Investigador mexicano desenvolve cimento que emite luz
Edifícios, estradas ou estruturas construídas com este novo tipo de cimento poderão absorver a energia solar e emiti-la à noite durante cerca de 12 horas
Pedro Cristino
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
O investigador mexicano José Carlos Rubio criou um tipo de cimento que emite luz e tem uma durabilidade de 100 anos.
“Há nove anos, quando iniciei o projecto, percebi que não havia nada semelhante no mundo e, então, comecei a trabalhar nisso”, afirmou o investigador da Universidade de Michoacan de San Nicolas Hildalgo, explicando que o principal problema residia no facto de o cimento “ser um corpo opaco que não permite a passagem da luz no seu interior”.
Neste sentido, o Rubio explicou que o cimento comum é um pó que se dissolve na água como um comprimido efervescente. “Nesse momento, começa a tornar-se num gel”, semelhante ao que é utilizado para cabelos mas “muito mais forte e resistente”. Ao mesmo tempo, formaram-se alguns flocos cristalinos, “o sucedâneos não desejados no cimento endurecido”.
Por causa disto, o investigador da universidade mexicana focou-se na alteração da micro-estrutura do cimento, de forma a eliminar os cristais e a torná-lo totalmente em gel, ajudando-o a absorver energia solar e, depois, em devolvê-la ao ambiente como luz. Assim, Rubio salientou que, em 2015, a produção global de cimento foi de 4 mil milhões de toneladas, constituindo-se como um grande mercado comercial para este produto recém-desenvolvido. De acordo com o comunicado da universidade, edifícios, estradas ou estruturas construídas com este novo tipo de cimento poderão absorver a energia solar e emiti-la à noite durante cerca de 12 horas.
Segundo o investigador, os materiais mais fluorescentes são feitos de plástico e têm uma durabilidade de cerca de 3 anos, dada a sua fragilidade aos raios UV. Contudo, este novo cimento é resistente ao sol e tem uma durabilidade estimada em 100 anos. A isto, Rubio acrescenta o cariz ecológico da solução, pois a mesma é feita de areia, poeira ou barro que se tornam gel e, durante a concepção do cimento, o único resíduo é vapor de água.
Actualmente, este cimento existe nas cores verde e azul, e a intensidade da luz pode ser regulada para evitar encadear os condutores ou ciclistas. Este projecto mexicano inspirou já outros países e proceder a semelhantes pesquisas. “Devido a esta patente – a primeira para esta universidade – outras já surgiram pelo mundo”, afirmou Rubio, salientando que, no Reino Unido, os investigadores receberam já reconhecimento pelo Fundo Newton, atribuído pela Royal Engineering Academy of London, que escolhe “casos de sucesso globais em tecnologias e empreendedorismo”.