Escritórios lideram tabela do imobiliário no 1º trimestre
Segundo a Worx, o 2º trimestre do ano deverá ser mais dinâmico, comparativamente ao primeiro, e que dará início a uma retoma gradual da actividade económica
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Com a saída do País do estado de emergência e um maior ritmo de vacinação, os consumidores estão a restabelecer rapidamente os níveis de confiança, dando início à tão esperada retoma da actividade económica e consequente fase de recuperação. Os meses de Março e Abril já reflectem esta confiança e dão indícios de uma subida para níveis próximos dos verificados em Março do ano passado.
O investimento em imobiliário comercial no primeiro trimestre do ano superou os 221 milhões de euros, alavancado pela transacção do portefólio “Navigator” com um volume de aproximadamente 120 milhões de euros. Dada a dimensão desta transacção, o segmento de escritórios lidera a tabela com cerca de 70% do volume trimestral, seguido dos sectores alternativo (com 13%), do retalho (com outros 11%) e da hotelaria (com os restantes 6%).
Pedro Valente, capital markets da Worx, sublinha que “os investidores internacionais, e nacionais, continuam a demonstrar muito interesse no mercado português”. O investimento nos primeiros três meses do ano foi predominantemente estrangeiro, contribuindo com cerca de 92% do volume total (uma variação homóloga positiva de aproximadamente +20p.p.). Pedro Valente acrescenta que “dependendo obviamente do perfil do investidor, a procura tem recaído muito sobre os activos core, apesar do interesse acrescido por sectores alternativos, nomeadamente residências de estudantes, residências seniores e PRS (Private Rental Scheme) ou BTR (Build-to-rent)”. Estes últimos continuam a apresentar algumas barreiras à entrada, nomeadamente associado aos custos elevados e à falta de incentivos fiscais.
A nível nacional encontram-se vários negócios a decorrer, mas ainda não há estimativa para as suas concretizações.
No mercado de escritórios de Lisboa, e apesar do impacto do segundo período de confinamento (entre 15/jan e 17/mar), no primeiro trimestre de 2021 o take up registou uma quebra de apenas 34% relativamente ao período homólogo do ano passado. No total registaram-se cerca de 29.178 m2, dos quais 35% dizem respeito à Zona 5 (Parque das Nações), seguido da Zona 7 (áreas não delimitadas na zona de Lisboa) com 22% e da Zona 2 (CBD) com outros 15%. A origem das empresas foi essencialmente nacional, com um contributo de cerca de 69%, relativamente ao take up.
A taxa de disponibilidade no mercado fixou-se perto dos 7,0%, marcando uma nova subida de aproximadamente +27p.b. face ao trimestre transacto. No primeiro trimestre verificou-se um aumento de novas empresas a entrarem na região de Lisboa, ocupando áreas entre os 100 m2 e os 2.000 m2, registando uma subida de +17p.p. face à contribuição registada no 1ºT de 2020. A renda prime no mercado de escritórios voltou a marcar os 24€/m2/mês.
No que diz respeito ao estado actual do mercado, Pedro Salema Garção, head of agency, salienta que “continua a existir um atraso na tomada de decisões por parte das empresas, mas destaca uma procura muito mais activa no início deste segundo trimestre, comparativamente com o trimestre anterior”. Aguardam-se mais sinais no mercado e uma dissipação da incerteza em torno da evolução pandémica.
Ainda segundo Pedro Salema Garção “as empresas continuam a procurar uma maior flexibilidade contratual, dada a incerteza das suas necessidades futuras, o que também tem provocado a origem de grandes atrasos nos processos de arrendamento”.
Nos próximos tempos poderemos assistir a um aumento de subarrendamentos aliado, em grande parte, à tendência do teletrabalho que tem levado à redução estratégica de espaços por parte das empresas.
A título de exemplo, numa entrevista recente à Bloomberg, o CFO da Deutsche Bank, James von Moltke, adiantou que irão adotar um modelo híbrido do teletrabalho, com os colaboradores a poderem optar por ficarem em casa até três dias.
Estima-se que o segundo trimestre do ano seja mais dinâmico comparativamente ao primeiro, reunindo os requisitos necessários para dar início a uma retoma gradual da actividade económica, com as medidas de higiene e segurança em destaque como principal prioridade para garantir a imunidade de grupo.
De referir que a questão da sustentabilidade e a redução da pegada ecológica continuará a ser um tópico cada mais visível aquando da procura por parte das empresas e na adaptação da oferta por parte dos proprietários.