Arquitectura

“Sem a experiência no MoMa nem seria candidato a dirigir este museu em Lisboa”

Acho que começámos muito bem, com um edifício que o Finantial Times descreveu como “espectacularmente modesto”

Ana Rita Sevilha
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“Sem a experiência no MoMa nem seria candidato a dirigir este museu em Lisboa”

Acho que começámos muito bem, com um edifício que o Finantial Times descreveu como “espectacularmente modesto”

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Está sensivelmente a meio do percurso como director do MAAT, sendo esta também a primeira vez que assume um cargo desta natureza. Que balanço faz?
Pedro Gadanho: Aparentemente, foi muito bem sucedido na medida em que todos os objectivos que fomos definindo desde que cheguei, em Outubro de 2015, foram sempre cumpridos. Entre eles está o lançamento da primeira identidade do museu enquanto marca, em Junho de 2016, com a remodelação das galerias da Central Tejo, que foi o primeiro passo, e também a primeira vez que a programação do MAAT foi anunciada. Depois, sublinho todo o momento de abertura em Outubro, que foi bastante marcante e um grande sucesso. Noto que foi importante, para nós, termos feito a abertura nesse período, apesar de algumas críticas, para podermos proporcionar o usufruto do espaço público e de parte do edifício logo a partir dessa altura e não nos guardarmos para ver o edifício totalmente acabado e só termos aberto em Março. Finalmente, a 21 de Março, o momento em que temos o edifício completo, em que temos as primeiras exposições e a programação a funcionar em regime completo ao mesmo tempo que é acabado o jardim do campus da Fundação. Em suma, tem sido muito intenso, mas sempre a cumprir os objectivos que fomos determinando para este período.

Do que aprendeu enquanto curador de arquitectura contemporânea no MoMa, em Nova Iorque, o que lhe é mais útil hoje?
Em primeiro lugar, tudo o que aprendi sobre management de museus. Foi uma experiência de estágio de quatro anos, hiper qualificada, num dos museus mais importantes do mundo, e foi realmente uma oportunidade para aprender seriamente como é que é feita a gestão de um museu num registo quotidiano. Foi uma experiência super exigente mas de um nível profissional altíssimo, onde era possível estar a inaugurar duas exposições na mesma noite sem sentir qualquer nível de stress. Tudo feito com grandes equipas, com um staff de 50 pessoas, uma estrutura realmente muito séria. Sem essa experiência, nem sequer seria candidato a dirigir este museu em Lisboa. E, de facto, ao formar aqui equipa e ao decidir como seria a nossa abordagem à produção das exposições no dia-a-dia, sentia quase diariamente aquilo que tinha aprendido nos Estados Unidos. Por outro lado, a nível mais curatorial, senti, quando foi inaugurada a exposição “Utopia/ Distupia”, que esta era finalmente a oportunidade para expandir, em termos de dimensão, algumas ideias que fui explorando no MoMa numa galeria muito mais pequena – primeiro num espaço de 200 metros quadrados, depois num de 600 metros quadrados -, e que, em muitos dos casos, envolvia arte e arquitectura, aproveitando a colecção do Museu de Arte Moderna. Finalmente, aqui tinha um espaço de outra dimensão para poder fazer uma experiência de diálogo entre artistas e arquitectos. Portanto, senti que a exposição que foi feita aqui, no fundo, foi o resultado final também de uma aprendizagem curatorial feita no MoMa, a colocar justamente em diálogo trabalhos de artistas e trabalhos de arquitectos, a colocar em diálogo duas produções culturais diferentes mas com o mesmo índice de contribuição para o discurso cultural.

