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    Que lições devem ser retiradas após o sismo de Amatrice?

    Como recentemente lembrou o GECoRPA, a história comprova a vulnerabilidade de Portugal à ocorrência de sismos e a recente catástrofe de Amatrice volta a trazer este assunto à luz do debate no país. O Construir foi ouvir a opinião de alguns especialistas face à vulnerabilidade sísmica do edificado luso

    Pedro Cristino
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    Que lições devem ser retiradas após o sismo de Amatrice?

    Como recentemente lembrou o GECoRPA, a história comprova a vulnerabilidade de Portugal à ocorrência de sismos e a recente catástrofe de Amatrice volta a trazer este assunto à luz do debate no país. O Construir foi ouvir a opinião de alguns especialistas face à vulnerabilidade sísmica do edificado luso

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    earthquake-1665892_1280“Em Portugal, sabemos que os abalos sísmicos existem – a história prova-o”, introduz o comunicado de imprensa emitido pelo Grémio do Património (GECoRPA). No rescaldo do terramoto que abalou a cidade transalpina de Amatrice, esta associação relembra a sociedade, através da sua missiva, que, embora os sismos sejam fenómenos “relativamente raros”, acarretam consigo consequências “que podem ser devastadoras”. Destacando que um terramoto como o que abalou Portugal em 1755 poderá acontecer “a qualquer momento”, o GECoRPA considera que as lições que destas catástrofes poderão ser retiradas não estão a ser aprendidas pelos portugueses.

    Regulamentos “omissos” e “desadequados”

    No seu comunicado, o Grémio do Património ressalva a aprovação, em 2010, na Assembleia da República, uma resolução sobre o impacto sísmico no edificado que “constituiu um avanço histórico na abordagem do problema em Portugal” e, entre várias medidas, é recomendado ao Governo que “assegura a obrigatoriedade de segurança estrutural anti-sísmica nos programas de reabilitação urbana existentes ou a criar, conforme a sua localização nas zonas do mapa de risco sísmico e veritdas nos planos de ordenamento de âmbito municipal”. Mais tarde, em 2012, com as alterações então introduzidas, o Decreto-Lei 307/2009, de 23 de Outubro – Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU) – passou a estipular, no seu artigo 51.º, que as obras de reabilitação “observem as opções de construção adequadas à segurança estrutural e sísmica dos edifícios intervencionados”. Contudo, o GECoRPA chama a atenção para o Decreto-Lei 53/2014, de 8 de Abril, que estabelece, posteriormente “um regime excepcional de reabilitação urbana que exige apenas que as intervenções nos edifícios não diminuam as suas condições de segurança sísmica”. Neste contexto, a associação explica que a dispensa de se melhorar a segurança dos edifícios reabilitados é “agravada”, uma vez que o RJRU remete “para legislação desactualizada” no que concerne “à questão da qualificação a exigir às empresas e aos profissionais para executarem intervenções de reabilitação do edificado”. Paralelamente, o Grémio ressalva também que o Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, que estabelece o Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE) foi já alvo de 14 alterações até à data, “tendo origem numa época em que dominava a construção nova e a reabilitação do edificado era um tema secundário”, não tendo, por esse motivo, “na devida conta, a especificidade e complexidade das intervenções de reabilitação e, em particular, as de reabilitação estrutural”. Segundo este regime, as obras realizadas nos interiores dos edifícios dispensam de licença municipal “desde que não afectem a estrutura”, mas o GECoRPA considera que a lei é “omissa” relativamente à qualificação “de quem decide se as obras afectam ou não a estrutura”, levando tal decisão a ser tomada “por quem quer que seja chamado pelo morador para fazer as obras”. “É o que está a acontecer em zonas de Lisboa como o Bairro Azul, onde é frequente verem-se carrinhas a carregar entulho resultante da demolição de paredes estruturais, enfraquecendo os edifícios”, aponta o comunicado. A mesma fonte sublinha que as intervenções neste domínio “pressupõe qualificação específica de projectistas e empreiteiros, em particular no caso dos edifícios antigos”. Relativamente aos projectistas, a associação refere que a sua qualificação depende “da posse de um título profissional ou de um certo número de anos de experiência” e explica que os títulos mais frequentes consistem em “níveis de qualificação atribuídos pelas ordens de forma indiferenciada a engenheiros ou engenheiros técnicos, independentemente da área de especialização a que pertencem, que tanto pode ser construção, como hidráulica”, não dando “qualquer garantia de qualificação para a elaboração dos projectos em causa”. Relativamente aos empreiteiros, o regime dos alvarás, que constam actualmente da Lei n.º 41/2015, de 3 de Junho, o requisito de demonstração de capacidade técnica aplica-se apenas aos empreiteiros de obras públicas, “deixando de fora os empreiteiros de obras particulares – incluindo as de reabilitação estrutural – que, para exercerem actividade, apenas têm de se registar na entidade reguladora”. Com isto, o GECoRPA constata que as intervenções de reabilitação agora em curso “e com grande intensidade” por todo o país estão a aumentar “a exposição de pessoas e bens ao risco sísmico”. Para a associação presidida por Vítor Cóias, “mesmo aquelas obras que pretendem melhorar o comportamento sísmico dos edifícios podem não oferecer essa garantia, porque foram mal projectadas, ou mal executadas, ou as duas coisas”, como foi o caso da escola de Amatrice, que ruiu “embora tivesse sido reabilitada há pouco tempo”. Assim, o Grémio do Património lembra as inspecções e certificados referentes ao desempenho energético dos edifícios, exigidas “desde há alguns anos”, e contrapõe com a falta de exigências semelhantes quanto ao desempenho natural dos edifícios. “Corremos o risco de ter edifícios energeticamente eficientes, mas estuturalmente inseguros”, reforça o comunicado do GECoRPA, que também classifica como “ilusão” a possibilidade de contar com os seguros, dado que as seguradoras incluem nas suas apólices “exclusões, nomeadamente quanto a erros e defeitos de projecto ou de construção” que os tornam “inúteis quando um dia for necessário comunicar os sinistros e mobilizar os respectivos capitais”.

