Arquitectura

“O objectivo é centrar a OA enquanto agente activo e reconhecido na sociedade”

Para Rui Alexandre, candidato a Presidente do Conselho Directivo Nacional pela Lista B, “no presente urge acima de tudo aproximar as pessoas da Ordem”

Ana Rita Sevilha
Arquitectura

“O objectivo é centrar a OA enquanto agente activo e reconhecido na sociedade”

Para Rui Alexandre, candidato a Presidente do Conselho Directivo Nacional pela Lista B, “no presente urge acima de tudo aproximar as pessoas da Ordem”

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Ana Rita Sevilha
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LISTA B
Estamos em continuidade com o trabalho desenvolvido a Sul e queremos alarga-lo a todo o País”. Rui Alexandre é o rosto da Lista B candidata aos Órgãos Nacionais da Ordem dos Arquitectos e ao CONSTRUIR falou sobre as principais linhas da candidatura

 Esta é uma candidatura de continuidade com o que foi feito no último triénio?

Rui Alexandre: Esta é efectivamente uma candidatura de continuidade com o trabalho feito pela Secção Regional do Sul. Trata-se de dar continuidade a um trabalho aturado de serviço aos membros, de apoio à sua prática, de sensibilização da sociedade para o papel do arquitecto e da promoção da arquitectura enquanto valor cultural e humanista. No entanto, as outras candidaturas tentam colar-nos ao histórico de apatia da Ordem dos Arquitectos, etiqueta que rejeitamos em absoluto. Na verdade, a SRS tem mantido, contra-corrente e ao longo dos dois últimos mandatos, uma postura de combate lutando por objectivos muito concretos e lançando projectos que, concorde-se com eles ou não, tentaram agitar as águas e tirar os arquitectos (e a Ordem) do pântano. Exemplo disso são a campanha Trabalhar com Arquitectos e o programa Escolha Arquitectura, ou mais recentemente o lançamento dos Cadernos Técnicos, do Portal dos arquitectos, da Plataforma da Encomenda e da Calculadora. Se alguém tem tentado agitar as águas nestes últimos anos, a SRS tem com certeza a sua quota de responsabilidade. Repito: estamos em continuidade com o trabalho desenvolvido a Sul e queremos alarga-lo a todo o país, com uma candidatura Nacional. A continuidade com o marasmo e apatia, essa está em outras listas candidatas. Basta verificar os nomes.

Nas últimas eleições houve uma abstenção que rondou os 92%. Como olham para estes números?

Com enorme preocupação, mas também esperança no futuro. Penso que o afastamento dos arquitectos em relação à Ordem se deve à grande falta de estratégia e objectivos concretos para resolver os problemas da classe. É contra essa falta de estratégia que nos candidatamos. Percebemos os problemas e temos propostas concretas para os resolver. Muitos arquitectos olham hoje para a Ordem como uma máquina burocrática, pesada, que lhes pede quotas e não dá nada em troca. Temos portanto de tornar a Ordem mais útil e mais próxima. Isto resolve-se partindo do princípio que o valor da quota deve ser proporcional aos serviços prestados, ou seja, a quota paga deve valer cada cêntimo. Acontece que nem todos necessitam dos mesmos serviços porque exercem a profissão de forma diferente. Estamos apostados em resolver esta questão, tema para o qual apresentámos inclusivamente uma proposta de moção ao último congresso. Essa moção foi rejeitada pelos congressistas, e estou convicto que a razão dessa rejeição é exactamente a mesma que a que causa níveis de abstenção como os que referiu nos actos eleitorais. São sempre os mesmos, poucos, a votar e esses têm um entendimento da Ordem  muitas vezes incompatível com a mudança de paradigma que professamos. Não desistimos desta intenção e procuraremos encontrar formas de tornar esta proposta mais consensual se formos eleitos.
Ainda que tenhamos esperança que as nossas propostas mobilizem por si só os arquitectos a votar, há também que considerar que neste acto eleitoral há mais listas concorrentes, ao passo que no último acto eleitoral, pelo menos a Sul e ao Nacional, haviam listas únicas a concorrer. A concorrência e o debate de ideias é saudável e mobilizador. Por outro lado, o voto electrónico, pelo qual aliás nos batemos veementemente na SRS, poderá ajudar a combater a abstenção que se tem verificado nos últimos tempos.

Quais os problemas da e na profissão que considera mais urgentes?

Realizámos um ciclo de debates no âmbito da nossa candidatura, aberto à participação de todos – simpatizantes ou não –, que espelham exactamente as nossas maiores preocupações. A esse ciclo de debates chamámos precisamente “A urgência da Arquitectura” e foram cinco dias de intensa reflexão e discussão, dois dias no Porto e três dias em Lisboa. Os temas que elegemos para os debates são:

Arquitectura, Cidadania e Paisagem – depois da PNAP;

Honorários, Concursos e Contratação – a que preço?;

O Acesso à Profissão, Estágios e Futuro – por onde começar?;

Identidade e Património – o que interessa promover?;

Liberdade e Limites no Exercício da Profissão – Precisamos de mais limites? Quais?