Na altura em que se soube que o Pedro ia assumir a direcção do MAAT, António Mexia referiu: “o perfil e a experiência internacional de Pedro Gadanho são essenciais para a ambição que queremos para o MAAT”. Que ambição é esta?
A ambição é, em primeiro lugar, a de fazer um museu de referência internacional, ou seja, um museu que ombreie e se relacione directamente com outros museus de arte contemporânea no contexto internacional. Isso é um desafio particularmente exigente porque obviamente estamos num momento em que o mundo da Arte Contemporânea é bastante competitivo e as estruturas já têm muita experiência a produzir aquilo que fazem bem de há muitos anos para cá. Portanto, sempre que surge um museu novo, querer atingir esse patamar é obviamente muito difícil, tem de haver alguma distinção que permita afirmar-se em primeiro lugar e, depois, conseguir ter um nível profissional que dê uma resposta continuada ao nível da programação, dos artistas que convida e a nível curatorial. Acho que começámos muito bem, com um edifício que o Finantial Times descreveu como “espectacularmente modesto”, ou seja, um edifício que sendo de arquitectura claramente contemporânea é um edifício que se integra muito bem na paisagem e que é muito convidativo e muito atractivo para os visitantes, justamente por ter uma linguagem diferente daquela que se encontra no dia-a-dia. Agora, o desafio é continuar, na programação, a corresponder às expectativas que foram geradas com a criação desta mega estrutura museológica em dois pólos diferentes e em dois grandes edifícios.

O MAAT aparece numa altura em que Lisboa está nas “bocas do mundo”, é referência em muitas publicações internacionais, considerada uma cidade bastante atractiva e interessante e que recebe diariamente muitos turistas.
Sim. Aliás, o MAAT aparece muitas vezes nesse contexto como um signo dessa renascença cultural. Acho que há um aspecto importante a sublinhar nessa dita renascença. Lisboa, enquanto capital europeia com um passado histórico muito consolidado, já era uma cidade muito atractiva para o turismo. O que talvez se nota neste momento é que a cidade começa a atrair pessoas de um turismo mais qualificado, city break, pessoas que procuram não só à procura da experiência gastronómica, o passado histórico e o passeio por uma cidade bonita, como também uma oferta cultural ao nível daquilo que estão habituadas nos grandes centros europeus.

E o turismo de arquitectura, já tem expressão?
O turismo de arquitectura já existia pelas razões óbvias, afinal temos dois Pritzkers em Portugal. Já existia no Norte do País e também aqui, mas claro que actualmente está reforçado. Contudo, devo dizer que a Casa da Música já tinha feito esse percurso muito antes de surgir o MAAT e, obviamente, sempre houve arquitectos a fazer o circuito Álvaro Siza. Digamos que isso vem reforçar essa componente de um turismo cultural mais exigente.

E que transformações a cidade pode vir a sofrer derivadas deste fluxo de turistas?
Isso está ligado a um fenómeno interessante e menos conhecido que pode, e até já está a ter, mais consequências, nomeadamente na Reabilitação Urbana. O fenómeno é o facto de a cidade atrair pessoas não só para a visitar, mas para viver. Falamos de pessoas com outro nível de exigência estética, outro nível de exigência económica, o que favorece a economia da Reabilitação e faz com que a cidade tenha uma pressão para mudar mais rapidamente. Traz alguns problemas consigo, nomeadamente a gentrificação e a subida das rendas, mas felizmente esses são problemas que já foram identificados previamente em outras cidades e que já estão a ser discutidos desde o início. Faz parte da trajectória habitual a que as cidades são sujeitas nesta situação. Portanto, entre a qualidade arquitectónica que existe tradicionalmente em Portugal, nomeadamente a nível de resposta à encomenda e o facto de haver essa consciência do que aconteceu noutros sítios, temos condições para fazer um crescimento com alguma qualidade. Mas dependerá dos actores que estão no campo.

O Pedro tem um percurso bastante diversificado que passa pela arquitectura, curadoria, ensino, design (…). Essa capacidade camaleónica de se moldar e de actuar em várias frentes é hoje crucial para um arquitecto?
Há muitas formas de ter “sucesso”, mas o sucesso mais consolidado tem que ver com uma visão relativamente tradicional da profissão em que o arquitecto tem um domínio cultural vasto e percebe de muitas áreas e é, como se costumava dizer, um especialista em coisa nenhuma. Um especialista em generalidades. Essa qualidade cultural do arquitecto é, quanto a mim, muito importante para garantir o sucesso mais sustentado e é uma coisa que eventualmente se perdeu nos últimos anos, até pelo desligamento que passou a existir entre escolas de arquitectura e escolas de arte, que garantiam esse acesso a uma cultura artística mais clássica. Acho que isso gerou um problema. Primeiro acho que os arquitectos se tornaram cada vez mais tecnocratas e mais falhos a esse nível da sensibilidade cultural, de modo a dar uma resposta mais directa e um serviço mais acrítico, relativamente aquilo que são as exigências de uma sociedade contemporânea. Apesar de tudo, nós ainda temos, precisamente por haver uma cultura arquitectónica importante, restícios dessa cultura a influenciar os comportamentos das pessoas. Ainda assim, é preciso estar atento a esse risco porque evidentemente se pode traduzir numa rápida perda de qualidade na arquitectura. Nós temos uma tradição de qualidade, acho que essa tradição ainda se nota e espero que prevaleça. Quando, aqui no museu, unimos a Arte e a Arquitectura, é um pouco para tentar restabelecer essa conexão que por outras vias se foi perdendo.