    Segurança sísmica como prioridade

    Opinião semelhante tem Humberto Varum. Em entrevista ao Construir, o professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) explica que há “alguma regulamentação recente que permite a intervenção em edifícios históricos sem qualquer tipo de análise do ponto de vista sísmico”. “Evidentemente que algo tem de ser revisto, por um lado”, afirma o professor da secção de Estruturas, do Departamento de Engenharia da universidade portuense, referindo também que, por outro lado, “é muito importante (…) disseminar o conhecimento e desenvolver, nos proprietários ou nos gestores do património edificado, sensibilidade para esta questão”. Para Varum, é “muito importante” que estes entendam que “qualquer alteração no sistema estrutural de um edifício pode fazer cair muito a sua capacidade”, dada frequência com que as pessoas “encomendam ou executam intervenções por falta de conhecimento e informação”. E onde reside esse conhecimento de que carece quem encomenda as intervenções? “Neste tipo de intervenções, os conhecimentos devem ser aplicados com rigor e acho que, em caso de dúvidas, os proprietários deverão contactar alguém da área da engenharia civil, com conhecimento técnico muito específico neste domínio”, responde o engenheiro, sublinhando que, “felizmente, temos no país as melhores escolas, que nos orgulham a nível de conhecimento na área da engenharia sísmica”. Este conhecimento existe e, nas palavras de Humberto Varum, “é preciso aplicá-lo”. Por sua vez, o bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), destaca que Portugal “não só tem uma legislação muito exigente neste domínio, como, de alguma forma, foi pioneiro nas exigências legais para o cálculo de estruturas, tendo em vista a sua segurança perante acções sísmica”. A isto, acresce a existência de “conceituados técnicos” no país, “reconhecidos internacionalmente”, bem como os centros “de excelência na investigação e na experimentação do comportamento estrutural de edifícios perante acções excepcionais, nomeadamente as dinâmicas”. Todavia, Carlos Mineiro Aires considera que “as questões ligadas à engenharia e aos engenheiros não têm tido e merecido (…) a devida atenção por parte do poder político, nomeadamente no que respeita a iniciativas legislativas”, onde a OE poderia “não só ser mais ouvida e considerada, como boa conselheira”. “Infelizmente, a questão da sismicidade e do reforço sísmico do edificado também não foge à regra, embora já tenhamos conhecimento que é intenção do Governo legislar nesta matéria, indo ao encontro das posições”, destaca. Quanto às preocupações manifestadas pelo GECoRPA, Mineiro Aires considera que a associação “tem razão” quanto à dispensa de licença municipal para obras nos interiores dos edifícios desde que as mesmas não afectem a estrutrura e refere que a OE comunga do ponto de vista de que a lei é omissaquanto à qualificação de quem decide se as intervenções afectam a estrutura. Relativamente à “legislação desactualizada” quanto à qualificação a exigir às empresas e aos profissionais para executarem intervenções de reabilitação do edificado, o bastonário da OE considera que a questão suscitada em torno das empresas de obras particulares é “muito pertinente”. Face aos profissionais, o líder da OE considera que existe actualmente “a necessidade de rectificar as facilidades que têm sido concedidas”. “Para ser mais claro, a diluição das competências profissionais exclusivas dos engenheiros civis que têm competências adequadas no cálculo de estruturas – porque nem todos as possuem – foram estendidas a outras profissões e a qualificações académicas que têm evidentes limitações nestes domínios de especialização”, explica o bastonário. Assim, para este engenheiro, a legislação “não é omissa, mas sim desadequada e, em muitos aspectos, até permissiva”. Todavia, Mineiro Aires refere que a OE não pode “admitir que se ponha em causa ou questione a qualificação de um engenheiro civil do ramo de estruturas, a quem a Ordem reconhece competências adequadas e a quem concede as necessárias declarações de responsabilidade para elaboração e subscrição de projectos, direcção de obras e direcção de fiscalização, entre outras”. Para o bastonário, estes engenheiros civis, “estão seguramente habilitados para o efeito e a sociedade pode confiar na sua competência, pelo que, como sempre aconteceu e, portanto, não é novidade, determinados estudos, projectos, fiscalizações, gestão e direcção de obra apenas podem ser realizados por quem sabe, ou seja, por estes profissionais”. A opinião face à desadequação ou desactualização da actual legislação é também partilhada pela coordenadora do Grupo Sísmica da Ordem dos Arquitectos. Para Alice Tavares, “a legislação actual é, até ocorrência de um sisme que demonstre o contrário, competente para a construção nova”. “Não existe em Portugal legislação específica, em vigor, para os edifícios existentes, nomeadamente para as diversas tipologias de intervenção a que estes edifícios estão sujeitos, como a reabilitação”, explica a arquitecta ao Construir. Segundo a própria, as referências “são muito escassas na legislação em relação ao problema sísmico” e são “omissas ao nível das estratégias e orientações a seguir”. De acordo com Alice Tavares, isto também se verifica no Regime Simplificado de Reabilitação Urbana, “que não apresenta como objectivo incluir as questões estruturais”, referindo apenas “que a intervenção não pode dimninuir a capacidade de resistência sísmica do edifício”. Contudo, “para que efectivamente se fizesse prova desse facto, considerando a circunstância de não se querer melhorar a resistência sísmica do edifício, deveria ser pelo menos obrigatória a apresentação de um relatório de inspecção do edifício onde esa ponderação fosse quantificada, o que não se verifica”. Para esta arquitecta, “está há vários anos à vista” que não têm surgido iniciativas por parte do poder político para o reforço sísmico do edificado através da via legislativa. “Este é um assunto que tem tido acções de sensibilização junto da classe política, sem ter existido em consequência qualquer iniciativa legislativa que aposta na prevenção, na promoção de avaliação do edificado, no âmbito dos processos de reabilitação e de reforço sísmico”, adverte. Desta forma, “continua a aguardar-se que o poder político entenda a urgente necessidade de medidas legislativas específicas para Portugal para o reforço sísmico do edificado, com uma aposta clara na prevenção e compatibilizando com a reabilitação urbana”. Ao mesmo tempo, o risco sísmico deve ser incluido “nas prioridades do país para candidaturas a fundos comunitários, quer ao nível de estudos científicos, quer ao nível de implementação de medidas”.