Para todos estes temas temos as nossas respostas bem claras, espelhadas no nosso programa. Mas abrimos a nossa reflexão a todos, porque a nossa lista é plural e as boas ideias são para aproveitar. Ainda assim, sem distinção de importância algumas das nossas respostas para estes problemas são:
No âmbito da implementação de uma política para a Arquitectura e o Território, promover um fórum com os Arquitectos Portugueses na Política Activa; desenvolver instrumentos e ferramentas à participação pública nas acções de preparação dos Orçamentos Participativos das Autarquias; criar um Gabinete de Imprensa que permita afirmar o reconhecimento da OA enquanto player de referência na arquitectura conferindo-lhe visibilidade mediática nacional e internacional e criar uma comissão multidisciplinar com as outras entidades do sector da construção, coordenada pela OA, com o objectivo de implementar um Código de Edificação e Construção.
Relativamente aos honorários e às condições de exercício da profissão e de acesso à encomenda, definir padrões de qualidade para os serviços de Arquitectura, bem como concertar com o Estado os critérios para a formação do preço base dos honorários dos Arquitectos em concursos públicos.
Quanto ao acesso à profissão e ao estágio, incluir nos regulamentos da OA a obrigatoriedade de remuneração e a sua comprovação, bem como articular com as universidades as exigências formativas para o exercício da profissão.
Com o objectivo de promover a Arquitectura e a marca “Arquitectura Portuguesa”, activar o Congresso da OA como grande fórum de discussão da profissão e da disciplina da Arquitectura; realizar iniciativas editoriais que visem a divulgação de obras e percursos de Arquitetos portugueses para um público alargado, com especial ênfase em casos menos conhecidos ou de natureza particular bem como implementar parcerias e divulgar os acervos existentes, num acolhimento da memória e da história como partes estruturais da OA.
Por fim, para melhor regular a profissão é preciso também conhece-la. Para tal propomo-nos emitir uma certidão específica por acto próprio da profissão, baseada em informação detalhada sobre objecto e sobre a equipa técnica; identificar todos os ajustes directos para prestação de serviços de arquitectura e outras formas de contratação pública; promover os Normativos de Jurisprudência que se exigem aos Conselhos de Disciplina, Nacional e Regionais e criar um Gabinete de Monitorização que active protocolos com entidades externas, públicas ou privadas, ao abrigo do Regime Jurídico das Associações Públicas Profissionais, para o acompanhamento da profissão e apresentação de propostas.

O que urge mudar no presente e como olha para o futuro da prática em Portugal?

No presente urge acima de tudo aproximar as pessoas da Ordem. Isso só se consegue com acções concretas que apoiem os arquitectos no seu dia-a-dia. Tornar a Ordem útil e não a esgotar em acções de negociação à porta fechada em gabinetes ministeriais é uma tarefa difícil mas não impossível. É também urgente ajudar a criar um ambiente propício à contratação dos arquitectos. Muitos dos problemas que temos hoje surgem pela falta de trabalho. Haveriam seguramente menos problemas com os estágios, com a contratação publica ou com os honorários se houvesse mais trabalho. Para tal é necessário sensibilizar a sociedade para o seu papel e a mais valia que representa no garante de qualidade do ambiente construído, bem como das vantagens económicas que podem advir da sua contratação. O futuro, se alcançarmos o objectivo de colocar o arquitecto como agente reconhecido em todos os aspectos, mesmo os mais pequenos, que se relacionam com o sector da construção, será seguramente mais promissor pois haverá mais trabalho. Mais trabalho significa melhores honorários; melhores honorários significam ateliers mais saudáveis e capazes de empregar, tanto arquitectos como estagiários. Se paralelamente dermos aos arquitectos melhores condições e capacidade técnica para desenvolver o seu trabalho, então estamos no bom caminho.

Pelo que auscultaram, quais as grandes ansiedades e expectativas da classe?

As ansiedades e expectativas da classe prendem-se com a capacidade de a Ordem ser capaz de agir. De dar resposta aos seus problemas concretos. De falar a uma só voz e interceder junto das estruturas do poder, salvaguardando os seus direitos. Por outro lado espera-se da Ordem regular eficazmente a profissão, pois é esse o seu principal propósito, e criar condições de equidade e distribuição justa da encomenda. É para dar resposta a esses anseios que desenvolvemos o nosso programa, que esperamos seja bem acolhido.

Quais as grandes linhas da candidatura da Lista B > “Pelos Arquitectos, Pela Arquitectura”?

A candidatura da lista B assenta em 10 grandes objectivos pelos Arquitectos e pela Arquitectura: Integrar, Qualificar, Internacionalizar, Adequar, Estar presente, Promover, Monitorizar, Participar, Cooperar, Ser um bem público.
Pelos Arquitectos queremos, integrar melhor os novos membros, qualificar o trabalho dos arquitectos e a sua justa remuneração, potenciar a sua internacionalização, reforçar a presença da OA no território nacional, e garantir a gestão financeira da Ordem de forma sustentável, eficaz e transparente.
Pela Arquitectura propomo-nos promove-la enquanto serviço de interesse publico e direito do cidadão, criar mecanismos de monitorização da profissão para ajudar a legislar, ser um agente activo e reconhecido da sociedade, estabelecer relações de cooperação internacional debatendo e divulgando a arquitectura nacional, e defender a arquitectura enquanto bem publico através da educação e da contratação com base em critérios qualitativos.

Obter o reconhecimento da sociedade tem sido uma meta recorrentemente apontada por direcções anteriores e até motivou acções para aproximar os arquitectos à Ordem e a sociedade aos arquitectos. Mais uma vez, a procura desse reconhecimento é apontado nesta candidatura. O que tem falhado?

Foi no seio da SRS à qual presido que foi lançado, no mandato anterior, o programa trabalhar com arquitectos, e neste último mandato, o programa Escolha Arquitectura. Esta vontade de aproximar os arquitectos da restante sociedade sempre foi um dos nossos objectivos e não podia deixar de ser assim nesta candidatura, pois é nisso que acreditamos. Na nossa perspectiva, ambos os projectos tiveram um enorme sucesso e foram impactantes junto da sociedade, cumprindo assim os seus objectivos. Haverá eventualmente quem não reconheça valor nestes projectos mas é isso que é a diversidade de opinião que nós respeitamos, ainda que as reacções que tivemos tenham sido, na sua esmagadora maioria, extremamente positivas. A nossa orientação estratégica é esta: fazer do arquitecto uma profissão respeitada, central e incontornável, e para isso é necessário, por um lado, garantir a competência técnica dos arquitectos, por outro, mostra-los a toda a gente. Se alguma coisa pode ser melhorada nestes programas é garantir a sua implementação efectiva a nível nacional para que o seu impacto possa ser ainda mais efectivo. Sendo uma candidatura nacional, estaremos em condições de o fazer.

