Cascais lidera ranking de zonas residenciais mais caras de Portugal
Segundo um estudo levado a cabo pela Engel & Völkers, a Baixa Lisboeta e Albufeira seguem-se no top 3. Vilamoura, Comporta e Sintra estão nos lugares seguintes
Ana Rita Sevilha
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O grupo alemão Engel & Völkers, um dos líderes mundiais do sector imobiliário de luxo, que está presente em Portugal desde 2006, deu a conhecer um ranking das zonas residenciais mais caras em Portugal. Cascais, Baixa de Lisboa e Albufeira ocupam o top 3.
A Avenida Marginal, em Cascais (onde o metro quadrado de um imóvel chega aos 13.690 euros) é a localização que ocupa o primeiro lugar. A título de exemplo, a Engel & Völkers refere que, “uma mansão com sete quartos virada para o mar, atinge os 14 milhões de euros. Já uma moradia com seis quartos pode ser adquirida por 4,6 milhões de euros”.
Com características marcadas e próprias, na zona de Cascais predominam os palacetes, casas senhoriais, quintas e chalets, “que preservam a vivência da corte do século XIX”, sublinha. “A localização de excepção, clima temperado, proximidade de praias e campos de golfe e a realização de eventos internacionais, de destaque mundial, são outros dos factores que atraem compradores nacionais, estrangeiros e algumas celebridades, que elegem Cascais para morar”, garante a mesma fonte.
Lisboa ocupa o segundo lugar do ranking, mais precisamente a Rua Vitor Cordon e o Páteo do Pimenta, onde o metro quadrado chega aos 11.000 euros, e a Rua da Emenda, com o preço por metro quadrado a atingir os 10.000 euros. Chiado, Príncipe Real e Avenida da Liberdade são consideradas as zonas mais exclusivas da capital.
Na capital, de acordo com o estudo, a oferta do mercado de luxo distingue-se, essencialmente, “por imóveis com áreas amplas, em prédios centenários totalmente remodelados e que mantêm as características arquitectónicas tradicionais nas fachadas e interior, com os pés altos ou azulejos nas paredes. Os grandes terraços e/ou varandas com vista de rio são outros dos atractivos”. “Um apartamento tipologia T3 pode custar 1.200.000 euros e um imóvel T4 pode atingir os 1.600.000 euros”.
Sul
O sul algarvio conta com dois lugares no ranking e Albufeira ocupa o terceiro lugar. Olhos de Água, Baleeira e Galé são as localizações preferidas de quem procura uma casa de luxo para viver ou passar férias, nas quais o valor por metro quadrado vai desde os 5.600 euros na Galé, aos 7.000 euros no Pinne Cliffs Resort (valores referentes a 2016).
Com a particularidade de ser muito procurada para segunda habitação, nas zonas a sul as características dos imóveis de luxo são a localização na primeira linha de mar, o acesso fácil às praias, a arquitectura e a idade do imóvel. “Estes factores determinam o valor da propriedade, sendo a vista de mar o mais preponderante”.
Como exemplos, “uma moradia com piscina inserida no condomínio Pine Cliffs Resort, em Olhos de Água, custa 4,5 milhões de euros. Na Galé, uma moradia na primeira linha de mar, com quatro quartos, jardim e piscina, chega aos 3,2 milhões de euros, enquanto uma moradia similar na zona da Baleeira pode alcançar os 2,9 milhões de euros”.
Vilamoura surge na quarta posição, sendo a Marina, zona central de Vilamoura e as áreas onde estão instalados os campos de golfe as localizações de excelência. Os valores por metro quadrado rondam os 5.365 euros na Volta da Corça, os 5.032 euros em Pinhal Velho e os 4.296 euros no Lake Resort.
Outros destinos
A Comporta, no Litoral Alentejano, assume a quinta posição. Muda, Brejos da Carregueira de Baixo e Praia do Pego são as localizações mais exclusivas desta zona, onde o preço por metro quadrado oscila entre os 4.500 e 5.000 euros. Aqui, a ampla e diversificada oferta do mercado imobiliário permite dar respostas às diferentes solicitações. Uma moradia com seis quartos e frente de praia, em Melides, pode atingir os 4 milhões de euros, enquanto que nos Brejos da Carregueira uma moradia com cinco quartos vale 1,3 milhões de euros. Neste mercado, os compradores são maioritariamente estrangeiros (cerca de 80%).
Sintra aparece em sexto lugar e nomeia a Penha Longa, o centro histórico e o Belas Clube de Campo como as localizações de excepção, onde os preços por metro quadrado oscilam entre os 4.000 euros e os 4.800 euros. Compradores e investidores estrangeiros representam 75% da procura.
A Engel & Völkers destaca ainda a “Veneza de Portugal”, ou seja, Aveiro, sendo a Costa Nova e Barra, em Ílhavo, e Vera Cruz e Glória, em Aveiro, as zonas consideradas mais exclusivas nesta zona costeira. Com preços por metro quadrado que variam entre os 2.090 e 2.678 euros, esta região do Centro do país começa a ser procurada ao longo do ano, abandonando a sazonalidade turística. Nesta zona, embora os compradores nacionais ainda liderem (74%), existem cada vez mais estrangeiros a investir na compra de imóveis de gama alta.
Origem dos compradores
Segundo o ranking – que resultou do registo, análise e portfólio da rede de agências em Portugal à luz de dados referentes ao primeiro trimestre de 2017 -, a localização geográfica aliada às características locais e do imóvel ditam a origem dos compradores.
Nesse sentido, “na capital, áreas costeiras, zonas turísticas e sul do país, os compradores estrangeiros (entre 75% e 90%) superam os nacionais (entre 10% e 20%). Já a norte, a tendência é no sentido inverso, com cerca de 75% de compradores nacionais e 25% oriundos de diversas nacionalidades”.
Entre os compradores internacionais, franceses, alemães, suíços, belgas, britânicos, americanos, brasileiros e indianos, são as principais nacionalidades.
Estrangeiros rendidos a Portugal
Em suma, a Engel & Völkers, refere que “o sector imobiliário nacional está bem posicionado face aos concorrentes, pois o país beneficia de uma conjuntura onde questões como a segurança, estabilidade política e proximidade geográfica à Europa são cada vez mais valorizadas”.
Os responsáveis das agências que contribuíram para esta análise apontam para a continuidade da procura, tanto para os centros urbanos, como para as zonas mais direccionadas para férias. Destaque para o sul do país, onde o aumento da procura de segunda habitação de luxo é considerado como “um factor favorável à evolução do negócio”. “Portugal continua a ser um destino de eleição, não só para turismo, como também para investimento”, garante.