Como é que fundem a Arte, a Arquitectura e a Tecnologia na programação do MAAT?
Eu espero que as pessoas, ao visitarem a exposição “Utopia/Distopia”, percebam exactamente essa fluidez entre disciplinas e o facto de não ser preciso marcar fronteiras entre aquilo que é uma produção arquitectónica e aquilo que é uma produção artística, assim como a capacidade de ambas para reflectir sobre o mundo presente. A exposição fala por si e explica muito bem como, por detrás de ideias de edifícios e de construção, pode estar um pensamento cultural activo e crítico sobre aquilo que se passa à nossa volta.

Que expectativas têm do público português?
O público português tem de ser educado, pela simples razão de que a arte contemporânea, assim como a arquitectura e outras expressões criativas contemporâneas, não têm arenas para ser reconhecidas. Como as pessoas não nascem ensinadas, tem de haver um projecto pedagógico que explique o que podem beneficiar da sua experiência com a arte contemporânea, com a arquitectura e de como as produções culturais lhes podem fazer compreender um pouco melhor aquilo que são, aquilo que fazem e o modo como podem pensar o Mundo. Algumas reacções a exposições que já fizemos aqui no MAAT lembram-me o momento em que estive a fazer o Mestrado em Arte e Arquitectura, em Inglaterra, em meados dos anos 90, quando a arte contemporânea estava a surgir na cena mainstream em Inglaterra, muito antes da Tate Modern ser aquilo que é hoje. Na altura, os tablóides começaram a pegar na arte contemporânea para dizer “Isto não é arte”, “Isto também eu fazia”. Eu acho que Portugal, em certas áreas, ainda tem um atraso de 20, 30 anos e estamos agora a viver esse momento, em que de repente a televisão e os jornais pegam na arte como algo que pode ser consumido pelas pessoas. Portanto, há todo um projecto pedagógico a fazer para que as pessoas compreendam que a arte contemporânea, como a arquitectura, o cinema e outras áreas culturais, têm códigos. Nós temos de os saber descodificar ou ser ajudados para, depois, ter acesso às mensagens que aqueles objectos artísticos nos podem transmitir. Ultimamente, costumo pensar que ver uma obra de arte contemporânea sem o mínimo de explicação é como ver um filme finlandês sem legendas: até podemos perceber vagamente o enredo e que algumas personagens se relacionam, mas pode-nos passar completamente ao lado aquilo que realmente está a ser transmitido pelo filme. Portanto, nós temos esse cuidado, que certamente eu também trouxe da minha experiência do MoMa, que é uma preocupação em que as pessoas tenham acesso àquilo que é uma explicação mínima sobre a obra, para que depois possam construir a sua própria apreciação daquilo que estão a ver. Devo dizer que fizemos um inquérito que foi muito elucidativo a esse nível. Primeiro, perguntámos às pessoas se liam as legendas que acompanham as obras de arte e aquelas que liam disseram, depois, numa outra pergunta, que tinham 80% de satisfação na visita ao museu. As que não liam tinham 40% de satisfação . Acho que isso é bastante evidente sobre o que é necessário de pedagogia para as pessoas usufruírem melhor e de forma mais interessante para elas próprias do que a arte contemporânea lhes pode oferecer.

Sobre o autorAna Rita Sevilha

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Lionesa Business Hub celebra o Dia Mundial da Arte com galeria a céu aberto no campus

Centro empresarial assinala data com exposições a céu aberto, ofertas culturais aos colaboradores e parcerias locais, demonstrando que a arte no quotidiano potencia criatividade, produtividade e bem-estar

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No próximo dia 15 de Abril, para celebrar o Dia Mundial da Arte, o Lionesa Business Hub (Lionesa BH) vai transformar o seu campus numa verdadeira galeria de arte a céu aberto. A iniciativa Open Air Gallery, já implementada como política activa de bem-estar corporativo e atracção de talento, ganha destaque com uma programação cultural especial para colaboradores e comunidade. A arte e a cultura, presentes no dia a dia deste hub empresarial, são colocadas no centro das atenções, reforçando a aposta em proporcionar um ambiente de trabalho inspirador e criativo.