Os arquitectos portugueses têm sido amplamente distinguidos, nomeadamente a nível internacional e nos últimos tempos somam prémios e distinções. Contudo, um dos vossos objectivos passa pela Promoção da Arquitectura. Que leitura faz deste paradoxo?

É verdade e um motivo de grande orgulho para toda a classe. Demonstra a vitalidade da nossa arquitectura, das nossas escolas e dos nossos ateliers. No entanto, à luz das minha resposta anterior, esse reconhecimento deve ser estendido à sociedade em geral. A ideia que temos é que esse reconhecimento é feito em circuito fechado, entre arquitectos. É preciso uma linguagem mais inteligível e acções que cheguem a outros agentes e potenciais clientes. São esses que compram os nossos serviços. É nessa perspectiva que falamos em promover a arquitectura.

Pretendem implementar uma Política Participativa de Arquitectura em Portugal. Quais seriam os seus grandes objectivos e competências?

O objectivo é centrar a OA enquanto agente activo e reconhecido na sociedade. A Ordem deve ter voz presente e influente em todos os locais de debate e decisão sobre a qualidade do território, do espaço público e do património edificado.
Implementar uma Política Participativa de Arquitectura em Portugal, permitirá à OA intervir nas medidas legislativas e de regulamentação em curso na Assembleia da República. Queremos estar cada vez mais presente nos centros de decisão, mobilizando e envolvendo os Arquitectos que ocupam posições de destaque na vida política nacional e autárquica, promovendo relações e convergências na defesa da Arquitectura, do património, do urbanismo ou da cultura, seja no âmbito da discussão legislativa, seja na implementação concertada de políticas autárquicas coerentes em todo o território.
Recentemente a OA conseguiu que o Governo reconhecesse a importância da implementação de uma Política Nacional de Arquitectura e Paisagem. Este será um primeiro passo que importa agora divulgar junto da sociedade e adoptar medidas concretas para a sua implementação efectiva, reforçando a sua mais valia junto das demais entidades públicas que actuam na regulação do território.

A internacionalização é outra das vontades expressas na vossa candidatura.  De que forma a Ordem dos Arquitectos pode ajudar a colocar os arquitectos portugueses no mundo e ajudar a exportar serviços em vez de pessoas?

Apesar do reconhecimento internacional que a Arquitectura Portuguesa tem alcançado, há muito mais a fazer, nomeadamente porque acreditamos que podemos chegar mais longe e alargar o número de arquitectos que conseguem exportar os seus serviços. O nosso objectivo não é exportar arquitectos mas sim ajudar a exportar arquitectura e projectos. Para tal é necessário dotar os ateliers de maior capacidade competitiva, propiciar o networking entre empresas do sector da construção, desde as engenharias às construtoras, fomentando consórcios e parcerias com vista ao aumento, pontual por projecto ou em permanência, da escala das estruturas que querem competir no exterior. Por outro lado há que fomentar a ideia da marca “Arquitectura Portuguesa” que deverá juntar à já reconhecida qualidade “poética” da nossa arquitectura o reconhecimento pela competência técnica dos nossos profissionais.

 

Sobre o autorAna Rita Sevilha

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Yasmeen Lari, arquitecta paquistanesa galardoada com o Prémio Carreira 2025
Arquitectura

Yasmeen Lari, vence o Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp

A arquitecta que quer construir um milhão de casas, a paquistanesa Yasmeen Lari é a vencedora do Prémio Carreira Trienal de Lisboa Millennium bcp. A Trienal de Arquitectura de Lisboa anuncia ainda os finalistas do Prémio Début

CONSTRUIR

A arquitecta paquistanesa Yasmeen Lari foi galardoada com o Prémio Carreira 2025 Trienal de Lisboa Millennium bcp. A sua carreira, que abrange mais de seis décadas, é um poderoso testemunho do papel que a arquitectura pode desempenhar na melhoria das condições de vida das pessoas, desafiando a desigualdade, resistindo ao colapso ecológico e construindo um futuro mais justo.

“A arquitectura tem de mudar se quiser continuar a ser relevante. O nosso trabalho não é apenas para pessoas ricas; as comunidades pobres de todo o mundo precisam de bom design, porque tem um valor ainda maior para elas. É por isso que penso que o meu trabalho é reconstruir vidas: criar “escadas de saída da pobreza” renunciando ao controlo do processo através da co-construção e da co-criação. Fazemo-lo partilhando conhecimentos e mobilizando aldeias – uma aldeia de cada vez.”, defende Yasmeen Lari

Nascida em 1941 no Paquistão, Lari estudou Arquitectura em Oxford. Depois de se formar, regressou ao seu país de origem e fundou o seu próprio atelier, tornando-se a primeira mulher arquitecta do Paquistão.

Após uma carreira de sucesso desenvolvida a partir do seu atelier em Karachi, Yasmeen Lari afastou-se do seu gabinete de arquitectura em 2000 para se focar na Heritage Foundation of Pakistan, dedicada à preservação e promoção da arquitectura local, sustentável e vernacular. Na sequência de um terramoto devastador em 2005, Lari voltou a expandir a sua prática, abraçando o que descreve como uma “acção humanitária humanista” da base para o topo – e reescrevendo o papel da arquitectura contemporânea, especialmente em áreas profundamente afectadas por crises sociais e climáticas.

