Novas licenças caíram 50% em 2009 em Luanda
Os dados avançados indicam, no entanto, que o sector da habitação é ainda o que regista maior área de construção
Lusa
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
As licenças para novas construções em Luanda caíram 50 por cento em 2009 em comparação com 2008, revelou o director do Instituto de Planeamento de Gestão Urbana de Luanda (IPGUL), Hélder José, durante o 1º Salão Imobiliário de Angola.
Os dados avançados à agência de notícias angolana, Angop, por Hélder José, confirmam a análise feita à Lusa pelo director da Colliers International Angola, Nuno Serrenho, que defende a ideia de que o mercado da habitação de gama alta, o principal na capital angolana, está quase esgotado.
Nuno Serrenho apontou igualmente que a solução para os ‘players’ do mercado imobiliário é um reposicionamento face à nova realidade do mercado, optando por investir em segmentos mais baixos, onde prevê um crescimento “muito importante”.
Os dados avançados pelo director do IPGUL, que os justifica com a crise mundial, indicam, no entanto, que o sector da habitação é ainda o que regista maior área de construção, seguindo-se o comércio e serviços, o turismo e, por fim, a indústria.
Perante este quadro traçado pelo IPGUL, que confirma a análise da Colliers International, a primeira empresa internacional a apresentar um estudo de mercado sobre escritórios em Luanda, o director da empresa multinacional do imobiliário defendeu que os grandes ‘players’ do imobiliário angolano vão ter de se reposicionar para encontrar respostas para as novas necessidades.
Isto porque “o segmento da construção cara esgotará em breve”, disse Serrenho, acrescentando que, apesar dos avisos que deixa aos intervenientes do mercado imobiliário angolano para a necessidade de estarem atentos ao esgotamento do segmento mais alto, assegura este “é ainda um belíssimo mercado”.
Nuno Serrenho afirmou que existe mercado para todos os intervenientes e de forma “muito interessante”, mas advertiu que “a euforia que se viveu há dois, três anos, com o petróleo em preço recorde e antes da crise que se instalou, não vai voltar”.
Grande parte “dos empreendimentos construídos na cidade de Luanda são ainda para segmentos de mercado de renda alta e, se esses imóveis e empreendimentos continuarão a ter o seu espaço, agora falta ainda começar a descer os segmentos onde encontraremos uma infinidade de oportunidades que o mercado espera resposta”, acrescentou.
“O que nos parece é que os segmentos mais altos da sociedade, com maior capacidade aquisitiva, não são tantos quanto isso e, por isso, tende a esgotar com relativa rapidez, ainda por cima aliado a factores macroeconómicos que não contribuem para a confiança deste tipo de investidores”, notou.
Um dos exemplos que leva a uma quebra de confiança é que a compra dos imóveis mais caros tende a ser feita ainda na planta, acontecendo que esses empreendimentos demoram ou acabam por não se concretizar.
Alguns dos mais importantes empreendimentos imobiliários em Luanda, normalmente edifícios de vários pisos, são colocados à venda por preços que ultrapassam o milhão de dólares, havendo casos de dois a três milhões por apartamento.
Isto leva a que as rendas de apartamentos do tipo T2 possam, em Luanda, atingir em média entre quatro a seis mil dólares, passando-se o mesmo com os escritórios.