No Dia Mundial da Arte, o Lionesa BH preparou uma programação especial que convida a comunidade a mergulhar na experiência artística do campus e da região envolvente. Ao longo do dia, será distribuído um roteiro ilustrado que destaca as principais obras e instalações artísticas espalhadas pelo espaço, incentivando colaboradores e visitantes a explorarem este verdadeiro museu a céu aberto. Para além do campus, e em parceria com a Área Metropolitana do Porto, serão também oferecidos cartões Andante com duas viagens incluídas, permitindo aos membros da comunidade descobrir uma rota de arte pública pela cidade, que inclui museus de referência e intervenções artísticas emblemáticas na região. Como gesto simbólico e inspirador, cada uma das 120 empresas presentes no Lionesa BH receberá ainda um exemplar do livro “Happy Hour is 9 to 5”, de Alexander Kjerulf, uma obra que reforça a importância da felicidade no local de trabalho, lembrando que um ambiente criativo e positivo é essencial para o bem-estar e a produtividade.

“A celebração do Dia Mundial da Arte é mais um capítulo da constante integração entre cultura e vida empresarial promovida pelo Lionesa BH”, diz António Pedro Pinto, head of marketing & mood lab. “Diversos estudos comprovam a relação positiva entre o acesso à arte/cultura e a produtividade, criatividade e bem-estar dos colaboradores. Uma revisão internacional recente quantificou melhorias significativas na qualidade de vida e na produtividade associadas à participação em actividades culturais. (The Guradian). No contexto empresarial, a presença de arte nos locais de trabalho está associada a aumentos de produtividade de até 35% e de bem-estar dos colaboradores em até 42%”, adianta.

De salientar que o campus já conta com exposições permanentes que fazem parte do seu quotidiano: o Gate Gallery – instalação artística de grande escala na entrada principal –, o Mural da Rua da Lionesa (com cerca de 1400 m², considerado o maior mural de arte urbana no norte do país e o espaço expositivo The Museum, onde regularmente se apresentam obras e colecções. Além destas, o Lionesa BH organiza exposições temporárias e pop-up em colaboração com parceiros de renome, como a Ferrari, a marca Tashan, a agência criativa The Martin Agency, a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e o Museu Nacional Soares dos Reis.

Essas parcerias permitem trazer ao campus desde arte contemporânea e design automóvel até projectos académicos e acervo museológico, num intercâmbio cultural único entre o mundo empresarial e as instituições artísticas. A estratégia cultural do Lionesa BH estende-se também para lá do seu recinto, através de parcerias com instituições emblemáticas da região. A colaboração com a histórica Livraria Lello e com a Torre dos Clérigos reforça a ligação entre a comunidade empresarial do Lionesa BH e a riqueza cultural local. Estas parcerias visam democratizar o acesso à cultura, oferecendo experiências exclusivas e benefícios aos colaboradores e residentes do campus, e criando uma ponte entre o ambiente de trabalho e a herança cultural da cidade.

 

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SunEnergy conclui projecto de autoconsumo com painéis solares em Idanha-a-Nova

O projecto, para a Associação de Regantes e Beneficiários de Idanha-a-Nova (ARBI) consistiu na instalação de quatro unidades de produção em autoconsumo, que contemplou a instalação de 796 painéis solares fotovoltaicos de 550W para produção de energia eléctrica a partir do sol

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A SunEnergy, especialista em soluções de produção de energia eléctrica a partir do sol, conclui mais um projecto de autoconsumo fotovoltaico, desta vez para a Associação de Regantes e Beneficiários de Idanha-a-Nova (ARBI), responsável pela gestão e manutenção do Aproveitamento Hidroagrícola da Campina de Idanha-a-Nova, localizado no distrito de Castelo Branco.

Este projecto consistiu na instalação de quatro unidades de produção em autoconsumo, que contemplou a instalação de 796 painéis solares fotovoltaicos de 550W para produção de energia eléctrica a partir do sol.
Com uma potência de 550 kW, este projecto vai permitir à ARBI reduzir de forma significativa a sua factura energética e a nível ambiental irá permitir, também, uma redução de emissões de CO2 em 350 toneladas por ano, totalizando 9.000 toneladas ao longo de 25 anos.