Em resposta às inundações catastróficas que atingiram o Paquistão em 2022, Yasmeen Lari comprometeu-se a ajudar a construir mais de um milhão de casas, guiada pela sua filosofia dos “quatro zeros”: zero carbono, zero resíduos, zero doadores e zero pobreza. Atingir este objectivo sem depender de quaisquer donativos, filantropia ou ajudas financeiras externas, reforça ainda mais o valor único do trabalho de Lari.

Yasmeen Lari estará presente nos dias de abertura da Trienal 2025, que se realiza 02 a 04 de Outubro, para participar numa conferência pública e receber o troféu dos Prémios Trienal de Lisboa Millennium bcp, desenhado por Álvaro Siza e fabricado a partir de resíduos de mármore de Estremoz.

Da Tailândia ao México, os cinco finalistas do Prémio Début
No mesmo comunicado a Trienal de Arquitectura de Lisboa anuncia os finalistas do Prémio Début Trienal de Lisboa Millennium bcp: cinco ateliers emergentes cuja prática chamou a atenção do júri. Da Tailândia “Bangkok Tokyo Architecture”, do México “Palma”, “ReSa Architects” da Índia, “Robida Collective” de Itália e da Suíça “TEN”.
As equipas finalistas, oriundas de três continentes, apresentarão o seu trabalho durante um evento público nos dias de abertura da Trienal 2025 (02 a 04 de outubro), onde será conhecido o atelier vencedor.

A edição de 2025 recebeu 75 candidaturas elegíveis. Para além dos finalistas, a shortlist de 20 nomes integrava os ateliers: Atelier Local, Portugal; Avneesh Tiwari, Índia; Balsa Crosetto Piazzi, Argentina; Banga Coletivo, Angola; BeAr Arquitectos, Espanha; Estúdio Flume, Brasil; Exutoire, Vietname; Indalo World, África do Sul; JQTS, Portugal; Juan Campanini – Josefina Sposito, Argentina; Juliana Godoy, Brasil; kera, Geórgia; NUA arquitectures, Espanha; Parabase, Suíça; RC Architects, Índia.

O júri dos Prémios Début e Carreira é formado pelos arquitectos Inês Lobo, Lígia Nobre, Samia Henni, Sandi Hilal e Yuma Shinohara.

Os três Prémios Trienal de Lisboa Millennium bcp – Début, Carreira e Universidades – visam promover uma arquitectura mundial inovadora, reconhecendo quem a faz. Desde a investigação transdisciplinar desenvolvida em ambiente académico, aos talentos emergentes e às práticas estabelecidas.

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Cooperativa de habitação Colmeia 6 (Parque das Nações) DR: Créditos
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França, Brasil e Suíça lideram procura estrangeira por imóveis no 1º trimestre de 2025

Sylvia Bozzo, marketing manager do Imovirtual, reforças que “a procura internacional não se limita apenas a reformados ou investidores. Uma parte significativa das visualizações vem de utilizadores em idade activa, o que indica um interesse crescente em residir ou trabalhar em Portugal”

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O mercado imobiliário português continua a atrair o interesse de utilizadores internacionais, sobretudo de países com forte ligação à diáspora portuguesa.

De acordo com dados do Imovirtual, no primeiro trimestre de 2025, em especial no segmento de arrendamento e nas faixas etárias mais jovens, os dados revelam que a procura imobiliária continua a ser fortemente impulsionada por países como França e Brasil, com uma média de procura de 16% e 15%, respectivamente. Também a Suíça (11%) e Espanha(10%)  mantêm um interesse significativo, reflectindo o papel ativo da comunidade portuguesa e de perfis de investimento nestes mercados.

“Os dados mostram que a procura internacional não se limita apenas a reformados ou investidores. Uma parte significativa das visualizações vem de utilizadores em idade activa, o que indica um interesse crescente em residir ou trabalhar em Portugal de forma estável, reforçando o país como destino de vida e não apenas de lazer ou investimento”, destaca Sylvia Bozzo, marketing manager do Imovirtual.

Relativamente à faixa etária mais activa na procura internacional foi a dos 25 aos 34 anos, representando cerca de 31% das pesquisas, seguida pelos utilizadores dos 35 aos 44 anos, com 23%.

Quanto à finalidade da pesquisa por utilizadores internacionais, a compra continua a representar a maioria das visualizações (67,83%), face aos 32,12% da procura para arrendamento. Entre estes utilizadores, este padrão repete-se, com a compra a registar um peso ligeiramente superior (+2%), demonstrando o contínuo interesse do público estrangeiro em investir no mercado português.

Em termos de tipologias mais procuradas pelos estrangeiros os T2 continuam a liderar com 32,38% das visualizações, seguidos dos T3 (22,56%) e T1 (19,08%), reforçando a preferência por casas com dimensões equilibradas. Esta distribuição mantém-se praticamente inalterada quando analisada a procura nacional.

Com base nestes indicadores, o Imovirtual destaca o crescente papel do público internacional no dinamismo do mercado nacional, tanto no segmento de compra como no de arrendamento. Esta tendência reflete não apenas o interesse em investir em Portugal, mas também pode indicar o regresso de portugueses emigrados que procuram habitação no seu país de origem.

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Quatro cenários para o BRT da A5

As autarquias de Cascais e Oeiras querem criar um Bus Rapid Transit (BRT) que ligue ambas as autarquias ao centro de Lisboa. A ideia não é nova, mas o primeiro estudo está concluído apontando quatro opções de percurso

Ao longo dos últimos meses a hipótese de construção de um Bus Rapid Transit, ou BRT, que ligue os municípios de Cascais e Oeiras ao centro da cidade de Lisboa, tem sido apontado como uma solução para contornar os problemas de tráfego que milhares de pessoas sofrem diariamente sem outra solução que não seja a A5, a marginal ou a linha de caminho de ferro da CP.