    Eurocódigos

    Parte da solução para o problema da vulnerabilidade sísmica do edificado português poderá residir nas Normas Europeias, nomeadamente nos Eurocódigos Estruturais. Curiosamente, o conhecimento técnico dos engenheiros e das instituições portuguesas contribuiu em larga escala para a criação do Eurocódigo 8, que visa o projecto de estruturas para resistência aos sismos. Todavia, esta norma carece de aplicabilidade obrigatória no país. “Até ao momento, tanto quanto sabemos, apesar da idoneidade deste importante documento e do consenso técnico e académico que merece, ainda não tem aplicabilidade obrigatória em Portugal, onde prevalece a legislação e a regulamentação nacional, o que não significa que não esteja a ser aplicado pelos engenheiros que reconhecem a sua mais-valia”, explica, ao Construir, Carlos Mineiro Aires. O bastonário da OE recorda que, na maioria dos casos de reabilitação de edifícios “não é exigível o reforço estrutural, o que é evindentemente uma falha, por duas ordens de razão facilmnente entendíveis, muito embora existam outras: a intervenção não confere maior perenidade ao investimento e, por outro lado, lesa o consumidor, enquanto futuro comprador da moradia ou andar”. Segundo Humberto Varum, há uma questão relativamente ao Eurocódigo 8 que tem ainda de ser “ultrapassada”. “É um aspecto técnico do ponto de vista de regulamentação”, refere, explicando que, em termos técnicos, “de engenharia, os Eurocódigos estão desenvolvidos e traduzidos para português” e esse documento “é utilizado nas escolas para ensinar os alunos”. “Muitos dos programas de cálculo que utilizamos já recorrem à acção de acordo com o Eurocódigo 8, mas há aqui uma barreira legal sobre a sua aplicação”, sulbinha, referindo que em alguns países da Europa, os Eurocódigos já são “força de lei”. O atraso na implementação destas normas é, para o docente da FEUP, “certamente uma questão política ou legal e não tanto uma questão técnica”. “Independentemente disto, o nosso próprio regulamento, o RSA – Regulamento de Segurança e Acções, embora date do início dos anos 80, já contempla um nível de conhecimento bastante avançado”, ressalva. Segundo Humberto Varum, as estruturas dimensionadas nessa década, “se foram bem dimensionadas e construídas, têm uma boa capacidade perante a acção sísmica”. Contudo, “é claro que o Eurocódigo 8, fruto de todos estes avanços, entra em muito maior detalhe, fornece muito mais instrumentos em termos de cálculo estrutural”, o que faz com que as estruturas dimensionadas e executadas de acordo com esta nroma “terão tendência a ter melhor capacidade”.

    A janela da reabilitação

    Os entrevistados do Construir mostraram-se unânimes quanto à oportunidade que a dinamização do mercado da reabilitação urbana apresenta para o reforço sísmico das estruturas dos edifícios. Para Alice Tavares, o impulso deste sector pode significar uma boa oportunidade para a redução da vulnerabilidade sísmica do edificado nas cidades portuguesas “se rapidamente forem tomadas medidas que, mesmo de implementação gradual estruturada, permitam esse retorno da melhoria da segurança dos edifícios”. “Temos um hiato a vários níveis que é preciso colmatar, quer do ponto de vista urbano, quer de códigos de construção que contemplem o problema sísmico nos processos de reabilitação e definam orientações para os diversos sistemas construtivos existentes (mais ou menos antigos), quer ainda da preparação das empresas e garantia de aplicação do preconizado em projecto”, alerta a arquitecta. Desta forma, com este “vazio regulamentar”, a responsabilidade recai “sobre os municípios e sobre a sensibilidade dos técnicos para o problema, bem como empresas de construção e investidores/proprietários”. Humberto Varum considera que podemos estar a perder uma oportunidade para reforçar sismicamente o edificado e lembra que o reforço sísmico “tem, para o custo da reabilitação, um peso muito reduzido, portanto acho que é nossa obrigação, como técnicos, dizer isto e é obrigação da sociedade – dos proprietários e dos gestores do património, preparar estes edifícios para resistirem melhor a um sismo”. Para este professor catedrático, “fazer actualmente uma obra de reabilitação, mudando materiais de revestimento, fazendo instalações e utilizando materiais de acabamento com preços elevadíssimos e ingorar a segurança sísmica é um crime”. Por sua vez, Carlos Mineiro Aires destaca que a OE “sempre defendeu a qualidade destas intervenções [de reabilitação], porquanto não podemos deixar que se confundam as operações estéticas e intervenções interiores e exteriores, que embelezam os edifícios e os tornam mais apetecíveis e comercializáveis, com o que, na óptica dos engenheiros, devem ser as intervenções mais adequadas”. Desta forma, “na esperança de que, no imediato, enquanto se aguarda por legislação mais exigente, os proprietários e os investidores tomem consciência da importância da intervenção de um engenheiro civil nas acções de reabilitação e no ajuizamento da necessidade do reforço estrutural, diria que o número de intervenções ainda está longe de atingir uma expressão que possa reduzir significativamente a vulnerabilidade sísmica do edificado”.

