DR
PTPC promove concursos de apoio às PME através do Horizon 2020
Plataforma Tecnológica Portuguesa de Construção discute Construção Circular e Eficiência energética em conferência que se realizou no LNEC e reuniu mais de 100 participantes
CONSTRUIR
Espanhola ARC Homes tem plano de investimento de 180 M€
“Um futuro sustentável para a Construção” domina programação da 31ªConcreta
Casa cheia para a 31ª edição da Concreta
Signify ‘ilumina’ estádio do Sporting Clube de Portugal
Savills comercializa 2.685 hectares de floresta sustentável em Portugal e Espanha
Tecnológica Milestone com 36% de mulheres nas áreas STEM supera média nacional
Sede da Ascendi no Porto recebe certificação BREEAM
KW assinala primeira década em Portugal com videocast
LG lança em Portugal nova gama de encastre de cozinha
CONCRETA de portas abertas, entrevista a Reis Campos, passivhaus na edição 519 do CONSTRUIR
A Plataforma Tecnológica Portuguesa de Construção (PTPC) vai lançar uma linha de apoio às PME de cerca de 450 mil euros já a partir de 2020. O anúncio foi feito por Rita Moura, presidente da PTPC (em representação da Teixeira Duarte), durante o 8º Fórum Estratégico da Plataforma que se realizou no Auditório do LNEC e que reuniu mais de uma centena de participantes.
O Metabuilding, cuja candidatura foi aprovada no dia 9 de Dezembro, é um projecto inovador, financiado ao abrigo do Programa Horizon 2020, e dinamizado pela European Construction Technology Platform, em parceria com os sectores da Manufactura Aditiva e das Soluções Baseadas na Natureza, envolvendo seis Países Europeus. Tem como objectivo apoiar as PME através da criação de um ecossistema colaborativo sustentável para a expansão dos seus negócios e integrador de novos sectores e indústrias dinâmicos, mediante projectos de inovação trans-sectorais, transfronteiriços e orientados para os desafios provenientes dos clusters regionais.
“Portugal irá ter a partir de 2020 cerca de 450 mil euros para apoiar os projectos das PME nacionais através de concursos lançados e geridos pela PTPC” avançou Rita Moura, “Com o Metabuilding vamos poder concretizar as boas ideias que temos em Portugal na área da arquitectura, engenharia e construção, gerando startups e promovendo PME´s inovadoras” concluiu.
O 8º Fórum da PCPT contou com a presença de vários reputados oradores nacionais e internacionais para discutir as temáticas da Construção Circular e da Eficiência Energética, questões essenciais na actualidade.
“Os maiores riscos são os ambientais e isto está a chegar aos grandes decisores”, referiu Rita Moura. “A breve prazo, os futuros clientes vão exigir construções sustentáveis e vão ser os grandes influenciadores do futuro. As empresas ou tem esta atitude ou deixam de ter clientes.” finalizou.
“Reduzir, reutilizar e recuperar. Em todos os modelos de economia circular, até na nossa vida pessoal são estes os três princípios essenciais.” afirmou Isabel Pinto Seppä, directora de Assuntos Europeus do VTT, e keynote speaker da tarde. Esta responsável avançou, ainda, que o Comité Digital Built Environment foi aprovado há duas semanas e a PTPC está no Executive Board. “Estamos na Comissão Europeia a tentar formar este Comité há mais de 10 anos. Não podia estar mais orgulhosa”.
Surgiu, também, uma referência à nova geração de consumidores: “Os Friday for Future são inteligentes e exigentes. Eles não vão ser consumidores passivos. Vão exigir. Estão preparados e prontos para muita coisa.” finalizou.
Seguiu-se a discussão dos desafios da neutralidade carbónica, cujas conclusões serão um suporte para alinhar a estratégia para o sector AEC.
Emanuel Forest, vice-presidente da empresa da construção Bouygues e membro da Mission Board for Climate-Neutral and Smart-Cities da EU, salientou que “na visão europeia a construção deverá centrar-se em proporcionar bem-estar aos cidadãos, na sustentabilidade do ambiente construído e em contribuir para a prosperidade económica da Europa. A resposta a estes desafios é a parceria Build4People, que está agora em discussão no âmbito do novo programa de financiamento Europeu, Horizon Europe”. Emanuel Forest acrescentou ainda “a PTPC está envolvida nestes temas e o sucesso com a candidatura Metabuilding é a prova disso”.
“As alterações climáticas são uma realidade, embora alguns não a queiram enfrentar. Nós temos que acreditar na capacidade da ciência, da tecnologia e da engenharia para resolverem os problemas.” referiu Carlos Mineiro Aires, Bastonário da Ordem dos Engenheiros.
Manuel Duarte Pinheiro, professor do IST, acredita que temos que ser proactivos no que diz respeito à economia circular: “Com a publicação do “Green Deal” pela EU, este é o momento certo para a fomentar a integração ambiental na economia. Está na hora de dar uma oportunidade à engenharia e às nossas empresas.”
“Todos percebemos o enorme problema das alterações climáticas e seus impactos. Contudo, no mundo real, as empresas vivem de resultados. A preocupação com a economia circular passa para segundo plano, como todos compreenderão. Em regra, as empresas de construção executam obras. É a montante da execução da obra, no projecto, que deve ser reflectida a abordagem da economia circular para que a partir daí seja reflectida em todo empreendimento. O sistema de contratação que temos hoje é limitativo à inovação” começou por afirmar Mário Barros, administrador da Mota-Engil. “Por outro lado, as decisões que são tomadas devem ser sustentadas numa lógica integrada dos seus impactos. Nós, em Portugal, decidimos que vamos fechar as centrais termo-eléctricas até 2023. Na Alemanha, vão fechar até 2030. Era bom que questionassem as empresas antes de porem as leis a vigor. Não é quando as leis já estão cá fora. Nós vamos ter que acabar por importar cinzas, o que pode poluir muito mais do que poluiriam as nossas centrais termo-eléctricas.”, concluiu Mário Barros.
O encerramento do Fórum foi assegurado pela Secretária de Estado do Ambiente, Inês Costa, que abordou o tema “Neutralidade Carbónica – Desafios para a Construção”.
“Creio que todos temos o dever de fazer melhor. A descarbonização do sector da construção não se faz apenas recorrendo à integração de energias renováveis. Faz-se também, por exemplo, pelo design, porque há bom e mau design. Se cria resíduos é um mau design” afirmou a Secretária de Estado. Ao terminar, lançou também um desafio para os produtores utilizadores de materiais de construção, arquitectos, engenheiros e construtores presentes na sala: “Desafio-vos a pensar a sério em medidas voluntárias para melhorar a segregação dos produtos em fase final de vida útil, bem como a pensar o projecto de forma eficaz para essa segregação. Garanto-vos que não é tempo perdido, é dinheiro em caixa.”