Mais do que uma ideia, a infraestrutura integra as diferentes estratégias de mobilidade urbana de ambos os concelhos da área metropolitana de Lisboa. De acordo com uma publicação do município de Cascais “os estudos já realizados, enquanto solução de transporte mais próximo das residências dos cidadãos e com um acesso directo ao centro de Lisboa, a criação dos BRT seria uma forma de responder às necessidades proporcionando um aumento da oferta do transporte público e, ao mesmo tempo retirando pressão às actuais ligações a Lisboa (A5, marginal e linha de comboio)”.

Numa conferência sobre mobilidade realizada no final de Abril o presidente do munício de Cascais, Carlos Carreiras, sublinhou que “Cascais e Oeiras estão alinhados numa estratégia comum, que é a solução BRT na A5”, sublinhando que a solução iria resolver o problema de coesão do território e os congestionamentos na A5, principal acesso rodoviário que mantém as características iniciais, não obstante o crescimento da população nos dois concelhos. Por dia perto de 100 mil veículos usam esta via, sendo uma das que regista maior tráfego a nível nacional.

As vias para chegar a Lisboa
Um estudo de viabilidade preliminar para introduzir um corredor de BRT entre Cascais e Lisboa, atravessando o município de Oeiras, considerou quatro cenários, os quais acompanham os dois traçados já existentes e que fazem a ligação a Lisboa: a A5 e a linha de caminho de ferro, junto à costa.

O primeiro cenário proposto não é bem um BRT mas considera “a oferta de transporte público rodoviário em torno do corredor da Linha de Cascais, com paragens junto às estações de comboio”. Num segundo cenário, foi estudada a viabilidade de criação de um canal BRT a terminar em Sete Rios, acompanhando a A5 e IC15 de Cascais até Lisboa, passando por Oeiras. Neste caso, e de acordo com a notícia do jornal municipal de Cascais, o estudo considera a manutenção da Linha de Cascais com o reforço da sua vocação turística.

A terceira hipótese estudada propõe a criação de um BRT até à Gare do Oriente que, à semelhança da anterior utiliza o corredor A5/IC15 de Cascais, passando por Oeiras, até Lisboa, “sendo que os serviços com origem em Cascais passam a ter acesso directo ao Colégio Militar / CC do Colombo, Campo Grande, Aeroporto e Gare do Oriente”. Tal como no outro cenário a Linha de Cascais viria reforçada a sua vocação turística.

Por último, foi considerada também de criação de um BRT no espaço da Linha de Cascais, em substituição do serviço ferroviário.

Segundo a mesma notícia entre as opções mais viáveis em termos de custo/benefício estará a opção de criação de BRT até à Gare do Oriente, desde que o novo corredor inclua a oferta de um “bom” serviço de transporte público aos parques empresariais de ambos os concelhos. Este cenário iria ainda beneficiar “do corredor de transporte público em sítio próprio que está a ser pensado pela câmara municipal de Lisboa para a 2.ª Circular. Este cenário é o que apresenta um maior potencial de procura, estimando-se que possa vir a transportar cerca de 23,9 mil passageiros por dia.

 

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

Manuela Sousa Guerreiro

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‘Sousa Martins 17’ reforça aposta no residencial da JM Investimentos Imobiliários

O edifício, cuja requalificação começou em Fevereiro de 2024, deverá estar concluído em Novembro deste ano. A MAP Engenharia é responsável pela execução da obra e a comercialização, em regime de exclusividade, é da Portugal Sotheby’s International Realty

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O empreendimento “Sousa Martins 17”, localizado numa das zonas “mais nobres” da capital. no eixo entre o Marquês de Pombal, o Saldanha e a Avenida da Liberdade, é o mais recente projecto da JM Investimentos Imobiliários, reconhecida pela gestão de unidades hoteleiras de referência como o Hotel da Baixa e o Blue Liberdade Hotel.

O “Sousa Martins 17” será comercializado, em regime de exclusividade, pela Portugal Sotheby’s International Realty.

“Este é um projecto que reúne todos os elementos que os nossos clientes mais exigentes procuram: uma localização privilegiada, uma arquitectura distinta e acabamentos de excelência. O “Sousa Martins 17” vem consolidar a oferta premium no centro de Lisboa, sendo uma oportunidade única para quem valoriza a combinação entre sofisticação e autenticidade”, sublinha Duarte Marques, director de Empreendimentos da Portugal Sotheby’s International Realty.

Assinado pelo arquitecto Miguel Esteves, este novo empreendimento conjuga a reabilitação de uma fachada clássica com interiores modernos e sofisticados. O projecto oferece 10 apartamentos T3, com áreas a partir de 158 metros quadrados (m2) e distribuídos por seis pisos, todos com varandas ou terraços e estacionamento privado. No último piso, destaca-se uma penthouse única com 285 m2. No piso térreo, existe, ainda, uma loja com 205,63 m² e um logradouro, reforçando a vivência urbana e a valorização do espaço envolvente.

O edifício, cuja requalificação começou em Fevereiro de 2024, deverá estar concluído em Novembro deste ano, com escrituras previstas para o primeiro trimestre de 2026. A MAP Engenharia é responsável pela execução da obra.

Os acabamentos incluem materiais como madeira de carvalho, pedra mármore branco Ibiza e pedra Lioz. Todos os apartamentos foram desenhados com orientação solar nascente/poente e privilegiam a luminosidade natural e a funcionalidade dos espaços.

