2,4M€ captados pelo ARU de Lisboa em 2022
Entre estrangeiros e portugueses, foram adquiridos em 2022 cerca de 5.750 imóveis de habitação na ARU de Lisboa. A maior parte do investimento é nacional, 1,5M€, tendo os investidores estrangeiros investido 900M€ na aquisição de 1.655 casas na Área de Reabilitação Urbana de Lisboa
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No ano passado, os estrangeiros investiram, em média, €540,4 mil por operação, totalizando um investimento global de perto de 900 milhões de euros na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Lisboa. Os dados são apurados pela Confidencial Imobiliário para transações de habitação concretizadas por particulares na Área de Reabilitação Urbana de Lisboa.
O montante investido fica 7% abaixo dos 957,5 milhões de euros registados em 2021 e em número de imóveis a quebra é de 10%, comprando com as 1.845 habitações adquiridas no ano anterior. Também em número de nacionalidades compradoras, a diferença é pouco expressiva, contabilizando-se 86 países ativos em 2021. Já o ticket médio de investimento registado em 2022 fica 4% acima dos 519,5 mil euros contabilizados em 2021, dando continuidade à trajetória ininterrupta de crescimento do valor investido que se observa desde 2016. Relembre-se que 2021 foi o melhor ano de investimento internacional em habitação na ARU de Lisboa em montante, operações e nacionalidades, refletindo um segundo semestre atípico, em que um investimento recorde de 592,5 milhões de euros terá refletido a reação antecipada dos compradores às alterações então anunciadas para os critérios de elegibilidade dos vistos gold, que entrariam em vigor a partir de janeiro de 2022 deixando de abranger Lisboa.
“Os níveis de actividade, em termos de montante investido, imóveis adquiridos e nacionalidades activas, ficam pouco abaixo de 2021, sendo que este último foi um ano recorde influenciado por um contexto de corrida às aquisições para obtenção dos vistos gold, cujas regras seriam alteradas. Deduzindo este efeito, vemos em 2022 uma atividade em níveis superiores a qualquer um dos anos anteriores, o que significa que o interesse internacional não se dissipou depois de Lisboa deixar de ser elegível para os vistos gold”, comenta Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário. O mesmo responsável acrescenta que “isso é visível pela manutenção dos elevados níveis de actividade e da diversidade das nacionalidades activas, mas também pelo facto de o ticket de investimento internacional ter aumentado, a par da maior dispersão geográfica do investimento, com bastantes mais freguesias fora do centro a captarem o interesse dos estrangeiros”.
Investimento por freguesias
Santo António (138,0 milhões de euros), Estrela (135,3 milhões de euros), Arroios (97,9 milhões de euros), Misericórdia (89,3 milhões de euros), Avenidas Novas (78,1 milhões de euros) e Santa Maria Maior (76,5 milhões de euros) continuam a ser os alvos preferenciais dos estrangeiros, com quotas de 15% a 9% do investimento estrangeiro em montante em 2022. Contudo, há um claro aumento do interesse por várias freguesias do eixo ocidental como Belém, Ajuda e Alcântara, e outras do eixo oriental, casos de Marvila, Beato e Olivais. Foi nestas freguesias que o investimento estrangeiro mais cresceu, reforçando a quota destes territórios no mapa das compras internacionais de Lisboa (quase todas concentram agora 2% a 4% do investimento em habitação por estrangeiros).
A origem dos compradores
Em 2022 contabilizaram-se compradores de habitação oriundos de 78 países na ARU de Lisboa. Tal como tem acontecido desde 2018, o top 5 continuou a ser integrado por franceses (1º), norte-americanos (2º), chineses (3º), britânicos(4º) e brasileiros (5º), que, em conjunto, fizeram quase 60% do investimento internacional. São os brasileiros quem mais investe por operação, com um ticket médio de investimento de quase 700,0 mil euros, enquanto os franceses investiram, em média, 625,9 mil euros por transacção. Norte-americanos, chineses e britânicos apresentaram tickets de investimento no patamar dos 500,0 mil euros.
Os estrangeiros mantiveram a sua quota de mercado estável, ficando em 37% do montante total investido e 29% dos imóveis comprados na ARU de Lisboa em 2022, pois o investimento de origem portuguesa evoluiu de forma semelhante ao internacional, com uma ligeira quebra face a 2021. Em 2022, os portugueses investiram 1.513 milhões de euros na aquisição de 4.090 imóveis residenciais na ARU de Lisboa. Este montante reflete uma quebra de 4% face a 2021, enquanto o número de imóveis caiu 8%. Os portugueses investiram 369,9 mil euros por transacção em 2022, o que significa que os estrangeiros investiram mais 45% por operação. Este gap é semelhante ao do ano anterior.
No total, entre estrangeiros e portugueses, foram adquiridos cerca de 5.750 imóveis de habitação na ARU de Lisboa num investimento global de 2.407 milhões de euros em 2022. No global, o montante investido em habitação na ARU de Lisboa caiu 5% em volume de investimento e 9% em número de transações.