    Reforço e seguros

    Segundo Humberto Varum, é necessário “desmistificar” a ideia de que o reforço sísmico do edifício constitui uma intervenção dispendiosa. “A melhoria do desempenho sísmico da estruturas pode ter um investimento reduzido quando comparado com outros orçamentos”, destaca o docente, explicando que é gasto “tanto dinheiro na reabilitação dos edifícios para atender a outros aspectos, como o conforto e o aspecto”, ao mesmo tempo que as estruturas são ignoradas. “Temos de fazer um esforço no sentido de passar esta imagem para a sociedade, para os proprietários e para os investidores, dizendo que, efectivamente, este investimento [no reforço sísmico] não obriga a um esforço significativo ou, direi até, poderá ser incluído emn troca de uma outra opção, como um material de revestimento mais caro”, adverte o professor catedrático. Ao mesmo tempo, existe ainda outra forma que pode ser implementada “no sentido de potenciar a valorização da segurança sísmica” e que consiste nos seguros. “Os seguros não reflectem, actualmente, com rigor, a segurança sísmica dos edifícios”, revela Humberto Varum, explicando que, “se o seguro reflectisse o nível de segurança sísmica dos edifícios, consoante a avaliação feita por um técnico, de certeza que os proprietários iriam passar a valorizar e a ter uma acção mais eficaz nas intervenções no edificado”. Além dos seguros, há a revisão de projecto no contexto da segurança sísmica, “um acto que foi retirado”. “No passado, os projectos eram revistos nas Câmaras Municipais, a nível estrutural, este aspecto foi completamente ultrapassado e toda a responsabilidade passou para o projectista”, afirma o docente da FAUP, opinando que a revisão do projecto deveria voltar a ser imposta, “pelo menos no que concerne à segurança sísmica”. Para este engenheiro, se os projectos “fossem todos analisados para verificação de um conjunto de parâmetros gerais de medidas ou cuidados que tenham sido, ou não, tidos em conta no projecto para acção sísmica, isto poderia ajudar a que todos os projectistas e todos os proprietários passassem a ter mais atenção a este aspecto”. Humberto Varum explicou também que a Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica tem trabalhado no sentido de “criar uma espécie de escala para medir o nível de segurança sísmica dos edifícios, tal como acontece na energia”. “Quando compramos uma casa, o edifício está classificado energeticamente”, refere, apontando para a ausência de classificação de segurança sísmica. Existindo esse tipo de avaliação de segurança, “de certeza que a sociedade reage”. “O comprador sentir-se-ia motivado a dar preferência, numa compra, a um edifício com um nível de segurança adequado”, expõe, mostrando-se “convencido de que, perante uma medida destas, considerando a consciência das famílias e o interesse por esta questão, e considerando também que o próprio mercado económico iria reagir, a questão da segurança sísmica iria, desde logo, ser espoletada em edifícios existentes”.

    Sobre o autorPedro Cristino

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    Porto (imagem cedida pela Remax Portugal)

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    AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros

    Mercado de compra e arrendamento liderado por brasileiros, responsáveis por 44% das transacções, seguindo-se norte-americanos (9%) e angolanos (5%)

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    A Área Metropolitana do Porto (AMP) tem-se afirmado como um polo de atracção de investimento estrangeiro, por se tratar de uma região com características “marcadamente turísticas” e que apresenta “oportunidades” no mercado imobiliário. Segundo dados apurados pela Remax, de Janeiro a Novembro de 2024, a rede registou transacções por parte de clientes estrangeiros em todos os 17 concelhos da AMP, de forma mais acentuada em cinco deles. Em evidência, esteve o concelho do Porto que representou um terço da procura, seguido de Vila Nova de Gaia com um quarto dessa procura. Neste período, estes cidadãos além-fronteiras privilegiaram mais a aquisição de imóveis (51,3%), face ao arrendamento, contudo o equilíbrio foi notório.

    Segundo Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal, “a AMP é uma zona  em expansão que se tem posicionado não só como um destino turístico, mas também na fixação de investimento e residentes não habituais. O segmento habitacional sobressai na procura global de investimento internacional nesta região, pelo que poderá haver um reforço da participação destes clientes durante o ano de 2025, até porque Portugal continua no radar de muitas famílias estrangeiras e investidores”.

    Os dados agora apresentados e relativos aos meses em referência mostram que, por concelho, Porto lidera o ranking da procura estrangeira por imóveis, registando 33,7% do total na região. Seguem-se Vila Nova de Gaia (26,4%), o concelho que mais cresceu nas preferências dos cidadãos além-fronteiras; Matosinhos (11,9%); Maia (7,7%) e Gondomar (6,2%), sendo que este último perdeu a 4ª posição por troca com o concelho da Maia, responsável por uma em cada 13 transacções concretizadas.

