Lucro da TPF sobe em 2015
Carteira de encomendas do grupo aumentou em Portugal, de 28,7 milhões de euros para 34,5 milhões de euros
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Pedro Cristino
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A TPF registou, em 2015, um resultado líquido de 8,1 milhões de euros, valor que traduz um aumento face aos 5,5 milhões de euros obtidos no ano anterior.
Em comunicado, a multinacional belga – que em Portugal é representada pela subsidiária TPF Planege – a empresa revela também a obtenção de um lucro operacional de 253 milhões de euros, o que traduz também um aumento face ao indicador do ano 2014, que se cifrou nos 243 milhões de euros. O resultado operacional, por sua vez, atingiu os 8,5 milhões de euros no ano transacto – superior em cerca de 5 milhões ao resultado de 2014.
Encomendas aumentam em Portugal
Relativamente ao mercado português, o grupo destaca a aquisição da Cenor, que reforçou a presença da multinacional belga no país, bem como a nível internacional. “Este ano, a Cenor, a TPF Planege e as suas subsidiárias TPF Argélia, TPF Angola e TPF Moçambique levaram a cabo projectos nos sectores da água, irrigação, construção e infra-estruturas de transporte. No que concerne a exportações, África mantém-se “um “player” significativo no “turnover””.
Em Portugal, o grupo executou “grandes e complexos projectos, apesar da queda no investimento público e privado”, revela o documento, que salienta o trabalho de fiscalização das obras de renovação do Terminal Internacional do Aeroporto da Portela e ainda o contrato adjudicado para o controlo de custos e dos prazos e da supervisão para as obras de renovação dos centros comerciais Colombo e Vasco da Gama. A carteira de encomendas do grupo aumentou no país, de 28,7 milhões de euros para 34,5 milhões de euros, uma performance que os responsáveis do grupo belga atribuem à integração parcial dos resultados da Cenor após a sua aquisição. Por sua vez, o EBITDA no país registou “forte crescimento”, aumentando de 5 milhões de euros para 8,3 milhões, ou 24% de margem operacional (17,46% em 2014). Para 2016, a TPF prevê um “ligeiro declínio no “turnover” e um regresso a margens operacionais mais baixas, embora as mesmas permaneçam altas”.
Relativamente à Cenor, o comunicado refere que a empresa prestou assistência técnica em várias obras, como o projecto multi-usos do Alqueva, em nome da EDIA ou a modernização da rede rodoviária portuguesa.
Da Argélia a Moçambique
Na Argélia, a Cenor, a TPF Planege e a sua subsidiária argelina (TPF Algérie) focaram-se principalmente em projectos rodoviários,de infra-estruturas e do metropolitano. A TPF Planege continuou a fiscalizar as obras das secções Annaba-Ramdam Djamel e Oued Tlelat-Tlemcem, da linha férrea Este-Oeste, e para a secção Relizanne-Tiaret-Tissemsilt da linha do Alto Planalto.
