Cascais lança programa “Comunidades Inclusivas”
“Comunidades Inclusivas” destina-se a contribuir para facilitar a constituição de comunidades de energia. O programa junta a Câmara Municipal de Cascais, a GreenVolt e a Santa Casa de Misericórdia de Cascais e pretende beneficiar, até 2030, 250 mil pessoas
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“Comunidades Inclusivas” destina-se a contribuir para que organizações do terceiro sector, ONGs, Fundações, entre outras possam ter um acesso em condições mais favoráveis à constituição de comunidades de energia. O Programa pretende beneficiar, até 2030, 250 mil pessoas
O evento de apresentação, contou com a presença de Carlos Carreiras, Presidente da Câmara de Cascais, João Manso Neto, CEO da GreenVolt, Isabel Miguéns, Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, de Manuel Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas. A apresentação foi encerrada por Ana Mendes Godinho, Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
O programa tem como objectivo contribuir para diminuir “a factura da energia da população, aumentar o conforto térmico das famílias e caminhar para a neutralidade carbónica”, através da constituição de comunidades de energia. A parceria em torno destes objectivos juntou a Câmara Municipal de Cascais, a GreenVolt e a Santa Casa de Misericórdia de Cascais.
As comunidades de energia são “entidades colectivas que visam comercializar energia renovável produzida e consumida localmente. Constituídas por membros que vão desde as famílias, investidores, empresas e mesmo autarquias, que compram energia entre si, produzida por painéis solares fotovoltaicos colocados nas coberturas das suas habitações, infraestruturas e/ou equipamentos públicos, como escolas, centros desportivos, museus, entre outros. As comunidades de energia promovem assim a figura do “prosumer” onde um consumidor de energia pode também vender o excedente de energia produzida pelos seus painéis aos seus vizinhos, membros da comunidade.
A intenção da autarquia é que vários dos seus equipamentos públicos possam constituir-se como “comunidades de energia”. Segundo o município, “as escolas do concelho vão passar a produzir energia através de painéis solares instalados nas suas coberturas e o excedente de produção será vendido a preços muito competitivos (quando comparado às tarifas praticadas pelo mercado) às famílias residentes na proximidade que também integram a comunidade de energia”.
“Perante tempos tão conturbados, a autarquia de Cascais sentiu a responsabilidade de assumir este papel de liderança, por respeito à missão de serviço público, e a resposta terá forçosamente de reunir três frentes: social, económica e ambiental. A transição energética tem de colocar os cidadãos no centro. As cidades e os governos locais são peças-chave neste processo, no apoio às populações e na operacionalização das medidas necessárias, pela sua proximidade, capilaridade e agilidade”, justifica a autarquia.
Projectos piloto
Actualmente são já três os projectos piloto em desenvolvimento. A Câmara Municipal de Cascais está a apoiar o Programa Comunidade de Energia Inclusiva, promovido pela Santa Casa da Misericórdia e a Energia Unida (Greenvolt), que visa fomentar a inclusão social e o combate à pobreza energética. Consiste num sistema de autoconsumo partilhado, com a partilha de energia excedente da creche de Bicesse da Santa Casa da Misericórdia para famílias em situação de vulnerabilidade social.
Financiado pelo fundo EEA Grants, o Cascais Smart Pole é um espaço urbano de experimentação “living-lab”, em que a interacção e participação de todos permitirá caminhar no sentido da neutralidade carbónica. O projecto tem várias frentes interligadas entre si, sendo uma delas a da energia. O projecto irá produzir cerca de 500hWh para consumo de energia na Faculdade Nova SBE. Esta energia é equivalente ao consumo simultâneo de cerca de 50 habitações (dependente do consumo médio de cada habitação). Ao mesmo tempo, as moradias ou apartamentos na proximidade podem instalar painéis solares para consumo próprio ou para venda à Faculdade. O projecto está já em curso e deverá estar concluído no primeiro semestre de 2023.
Em simultâneo, o município está a fomentar a inovação tecnológica com os recéns iniciados projectos DATA CELLAR, COMMUNITAS e RE-VALUE financiados pelo programa Horizonte 2020. Estes projectos visam articular todos os agentes do sector energético e as famílias de Cascais para perceber as barreiras de mercado que estão a atrasar a adopção de soluções para a produção de energia solar. Permitem ainda partilhar com todos informação sobre o padrão de consumo energético para identificar as melhores soluções e o retorno de investimento.