LNEC defende rigor absoluto na prevenção de riscos na construção de barragens em Cabo Verde
“Pretendemos transferir conhecimento, para que a comunidade técnica e científica de Cabo Verde conheça os problemas e seja capaz de intervir, porque eles é que estão próximos da barragem e acompanham quase diariamente o funcionamento”
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O presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) defendeu esta terça-feira “rigor absoluto” na prevenção de riscos nas barragens que estão a ser construídas em Cabo Verde para maior segurança e exploração das infraestruturas.
Carlos Pina, que falava na abertura do curso sobre segurança de barragens, destinado a técnicos cabo-verdianos, disse acreditar que esta tarefa deve ser feita através de um acompanhamento próximo de todas as fases de vida da infraestrutura, a começar pela preparação do projecto.
“É muito importante que haja um controlo de qualidade do projecto. Depois é preciso que durante a construção se tenha o cuidado com o projecto, instalando-se equipamentos que possam dar informação ao longo da vida da obra para se ver se está realmente a funcionar da forma como deve”, sustentou.
Com o apoio da cooperação portuguesa, Cabo Verde tem em curso na ilha de Santiago a construção de três novas barragens – Faveta (município de São Salvador do Mundo), Salineiro (Ribeira Grande de Santiago) e Saquinho (Santa Catarina) – que se juntarão à do Poilão, em funcionamento desde 2006.
Nos próximos dois a três anos, o Governo cabo-verdiano pretende construir mais 17 barragens para mobilizar, no horizonte de 2015, 75 milhões de metros cúbicos de água.
A intenção é evitar o desperdício da água que vem do curto período de chuvas (Julho a Outubro) e que segue directamente para o mar, combatendo assim, por um lado, a desertificação e, por outro, criando condições de rega para os agricultores.
O curso, que está a ser realizado no âmbito do convénio existente entre o Laboratório de Engenharia Civil (LEC) de Cabo Verde e do LNEC de Portugal, com apoio da cooperação portuguesa, e é ministrado por engenheiros portugueses.
“Pretendemos transferir conhecimento, para que a comunidade técnica e científica de Cabo Verde conheça os problemas e seja capaz de intervir, porque eles é que estão próximos da barragem e acompanham quase diariamente o funcionamento”, salientou Carlos Pina.
Por sua vez, o presidente do Instituto Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos (INGRH) de Cabo Verde, António Pedro Borges, advogou a necessidade de se estabelecer um regulamento de segurança destas infraestruturas, à semelhança do que existe em todos os países onde se constroem barragens, tendo em conta os riscos que as obras podem representar.