Um dos aspectos mais relevantes deste projecto relaciona-se com o facto de uma das quatro unidades de produção, a maior de todas, com 608 painéis, ter sido instalada num lago com estrutura flutuante. Esta solução sustentável, ainda rara em Portugal, permite aproveitar uma área que não serviria para outras aplicações e que permite, inclusivamente, melhorar a qualidade da própria água armazenada no lago e reduzir a sua evaporação durante o Verão. Adicionalmente, o facto de os painéis se encontrarem instalados na água faz com que a temperatura à superfície dos painéis seja mais baixa do que no solo e, como tal, a sua eficiência e, em consequência, a sua produção, serão maiores. Outro dos projectos, com 132 painéis, foi instalado com recurso a uma estrutura desenvolvida à medida sobre um dos canais de distribuição de água.

Paulo Tomé, Presidente da ARBI, sublinha que “temos como missão garantir a melhor gestão possível dos recursos hídricos da nossa região. Com este investimento na produção de energia solar, reforçamos o nosso papel na promoção da sustentabilidade ambiental e asseguramos uma redução significativa dos custos energéticos das nossas operações, o que nos permitirá alocar recursos para prestar um serviço ainda melhor aos nossos beneficiários.”

“Este é um projecto que nos orgulha não só pela sua dimensão, mas sobretudo pela forma inovadora como aliámos a produção de energia solar à optimização dos recursos hídricos. Esta instalação flutuante é também um excelente exemplo de como a agricultura pode beneficiar da energia renovável, contribuindo ao mesmo tempo para a sustentabilidade do nosso planeta”, afirma Paulino Oliveira, responsável técnico da SunEnergy.

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Quelfes integra Rede Espaço Energia

Novo balcão oferece apoio directo à eficiência energética, conforto térmico e acesso a programas de incentivo à reabilitação e uso de energias renováveis

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O novo Espaço Energia de Quelfes, no concelho de Olhão, passa a integrar a Rede Espaço Energia, uma iniciativa coordenada pela ADENE no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com o objectivo de aproximar os cidadãos das soluções de eficiência energética, conforto térmico e uso de energias renováveis.

“A adesão de Quelfes a esta rede é um exemplo inspirador de liderança local, assente na proximidade, inovação e capacitação dos cidadãos. A transição energética não se faz apenas com tecnologia. Exige políticas públicas próximas e territórios capacitados. Com os Espaços Energia, colocamos as pessoas no centro das decisões”, afirmou a ministra Maria da Graça Carvalho, durante a cerimónia de inauguração que contou também com a presença do presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Pina, presidente da ADENE, Nelson Lage, e do presidente da Junta de Freguesia de Quelfes, Bruno Alves.

O Espaço Energia de Quelfes oferece atendimento gratuito e personalizado sobre eficiência energética, reabilitação urbana, autoconsumo, energias renováveis e conforto térmico. Está vocacionado para apoiar os cidadãos na adoção de soluções sustentáveis e no acesso a programas de incentivo público, contribuindo para combater a pobreza energética e promover uma verdadeira cidadania energética.

“Estes espaços não são apenas balcões de atendimento, mas sim pontos de transformação comunitária. A ADENE coordena esta rede com o propósito claro de garantir que, em todo o país, os cidadãos têm acesso à informação e às soluções que lhes permitem fazer parte da transição energética. Continuaremos a apoiar, formar e ouvir cada entidade local, porque é com esta proximidade que garantimos uma transição energética para todos”, sublinhou Nelson Lage, Presidente da ADENE.

A Rede Espaço Energia, lançada oficialmente a 29 de Janeiro de 2025, integra a reforma RP-C21-r44 do PRR e já ultrapassou a meta dos 50 balcões com cobertura nacional em todos os distritos de Portugal continental.

Além de apoiar directamente os cidadãos, os Espaços Energia funcionarão como pontos de recolha de dados para o Observatório Nacional da Pobreza Energética e serão canais para a disseminação de programas futuros, como o E-Lar e os Bairros Mais Sustentáveis.

As candidaturas para a criação de novos Espaços Energia, com apoio do Fundo Ambiental, estão abertas até 30 de Maio de 2025.