Por sua vez, a Cenor foi seleccionada pela Teixeira Duarte para elaborar estudos rodoviários referentes ao lote Oeste, entre a fronteira com Marrocos e a “wilaya” de Rizane – no total são 15 estações portajadas, incluindo duas na estada principal, sete centros de manutenção, incluindo dois centros de operação, e 22 áreas de descanso. A Cosider também recorreu à Cenor para o estudo de implementação de estações de portagens para o lote central da auto-estrada Este-Oeste. O projecto compreende duas estações de portagens na estrada principal, 16 estações nos nós rodoviários, sete centros de manutenção que incluem dois centros de operação, e 24 áreas de descanso. A empresa agora adquirida pela TPF foi ainda seleccionada pela Dessau para a expansão do metro da capital argelina. Em Angola, a empresa pretende continuar a actividade, “apesar da crise do petróleo”. Por um lado, a TPF Planege continua a trabalhar com a sua subsidiária angolana em projectos que já decorriam, alguns dos quais relacionados com os sectores de urbanismo, saúde e edifícios de escritórios. Por outro lado, a Cenor está mais presente no mercado privado e ganhou “um grande contrato no sector hídrico”. Os projectos em vigor fiscalizados por equipas da TPF Planege incluem a construção de 15 mil fogos nas cidades de Cabinda, Dundo, Capari e no projecto KK5000, perto de Kilamba, bem como a construção de um hospital para a Casa da Segurança do Presidente da República de Angola, em Luanda, ou a renovação do BPC. A Cenor, para além da obtenção de um “importante contrato” para o abastecimento de água da nova refinaria do Lobito, dedicou este ano ao controlo técnico e supervisão dos trabalhos do projecto das Torres de Luanda e da parcela 3 do projecto Baía de Luanda. Foram também executados estudos, no âmbito da construção de uma unidade industrial de fabrico de cadernos e livros. Em Cabo Verde, o grupo elaborou três estudos financiados pelo Banco Mundial e pela Agency Millenium, para a implementação de projectos de irrigação e de abastecimento de água potável. Apesar da crise resultante da falta de matérias primas e do ambiente político instável em Moçambique, a actividade da empresa no país permaneceu a um nível “bom”. Os trabalhos de reabilitação da rede de saneamento da cidade da Beira iniciaram-se no arranque d e2015. Através da sua subsidiária TPF Moçambique, a TPF Planege irá fiscalizar o trabalho por um período de três anos. O grupo está também a elaborar o estudo do ordenamento do território do Vale do Zambeze (PEOT), que se prevê finalizado este ano. A empresa recebeu também uma solicitação da Fundação Aga Khan para estudar as técnicas especiais para a sua sede em Maputo.
Cenor leva grupo à Ásia
Através da Cenor, que tem uma “forte presença” em Timor, o grupo tem sido responsável por estudos do sistema de saneamento em Díli, enquanto que, no enclave Oe-Cusse, na costa Norte da ilha, está também envolvida na supervisão de uma nova rede rodoviária e na construção de um novo edifício para o governo local. A aquisição da Cenor proporcionou também ao grupo uma posição estável em Macau, uma vez que o grupo liderado por Pedro Tavares já tinha aberto um escritório nesta cidade em 2014. O grupo foi seleccionado pela promotora San You para prestar assistência na gestão de projecto de um edifício residencial de 30 andares, que representa uma área total de 27.500 metros quadrados. A conclusão desta obra está prevista também para este ano, mas o grupo frisa que tem já outros projectos em “pipeline” para o mesmo cliente. A Turquia testemunhou, no ano transacto, a abertura de um novo escritório da Cenor, bem como o “impacto significativo” que o grupo teve nos sectores da água e da saúde. A empresa é responsável pelas diferentes fases de estudos do projecto de construção da barragem de Bozkurt, na província de Sivas. Esta estrutura foi concebida para irrigação e terá uma altura de 50 metros, representando um volume de 2 milhões de metros cúbicos e um armazenamento de 24 milhoes de metros cúbicos, com um descarregador de 620 metros cúbicos por segundo. No sector da saúde, a Cenor foi escolhida para monitorizar a construção de dois hospitais. O primeiro, localizado em Gazantiep, terá uma área de 550 mil metros quadrados e uma capacidade para 1.875 camas, enquanto que o segundo, em Konya, terá uma área de 225 metros quadrados e capacidade para 838 camas. “2015 permanecerá nos anais da história da TPF em Portugal”, refere Jorge Nandin de Carvalho, citado pelo comunicado. Segundo a mesma fonte, “este ano, a TPF foi capaz de expandir a sua actividade para outros países como China (Macau), Timor-Leste e Turquia, graças à chegada da Cenor. Após a sua fusão com a TPF Planege, prevista para o início de 2017, esta nova promissora aquisição permitirá ao grupo tornar-se o maior em Portugal”, destaca o presidente da TPF Planege. “Ao mesmo tempo”, continua, “os nossos marinheiros portugueses continuaram o seu caminho para Abu Dhabi e para a Guiné-Equatorial, com a abertura de duas novas subsidiárias”.