     

    Entre os mercados que elegeram a AMP, foram 59 nacionalidades estrangeiras que privilegiaram a aquisição ou arrendamento de imóveis na região. Em destaque os clientes brasileiros, responsáveis por 44% das transacções, um aumento de quase dois pontos percentuais (p.p.) face a igual período 2023. Já os clientes norte-americanos representaram 9% das transacções e os angolanos 5%. Israelitas e ucranianos com cerca de 4% das transacções cada, ocuparam a 4ª e 5ª posição, respectivamente.

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    Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025

    Painel do 72º Barómetro do IPDT prevê até 33 milhões de hóspedes e 6,5 MM€ em proveitos. Segundo Jorge Costa, presidente do IPDT, “Portugal continua a beneficiar da percepção de ser um destino seguro e acolhedor, o que se traduz num activo estratégico para atrair turistas internacionais”

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    tagsIPDT

    Os resultados da 72ª edição do Barómetro do Turismo do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT) revelam uma expectativa “optimista” para o desempenho do turismo nacional em 2025. Os profissionais do sector apontam para um crescimento sustentado nos principais indicadores, mas destacam adicionalmente desafios que exigem respostas estratégicas.

    Esta nova edição do IPDT decorreu entre 4 e 18 de Outubro de 2024, reunindo 45 respostas válidas, de um painel de 175 profissionais em funções de direcção e administração em várias áreas que integram o sector do turismo.

    No que diz respeito ao número de hóspedes, 56% dos membros do painel antecipam para 2025 um crescimento para valores entre 30,1 e 33 milhões, superando os 30 milhões registados em 2023. As dormidas apresentam igualmente um cenário promissor, com 78% dos inquiridos a projectarem indicadores entre 75,1 e 81 milhões. Este contexto sugere não apenas uma maior procura, mas também uma possível extensão na duração média das estadias. Quanto aos proveitos globais, 80% dos especialistas do IPDT esperam para este ano números entre os 5,6 e 6,5 mil milhões de euros.

    Relativamente aos factores que terão um impacto mais positivo no desenvolvimento do turismo nacional em 2025, a melhoria contínua da oferta e dos serviços foi considerado o mais relevante, com 44% das respostas. Seguem-se a segurança e a estabilidade política e social, referidas por 42% dos inquiridos do IPDT. As infraestruturas, acessibilidades e a mobilidade aérea foram valorizadas por 36% dos inquiridos, sublinhando a necessidade de modernizar e melhorar as redes de transporte e promover uma mobilidade eficiente e sustentável. Por fim, as condições económicas e financeiras favoráveis, também mencionadas por 36% dos especialistas, reflectem a importância de um contexto macroeconómico estável para a atractividade do sector turístico.

    Para Jorge Costa, presidente do IPDT, “a previsão do aumento do número de hóspedes, dormidas e proveitos globais para 2025 reflecte o potencial de crescimento sustentado do turismo nacional. Para concretizar este potencial, será fundamental continuar a investir na qualidade das experiências turísticas, adaptando-as às actuais exigências dos viajantes”. E acrescenta: “Num contexto global marcado por incertezas económicas e geopolíticas, Portugal continua a beneficiar da percepção de ser um destino seguro e acolhedor, o que se traduz num activo estratégico para atrair turistas internacionais”.

    Apesar do cenário encorajador e positivo, o sector enfrenta desafios que podem condicionar o seu desenvolvimento em 2025. A escassez de recursos humanos qualificados destaca-se como o principal desafio, referido por 51% dos inquiridos. Segundo o Barómetro, o aumento dos preços e a inflação, apontados por 40% dos especialistas, representam outro obstáculo relevante. A recessão económica e a conjuntura internacional, identificadas por 33% do painel, e os conflitos internacionais e a instabilidade geopolítica, mencionados por 29% dos respondentes, evidenciam o impacto de fatores externos no desempenho do sector, nomeadamente no que respeita à dependência da mobilidade e das relações globais.

    Os especialistas alertam ainda para desmistificação da percepção de “overtourism”, que começa a ganhar visibilidade em alguns destinos nacionais. Os resultados do IPDT evidenciam que 80% dos inquiridos classificam esta questão como “importante” ou “muito importante”, sublinhando a necessidade de respostas coordenadas e eficazes a curto prazo. Neste ponto, o combate à desinformação, defendido por 58%, surge como a principal prioridade, implementando-se estratégias de comunicação mais transparentes e acessíveis que promovam um entendimento mais realista e contextualizado dos impactos do sector.

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    Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate

    A MAP Real Estate anunciou a nomeação de Matilde Mendes como directora de Desenvolvimento. A empresa é uma das seis entidades que compõem o MAP Group, grupo que assumiu uma nova estrutura empresarial no final de 2024 

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    Com uma sólida experiência em análise e gestão de projectos no sector imobiliário, Matilde Mendes já colaborou com empresas como Norfin, Hipoges, Casavo, CBRE Portugal e Dils. Formada com Mestrado Integrado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, com especialização no perfil de Construção, Matilde complementou a sua formação com cursos em prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo na actividade imobiliária, bem como em modelação financeira pela Nova School of Business and Economics, Executive Education.

    A sua experiência, que vai desde a gestão de projectos de construção até à direcção de obra, juntamente com a sua visão estratégica, foram factores determinantes para esta escolha. O MAP Group acredita que a Matilde será uma peça-chave para fortalecer a presença da MAP Real Estate no mercado.

    “A minha missão na MAP Real Estate será a de criar valor e inovação, não apenas nos projectos que lideramos, mas também na forma como impactamos o mercado imobiliário. Estou muito motivada para trazer uma abordagem estratégica e focada em resultados, que permita consolidar a posição da MAP Real Estate como referência no sector”, afirma Matilde Mendes.