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Castelo Branco acolhe Observatório sobre futuro da habitação no interior de Portugal

Intitulado “Que futuro para a habitação no interior”, o Observatório tem como objectivo “fomentar a reflexão e a troca de ideias” entre os principais agentes do sector público e privado. O evento é promovido pela Century 21 Diamond, com o apoio da Century 21 Portugal

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No próximo dia 15 de Abril, o Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, será palco do evento de debate sobre o futuro da habitação no interior do País. Intitulado “Que futuro para a habitação no interior”, o Observatório é promovido pela Century 21 Diamond, com o apoio da Century 21 Portugal, e tem como objectivo “fomentar a reflexão e a troca de ideias” entre os principais agentes do sector público e privado.

Além disso, promove o diálogo directo entre os territórios do interior, as entidades públicas e os setores financeiro e imobiliário, assim como servirá para lançar pistas concretas para políticas que promovam mais equidade territorial e melhores condições de vida nas regiões do interior.

A iniciativa conta com a presença de representantes de oito municípios da Beira Baixa, da Comunidade Intermunicipal da região e de várias entidades nacionais com responsabilidade directa no planeamento e desenvolvimento territorial. Estarão em destaque temas como o acesso à habitação, o arrendamento, o rendimento das famílias, o custo e tipologia dos imóveis, o crédito à habitação, a nova Lei dos Solos e o impacto da reclassificação de terrenos rústicos em urbanos.

Entre os oradores confirmados, contam-se os presidentes de Câmara de Castelo Branco, Fundão, Penamacor, Oleiros, Vila de Rei, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova. o presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, representantes do IHRU e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e do Turismo do Centro, entre outros. A sessão de abertura ficará a cargo de Patrícia Gonçalves Costa, secretária de Estado da Habitação.

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Herdade do Canhão
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Herdade em Mourão vai a leilão por 2,8 M€

Com 430 hectares, a Herdade do Canhão caracteriza-se por vinha, olival, cereais, azinhal e duas albufeiras. As licitações podem ser enviadas até 22 de Abril

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A Herdade do Canhão, em Mourão, junto ao Alqueva, encontra-se em leilão electrónico, no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER) da Farmácia Alcântara Guerreiro. A Leilosoc.com está a recepcionar licitações até 22 de Abril deste ano. A propriedade, composta por um lote único com nove artigos rústicos e um artigo urbano, contíguos entre si, está avaliada em 2.800.000 euros.

A Herdade do Canhão estende-se por 430 hectares de terreno, caracterizados por vinha, olival, cereais, azinhal e duas albufeiras, cuja captação e uso dos recursos hídricos está atribuída pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo.

O imóvel situa-se no Alqueva, numa das zonas mais valorizadas do território alentejano, cuja localização é reforçada pela proximidade à fronteira com Espanha, a apenas 15 minutos do acesso rodoviário ao país vizinho.

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Prata Riverside Village (Créditos: Ricardo Oliveira Alves)
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VIC Properties homenageia legado fabril de Marvila em novo edifício

Constituído por 53 apartamentos, o Factory vem juntar-se aos restantes oito edifícios do empreendimento projectado por Renzo Piano: The One, Riverside, West, Square, Urban, Park, Art e South

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A VIC Properties iniciou a construção do Factory, o novo edifício do Prata Riverside Village, cujo nome pretende homenagear o legado fabril da freguesia de Marvila. Constituído por 53 apartamentos, o Factory vem juntar-se aos restantes oito edifícios do empreendimento projectado por Renzo Piano: The One, Riverside, West, Square, Urban, Park, Art e South.

Através da construção do Factory, a VIC Properties dá mais um importante passo rumo à finalização do Prata Riverside Village. Neste momento, o projecto conta com seis edifícios completamente construídos e vendidos. Sendo que neste momento estão também a ser desenvolvidos os edifícios Art e South, com conclusão prevista para 2026, e cuja taxa de venda se encontra, respetivamente, em 85 e 65 por cento.

Com tipologias que variam entre o T0 e o T4, o Factory procura, tal como todos os edifícios do Prata, oferecer resposta a clientes com diferentes tipos de perfis e necessidades. No âmbito da promoção de medidas sustentáveis, os moradores do edifício poderão usufruir de um sistema de domótica, através do qual conseguirão tirar mais proveito do ensombramento das janelas, diminuindo a quantidade de energia despendida para regular a temperatura das suas casas.

