‘Edifício Náutico’ ganha Golden Trezzini Awards para “Melhor Fachada”
Os Golden Trezzini Awards foram entregues no Teatro Mikhailovsky, em São Petersburgo. Com assinatura da Subvert Studios e promoção da Reabilita, o Edifício Náutico, em Cascais, conta com 29104 “Cobogós” em cerâmica distribuídos por 856 painéis pivotantes em moldura de alumínio com quatro metros de altura
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O Edifício Náutico, à entrada da vila de Cascais, e que ganhou vida pela mão do arquitecto Tiago Rebelo de Andrade, do Subvert Studio ganhou o prémio de “Melhor Fachada” (Best Implemented Façade or Interior Project Using Ceramics) nos Golden Trezzini Awards 2021. De realçar, que este foi o único projecto português distinguido na edição deste ano dos prémios, cujos vencedores foram anunciados na passada terça-feira, numa cerimónia que teve lugar no Teatro Mikhailovsky, em São Petersburgo.
Com promoção da Reabilita, o Edifício Náutico, é “uma homenagem às tradições do mar e das tradições portuguesas” e que cria “uma nova figura à entrada à entrada de Cascais, um discurso com a vila, transformando a herança deste quarteirão e arredores e privilegia a qualidade do espaço público”.
O edifício e a sua linguagem ditam a nova identidade do quarteirão, respeitando os edifícios confinantes, recorrendo ao vidro, à madeira, à cerâmica e à chapa metálica. O piso térreo é uma praça ponteada com pórticos que resultam de uma reinterpretação das arcadas que marcam a urbe cascalense. O movimento expresso nas linhas destes pórticos, semelhante ao ondular do mar, ganha uma vida diferente consoante a hora e a iluminação ao longo do dia, permitindo que esta praça tenha múltiplas facetas. A materialidade deste piso é o vidro que expressa a vivência no piso térreo, permitindo a extensão do olhar. A implantação possibilita ao visitante diluir-se no espaço público, estar num edifício, mas não “fechado nele”.
O Edifício Náutico desenha um pátio interior entre as lojas, que permite criar o acesso às fracções de habitação. Neste pátio desenhamos uns canteiros que ponteiam as entradas para a habitação e criam um efeito introspectivo. Na verdade, como o lote já não apresenta qualquer área permeável, propomos a criação deste material vegetal que privilegia a qualidade da vivência neste quarteirão – seja no comércio, serviço, habitação ou como transeunte. Estes jardins serão tratados com plantas autóctones.
A estratégia foi desenhar um núcleo central com zonas comuns, e à volta desse núcleo criar um anel de infraestruturas onde se encaixam as instalações sanitárias e cozinhas. Esta opção permite libertar a faixa próxima da fachada das torres e os seus cantos para espaços como sala e quartos. As persianas em módulos cerâmicos permitem o sombreamento do interior das habitações e ritmo da fachada garantindo uma aparência mutante ao edifício que, conforme o uso que os habitantes lhe derem (abertas, fechadas ou semiabertas), cria suaves efeitos ópticos de transparência e opacidade que também se alteram consoante o ponto de observação e as alterações da luz ao longo do dia.
A fachada do edifício é composta por 29104 “Cobogós” em cerâmica distribuídos por 856 painéis pivotantes em moldura de alumínio com quatro metros de altura por 50 cm de largura. Estas peças desenhadas pelo próprio gabinete de arquitectura e cujo desafio foi aceite pela empresa portuguesa Moldes Ceramics, que trabalhou em todo o processo até à fabricação dos quase 30 mil modelos que depois foram colocados na molduras de alumínio pela empresa Moninhas Aluminios.
A escolha da cor também não foi por acaso. Sendo o azul uma cor que se relaciona directamente com o mar e valoriza a ligação cultural do edifício a Cascais, terra de reis e pescadores, a nobreza do espaço onde se insere, e a valorizar o legado histórico-cultural envolvente.