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    Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones

    O índice baseia-se na Avaliação de Sustentabilidade Empresarial Global da S&P, que avaliou o desempenho global de sustentabilidade da Signify e atribuiu à empresa a pontuação de 79 em 100

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    A Signify foi incluída no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones pelo oitavo ano consecutivo. O índice baseia-se na Avaliação de Sustentabilidade Empresarial Global da S&P, que avaliou o desempenho global de sustentabilidade da Signify e atribuiu à empresa a pontuação de 79 em 100.

    “Sentimo-nos honrados por sermos incluídos no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones, o que acontece desde o ano em que nos tornámos Signify. Este é o reconhecimento do nosso inabalável compromisso em ter um impacto positivo na sociedade e no ambiente. No início deste ano, apresentámos o nosso Plano de Transição Climática 2040 net-zero, que reafirma o nosso foco em explorar o extraordinário potencial da luz para melhorar vidas e promover a sustentabilidade junto dos nossos clientes e da indústria em geral”, afirma Eric Rondolat, CEO da Signify.

    A Signify obteve pontuação total (100/100 a 2 de Setembro de 2024) em 47 categorias, incluindo os Objectivos de Redução de Emissões, Produtos de Baixo Carbono, Eficiência de Recursos, Avaliação do Ciclo de Vida, Consumo de Energia, Gestão de Riscos e Mitigação e Remediação de Direitos Humanos. No quarto ano do programa de sustentabilidade de cinco anos, Brighter Lives, Better World 2025 da Signify, a empresa mantém o objectivo de aumentar para o dobro o ritmo do cenário de 1,5°C do Acordo de Paris, bem como duplicar as suas receitas de Circular e Brighter lives.

    A Signify tem estado na linha da frente da transformação e a rápida descarbonização da indústria de iluminação através de soluções LED energeticamente eficientes, circulares e inovações em iluminação conectada. Em Julho, a empresa anunciou o seu Plano de Transição Climática para 2040, estabelecendo um plano detalhado para atingir o seu objectivo de emissões líquidas nulas, validado pelo SBT. Desde 2019 a Signify já reduziu as emissões de gases com efeito de estufa em toda a cadeia de valor em 50% e continua a defender a eficiência energética e a aceleração da transição energética.

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    Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal

    Com esta aquisição, a Porta da Frente Christie’s fortalece a sua presença nas regiões de Lisboa e Cascais, onde as lojas e a marca Piquet serão integradas na estrutura e identidade da empresa portuguesa

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    A Porta da Frente Christie’s, mediadora com quase três décadas de experiência no mercado imobiliário de luxo em Portugal, anuncia a aquisição de 50% da operação em Portugal da Piquet Realty, mediadora com origem norte-americana e sede em Miami, e com forte presença em mercados de gama alta no Brasil.

    Com esta aquisição, a Porta da Frente Christie’s fortalece a sua presença nas regiões de Lisboa e Cascais, onde as lojas e a marca Piquet serão integradas na estrutura e identidade da empresa portuguesa.

    “Este é um passo estratégico essencial para fortalecer a nossa presença em mercados-chave. A sinergia com uma marca de DNA norte-americano e com forte proximidade ao mercado brasileiro é, sem dúvida, a melhor forma de fortalecer a nossa liderança nestes dois mercados. Este investimento da Porta da Frente é um claro sinal da aposta que estamos a fazer no crescimento e reforço da liderança da Porta da Frente no segmento premium em Portugal “, sublinha João Cília, CEO da Porta da Frente Christie’s.

    Marlos Gonçalves, CEO da Piquet Realty Portugal, reforça que “esta colaboração é o encontro entre duas marcas com visão e ambição partilhadas. Estamos entusiasmados em juntar forças e proporcionar um serviço ainda mais distinto e personalizado aos nossos clientes em Portugal, com o reforço da estrutura e know-how da Porta da Frente”.

    Com a integração das equipas, prevê o aumento do número de consultores especializados. Paralelamente, a parceria reforça o compromisso com a excelência no mercado imobiliário de luxo e a consolidação da posição de ambas as marcas como líderes no segmento premium em Portugal.

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    Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira

    “É uma operação de elevada importância estratégica, muito importante para a Cidade e para o Município de Aveiro. Este é um terreno que a CMA vendeu em 2023, por 2,5 milhões de euros, com o objetivo principal de possibilitar a construção de uma Residência Universitária de Estudantes”

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    A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) informa que vai ter início, no próximo dia 13 de janeiro (segunda-feira), a obra de construção de uma nova Residência Universitária, no terreno junto ao Seminário, à antiga Reitoria da Universidade de Aveiro e ao Hospital Infante D. Pedro, que vai permitir a criação de 219 quartos para Estudantes desta Universidade e que vai incluir uma bolsa de estacionamento público, com 68 lugares à superfície e 124 lugares em cave. Esta operação, liderada pela empresa Coordenada Decisiva, vai contar ainda com uma área comercial com 840 m2, onde está prevista a instalação de um equipamento de restauração e bebidas, com esplanada e uma zona de espaços verdes com 1.306 m2.

    “É uma operação de elevada importância estratégica, muito importante para a Cidade e para o Município de Aveiro. Este é um terreno que a CMA vendeu em 2023, por 2,5 milhões de euros, com o objetivo principal de possibilitar a construção de uma Residência Universitária de Estudantes, dando um contributo para aumentar a oferta do mercado para habitação estudantil, numa zona de localização privilegiada. Trata-se de uma ação que faz parte do Plano de Desenvolvimento Habitacional do Município de Aveiro, que tem como objetivo ajudar à boa regulação do mercado de habitação no Município, concretizando-se por um relevante investimento privado total de cerca de 12 milhões de euros”, afirmou o Presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves.

