Itecons promove Fórum dedicado aos “Desafios Emergentes da Construção”
Para a Coordenadora Executiva da Unidade de Avaliação Técnica do Itecons, Andreia Gil, o Instituto detectou que os vários intervenientes têm necessidade de ultrapassar muitas das barreiras tecnológicas e administrativas que vão surgindo com a natural evolução do sector. O Itecons vai procurar responder aos desafios no 1º Forum, que se realiza em Coimbra a 27 de Março
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O Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção (Itecons) vai organizar, a 27 de Março, o 1º Fórum Sabia Que, iniciativa dedicada à inovação, sustentabilidade, digitalização, o impacto da revisão do Regulamento dos Produtos de Construção no sector e os incentivos para o desenvolvimento de produtos inovadores.
O evento, que decorrerá no Alma Shopping, em Coimbra, está inserido no projecto INOVC+ e pretende reunir os diferentes agentes da construção para discutir os desafios emergentes do Sector. Jorge Brandão (CCDRC), Mafalda Mota (Agência do Ambiente), Andreia Gil (Itecons), José de Matos (APCMC), Liliana Soares (CBRE) estão entre os oradores convidados para esta primeira iniciativa do instituto, que contará com uma mesa-redonda, moderada pelo director editorial do jornal CONSTRUIR, Ricardo Batista.
A iniciativa enquadra-se nas actividades do projecto INOVC+: ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO INTELIGENTE DA REGIÃO CENTRO, do qual o Itecons é parceiro. Este projecto conta com um investimento elegível total de 3,39 milhões de euros, cofinanciado a 85% pelo CENTRO 2020 – Programa Operacional Regional do Centro, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Ponte ente indústria e academia
Ao CONSTRUIR, a Coordenadora Executiva da Unidade de Avaliação Técnica do Itecons explica que “o Instituto foi constituído com o objectivo de fazer a ponte entre a academia e a indústria no sector da construção”. Andreia Gil justifica a organização com o facto de haver a percepção de que “a construção é interdisciplinar cruzando-se com outros sectores como o da energia, do ambiente e da sustentabilidade”. “Na verdade, é precisamente porque, actualmente, o Itecons se transformou numa entidade interdisciplinar, trabalhando em parceria com a indústria, que detectou que os vários intervenientes têm necessidade de ultrapassar muitas das barreiras tecnológicas e administrativas que vão surgindo com a natural evolução do sector”, acrescenta. Para aquela responsável, “nos dias de hoje, fala-se muito em sustentabilidade, no Green Deal, no Ecodesign, no plano de acção para a Economia Circular, em requisitos ambientais, na digitalização, nas alterações climáticas, etc. mas… será que estamos alerta para estes temas? Acresce que, o Regulamento dos Produtos de Construção está em revisão, prevendo-se um grande impacto no sector dada a complexidade do seu conteúdo”. Por outro lado, acrescenta Andreia Gil, “a Indústria precisa de se diferenciar no mercado e procura inovar os seus produtos, sistemas ou serviços, adoptando, por exemplo, preocupações acrescidas com a sustentabilidade dos produtos e processos. No entanto, a indústria depara-se muitas vezes com entraves à comercialização dos seus produtos/sistemas. Procuramos neste Fórum debater e contribuir para mitigar algumas destas dificuldades”. O sector da construção tem vindo a deparar-se, nos últimos anos, com desafios constantes. Desde a crise económica que fez renascer a necessidade de inovar, os avanços tecnológicos e a digitalização têm tido um grande impacto nas empresas do sector. Nas últimas décadas, tem havido requisitos cada vez mais exigentes relativamente à sustentabilidade e a inovação passou a estar presente no dia-a-dia das empresas.
O INOVC+ é um Programa Estratégico Especial de valorização do conhecimento científico e tecnológico que consiste na implementação de um projecto piloto de âmbito regional, que, num contexto de trabalho em rede, envolvendo entidades não empresariais do sistema regional de I&I (tais como Instituições de Ensino Superior Universitário e Politécnico, Centros de Valorização e Transferência de Tecnologia, Centros Tecnológicos, Parques de Ciência e Tecnologia, entre outras) e empresas, potencie a valorização e a transferência de conhecimento e de resultados de actividades de I&DT para a economia regional.
Responder aos desafios
Não obstante o que possa ser discutido no Fórum, Andreia Gil explica que a própria escolha dos oradores vai ao encontro dos desafios identificados para a indústria. No entender da Coordenadora Executiva da Unidade de Avaliação Técnica do Itecons, “um dos problemas que a indústria vai encontrando prende-se com a necessidade de fazer investimentos, por vezes avultados, para conseguir inovar”. “Estando em fase de publicação os primeiros Avisos do Portugal 2030 e consequentemente do Centro 2030, entendemos que seria uma boa oportunidade para a indústria saber com o que poderão contar nos próximos anos e alinhar as suas estratégias em conformidade”, refere Andreia Gil, revelando que “no Itecons, já estivemos envolvidos em inúmeros projectos com a Indústria, e acabamos por ter a percepção que a falta de projectos financiados retrai a indústria no que diz respeito a novos desenvolvimentos”. “Neste âmbito, convidámos Jorge Brandão, vogal executivo do Programa Operacional Regional do Centro, a quem solicitámos que fale dos programas de financiamento previstos, que permitam fomentar, nomeadamente, o desenvolvimento de produtos inovadores”, refere Andreia Gil, que acrescenta: “Uma outra dificuldade prende-se com a incorporação de resíduos na produção de novos produtos de construção. Existem muitas dúvidas do processo que os fabricantes terão de seguir neste âmbito. Convidámos ainda Mafalda Mota, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que, melhor do que ninguém, poderá esclarecer algumas das dúvidas existentes”. Mafalda Mota é chefe da Divisão de Fluxos de Resíduos e do Mercado de Resíduos. Outro desafio que se avizinha prende-se com a revisão do Regulamento dos Produtos de Construção e com a digitalização do setor. “Convidámos José de Matos, secretário geral da APCMC, que, como representante do sector da comercialização dos produtos de construção tem uma visão do que já está a ser feito ao nível da digitalização da indústria”, diz a Coordenadora Executiva. Quanto à Revisão do Regulamento, Andreia Gil revela que a Unidade de Avaliação Técnica do Itecons tem acompanhado de perto todos os desenvolvimentos, em cooperação com o IAPMEI, e pretende neste evento dar a conhecer algumas das propostas que serão integradas neste novo Regulamento.