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As diferentes “Formas (s)” da RAR Imobiliária

A43, Correia/Ragazzi Arquitectos, hori-zonte, José Carlos Cruz, Masslab e Nuno Valentim Arquitectura aceitaram o desafio e, a partir, de um conjunto de peças em madeira, apresentaram seis visões “criativas” sobre o espaço e o conceito de habitar

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Um jogo, seis gabinetes de arquitectura, uma exposição e seis visões dão uma nova “Forma” ao stand da RAR Imobiliária no Salão Imobiliário de Portugal (SIL), que se encontra a decorrer na FIL, em Lisboa.

A partir de um kit de materiais composto por 100 peças de madeira, abraçadeiras e cola, a RAR Imobiliário fez a proposta, a seis ateliers, para criarem, a partir desses elementos, um módulo arquitectónico, “habitável e inspirador”, que configurasse uma “verdadeira expressão de criatividade e funcionalidade”.

O jogo, aceite pelos gabinetes de arquitectura A43, Correia/Ragazzi Arquitectos, hori-zonte, José Carlos Cruz, Masslab e Nuno Valentim Arquitectura, resultou na criação de seis visões “criativas” sobre o espaço e o conceito de habitar, dando, assim, origem à primeira exposição de arquitectura da promotora – “FORMA – Expressões de Arquitectura”.

Na resposta ao jogo, cada um dos gabinetes usou os elementos para criar a sua visão “única” sobre a habitação, materializando-a através de maquetes e conceitos que exploram identidade, funcionalidade e expressão artística.

Para Paula Fernandes, CEO da RAR Imobiliária, a exposição representa o “compromisso” da RAR Imobiliária com a inovação e a diversidade na arquitectura. “Queremos promover um espaço de diálogo onde diferentes perspetivas sobre a habitação possam ser exploradas, incentivando a criatividade e novas formas de pensar o espaço habitacional”, refere.

No SIL. a RAR levou também para a ‘exposição’ os projectos, actualmente, em desenvolvimento, tais como o Montebelo Villas e o Boavista 5205.

A RAR Imobiliária está focada na expansão em mercados estratégicos, mantendo a aposta no segmento alto e em localizações de prestígio. Porto e Lisboa continuam a ser as áreas prioritárias.

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Metropolitano de Lisboa lança novo concurso para a construção da Linha Violeta

O Metropolitano de Lisboa lança no dia 15 de Abril novo concurso para a construção do metro ligeiro de superfície Odivelas-Loures, também designado por Linha Violeta

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A sessão de lançamento no novo concurso para a construção do metro ligeiro de superfície Odivelas-Loures está agendada para 15 de Abril e contará com a presença do Ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

A linha Violeta resulta de um protocolo de colaboração assinado pelo Metropolitano de Lisboa, a Câmara Municipal de Loures e a Câmara Municipal de Odivelas para o estudo, planeamento e concretização de um projecto de expansão da cobertura intermodal da actual linha Amarela do Metropolitano de Lisboa.

Recorde-se que o primeiro concurso lançado a 15 de Março do ano passado não teve resposta por parte das empresas. Já em Março deste ano o Governo autorizou novo aumento de 150 milhões de euros para a empreitada, face ao investimento previsto, que era de 527 milhões de euros. O custo da linha deverá ascender, assim, a 677 milhões de euros.

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Imobiliário

Krest investe 120 M€ no novo empreendimento Arcoverde

O Arcoverde deverá começar a ser construído ainda este ano e arranca, numa primeira fase, com 175 apartamentos, aos quais se juntam mais 45, numa fase posterior

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Entre Quinta da Fonte e Paço de Arcos vai nascer o mais recente projecto da Krest. O Arcoverde deverá começar a ser construído ainda este ano e arranca, numa primeira fase, com 175 apartamentos, aos quais se juntam mais 45, numa fase posterior. O investimento total é de 120 milhões de euros.

Promovido em conjunto com a belga Revive, o Arcoverde tem assinatura do gabinete Saraiva + Associados e pretende dar resposta à “grande falta de habitação” que existe naquela zona.

