Proposta da Foster + Partners para novo aeroporto em Londres rejeitada
Foster acusou a comissão de não ter “sequer a coragem de continuar a explorar, estudar, pesquisar, uma alternativa estratégica de longo prazo em prol da gratificação instantânea de um infeliz compromisso previsível”

Pedro Cristino
Casa da Arquitectura atribui 10 bolsas de doutoramento para estudo de acervos da instituição
Exponor recebe Empack e Logistics & Automation Porto a 9 e 10 de Abril
Pipeline de novos escritórios na grande Lisboa mais que triplica para 330.000 m2
JLL reforça aposta na área de Patrimónios Privados
A arquitectura nacional em destaque em Osaka
PERFISA: Inovação e Sustentabilidade na Tektónica
Porto Business School debate sinergia energética África – Europa
Grupo Preceram na Tektónica | 10 a 12 de abril 2025
Grupo Norfin anuncia construção de hotel da marca JW Marriott
CBRE representa 42% das colocações de flex offices no mercado em 2024
A Comissão de Aeroportos rejeitou a proposta do atelier Foster + Partners e do gabinete de engenharia Halcrow para um aeroporto no estuário do Tamisa, em Londres.
O presidente da Comissão, sir Howard Davies, afirmou que esta proposta, apoiada pelo mayor de Londres, Boris Johnson, foi rejeitada, alegando que o “transtorno económico seria enorme” e que “existem barreiras ambientais que podem ser impossíveis, ou demorarão demasiado tempo, a ultrapassar”.
Assim, a Comissão irá optar entre três opções para expandir um dos aeroportos existentes em Londres, seja Heathrow ou Gatwick.
A resposta de Norman Foster não se fez esperar. Segundo o site de arquitectura, Dezeen, o arquitecto britânico, galardoado com um Pritzker, acusou a comissão de não ter “sequer a coragem de continuar a explorar, estudar, pesquisar, uma alternativa estratégica de longo prazo em prol da gratificação instantânea de um infeliz compromisso previsível”.
Também o Mayor de Londres se mostrou desiludido. “Gatwick não é uma solução de longo prazo e Howard Davies tem de explicar às pessoas de Londres como pode acreditar que uma expansão de Heathrow, que iria criar níveis inacreditáveis de ruído, resíduos e poluição, é uma ideia melhor do que um novo aeroporto a leste de Londres, que ele próprio admite que é visionário e que criaria os empregos e o crescimento que este país necessita para permanecer competitivo”.
Situado a 55 quilómetros de Londres, o Hub do Tamisa (nome escolhido para este aeorporto que é também um interface multimodal de transportes) incluíria uma nova barreira anti-inundação que atravessaria o estuário, quatro pistas de aviação, um porto de cargas e uma ligação ao Orbital Rail (linha férrea) à volta da capital britânica, ligada ao norte do país e à Europa.
Segundo a Foster e a Halcrow, esta proposta teria o custo de 50 mil milhões de libras (62 mil milhões de euros) e iria gerar benefícios económicos de cerca de 150 mil milhões de libras (187 mil milhões de euros).
O porto de cargas e a linha férrea iria permitir o transporte de mercadorias directamente para outros portos de contentores do Reino Unido, “saltando” a área congestionada à volta de Londres. O aeroporto proposto poderia gerir 150 milhões de passageiros por ano, estaria a 30 minutos do centro de Londres de linha férrea de alta velocidade e iria recorrer ao caudal das águas para gerar energia.
Por sua vez, a barreira anti-inundação mais perto da boca do estuário do Tamisa ofereceria uma protecção duradoura contra inundações a esta cidade e proporcionaria mais terrenos para habitação, numa parte do país com pesada densidade populacional.