Obra de Daciano da Costa mostra “empenho em melhorar a vida das pessoas”
O espólio do arquitecto e designer vai ficar em depósito no Museu do Design e da Moda (MUDE)
Lusa
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A obra de Daciano da Costa (1930-2005), um dos pioneiros do design em Portugal, é “um legado importante” porque revela “um empenho constante em melhorar as condições de vida das pessoas”, considera o arquitecto João Paulo Martins.
O espólio do arquitecto e designer vai ficar em depósito no Museu do Design e da Moda (MUDE), em Lisboa, na sequência de um protocolo assinado entre a família e a autarquia, que tutela o museu.
“Ele quis sempre chegar às pessoas de uma forma positiva, criando objectos que melhorassem o seu quotidiano. Estava empenhado em melhorar a qualidade de vida dos cidadãos” sublinhou João Paulo Martins em declarações à agência Lusa.
Na opinião do arquitecto, esta “é uma componente muito democrática” do trabalho de Daciano da Costa, figura que conheceu de perto porque foi seu aluno, colaborador no atelier e também assistente no curso de design na Faculdade de Arquitectura de Lisboa.
Considerado um dos mais destacados arquitectos e designers portugueses, Daciano da Costa nasceu em 1930 em Lisboa, e frequentou a Escola de Artes Decorativas de António Arroio e a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, vindo a dirigir a primeira licenciatura em Arquitectura de Design.
Criou espaços interiores para a Biblioteca Nacional, Coliseu dos Recreios, Paços do Concelho de Lisboa e Centro Cultural de Belém, numa vasta obra de arquitectura de interiores, design de mobiliário, industrial, cenografia e figurinos.
Com formação em pintura, Daciano da Costa começou a trabalhar no atelier do pintor e arquitecto Frederico George, que viu sempre como um dos seus grandes mestres, e trabalhou também com António Garcia, cujo espólio vai ser igualmente acolhido em depósito no MUDE no âmbito de outro protocolo.
A obra de Daciano da Costa, que abriu atelier nos anos 1960, “demonstra que houve design em Portugal a partir dessa altura de uma forma muito sistemática, fazendo a ponte entre o projecto, a produção, a comercialização, e o quotidiano das pessoas”, recordou João Paulo Martins.
“Essa marca no quotidiano dos cidadãos, para melhorar as condições de vida, é um dos seus legados mais relevantes e é anónimo”, observou, destacando a importância do acolhimento do acervo no MUDE “para ficar mais acessível ao usufruto dos investigadores e do público em geral”.
O espólio, que ascende a uma centena de peças, é muito diversificado, abrangendo desde utensílios de cozinha, mobiliário, protótipos de edifícios públicos e privados, peças de produção industrial e amostras de tapeçaria, entre outras.