“Ambiente” é a grande incerteza do Imobiliário
Ao longo da próxima década, os factores económico e político trazem riscos conjunturais ao Imobiliário mas são as questões ambientais que se assumem como decisivas.

CONSTRUIR
‘Parque Cidades do Tejo’ une duas margens e prevê construção de 25 mil casas
Portugal com 15 novos projectos de Branded Residences em pipeline
Schneider Electric e a ETAP respondem ao desafio crítico da gestão de energia na era da IA
CENFIM constrói novo edifício na Lispolis “energeticamente neutro”
Asier Amorena assume liderança da Saint-Gobain Portugal
Ana Gomes é a nova directora de Research da Cushman & Wakefield
Novo Pladur Omnia com alta capacidade de carga certificada
Designer Outlet Algarve anuncia expansão e reforço da oferta
Portugal contraria tendência europeia com redução de 10,7 % no malparado
UE selecciona 47 projectos estratégicos para diversificar acesso às matérias primas
Olhar para além de 2020 e para aquelas que serão as grandes tendências do futuro e que irão ditar os riscos e as oportunidades no mercado Imobiliário ao longo da próxima década, foi o exercício proposto pela Cushman & Wakefield. Num mundo em mudança, a única certeza é que o futuro, esse, já chegou. Quanto ao ano em cursos os investidores estão optimistas. O ano de 2020 será de continuidade e não se esperam grandes volatilidades.
Ao longo da próxima década, as conjunturas política, económica e social trazem riscos conjunturais ao Imobiliário mas são as questões ambientais que se assumem como protagonistas, constituindo o maior factor de risco e de mudança do mercado, qualquer que seja o ângulo de abordagem na análise. Por exemplo, as alterações climáticas, hoje uma realidade incontestável, aumentaram o risco de catástrofes em zonas antes consideradas seguras com impacto directo sobre o valor das propriedades. Mas são sobretudo as políticas e os regulamentos a adoptar para mitigar os efeitos das alterações climáticas que poderão ter um efeito transformador em toda a indústria.
Enquanto se assiste a uma maior pressão pública sobre as questões ambientais, os investidores ainda estão hesitantes nas medidas a tomar no curto prazo. Até agora, a indústria concentrou o seu esforço, embora ainda muito limitado, na construção e administração de edifícios. No entanto, muito menos foi feito no desenvolvimento de estratégias para reconhecer, entender e gerir as mudanças climáticas dentro desta indústria.
A consciencialização externa sobre o assunto está a aumentar e o sector imobiliário pode se encontrar numa situação semelhante à vivida por outros sectores, como o dos Transportes,, enquanto alvo dos legisladores, que, afinal, são os usuários das suas propriedades, assim como do público em geral, que tem sido o grande responsável pelas mudanças já verificadas.
As questões demográficas, as mudanças económicas, a pressão populacional sobre as cidades, o envelhecimento do mercado de trabalho serão questões cada vez mais prementes no futuro, e encontram já hoje uma resposta nas tendências crescentes de co-working e co-living que surgem um pouco por toda a Europa, e não só.
Curiosamente, as questões políticas são as que menos interferem com a confiança dos investidores, habituados que estão a um mundo com Trump, com Putin, com as tensões do Médio Oriente ou com a certeza do Brexit.
A China é, neste capitulo, o factor de incerteza, o qual se deve muito à actual emergência e às suas repercussões no curto e médio prazo, com a resposta do Governo chinês a servir, por enquanto, de contrapeso.