Mercado de investimento imobliário europeu atinge 28,5 mil ME no primeiro trimestre de 2011
Segundo dados da consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W), as transacções de investimento imobiliário na Europa atingiram os 28,5 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, 45% […]
Ana Rita Sevilha
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Segundo dados da consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W), as transacções de investimento imobiliário na Europa atingiram os 28,5 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, 45% acima do registado no início do ano anterior.
“Os compradores internacionais, na região EMEA, foram responsáveis por 35% da actividade registada no mercado durante 1º trimestre, comparativamente aos 31% no último trimestre do ano passado, tendo desempenhado um papel importante no aumento da procura em vários países como a Bélgica, República Checa e Ucrânia, entre outros. No entanto, os compradores nacionais estão a tornar-se mais competitivos num grande número de países, como em Portugal, o que pode antever uma maior actividade nos próximos meses”, revela a consultora.
De acordo com a mesma fonte, “os compradores continuam sensíveis aos preços, e essa é uma razão para que actualmente considerem um maior número de mercados”.
Como exemplo, a C&W dá os países nórdicos – um alvo para muitos, mas que devido a uma subida de preços registada no final de 2010, assistiu a uma diminuição da procura nos últimos meses, nomeadamente na Dinamarca e na Noruega.
O Médio Oriente, por sua vez, assistiu a um trimestre relativamente bom, “com as transacções por investidores internacionais a registarem 15% de crescimento relativamente ao 4º trimestre de 2010. Situação digna de nota devido à incerteza criada pelos recentes acontecimentos políticos”, sublinha a consultora.
Actualmente, e quanto a sectores de investimento, “o principal beneficiado do mercado tem sido o sector de retalho, que assistiu a uma subida no volume de investimento de 72% no primeiro trimestre de 2011. Os 12, 1 mil milhões de euros investidos no sector representam 42,5% de toda a actividade do mercado de investimento, contra os 33% registados no final do trimestre de 2010. Ao mesmo tempo, o sector de escritórios registou uma descida de 50% na actividade nos últimos dois trimestres, obtendo 34% de quota de mercado, enquanto o sector industrial subiu para cerca de 12% comparativamente aos 8% do ano passado, devido à subida dos yields e à recuperação do mercado industrial”.
Analisando mercado a mercado, a C&W revela que o” Reino Unido e Alemanha por exemplo, têm mantido um maior investimento no retalho enquanto a França e Polónia assistiram a uma subida na actividade do mercado de escritórios e vários mercados, em particular no oriente, assistiram a um crescimento na procura de industrial”.
Luís Rocha Antunes, partner e director do departamento de investimento da Cushman & Wakefield em Portugal comenta, “ isto mostra que os investidores devem estudar as condições locais antes de decidirem o sector onde investir em vez de escolherem o sector independentemente da localização. No entanto, quanto à aversão ao risco, nesta fase de retoma, na Europa em geral, o retalho prime continuará a ser o sector alvo preferido”.
Em Portugal foram registados em 2010 “69 negócios de investimento que totalizaram um valor na ordem dos 730 milhões de euros , 25% acima do verificado no ano anterior. No 1º trimestre de 2011, o volume de transacções de investimento foi de cerca de 57 milhões de euros, dos quais 45 milhões foram negócios no sector de retalho”.
“Depois de um inicio de ano com um sentimento cauteloso mas de forte interesse de investidores estrangeiros em olhar para Portugal, a crise financeira e politica colocou muitos investidores a ‘esperar para ver’. Há um grande número de oportunidades que procuram investidores, e um grande número de investidores que espera pelo ‘assentar da poeira’ para reentrar no mercado. Há um estrangulamento no financiamento bancário que afecta o mercado – mas que cria as oportunidades que não existiram nos últimos 10 anos. O acordo com a troika BCE-CE-FMI e a eleição de um novo governo são os passos essenciais para a recuperação da credibilidade do mercado.”
A análise do investimento por sector de actividade retrata “um regresso à proeminência do retalho, que representou 50% no total de investimento em 2010, com uma parte muito significativa deste montante investida em centros comerciais, mais de 200 milhões de euros. Segue-se o sector industrial, que tem vindo a registar nos últimos anos um interesse crescente dos investidores, para este segmento foi canalizado 26% do volume total investido. O sector de escritórios, ainda que menos penalizado em termos de evolução dos seus yields prime, recebeu uma parcela inferior, tendo os negócios de investimento representado apenas 20% do montante total”.
“Desde meados de 2007 que os yields prime em Portugal vinham a subir de uma forma generalizada, a par do resto da Europa. Após um optimismo moderado no mercado no 1º trimestre do ano, que provocou inclusivamente uma ligeira correcção dos yields prime, a partir de Abril, e por razões já sobejamente discutidas, estes indicadores de valor de mercado retomaram a evolução em alta, à excepção do sector de escritórios que tem sido o menos penalizado em termos de valor pelos investidores”, conclui Luís Rocha Antunes.
Em Março de 2011 os yields prime no mercado nacional situavam-se nos 7% para escritórios, 6,75% para centros comerciais e 8,5% para o segmento industrial.