    Durante o período da obra, que tem um prazo previsto de 14 meses, o estacionamento existente, junto ao Seminário, à antiga Reitoria da Universidade e ao Hospital de Aveiro, é desativado, sendo que o novo estacionamento será aberto ao público logo que possível, perspectivando-se que a ativação e o funcionamento das três valências do edifício – Residência Universitária, Parque de Estacionamento e Unidade Comercial – ocorra em meados de 2026.

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    Worx: Optimismo para 2025

    Com o fecho do ano de 2024, a Worx Real Estate Consultants apresenta as conclusões finais da actividade do mercado imobiliário em 2024 e dá a conhecer as suas perspectivas para o desenrolar do ano de 2025

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    A primeira nota vai para o balanço positivo de 2024, transversal a todos os sectores, com a consultora a destacar o mercado de arrendamento de escritórios de Lisboa, com mais de 204.000 m2 colocados, valor que representa igualmente um aumento notável de 77% na procura face a 2023, e os 2.300 milhões de euros de investimento no imobiliário comercial.

    Pedro Rutkowski, CEO da Worx, fala de como o imobiliário soube, mais uma vez, superar-se em 2024, e demonstrar a sua resiliência face ao enquadramento económico-financeiro, depois de um ano de actividade mais fraca como foi 2023. Antevê que “2025 comece em nota positiva, com o contexto financeiro cada vez mais favorável e uma mão cheia de oportunidades de investimento em Portugal, seja em que sector for”, sublinha o CEO da Worx.

    O quarto trimestre do ano assinalou a maior transacção do ano, com a aquisição do Projecto Athos composto por diversos supermercados e stand alones do grupo Os Mosqueteiros, cujo comprador Leadcrest Capital Partners já adquiriu uma participação de 49% num valor que ronda os 250 milhões de euros. Não é, por isso, difícil que o sector do retalho tenha agregado a maior fatia do volume de investimento, com 1.130 milhões de euros, tendo quase duplicado em relação a 2023 e destacando-se como o segundo melhor ano na última década.

    Os sectores hoteleiro e de escritórios acumularam de resto mais de um terço do total do investimento, com 20% e 15% respectivamente. A venda do Conrad Algarve também no final do ano de 2024, comprado pela Quinta do Lago por €150 milhões, foi a operação de maior relevo dentro do sector hoteleiro. O sector de escritórios perdeu protagonismo para outros sectores, mas ainda contou com a operação de relevo da venda da K-Tower à Real IS, totalizando perto de 345 milhões de euros.

    As recentes reduções das taxas de juro conduziram a alguma aceleração da actividade de investimento. No entanto, já é evidente uma redução das diferenças na negociação dos valores de compra e venda, à medida que as condições de financiamento se tornam mais favoráveis. Daí que também se preveja uma recuperação mais substancial em 2025.

    Em termos prospectivos, espera-se um crescimento significativo do investimento nos sectores residencial e logístico, juntamente com uma recuperação contínua da atractividade do sector dos escritórios. Dado que se avizinham novas reduções das taxas de juro, é provável que se verifique uma compressão das yields prime.

    Pedro Rutkowski conclui que “fechamos 2024 com resultados históricos no sector, e olhamos para 2025 de forma optimista, na expectativa de ver os novos projectos que estão a surgir no mercado. Portugal continua a marcar pontos como destino de excelência para investidores e multinacionais, e estamos certos de que vamos manter este nosso posicionamento.”

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    Empresas

    SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura

    “A inovação está no cerne das nossas operações desde que a Schneider Electric foi fundada em 1836. Temos sido pioneiros no sector da electricidade desde a década de 1880, com o nosso inovador fusível fechado sem arco a estabelecer um padrão para a segurança logo em 1905,” afirmou Rohan Kelkar, EVP Power Products da Schneider Electric

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    tagsSE

    As soluções de controlo de motores TeSys e os disjuntores miniatura da Schneider Electric celebram este ano o seu 100º aniversário e cuja inovação tem sido sinónimo de “segurança e fiabilidade eléctricas”.

    Desde a sua criação, as soluções TeSys têm estado na vanguarda do controlo eléctrico e da gestão de energia, estabelecendo o padrão da fiabilidade e do desempenho. As recentes inovações no que toca à sua segurança, sustentabilidade e desempenho tem garantido uma fiabilidade incomparável dos motores, integrando a digitalização e a electrificação para optimizar a gestão de cargas, a gestão de fontes e a manutenção baseada em condições. Os produtos TeSys controlam mais de 40 milhões de circuitos em todo o mundo.

    “A inovação está no cerne das nossas operações desde que a Schneider Electric foi fundada em 1836. Temos sido pioneiros no sector da electricidade desde a década de 1880, com o nosso inovador fusível fechado sem arco a estabelecer um padrão para a segurança logo em 1905,” afirmou Rohan Kelkar, EVP Power Products da Schneider Electric. “É esta sede de inovação que também tem mantido a empresa na vanguarda da agenda da sustentabilidade. Com mais mudanças a acontecer no Mundo ao nosso redor, estou ansioso para ver como a equipa continua a encontrar soluções, mantendo a segurança, fiabilidade e sustentabilidade no coração dos nossos desenvolvimentos”.

