Inquérito: 93% das empresas defendem a criação de benefícios fiscais para apoiar a transição energética
Conclusões resultam do inquérito realizado pelo FI Group, em parceria com a consultora de comunicação e assuntos públicos LLYC
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Mais de 90 por cento, nomeadamente 93%, identificaram a necessidade de benefícios fiscais que apoiem as organizações na transição energética. Apesar desta lacuna, mais de metade das empresas – 54% – revela um forte interesse na realização de investimentos para aumentar a eficiência energética até 2026, sendo a sustentabilidade e a redução de custos os principais motivos apontados.
As conclusões deste levantamento resultam do inquérito realizado ao tecido empresarial português pelo FI Group, em parceria com a consultora de comunicação e assuntos públicos LLYC, com o objectivo de apurar a importância dada à eficiência energética e sustentabilidade ambiental nos edifícios e compreender as “Metas de Eficiência” das empresas nacionais, tendo obtido respostas de 138 entidades das diferentes regiões do País.
Entre as empresas que pretendem investir, verifica-se que o maior número de projectos são até 250 mil euros, com enfoque, por ordem de relevância, nas áreas de “Fontes de Energia Renovável”, “Edifícios”, Climatização e o “Processo Produtivo”. Nos projectos com investimentos entre 250 e 750 mil euros, a área mais relevante è a do “Processo Produtivo”, seguida de “Fontes de Energia Renovável”, “Edifícios” e “Climatização”. Nos projectos que exigem investimentos mais elevados, entre 750 mil euros e 1,5 milhões de euros, as tipologias “Edifícios” e “Processo Produtivo” têm o maior peso.
Para Paulo Reis, director-geral da FI Group, “este levantamento demonstra que a questão da eficiência energética é cada vez mais um aspecto estratégico a ter conta pelas empresas, reconhecendo-se a importância que assume, a longo prazo, para as organizações. Perspetiva-se, neste contexto, um aumento na procura de incentivos por parte das médias empresas, pequenas empresas, microempresas e grandes empresas. Acreditamos que as políticas públicas devem colocar as empresas no centro da recuperação da economia com vista ao aumento da produtividade, competitividade e a resiliência do tecido empresarial.”
Ao mesmo tempo que se regista este interesse, 88,4% do universo inquirido afirma não ter beneficiado de qualquer apoio comunitário à eficiência energética.
Entre as empresas que participaram neste inquérito, destacam-se as indústrias transformadoras (44,2%),actividades de consultoria científica e técnica (12,3%), actividades de informação e comunicação (6,5%), entre outros.
Entre as empresas que beneficiaram de algum tipo de apoio comunitário no âmbito da eficiência energética, destaque para as que obtiveram apoio a fundo perdido (8,0%), empréstimo sem juros (2,2%), financiamento bancário (1,4%).
Entre as medidas que no entender das empresas inquiridas deviam ser desenvolvidas para promover a eficiência energética de instalações destacam-se, os apoios governamentais e o apoio a energias alternativas, mais sustentáveis, sendo expressa a motivação do tecido empresarial, no desenvolvimento dos novos mecanismos de financiamento (66,7%).
As empresas inquiridas salientaram também a necessidade de apoio ao financiamento por meio de investimento direto a taxa bonificada, ou taxa zero, e não através de crédito fiscal.
De modo a apoiar financeiramente a melhoria da eficiência energética dos edifícios, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destina cerca de 610 milhões de euros em subvenções. Já a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE) prevê um investimento total estimado de 143 milhões de euros até 2050.