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Cegid debate futuro da construção e da logística em evento sobre digitalização e IA

Impacto da Inteligência Artificial no setor da construção e nas cadeias de abastecimento são temas em destaque de “Construção&Logística 5.0”, evento que reúne players de referência do sector

CONSTRUIR

A Cegid, soluções de gestão empresarial na cloud para profissionais das áreas financeira (tesouraria, fiscalidade e ERP), Recursos Humanos (processamento salarial e gestão de talento), Contabilidade, Retalho e Empreendedorismo vai organizar a 14 de maio a 2.ª edição do evento “Construção & Logística 5.0”, nas instalações da Associação Empresarial de Portugal (AEP) para debater o futuro dos sectores da construção e da logística, num cenário de digitalização em que a Inteligência Artificial (IA) é preponderante.

Em debate vão estar os principais desafios enfrentados pelos sectores da Construção e da Logística na era da conectividade e da Inteligência Artificial através de mesas redondas com empresários de referência em ambos os sectores, como Diogo Barbot, director de estratégia da Barbot ou Paulo Portela, administrador da Vialsil, entre outros gestores que irão partilhar as suas experiências, receios e expectativas decorrentes dos grandes avanços tecnológicos e seu impacto na gestão. A sessão irá contar também com a intervenção da vice-presidente da direcção da Associação Portuguesa de Logística, APLOG, que irá partilhar a sua visão sobre o papel da tecnologia na transformação da Supply Chain.

Esta é a segunda edição do evento Construção & Logística 5.0, uma iniciativa organizada pela Cegid para promover o debate, partilhar experiências entre a principal massa critica do sector, e disseminar conhecimento que possa contribuir para acelerar a digitalização dos sectores da Construção e Logística, dois sectores que se encontram em pleno crescimento, e, portanto, em momento de reflectir sobre estratégias que garantam um crescimento sustentável fortalecido pela máxima eficiência operacional.

Josep Maria Raventós, director executivo da Cegid para as pequenas e médias empresas e escritórios de contabilidade (SMB&CPA) em Portugal e África, considera que “atravessamos um momento muito positivo para estes sectores, em que o negócio se encontra em expansão e, por essa razão, é importante saber aproveitar as oportunidades e consolidar as bases para um crescimento sustentável, duradouro e sólido, através de tecnologia inteligente suportada por inteligência Artificial, capaz de potenciar a eficiência interna e a rapidez e rigor na tomada de decisões, um factor absolutamente primordial nesta economia acelerada em que vivemos”.

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Schneider Electric e Start Campus estabelecem alicerces para a infraestrutura de IA e Cloud em Portugal

A Start Campus estabeleceu uma parceria com a Schneider Electric para o SIN01. Alimentado por energia 100% renovável, o SIN01 utiliza os serviços de Data Center, energia, software e consultoria da Schneider Electric para criar um alicerce sustentável e energeticamente eficiente para a computação acelerada

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A Schneider Electric, estabeleceu uma parceria com a Start Campus para fornecer e operar a sua instalação SIN01 de 26 megawatts (MW) em Sines.

A instalação SIN01, em operação desde o quarto trimestre de 2024 e o primeiro edifício do campus de 1.2 gigawatts (GW) da Start Campus, utiliza um conjunto abrangente de soluções do portefólio EcoStruxure for Data Centers e Sustainability Services da Schneider Electric para estabelecer novos padrões de referência para cargas de trabalho resilientes e sustentáveis para clusters de IA, Cloud e computação acelerada por GPU.

A inovadora instalação, construída num terreno industrial reaproveitado nas proximidades de uma central eléctrica desactivada, foi projectada para proporcionar eficiência energética inigualável. Ao tirar partido de dados inteligentes das soluções de infraestrutura conectada da Schneider Electric e dos insights em tempo real possibilitados pelo software EcoStruxure da Schneider Electric, a empresa é capaz de alcançar níveis inigualáveis de eficiência operacional, fiabilidade e escalabilidade no SIN01.

“A visão da Start Campus para criar um dos maiores hubs de Data Centers de IA na Europa é algo sem precedentes, e para nós é uma honra ter colaborado com eles, trazendo toda a nossa experiência em Data Centers, edifícios, energia e indústria para ajudar a estabelecer os alicerces do SIN01,” comentou Jordi Garcia, VP secure power & services, iberian zone da Schneider Electric. “Esta nova porta de entrada digital não apenas vai atrair mais investimento e inovação na região, como também permitirá aos fornecedores de hiper escala e Cloud tirar partido da capacidade de Data Centers líder mundial para alimentar a sua infraestrutura de IA de forma sustentável.”

Infraestrutura segura, escalável e preparada para a IA
No coração da instalação SIN01, a Schneider Electric forneceu um conjunto completo de soluções que são digitalmente optimizadas para todo o ciclo de vida do Data Center. Estas incluem componentes como as fontes de alimentação initerrupta (UPS Galaxy VX da Schneider Electric, quadros eléctricos sem SF6 – eliminando assim a utilização de gases nocivos com efeito de estufa –, sistemas de distribuição eléctrica de média e baixa tensão com monitorização térmica, e outras infraestruturas adicionais implementadas nas áreas de alta densidade (white space) e nas áreas técnicas (grey space).

As soluções EcoStruxure Buildings Management (BMS), Energy Management, Power Monitoring Expert (PME) e Planon da Schneider Electric oferecem inteligência em tempo real e capacidades de automação, juntamente com medidas avançadas de cibersegurança, garantindo o cumprimento de elevados padrões de disponibilidade, eficiência e fiabilidade. Tudo isto é suportado por um acordo de serviços personalizado da Schneider Electric Services que inclui monitorização remota, gestão de activos, manutenção 24/7 e a presença de engenheiros de campo dedicados nas instalações.

