APEMIP: Mediadores registam quebra de 97,4% na procura
“Por mais criativas que as empresas possam tentar ser, aderindo a novas plataformas tecnológicas para fazer visitas virtuais, este é um negócio que só se realiza com pessoas e com visitas. Ninguém compra uma casa vendo só as suas fotografias e vídeos na Internet. O sector está praticamente parado e não há teletrabalho ou take away que nos ajude a resistir” diz Luís Lima, presidente da APEMIP.
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A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), aferiu o impacto que o COVID-19 está a ter junto deste sector, promovendo um inquérito junto dos seus associados, que apontou para quebras na procura na ordem dos 97,4% no último mês. Segundo a associação, 78,1% afirmaram que os seus clientes desistiram dos negócios que tinham em curso e 20,5% destes chegaram mesmo a desistir da compra após a celebração do Contrato de Promessa de Compra e Venda (CPCV).
“Estes números demonstram que a actividade está praticamente parada. A grande maioria das empresas suspendeu a sua actividade, indo ao encontro da regulamentação e aplicação do Estado de Emergência decretado. Por mais criativas que as empresas possam tentar ser, aderindo a novas plataformas tecnológicas para fazer visitas virtuais, este é um negócio que só se realiza com pessoas e com visitas. Ninguém compra uma casa vendo só as suas fotografias e vídeos na Internet. O sector está praticamente parado e não há teletrabalho ou take away que nos ajude a resistir” diz Luís Lima, presidente da APEMIP.
47,4% das empresas referiu pretender recorrer à linha de crédito de 200 milhões de euros, mas Luís Lima teme que a grande maioria não consiga aceder. “Todos os dias nos chegam relatos de empresas a quem foi recusado o recurso a esta linha por não reunirem os requisitos ou por terem dificuldade em atestá-los. É difícil manter o optimismo quando ouvimos o desespero dos empresários, que não sabem que caminhos tomar e é difícil aconselhá-los quando a incerteza sobre o dia de amanhã é constante” diz o representante das imobiliárias, que apela assim ao Estado para que considere medidas específicas para este sector, que não tem alternativas para operar perante a situação de emergência que o País vive. “Não queremos esmolas, queremos sim soluções que possam ajudar as nossas empresas a
sobreviver neste momento em que não conseguem facturar e têm compromissos para assumir. Não me canso de referir que 40 mil pessoas dependem directamente do sector, para não falar das que dele dependem indirectamente”, invoca o presidente da APEMIP.
Luís Lima reitera ainda a importância dos regimes de moratórias, para as famílias e empresas. “O decreto do Governo visa regulamentar a atribuição das moratórias pelo sector financeiro, mas o seu nível de abrangência não é total, não podendo ser acedido por todas as pessoas/empresas ou requerido a determinados créditos, como os pessoais. São exigidas determinadas condições, como a situação de desemprego ou de lay-off. Cada banco poderá então, por si, ir mais longe em termos da flexibilidade daquilo que se dispõe a oferecer aos seus clientes, como é o caso do Santander, por exemplo, que foi para além das medidas Governamentais, dando o exemplo ao
sector financeiro, ao ajudar as pessoas e empresas a ter algum alivio orçamental neste período inédito, e a evitar que entrem em incumprimento, o que não seria benéfico para nenhuma das partes neste momento. Esperamos que outras instituições financeiras sigam o exemplo, e exerçam um papel activo que revele uma verdadeira responsabilidade social”, declara o presidente da APEMIP.