Fundo Santa Casa 2004 Reabilita Palácio Valada e Azambuja
Um investimento de 5 milhões de euros que visa arrendamentos de curta duração
Ana Rita Sevilha
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A Fundo Santa Casa 2004,gerido pela Fundbox, concluirá no próximo mês de Abril a reabilitação do Palácio Valada e Azambuja em Lisboa. Um investimento de 5 milhões de euros que visa arrendamentos de curta duração.
Em causa estão dez apartamentos com tipologias entre T0 e T2, vocacionados para o segmento alto de turismo cultural e de lazer. O Imóvel em fase de lançamento comercial apresenta uma área de 1088 m2 .
De acordo com a Fundbox, a estratégia delineada para o Palácio Valada e Azambuja prevê “arrendamentos diários e rendas mensais entre 750 e 1350 euros. O estudo de mercado realizado por aquela sociedade gestora de fundos imobiliários definiu como meta uma facturação anual dos seus dez apartamentos na ordem dos 120 mil euros, viabilizada por uma percentagem de ocupação de 65 %. Num cenário de ocupação do Palácio Valada e Azambuja a 100 % este valor poderá aumentar em 20 %”.
Quando foi adquirido pelo Fundo Santa Casa 2004, o Palácio Valada e Azambuja apresentava 47 inquilinos , sendo que actualmente restam 15. O Palácio Valada e Azambuja inclui 4 pisos, concentrando nos pisos 3 e 4 os apartamentos alvo de arrendamento, cinco dos quais com sótão e mezanine.
Ao nível do programa, o piso 0 alberga actividades comerciais e o piso 1 é constituído por 4 ateliers de 100 m2. Estes últimos serão destinados a actividades ligadas à arte e arquitectura. O segundo piso é ocupado pela biblioteca municipal Camões. No caso dos lojistas do piso 0 foi encontrando um entendimento decisivo para o sucesso do projecto, dado que a reabilitação da fachada do edifício implicou alguma diminuição do espaço e reconfiguração das montras das lojas existentes. Os pisos 3 e 4 foram totalmente demolidos e reconstruídos respeitando a sua traça original. Para o efeito foi utilizado aço leve. Material comum nas reabilitações urbanas realizadas nos Estados Unidos da América, dada a sua facilidade de transporte, leveza e durabilidade.
O Palácio Valada e Azambuja foi adquirido pelo Fundo Santa Casa 2004 em 2006 e começou a ser reabilitado em Março de 2011. A reabilitação levada a cabo abrangeu toda a fachada do edifício, incluindo também áreas comuns. Os trabalhos de reabilitação realizados incluíram a preservação de tradicionais vigas pombalinas em forma de gaiola. No átrio principal foi substituído o piso em tijoleira por pedra de lioz, as escadas em madeira foram recuperadas e no interior dos fogos foi utilizada também a madeira com excepção das zonas húmidas onde foi utilizada pedra e mosaico.
Joaquim Meirelles, administrador da Fundbox e responsável pela fiscalização e gestão da obra de Reabilitação do Palácio Valada e Azambuja, salienta o grau de complexidade da intervenção, definindo-a como uma “reabilitação de Carrinho de Mão”. De acordo com o responsável “a localização do Palácio Valada e Azambuja é privilegiada, dada a sua centralidade na confluência das ruas da Bica, Largo do Calhariz e Marechal Saldanha, num dos pontos mais altos da cidade de Lisboa. Trata-se de um local com um excelente enquadramento com o Rio Tejo e na envolvente encontram-se edifícios e monumentos que são referência no património edificado da cidade de Lisboa. Se por um lado esta situação cria um sistema de vistas excepcional, proporcionando uma vivência cultural e turística intensas, por outro diminuiu drasticamente as possibilidades de descarregamento de material, inviabilizando a montagem de um estaleiro de obra e a utilização de camiões. Assim sendo considero esta intervenção um reabilitação de ‘carrinho de mão’, só possível graças ao profissionalismo e know how da nossa equipa”.
O mesmo responsável revela ainda que “o Palácio Valada e Azambuja implicou a coordenação de uma equipa interdisciplinar de 30 técnicos das diversas especialidades ligadas à reabilitação urbana. Mais precisamente restauro de azulejos, carpintaria, serralharia, restauro de estuques de alto valor patrimonial, limpeza de cantarias e pedra, levantamento histórico, arquitectura e engenharia de especialidades. Apenas depois de um levantamento inicial do valor histórico e patrimonial do edifício e das suas características essenciais a recuperar ou manter foi definida a estratégia da obra a desenvolver ”.
Pedro Esteves, arquitecto responsável pela intervenção, considera-a “especial”, dado que “recorreu a meios de um grande leque de especialidades ligadas à reabilitação urbana de alto valor patrimonial num imóvel recortado e complexo”. O arquitecto salienta que “toda a traça inicial do edifício foi recuperada num tipo de obra em que o edifício intervencionado constitui uma verdadeira caixa de surpresas a cada passo, a qual requer uma pesquisa rigorosa de técnicas e materiais. É um trabalho que tem que ser feito com grande paixão”.