“Na Start Campus, estamos empenhados em criar as bases para a próxima geração de infraestruturas digitais sustentáveis e preparadas para a IA. A energia é um dos recursos mais críticos na infraestrutura digital atual. No entanto, não se trata apenas de ter acesso, mas de a gerir de forma eficiente, inteligente e sustentável em grande escala. A nossa colaboração com a Schneider Electric transforma a nossa forma de operar, integrando tecnologia energética de classe mundial e visibilidade em tempo real sobre todos os níveis da nossa infraestrutura”, afirmou Robert Dunn, CEO da Start Campus.

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Credito imagem Nuno Moreira. Modulo Residência de Estudantes
Construção

De Veneza a Milão: Dois eventos, uma visão transformadora

O dstgroup, presidido por José Teixeira, pretende marcar uma presença disruptiva e estratégica na Bienal de Arquitectura de Veneza e na Trienal de Milão, assumindo-se como dinamizador de um novo pensamento internacional para o sector da construção

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Com participação nestes dois eventos, a Bienal de Veneza que inaugura este Sábado, dia 10 de Maio, e a Trienal de Milão que abre três dias depois, o grupo português propõe uma nova cultura construtiva, com ambição de manifesto europeu, inspirada num modelo social inclusivo e comprometido com a coesão urbana, ecológica e comunitária.
Na Bienal de Arquitectura de Veneza, o dstgroup apoia o projecto “Obra Aberta” da Santa Sé, comissariado pelo Cardeal José Tolentino de Mendonça.

Trata-se de uma intervenção simbólica e concreta num bairro popular veneziano, onde o restauro de uma estrutura existente, um altar do século XVIII, se torna ponto de partida para uma reflexão profunda sobre reuso, partilha e regeneração. O trabalho de restauração ocorrerá dia após dia, sob os olhos do público. Além disso, um papel especial foi reservado à música: muitos espaços serão dedicados a jovens músicos de Veneza e de todo o mundo que visitarão o Pavilhão

Esta presença liga-se à encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, e convoca uma “nova inteligência colectiva” sobre os lugares que habitamos.

Três dias depois, a 13 de Maio, o dstgroup apresenta na Trienal de Milão, dois módulos de construção industrial integrados na exposição “Inequalities” da Fundação Norman Foster.
Estes protótipos traduzem um novo paradigma construtivo, que funde a precisão da produção industrial com a expressão poética da arquitectura de autor.

“Esta nossa presença em Itália tem subjacente o desejo de voltar a ter alguém com um pé na lua para o sector da construção, pois acreditamos que é tempo de lançar um novo movimento europeu — quase um novo Bauhaus — que coloque a arquitectura ao serviço da dignidade humana, da sustentabilidade e da justiça social”, defende José Teixeira.

Reusar. Reconciliar. Reimaginar
A presença do dstgroup nestes dois fóruns de referência internacional dá corpo a um conceito-chave: “reusar”. Não apenas materiais ou estruturas, mas ideias, espaços, tradições e soluções que valorizem o que já foi construído, física e simbolicamente. O reuso é aqui motor de uma nova urbanidade, inclusiva e criativa, que resgata os valores comunitários e integra práticas industriais sustentáveis com pensamento social urbano.

Ao contrário da estandardização despersonalizada, o modelo industrial do dstgroup propõe uma “nova gramática” da construção: modular, acessível, rápida, mas profundamente humana e estética, ou seja, uma abordagem revolucionária que reconcilia eficiência e beleza, escala e singularidade, acessibilidade e excelência.

“Não erguemos meras estruturas. Criamos espaços que elevam a experiência humana enquanto honram os limites planetários”, destaca José Teixeira. Esta visão, já em desenvolvimento no campus do dstgroup em Braga, onde o próprio Norman Foster desenha uma microcidade, o Living Lab, posiciona o dstgroup como referência internacional na construção sustentável, capaz de influenciar políticas públicas, práticas de mercado e modelos académicos.

A Fundação Norman Foster, liderada por Norman Foster, foi convidada a participar na Trienal devido ao seu compromisso com a promoção do pensamento e da investigação interdisciplinar, ligando arquitectura, design, tecnologia e artes para melhor servir a sociedade. Entre as exposições de destaque organizadas pela fundação estão a Exposição Osvaldo Borsani na Trienal de Milão (2018), Motion. Autos, Art, Architecture no Museu Guggenheim (2022), e a Exposição Norman Foster no Centre Pompidou (2023).

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Unique Benfica
Imobiliário

Libertas conclui urbanização Benfica Stadium; Investimento ronda os 100 M€

O Unique Benfica fecha “com chave de ouro” a intervenção e urbanização que o Grupo tem vindo a fazer nesta zona da cidade desde 2007. Com conclusão prevista para o final do mês de Maio, já só restam seis unidades T3 para venda do total de 38 apartamentos

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A promotora imobiliária Libertas está prestes a ultimar o empreendimento Unique Benfica, em Lisboa, um projecto que fecha “com chave de ouro” a intervenção e urbanização que o Grupo tem vindo a fazer nesta zona da cidade.

O Unique Benfica é o último projecto da urbanização Benfica Stadium que teve início em 2007 e que inclui, também, o Lux Terrace, o Lux Garden, o Lux Prime e o Upon Lisbon são alguns dos outros empreendimentos desta zona residencial de Lisboa, também assinados pela Libertas, a par do Upon Lisbon, que comprovam o sucesso da aposta nesta localização privilegiada e central na cidade.

Com um investimento de cerca de 100 milhões de euros, a Libertas conclui, assim, em frente ao Estádio da Luz, em Benfica, 435 fracções habitacionais, 129 apartamentos turísticos e dois silos automóveis públicos com capacidade para 600 viaturas, com uma área de construção total de 65 mil metros quadrados (m2).

