Fórum da ONU discute crescimento desordenado em plena zona degradada no Rio de Janeiro
As transformações da cidade ao longo da sua história também alteraram os usos e as formas de utilização do espaço público
Lusa
AMP: Porto, Gaia e Matosinhos são os concelhos mais procurados por estrangeiros
Turismo nacional deverá manter tendência de crescimento em 2025
Matilde Mendes assume a direcção de Desenvolvimento da MAP Real Estate
Signify mantém-se pelo oitavo ano consecutivo no Índice Mundial de Sustentabilidade Dow Jones
Porta da Frente Christie’s adquire participação na mediadora Piquet Realty Portugal
Obras da nova residência de estudantes da Univ. de Aveiro arrancam segunda-feira
Worx: Optimismo para 2025
SE celebra a inovação centenária dos TeSys e dos disjuntores miniatura
União Internacional dos Arquitectos lança concurso de ideias destinado a jovens arquitectos
Filipa Vozone e Luís Alves reforçam área BPC & Architecture da Savills
O 5º Fórum Urbano Mundial discutirá os impactos do crescimento urbano desordenado em plena área degradada na zona portuária do Rio de Janeiro, onde os participantes vão sentir os problemas das grandes cidades em termos de infra-estruturas e segregação social.
Com um movimento intenso nos antigos armazéns do porto do Rio, a área foi um dos locais de abrigo da população portuguesa imigrante com a transferência da Família Real para o Brasil, em 1808.
Após décadas de abandono e esquecimento pelas autoridades, hoje a zona portuária do Rio sofre com a decadência, a poluição de veículos, sempre de passagem em estradas em mau estado, e o vazio de armazéns sujos e ocupados por mendigos.
As transformações da cidade ao longo da sua história também alteraram os usos e as formas de utilização do espaço público.
A avenida junto ao porto foi construída para cortar o centro da cidade de ponta a ponta facilitando os fluxos de entrada e saída do trânsito.
Actualmente, a avenida é atravessada por um grande viaduto que leva os utilizadores a cruzar em poucos minutos a Baía de Guanabara, em direcção a Niterói.
É neste cenário que decorre o 5º Fórum Urbano Mundial, o maior evento de urbanismo das Nações Unidas, que se realiza esta semana no Rio de Janeiro, e reúne cerca de 20 mil participantes.
Apesar do evento se realizar numa área central, os participantes carecem de infra-estruturas de transporte para chegar ao local e enfrentam enormes congestionamentos nos horários de ponta, tanto de manhã como de tarde.
As altas temperaturas e os dias ensolarados também não dão tréguas aos participantes.
Apesar de uma vista privilegiada para a Baía de Guanabara, o mau cheiro da baía somado ao calor é um duro teste para qualquer pessoa, até mesmo para os cariocas acostumados às condições meteorológicas.
Há cerca de um ano, a revitalização do Porto do Rio tem sido alvo de discursos de autoridades que têm demonstrado interesse em reabilitar a localidade.
“Porto Maravilha” foi um projecto lançado em 2009 pelo Presidente brasileiro Lula da Silva, que prevê alterações estruturais com a demolição de um troço do viaduto e a modificação de ancoradouros de cruzeiros turísticos.
O projecto ainda pretende instalar uma área de lazer com bares e restaurantes.
Por enquanto, pouco ainda foi feito.
Apenas alguns armazéns do Cais do Porto foram revitalizados, justamente os que abrigam esta semana o congresso da ONU sobre urbanismo.
O tema deste ano é “O direito à cidade: unindo o urbano dividido”, contudo a participação no fórum é restrita a “ver e ouvir” e não a propor soluções por parte da sociedade, critica uma socióloga.
“Muita gente que não se inscreveu pela Internet e não vai poder entrar”, disse à Lusa Maria da Glória Figueiredo Souza, uma das fundadoras da organização não governamental Acção da Cidadania, que realiza um evento paralelo complementar ao Fórum Urbano.
É o Fórum Social Urbano, um encontro nos moldes do Fórum Social Mundial gerido por movimentos sociais, que deve reunir cerca de três mil pessoas por dia e conta com 90 actividades.
“É um evento paralelo, não é contrário. Mas no Fórum Urbano não se pode propor eventos, a programação é exclusiva da ONU, no Fórum Social é aberta”, explicou.
O objectivo, segundo Maria da Glória, é democratizar as informações do Fórum da ONU e propor soluções.