Terreiro do Paço é uma das referências do Pavilhão de Portugal em Xangai
O Terreiro do Paço, centro estratégico de Lisboa e desde sempre o foco político e económico português
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Lusa
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O Terreiro do Paço, centro estratégico de Lisboa e desde sempre o foco político e económico português, é uma das referências do Pavilhão de Portugal na Expo2010 de Xangai, sob o mote “Portugal, uma praça para o mundo”.
Também em Xangai, o centro da participação portuguesa é o Terreiro do Paço, agora em réplica. Para o olisipógrafo Carlos Consiglieri tal justifica-se “perfeitamente”, dada a importância simbólica do espaço, que os lisboetas conhecem também como Praça do Comércio.
Carlos Consiglieri divide a vida do Terreiro do Paço no antes e no pós terramoto de 1755. Na época dos Descobrimentos, defende, foi um “centro estratégico e nevrálgico” no “desenvolvimento e controlo da expansão [marítima] portuguesa”, por onde passava “a economia e a construção naval” de Portugal, com o “poder Real de um lado da praça” e o “poder económico no outro”.
Noutros séculos, a vida política fez passar pelo Terreiro do Paço “variadíssimos tipos de acontecimento”, das touradas aos autos da Inquisição, e – mais recentemente – o regicídio, em 1908, ou, ao lado, a implantação da República em 1910.
O historiador assinala que a praça sempre teve um carácter de “centro político”, em “oposição ao Rossio”, a norte, o centro “comercial e de lazer” da cidade.
O olisipógrafo, em entrevista à agência Lusa, diz que a “grande mudança” no Terreiro do Paço após o terramoto de 1755 transformou a praça numa das mais “mundialmente conhecidas” da arte de então, com um simbolismo que, defende, renasce quando é mais útil ao poder.
Quando urge um “renascimento económico”, diz Consiglieri, “o que se faz é ir ao passado histórico mais qualificado e dar-lhe uma nova visão”.
A Praça do Comércio é fértil em símbolos, de resto, como refere José Braga Gonçalves, no livro “O Maçon de Viena”, que abordou o alegado simbolismo oculto da baixa pombalina.
Segundo Braga Gonçalves, elementos como o Cais das Colunas e o arco de entrada na Rua Augusta enquadram simbolicamente a Praça do Comércio “Entre Colunas”, o que, na maçonaria quer dizer “em segredo, entre irmãos”.
O simbolismo mantém-se na participação de Portugal na Expo 2010, que decorre entre 1 de Maio e 31 de Outubro. “Xangai deve apresentar ao exterior um espaço de referência nacional”, diz a organização portuguesa, referindo-se à Praça do Comércio.
A nível cultural, o Terreiro do Paço é também uma referência em Lisboa, sobretudo no que toca ao restaurante Martinho da Arcada, inaugurado em 1782 nas arcadas da Praça do Comércio, e que teve em Fernando Pessoa um dos mais distintos clientes.
O Terreiro do Paço, em Lisboa, reabriu no Domingo passado.
Para o futuro do Terreiro do Paço, o historiador Carlos Consiglieri sugere a criação de “um género de secretaria-geral de todos os ministérios”, algo próximo de uma Loja do Cidadão, que leve pessoas ao espaço.
“Voltaremos à ideia dos hotéis de charme? Voltaremos à ideias das lojas elitistas, como as ourivesarias, ou vamos democratizar a praça?”, teme Consiglieri.