“O Unique Benfica é a última oportunidade para viver num espaço especial, moderno e com todas as comodidades, num bairro orgulhosamente consolidado com a nossa actuação, ao longo de quase duas décadas, desde o início das obras de urbanização. Queríamos mesmo fechar com chave de ouro e, para isso, tínhamos de apostar num projecto “Unique”, uma chancela de qualidade a que a Libertas já habituou os seus clientes, e o mercado em geral, nos projectos que detêm esta marca distintiva e de qualidade reconhecida”, afirma Pascal Gonçalves, administrador do Grupo Libertas. E acrescenta: “Dentro de portas, este projecto é mesmo muito especial para toda a nossa equipa, já qualquer outro player dificilmente o teria conseguido concluir, dado termos iniciado antes da crise financeira do subprime, que levou à falência da maioria das empresas promotoras portuguesas de grande dimensão”.

Com conclusão prevista para o final do mês de Maio, o Unique Benfica, assinado pelo atelier ARX Portugal, do arquitecto José Mateus, conta sete pisos e tipologias T1 a T4, com áreas que vão dos 70 aos 220 m2. Do total de 38 apartamentos, restam, neste momento, apenas seis unidades T3 para venda.

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Monte da Bica investe 1,5M€ para criar um hotel, dois lagares e uma sala de provas

Sob a liderança de Manuela Pinto Gouveia, a herdade prepara-se para investir mais de 1,5 milhões de euros destinados à construção de um Boutique Hotel, de novos lagares de pisa a pé e uma sala de prova

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O Monte da Bica, adega boutique situada no coração do Alentejo, na zona de Montemor-o-Novo, inicia um novo capítulo da sua história que remonta há mais de 100 anos. Sob a liderança de Manuela Pinto Gouveia, que tem como missão elevar o Monte da Bica a referência de sucesso e sustentabilidade, tanto a nível florestal e agrícola como de turismo, a herdade prepara-se para investir mais de 1,5 milhões de euros destinados à construção de um Boutique Hotel, de novos lagares de pisa a pé e uma sala de provas.

“Estamos a dar início a uma nova fase deste projecto de alma portuguesa e tão profundamente alentejana: o Monte da Bica. Temos um novo website com loja online, nova imagem e novas referências de vinhos, irreverentes e audazes como sempre, que continuam a desafiar convenções e a elevar a percepção dos vinhos da região”, afirma Manuela Pinto Gouveia, proprietária do Monte da Bica. “Contamos também com uma nova adega, uma adega-galeria com exposições regulares e novas experiências para quem nos visita. Ainda este ano abriremos dois lagares de pisa a pé – queremos fazer toda a vinificação em casa – e uma sala de provas. Em 2027, concretizamos um sonho antigo dos meus pais: o hotel. Queremos recuperar a hospitalidade da casa, criar uma experiência imersiva e ajudar a fixar gente e talento na região criando oportunidades de emprego”, acrescenta.

Desde 1919, a família Pinto Gouveia orgulha-se de ser proprietária desta herdade, conhecida pela sua longa tradição na produção de cortiça e cereais. Com cerca de 350 hectares de terra, o Monte da Bica é hoje um modelo de gestão sustentável e diversificado, com actividade em áreas como a cortiça, pinhão, eucalipto, mel, sementes e pecuária. Desde 2016 dedica-se também à produção de vinhos, combinando tradição e inovação, com a primeira vinha a ser plantada em 2005.

A empresa está ainda a iniciar os primeiros passos rumo à internacionalização, com planos para começar a exportar ainda em 2025 para mercados como Angola, Irlanda, Brasil, Canadá e Espanha. A estratégia de crescimento inclui também a abertura de novos canais de distribuição e a formação de novas parcerias de negócio.

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Remax lança nova app para “optimizar” procura de casa

Desenvolvida com tecnologia 100% portuguesa, a nova app destaca-se pela integração de virtual staging com Inteligência Artificial (IA) e um interface intuitivo, pensado para oferecer uma experiência rápida e descomplicada ao utilizador

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Tendo como objectivo proporcionar a cada utilizador “uma forma mais simples e eficaz de encontrar o imóvel ideal, a Remax lançou uma nova aplicação móvel. Desenvolvida com tecnologia 100% portuguesa, esta nova ferramenta “inteligente, rápida e inovadora” que promete “transformar o processo de compra e arrendamento” de imóveis.

Segundo Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal, “a tecnologia faz parte do dia a dia dos profissionais da marca, que sempre investiu em soluções tecnológicas certas, pelo que o lançamento da nossa nova app representa mais um passo estratégico na transformação digital. Procurar casa pode ser simples, rápido e até divertido. Com esta nova plataforma digital, colocamos o poder da tecnologia ao serviço das pessoas, é como se tivessem um consultor imobiliário no bolso e que as irá ajudar a encontrar a sua próxima casa.”

Disponível para download em dispositivos iOS e Android, a nova app da Remax pauta-se por um conjunto de funcionalidades pioneiras no mercado nacional, nomeadamente a inovação tecnológica, desde logo porque a aplicação integra virtual staging com Inteligência Artificial (IA). Outro dos destaques é a interface intuitiva, através de uma navegação simples e fluida, pensada para oferecer uma experiência rápida e descomplicada ao utilizador.

Notificações inteligentes, com os utilizadores a receberem alertas sempre que surgem imóveis que correspondem às suas preferências, pesquisa no mapa, permitindo desenhar directamente no mapa a área de interesse, possibilitando assim maior controlo a quem utiliza, e acessibilidade e inclusão, com a app a estar disponível em seis idiomas (português, inglês, espanhol, francês, alemão e italiano), ideal para clientes internacionais, são outros dos pontos em evidência na nova app Remax.

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