    A Schneider Electric também celebra o 100º aniversário do disjuntor miniatura (MCB, na sua sigla em inglês) para casas. À medida que a electricidade se foi tornando cada vez mais central nas nossas vidas, as capacidades do MCB expandiram-se para garantir a protecção das famílias, casas e bens. Localizado no quadro eléctrico de cada casa, o papel do disjuntor residencial nunca foi tão crucial. As novas soluções de quadros eléctricos inteligentes, como o Schneider Pulse nos EUA, ou o Resi9 Energy Center na Europa, são inovações que acrescentam outra camada de segurança e inteligência às casas, que agora estão equipadas com dispositivos adaptados ao novo cenário energético e às energias renováveis.

    “Com mais de 100 anos de inovação em protecção e instalações eléctricas, na Schneider Electric estamos empenhados em capacitar os nossos clientes a todos os níveis. As nossas inovações recentes, centradas na electrificação e digitalização, permitem a todos enfrentar os desafios actuais das crises climática e energética,” indicou Michael Lotfy Gierges, EVP Home & Distribution da Schneider Electric.

    Por outro lado, a fonte de alimentação ininterrupta (UPS) da APC da Schneider Electric celebra também agora o seu 40º anversário. A UPS da APC, empresa adquirida pela Schneider Electric em 2007, tem registado avanços significativos e é crucial para as operações de TI, à medida que as pressões sobre a infraestrutura aumentam. Com o crescimento global dos Data Centers a duplicar de 212,53 mil milhões de dólares em 2023 para 437,33 mil milhões de dólares em 2030, a procura por infraestruturas de TI resilientes e de protecção energética através da tecnologia das UPS está a aumentar.

    Recentemente reconhecida como a empresa mais sustentável do mundo pela revista TIME, a Schneider Electric continuará a impulsionar a inovação em prol de um futuro sustentável.

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    Arquitectura

    União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos

    Aberto a arquitetos de todo o mundo, nascidos a partir de 1 de janeiro de 1989. Os trabalhos vencedores serão apresentados numa exposição na Bienal de Veneza de Arquitetura 2025

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    A União Internacional dos Arquitetos (UIA) lançou um concurso internacional de ideias destinado a inspirar e capacitar jovens arquitectos para assumirem um papel de liderança na concepção urbana participativa.

    Esta iniciativa está em consonância com o tema do Dia Mundial da Arquitectura 2024 da ONU-Habitat: Empowering the Next Generation in Participatory Urban Design”, sublinhando o papel fundamental dos jovens arquitectos na criação de ambientes sustentáveis e inclusivos para as gerações futuras.

    Segundo a UIA esta iniciativa pretende promover a “inovação e a colaboração” entre a próxima geração de arquitectos. “Através da sua participação, os jovens profissionais podem dar contributos significativos para o desenvolvimento qualitativo dos sítios da UNESCO e inspirar a criação de ambientes urbanos resilientes, inclusivos e sustentáveis, inspiração esta que se encontra plasmada na Declaração de Kuala Lumpur”.

    Aberto a arquitectos de todo o mundo, nascidos a partir de 1 de Janeiro de 1989, inclusive, o concurso incentiva a apresentação de soluções inovadoras para os desafios contemporâneos, em especial os que afectam os sítios do Património Mundial da UNESCO num contexto urbano. A participação de equipas multidisciplinares é bem-vinda, com a condição de que os responsáveis da equipa sejam arquitectos qualificados no seu País de residência ou de origem.

    Os vencedores serão anunciados numa cerimónia de entrega de prémios e participarão numa mesa-redonda realizada no Palazzo Zorzi – Gabinete Regional da UNESCO para a Ciência e Cultura na Europa, em Veneza. Os seus trabalhos serão, também, apresentados numa exposição no início do ano e apresentados numa exposição na Bienal de Veneza de Arquitetura 2025.

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    Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills

    Savills reforça departamento de Building and Project Consultancy & Architecture com duas novas contratações. Filipa Vozone junta-se como Project Management Associate e Luís Alves assume a liderança da área de Due Diligence e Technical Management

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    Filipa Vozone e Luís Alves acabam de integrar o departamento de Building and Project Consultancy & Architecture onde irão assumir posições estratégicas e contribuir para a expansão e inovação das áreas que lideram. Filipa Vozone junta-se como Project Management Associate, trazendo consigo a missão de consolidar a área de Project Management e lançar o segmento de hospitality no departamento. Por sua vez, Luís Alves assume a liderança da área de Due Diligence e Technical Management.

    Filipa Vozone conta com mais de duas décadas de experiência profissional como gestora de projectos imobiliários. Liderou projectos nos segmentos da hotelaria, escritórios e habitação, desde a fase inicial de concepção até à entrega final. A sua formação inclui uma licenciatura em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, uma pós-graduação em Gestão de Projectos pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, o Curso Geral de Gestão pela NOVA School of Business & Economics e ainda uma certificação como Project Management Professional (PMP) pelo Project Management Institute.

    Luís Alves apresenta mais de duas décadas de experiência, é licenciado em Engenharia Civil e membro sénior da Ordem dos Engenheiros. A sua trajectória destaca-se pela liderança de equipas multidisciplinares em projecto, fiscalização e direcção de obra, desenvolvimento de áreas de negócio e pela sua capacidade de estabelecer relações sólidas com clientes e parceiros.

    “A Filipa e o Luís trazem uma combinação única de experiência, competências e visão estratégica. Ao longo das suas carreiras, demonstraram ser líderes inspiradores, capazes de transformar desafios em oportunidades. Estou confiante de que a sua contribuição será determinante para fortalecer a nossa capacidade de entrega e elevar ainda mais o padrão de excelência dos nossos projectos. A Savills continua a investir em talento, reafirmando o compromisso com os clientes e a responder de forma ainda mais eficaz aos desafios do mercado”, justifica Joana Rodrigues, BPC & Architecture Director da Savills.

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