“Ficamos com uma empresa de 400 trabalhadores, que factura 45M€”
Até 1 de Janeiro de 2017, data da oficialização da fusão, Cenor e TPF Planege trabalharão em coordenação e participarão em consórcio nos projectos internacionais
Pedro Cristino
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
É a quinta fusão na história do ramo português do grupo belga de engenharia TPF SA. Depois de a Planege e a Partex CE se unirem, a TPF Planege, empresa que resultou deste processo, procedeu, através de mais três fusões – com a PIV, a Provia e a Prosistemas – a tornar-se no grupo que o mercado de engenharia nacional conhece actualmente. Este ano, a TPF SA – o centro de decisão global, sedeado em Bruxelas – retomou este ritmo de expansão e anunciou a aquisição da Cenor que, ao juntar a sua estrutura à da TPF Planege, originará um dos maiores grupos portugueses de engenharia. Esta operação culmina na aquisição, por parte da TPF SA, de 85% do capital da Cenor e numa facturação conjunta de cerca de 45 milhões de euros, que será oficial no dia 1 de Janeiro de 2017. Até lá, ambas as empresas operarão “em coordenação” e, no mercado internacional, participarão em consórcio.
Reforçar a capacidade de exportação
“Já reuníamos, na TPF Planege, praticamente todas as especialidades de engenharia”, afirmou, ao Construir, Jorge Nandin de Carvalho, presidente do conselho de administração da TPF Planege, destacando que, com esta operação, colmata as lacunas do grupo com a especialidade da Cenor na área da geotecnia. “[A Cenor] é bastante forte na área geotécnica. Têm um sector geotécnico forte, de um modo geral, e com tradição de longa data e vamos ficar com todas as áreas de engenharia cobertas, bem como arquitectura. Ficamos bem apetrechados”, frisou. De acordo com Nandin de Carvalho, esta fusão deve-se, principalmente, a dois objectivos. “Um refere-se a dotar a empresa de dimensão e massa crítica para poder ter mais capacidade de exportação, porque o mercado português, deprimido ou não, começa a tornar-se um mercado pequeno para a nossa dimensão portanto, venha ou não a economia a restabelecer-se, temos de continuar a exportar”, explicou. Por outro lado, o grupo português fica, no mercado nacional, com “óptimas condições para responder com capacidade e qualidade a qualquer área do mercado”. Ao mesmo tempo, é criada uma empresa “com futuro, que passa, com qualidade, para as novas gerações”.
Expandir a presença geográfica
Outro elemento importante envolvido neste negócio diz respeito à presença geográfica das empresas no mercado internacional. “A Cenor já tem empresa em Macau, em Timor, e na Turquia, países onde não estávamos representados”, destacou o engenheiro. Por outro lado, a TPF Planege está a conquistar terreno, “um pouco com a ajuda da empresa senegalesa do grupo”, na África Ocidental, revelando Nandin de Carvalho que o grupo já venceu uma adjudicação nos Camarões. “Já estamos a atacar novos mercados, principalmente o Médio Oriente, onde já temos algum trabalho, nomeadamente na rede de Alta Velocidade de Omã, e estamos também pré-qualificados para o Metro de Jeddah [Arábia Saudita]”, revela o líder da empresa, acrescentando que a mesma tem também “hipóteses no Metro de Riade e estamos a concorrer para um porto em Omã”. Esta dinâmica na região fica também marcada pelo estabelecimento recente de um escritório da TPF Planege em Abu Dhabi. Neste contexto, serão notórias as capacidades reforçadas do grupo para ombrear com a concorrência das empresas estrangeiras. “Ficamos com uma empresa de consultoria com 400 trabalhadores, dos quais cerca de 250 são engenheiros, e que factura 45 milhões de euros e tenho sentido, pelos concursos internacionais, que não teremos a limitação financeira que, por vezes, é colocada por estes concursos”, sublinha Nandin de Carvalho. Uma vez criada a nova empresa, fruto desta fusão, o objectivo consistirá em alcançar um crescimento de 15% na facturação de ambos os grupos combinados, algo que, segundo o presidente da TPF Planege, “depende da conjuntura internacional”. “Para o ano, estamos muito dependente dos mercados africanos e das comnmodities e não se prevê que, para o ano, haja grandes alterações”, explica, ressalvando que 2016 “não será um ano de crescimento”.´
Partilha de valores e cultura
Jorge Nandin de Carvalho acredita que o processo de fusão será “fácil”, uma vez que as empresas partilham “os valores da qualidade e do rigor”. “Somos todos engenheiros formados na mesma altura e, durante muitos anos, fomos concorrentes que se respeitaram mutuamente”, frisa, mencionando também os “muitos consórcios” que ambas as empresas formaram ao longo dos últimos 20 anos, alguns dos quais, “tiveram bastante sucesso”. Tratam-se de duas empresas “muito semelhantes em termos de cultura, com as devidas diferenças, e respeitam o mercado e a ética”. Segundo o responsável da TPF Planege, “existe entusiasmo da Cenor e da nossa parte”. “Está tudo convencido de que foi uma boa operação e que nos vamos reforçar. Acho que será bom para todos”, conclui.