Pela sua localização, o projecto tem despertado “grande interesse”, revela Claude Kandyoti, CEO da Krest, estando em lista de espera largas centenas de pessoas. O lançamento no Salão Imobiliário de Portugal, que se encontra a decorrer na FIL, em Lisboa, marca, também, o início da comercialização. Logo no primeiro dia, foram assinaladas 15 reservas, revelou Claude Kandyoti.

O projecto será desenvolvido numa área exclusiva de 34 mil m2, dos quais 25 mil correspondem aos espaços residenciais e comerciais, rodeados por zonas verdes e áreas comuns, assim como piscinas comuns, jacuzzis privados, áreas desportivas e de fitness, comércio e lazer, parque infantil, estacionamento e arrecadações e, ainda, serviços de mobilidade eléctrica e partilhada.

Os apartamentos são construídos de acordo com mais “elevados” padrões ecológicos e económicos, utilizando materiais locais, de forma a que cada residência mantenha custos de energia baixos e uma pegada de emissões quase nula.

O corredor verde que se desenvolve ao longo da encosta onde o projecto será construído, estratégias de redução de tráfego que minimizam o uso de carros, com uma rua interna apenas acessível a veículos de emergência, recurso a energia renovável, percursos pedonais, iniciativas de envolvimento social, entre os quais agricultura urbana e arte local, assim como uma gestão da água que asseguram a sustentabilidade deste projecto.

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Consórcio do TGV equaciona construção de duas novas pontes sobre o Douro

Quanto à travessia do Rio Douro, “a solução agora apresentada volta a separar, em duas pontes distintas, o modo ferroviário e o modo rodoviário”, pode ler-se em documentos municipais agora conhecidos

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O consórcio LusoLav, responsável pela linha de alta velocidade entre Porto e Oiã, quer mudar em dois quilómetros a localização da estação de Gaia e fazer duas pontes sobre o Douro em vez de uma rodoferroviária.

A proposta consta de um conjunto de documentos que serão apresentados e votados junto das Câmaras de Gaia e Porto, com esta última a manifestar surpresa e desconhecimento sobre qualquer intenção do consórcio.

Relativamente à estação, “é proposta uma alteração da localização anteriormente prevista – Santo Ovídio -, que constava dos estudos elaborados pela IP e que serviram de base ao concurso, deslocando a estação cerca de 2km para sul”.

“A nova localização proposta para a Estação de Vila Nova de Gaia fica compreendida entre a Rua da Junqueira de Cima (a norte e poente), a Rua e Travessa do Guardal de Cima (a sul) e a Travessa de Belo Horizonte (a nascente)”, na zona de São Caetano, em Vilar do Paraíso.

Além de um conjunto de acessbilidades rodoviárias a construir, a proposta inclui “o prolongamento da linha Rubi, desde Santo Ovídio até à Estação de Alta Velocidade (lado poente)”, com custos repartidos entre o consórcio (obra pesada) e a Metro do Porto (instalação da linha e dos respectivos equipamentos).

“Relativamente ao prolongamento da Linha Rubi desde a Estação de Santo Ovídio, importa referir que, dada a elevada densidade e sobreposição de infraestruturas neste local, esta obra afigura-se bastante complexa, obrigando a desviar o acesso rodoviário para poente, sobre um talude ajardinado, adivinhando-se impacto negativo, face à proximidade aos edifícios de habitação existentes”, aponta.

Os serviços municipais dizem ainda que, apesar da estação poder ser retirada de Santo Ovídio, entre as atuais estações de metro Santo Ovídio e D. João II, “o município deverá dar continuidade ao Plano de Pormenor que está em elaboração para o local”.

Quanto à travessia do Rio Douro, “a solução agora apresentada volta a separar, em duas pontes distintas, o modo ferroviário e o modo rodoviário”, pode ler-se em documentos municipais agora conhecidos.

Os mesmos apontam que “o consórcio sustenta essa opção na necessidade de redução do risco de financiamento, redução do risco de incumprimento do prazo e na clara separação das futuras responsabilidades de manutenção de cada uma das pontes”.

A proposta do consórcio implica ainda menos construção em túnel, pois “no projeto que consta do Estudo Prévio, a maior parte da extensão da linha no concelho de Vila Nova de Gaia encontra-se prevista em túnel, feito em escavação subterrânea, com menor impacto à superfície”, com 9,2 quilómetros em túnel do total de 12 quilómetros percorridos no concelho.

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