Adiamentos de projectos de centros comerciais colocam em risco volume de construção prevista para 2012
“2012 foi até á data o primeiro ano nas últimas duas décadas em que não se verificou qualquer negócio no sector de retalho em Portugal”
Ana Rita Sevilha
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
A Cushman & Wakefield apresentou o estudo semestral European Shopping Centre Development, que analisa a actividade de centros comerciais na Europa, onde apurou que, apesar das previsões de novas aberturas de espaços comerciais para 2012 – de 6,9 milhões de metros quadrados, foram registados atrasos e adiamentos em alguns países como Itália, França, Republica Checa e Roménia, bem como Portugal. Como resultado, o volume previsto para o final do ano pode cair significativamente.
Dos 71 novos centros comerciais abertos no primeiro semestre de 2012, 53 estão localizados na Europa Central e de Leste e 18 na Europa Ocidental. Segundo a análise da Cushman & Wakefield o maior centro inaugurado neste período foi o Oz Mall em Krasnodar na Rússia com 169.000 m2. Já na Europa Ocidental os maiores centros que abriram foram o Boulevard Berlin (64.000 m2), o Gran Plaza 2 em Madrid (60.000m2), Conca d’Oro em Palermo (55.000 m2) e o Confluence em Lyon (52.000m2)
Cabe à Rússia o primeiro lugar no ranking em termos de oferta futura e de centros comerciais concluídos na primeira metade do ano, tendo totalizado cerca de 725.000 m2 de novos espaços comerciais, elevando o stock total para os 15,4 milhões de metros quadrados, avança a consultora, referindo ainda que o país conta com mais de um quinto do pipeline europeu com 2,1 milhões m2 previstos para 2012/2013.
De acordo com a mesma fonte, na Turquia foram inaugurados mais de 250 mil metros quadrados no primeiro semestre e estão 1,6 milhões em construção, o que representa 16% do total de novos espaços comerciais previstos na Europa. Se todos estes projectos forem concluídos no prazo previsto, avança a consultora, “o espaço de centros comerciais na Turquia terá um aumento de 25% até ao final de 2013”, sendo que mais de 800.000 m2 deste valor referem-se a projetos em Istambul.
Já na Europa Ocidental, França e Itália continuam a liderar o pipeline, apesar dos atrasos registados em Itália. Em Espanha, o centro comercial Puerto Venecia em Saragoça, totaliza cerca de 30% da oferta futura, enquanto que no Reino Unido, “as conclusões de projectos atingirão um mínimo histórico este ano”.
Segundo a Cushman & Wakefield o investimento abrandou na primeira metade de 2012. “Na Europa, foram transacionados cerca de 12 mil milhões de euros de activos de retalho comparados com os 19 mil milhões e 21 mil milhões de euros, no segundo e primeiro semestre de 2011, respectivamente. O sector de retalho representou 21% das operações de investimento imobiliário no primeiro semestre do ano corrente, uma quebra de 36% em relação ao período homólogo de 2011”.
Portugal, sentiu mais a tendência de abrandamento na promoção de novos centros comerciais do que o resto da Europa, não estando mesmo prevista a inauguração de nenhum centro comercial em 2012. A registar há apenas a inauguração de um retail park, o Multiusos Oriente localizado em Loures. Para os próximos 3 anos o volume total previsto de novos centros comerciais ronda os 175.000 m2, dos quais apenas 11% se encontram em construção, entre os quais o Évora Shopping que tem abertura prevista para o Outono de 2013.
No que diz respeito ao mercado de investimento, “2012 foi até á data o primeiro ano nas últimas duas décadas em que não se verificou qualquer negócio no sector de retalho em Portugal”. E acordo com o estudo levado a cabo pela consultora, “os habituais investidores neste sector do imobiliário, institucionais estrangeiros, têm-se mantido ausentes do mercado nacional, fruto da forte crise económica no País que tem afectado particularmente a performance dos activos de retalho”.