no Dubai, na Indonésia, onde estamos também a explorar um conjunto de projectos em Jakarta.

    Pode especificar um pouco o que está a ser feito em Angola?
    São três projectos grandes em Luanda. Dois são edifícios de escritórios, entre os 10 a 15 mil metros quadrados, para dois operadores angolanos diferentes. E depois estamos a fazer o masterplan para uma entidade internacional, que vai ser um projeto muito grande, são mais de 160 mil metros quadrados e vai ser um projeto de uso misto, habitação, escritórios, leisure, landscape.

    A escolha do momento e o impacto na arquitectura

    Este é o timing certo para esta restruturação?
    Pensamos que sim, é um culminar de um ano muito forte de grandes transformações e que faz sentido ser agora e faz sentido clarificar esta estratégia, faz sentido dar e começar a trabalhar também numa estratégia de comunicação e de marca para cada uma destas empresas, que têm targets específicos, que vão ser autónomas nas suas áreas e, portanto, precisam também de adequar a sua comunicação aos segmentos onde são especialistas.

    Qual foi o investimento realizado?
    É muito elevado. Ou seja, há aqui uma grande preocupação do grupo em ter um crescimento sustentado, sempre o tivemos, aliás. Este crescimento prossupõe um investimento numa estrutura local, estabelecermos nestas geografias, e neste caso específico no Dubai, mas passa também por um fortíssimo investimento em termos de crescimento e de consolidação de algumas áreas de suporte, quer na área financeira quer na área dos recursos humanos, quer na comunicação, comercial. Um investimento que o grupo tem vindo a fazer, de forma muito sustentada, sempre recorrendo a capitais próprios.

    Qual o impacto deste processo transformador na arquitectura que praticam?
    A arquitectura que praticamos será focada nos mesmos valores de sempre: elevada qualidade e rigor com foco no cliente e sempre procurando exceder as expectativas, inovando nas soluções apresentadas. Com esta nova nomenclatura, vamos consolidar um posicionamento multidisciplinar que nos vai permitir ser mais competitivos noutros os segmentos e mercados bem como oferecer uma proposta serviços integrados sempre que faça sentido, mas o ADN com que desenvolvemos os projectos, esse será o de sempre: qualidade, criatividade, inovação e uma grande responsabilidade para com as necessidades e aspirações dos nossos clientes. Queremos estar à frente do mercado e consolidar a nossa liderança no sector.

    A nível pessoal, para o Paulo, arquitectura é algo que já só consegue acompanhar à distância?
    Somos quatro sócios, três dos quais arquitectos e um financeiro, cada um de nós tem a sua expertise muito própria e às vezes acumulamos responsabilidades, mas cada um tem as suas áreas também bastante bem definidas.
    A título pessoal, a arquitectura continua a ser a minha paixão, e mesmo se hoje em dia tenho uma componente muito forte ou relevante em termos de exigência na gestão do grupo, sem a paixão pela arquitectura é difícil incutir toda esta componente de inovação e de transformação do talento interno que temos na empresa, se não estivermos envolvidos nos projectos. O crescimento da empresa para 90 colaboradores, por mais asset que estes colaboradores já o sejam, toda a cultura, e agora vou-me desfocar dos valores do grupo, mas focar-me nos valores da arquitectura, todo o ADN da arquitectura do grupo, linguagem arquitectónica que nós defendemos esta preocupação pelo detalhe, pela qualidade, pela funcionalidade, se isto tudo não é passado e incutido na equipa, o grupo não consegue crescer de forma sustentada mantendo este foco.

     

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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