Investimento em activos multifamily irá disparar nos próximos cinco anos
De acordo com estudo da JLL, Portugal é um dos países de maior potencial na Europa para a expansão deste mercado

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O segmento Multifamily, a habitação construída de raiz para fins de arrendamento tradicional, vai emergir como a grande aposta dos investidores em Portugal nos próximos anos, estando planeados vários projectos residenciais de grande escala que a JLL estima que irão trazer cerca de 3.000 fogos para arrendamento ao mercado nacional. Esta é uma das principais conclusões do mais recente estudo da consultora Multifamily – A market on the rise, onde analisa o potencial de desenvolvimento deste sector em Portugal, colocando-o ainda em perspectiva no contexto europeu.
Lisboa e Porto e respectivas Áreas Metropolitanas serão os principais alvos, estando actualmente alguns projectos já previstos para a zona da capital. Dentro da cidade, os eixos da Alta de Lisboa e Ajuda são as zonas com maior potencial para acolher este tipo de projectos, sendo áreas limítrofes como Miraflores, Carnaxide e Algés também localizações de grande interesse. Mas não só. De acordo com a JLL, o mercado de Multifamily encontra oportunidades num raio de acção mais abrangente, considerando destinos atractivos os concelhos na margem sul do Tejo, como Almada e Barreiro, além de olhar ainda para Loures, a norte da cidade.
O forte crescimento da procura para arrendamento nos últimos anos é um dos maiores atractivos para os investidores. Uma das franjas mais expressivas da procura são as classes média e média baixa, que têm dificuldade, agora acrescida pela situação da pandemia, em aceder à habitação para compra num contexto de forte subida de preços e de restrições no financiamento. As gerações mais jovens são também um motor de procura, procurando aceder à sua primeira habitação sem o ónus da compra, seja porque preferem soluções mais flexíveis seja porque também têm dificuldade em aceder ao financiamento. Por outro lado, continua a existir um crescente fluxo de estudantes e profissionais atraídos por Portugal que não encontram oferta adequadas às suas necessidades, naturalmente mais flexíveis e de maior mobilidade.
“Há uma procura real e latente para o arrendamento nas principais zonas urbanas de Lisboa e Porto, que abrange uma boa diversidade de perfis”, começa por comentar Patrícia Barão, head of Residential da JLL. “Há um segmento especialmente interessante, com um enorme potencial de crescimento nos próximos anos. São os mais jovens, que hoje não têm resposta para as suas necessidades habitacionais e que procuram soluções mais flexíveis e acessíveis, mas não apenas por questões financeiras. É, acima de tudo, algo geracional e cultural. Os Millennials não querem necessariamente possuir uma casa, querem usar uma casa. Esse é o seu chip para quase tudo e, por isso, valorizam flexibilidade e mobilidade. Vão ser um importante motor do mercado de arrendamento institucional”, acrescenta Patrícia Barão.
Além dos bons indicadores de procura e da falta de oferta, Portugal é também um alvo preferencial por estar ainda numa fase muito inicial de desenvolvimento de mercado, não existindo no país um mercado de arrendamento institucional e reconhecendo-se, assim, muitas oportunidades para o lançamento de projectos de grande escala nesta área. Enquanto alvo de investimento para Multifamily, o mercado nacional beneficia ainda da crescente liquidez existente na Europa e da tendência de maior foco dos investidores neste tipo de activos, vistos como uma classe de elevada resiliência especialmente em tempos de recessão económica, dada a sua versatilidade na adaptação a outros usos e na capacidade de gerar retornos sustentados a longo-prazo